NOVO VELHO TEMPO DAS ESQUERDA
O discurso nascido com Marc e Engels plantou a ideia de que
o mundo é dividido entre opressor e oprimido. O opressor é o capitalista que
juntou capital, e o usa para explorar o pobre do trabalhador. É pecado grave a
acumulação de capital, a herança e o investimento. O Estado substitui o papel
do capitalista malvado. O que seguiu na prática foi a imposição na base da
força e de ditaduras. Também houve a criação de uma elite que é a dirigente, conhecida na antiga URSS como a
Nomeklatura. Ela não tem patrimônio mas
o usa com exclusividade AD ETERNUM. A sequência foi o nascimento de uma nova
teoria criada por um cidadão chamado Gramsci. A novel ideia substitui a
imposição pela força pelo convencimento das classes trabalhadores, via sindicatos
de classe, e os estudantes.
A semeadura deste
tipo de ideologia nos países miseráveis é muito fácil. A maioria é proletária,
não tendo patrimônio ou capital a perder. Entrar em divisão quando nada se tem
é sempre bom. O sonho da Internacional Socialista é arrebanhar países meca do
capitalismo com os EUA. Acontece que o país do Tio Sam é detentor uma classe
alta poderosa, e uma média muito
importante. Como penetrar neste verdadeiro escudo? Trabalhar na imprensa, nos
movimentos sociais e nos estudantes. Estas três classes não têm qualquer
compromisso com a economia, daí ser campo mais fértil. Como não há partido
político a defender a causa, a solução está em ocupar espaço dentro de um
partido de direita, e aos poucos mudar o
seu objeto.
A candidatura de Biden está forte exatamente nessa ideia.
Ele recebeu o apoio da imprensa internacional de esquerda, que é a grande
maioria. Espero que as instituições americanas – que são fortes – resistam a
essa investida.
Aposto que Biden não termina o mandato. Há grande chance de
ser substituído pela vice. Se isso vai ser bom ou ruim, não tenho a mínima
ideia.