sábado, 31 de maio de 2008

CIRQUE DU SOLEIL - MAGNIFIQUE


Dona Ernestina, Lourdes, mais eu fomos ao CIRQUE DU SOLEIL ontem à noite.
“Alegría, c'est une émotion, un état d'esprit. Les leviers d'inspiration du spectacle, dont le nom veut dire « allégresse » en espagnol, sont nombreux. Le pouvoir et la mutation du pouvoir au cours des âges, le passage des monarchies anciennes aux démocraties contemporaines ainsi que la vieillesse et la jeunesse tissent la toile de fond sur laquelle les personnages d'Alegría évoluent. Cet univers est habité par des fous du roi, des ménestrels, des gueux, des vieux aristocrates, des enfants ainsi que des clowns, seuls personnages capables de résister aux changements d'époques et aux transformations sociales qui en découlent. »
Como se pode ver pelo texto acima, se tratava do espetáculo do Cirque Du Soleil chamado Alegria. A sessão começava as 21h00min. Assim, como se impõe a boa educação, às vezes por aqui, sempre nos países desenvolvidos, chegamos uns minutos antes da hora. Na verdade, 99,9% do público chegou bem antes, e somente alguns retardatários, desavisados chegaram em cima da hora, e até no máximo cinco minutos de iniciado o espetáculo. É claro no Teatro São Pedro teriam ficado, com justiça, na rua, sem direito a devolução do preço do ingresso, mas lá entraram, e, face ao número diminuto não atrapalharam o show.
Antes de iniciar a função, o locutor anunciou que a platéia deveria desligar os celulares, e não tirar fotos, principalmente com flashes para a segurança dos artistas. Inicialmente, alguns desobedeceram e tiraram fizeram algumas fotografias, e outros deixaram os celulares tocarem, mas, em seguida, o caboclo da civilização baixou, e o publico se comportou magnificamente, como se fosse uma platéia de primeiro mundo. Nenhuma gracinha proferida fora de hora; nenhuma manifestação extemporânea; aplausos nos momentos corretos, e não muito prolongados, concentração de aprovação ao final de cada número; enfim, nota dez ao público gaúcho.
É claro que o preço do espetáculo elitizou, e muito, a platéia. Ponto a favor também pelo grande número de pessoas do interior do estado, o que era visível, pelo comportamento, pelas roupas e automóveis, é claro.
Quanto à estrutura magnífica. O estacionamento era muito bom, embora caríssimo, por vinte reais, sem qualquer controle de saída, o que diminuiu a segurança, mas de qualquer sorte, me parece que não houve qualquer incidente quanto a este aspecto. Nas tendas de entrada, eram vendidos produtos promocionais do Cirque Du Soleil, bebidas, pipocas e outros lanches. Tudo muito caro: uma lata de refrigerante custava quatro reais.
O Cirque propriamente dito era muito confortável, calefação foi muito importante, pois a noite era muito fria, por volta de 10 graus; as cadeiras eram confortáveis e adequadas. Todos os lugares tinham visão muito boa do picadeiro. O som era perfeito, idem quanto à iluminação, figurinos, adereços e equipamentos em geral.
Os números eram intercalados por atuações de palhaços de muito boa qualidade, excelentes mesmo, de tal sorte que o show não sofria qualquer solução de continuidade. Assim as duas horas, com meia hora de intervalo, passaram sem que a gente se desse conta. Ora, o melhor elogia a um espetáculo é achar que ele passou muito depressa.
Todos os números eram tradicionais de circo, mas com uma qualidade inigualável, e como uma riqueza de apresentação sem par. Confesso que nunca fui um amante do circo. Fui a poucos em minha vida, mas o Cirque Du Soleil realmente me despertou para este mundo mágico do circo.
Existem ocasiões em que a gente tem uma sensação que não está presente no local, que tudo não passa de uma grande encenação, tal é a montagem do ambiente, de sua música de suas cores e de seus personagens. Pois no Cirque Du Soleil aconteceu exatamente assim. Eu não soube durante aqueles duas e poucas horas separar a realidade do mundo mágico.
Realmente Cirque Du Soleil - O Circo do Sol – faz jus ao nome. Espero ter a oportunidade repetir o programa, em Porto Alegre, ou em outro lugar do mundo onde a empresa canadense esteja se apresentando.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

ANTENA NOVE

1. Os defensores da utilização de embriões em pesquisas com células troncos, com o intuito de defender a idéia ( que não é má ) estão fazendo maldades com os portadores de deficiência física graves, pois dão a entender que logo terão para eles uma solução, quando na verdade, estamos ainda longe de conseguir alguma coisa que possa resolver os problemas deles, infelizmente.

2. Estive ontem no forum de Porto Alegre, em duas Varas Cíveis, o número de processos em cada uma delas é assustador. Não há como trabalhar naquelas condições.

3. Outro dia, estive também em Varas da Fazenda Pública. Diante da realidade delas, temos que reconstruir nossos conceitos de caos.

4. Você sabia que se tiver a brilhante idéia de antecipar ene prestações de algum empréstimo que tenha feito, o Banco lhe cobrará uma taxa de adiantamento do pagamento do empréstimo? Que esta taxa pode chegar a R$1.000,00? Você não leu errado, nem eu escrevi, é isto mesmo: você paga para dar o dinheiro antecipadamente para o Banco, afinal ele fará um sacrifício em ver o seu empréstimo pago adiantado.

5. Você sabia que o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA declarou em linguagem popular que os Bancos podem cobrar dos particulares o que bem entenderem?

6. Você pode me dizer por que o governo LULA LÁ é tão bonzinho com os bancos?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

BAR DO MANOLO: LÁ ESTAVA MÁRIO, E EU...


Conheci Mário Quintana na Rua General Andrade Neves, no centro de Porto Alegre. Era um barzinho, destes comuns, onde as pessoas vão tomar cachaça ou cerveja. Tinha também um balcão, onde o dono do bar, um espanhol de nome Manolo, nos servia o cafezinho. Mário ficava sentado numa pequena mesa de dois lugares. Geralmente estava sozinho. Confesso que não me lembro se ele tomava café ou bebia alguma outra coisa. A imagem não está muito clara para mim, não tenho o talento de memória de meu irmão Alfredo.
Mário Quintana era uma figura bem interessante e rica. Ele nasceu no Alegrete em 30.07.1906, portanto faria este ano 102, mas morreu em 05.05.1994, para a tristeza de seus fãs e admiradores, entre eles evidentemente quem escreve aqui estas modestas linhas.
Ele foi um bom poeta, e um excelente tradutor. Trabalhou muito tempo para a Editora Globo. É sim, tivemos por aqui uma grande livraria e editora chamada Globo, a qual publicava os grandes clássicos da literatura, os quais eram traduzidos por pessoas de grande gabarito como Mário e Érico Veríssimo.
A obra de Quintana não é muito grande.
Para quem não gosta muito de poesia, aconselho ler Caderno H,onde Mário expressa de maneira brilhante todo o seu talento e humor. Você encontrará lá frases maravilhosas como:
“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.”
Não é uma maravilha?
“O passado não conhece o seu lugar está sempre presente.”
Veja o genial jogo de palavras e figuras.
E, olha a veia do poeta, num rasgo maravilhoso, e que a mim muito comove:
“Todas as amadas chamam-se Maria”.
“O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...” Esta frase eu mantive durante muito tempo em minha mesa de trabalho.
Uma alfinetada, de leve, em Charles Darwin:
“O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.”
Esta frase ele pode ter bolado no bar do Manolo:
“Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!”
Esta aqui deveria ser subscrita por todos nós:
“Por que será que a gente vive chorando os amigos mortos e não agüenta os que continuam vivos?”
Mário não tinha qualquer preocupação com o politicamente correto, por isso lançou este ferro no aborto:
“O aborto não é, como dizem, simplesmente um assassinato. É um roubo... Nem pode haver roubo maior. Porque, ao malogrado nascituro, rouba-se-lhe este mundo, o céu, as estrelas, o universo, tudo. O aborto é o roubo infinito"
Encerro aqui, com esta maravilhosa frase do nosso maior poeta vivo. Ué Osnir não disseste lá em cima que ele morreu em 1994. Ora, Santa Inocência, caro leitor, poetas nunca morrem....

sábado, 24 de maio de 2008

ANTENA NOVE

1. Jefferson Peres um grande senador, pessoa culta, honesta, sincera e competente.
Roberto Freire grande escritor, pessoa culta, grande personalidade.
Zélia Gattai, uma escritura de talento, grande companheira de Jorge Amado, uma pessoa doce.
Todos morreram nos últimos dias.
Só gente boa.
Quando começarão a morrer os cretinos?
2. Você conhece algum político, destes de má índole que vivem por aí; você conhece algum empresário inescrupuloso; algum corrupto destes que vivem com a mão no bolso do contribuinte, que tenha morrido de câncer?

EPITÁFIOS


Epitáfio é aquela frase – nem sempre de bom gosto – que as pessoas escrevem nos túmulos. As vezes é uma tirada de autoria do próprio morto, outras é alguma coisa que algum vivo quer dizer para homenagear o seu ente falecido.
Na verdade, a palavra tem origem grega, sendo EPI a parte superior e TAFOS nada mais que o túmulo. Resumindo: em cima do túmulo.
Brincando – é claro – pois não estou com pressa - digo que o meu epitáfio será: ESTOU AQUI DE MÁ VONTADE.
Pois um poeta paraibano chamado LUCAS DE BARROS tem uns versos que dizem mais ou menos o que constaria que constasse de meu epitáfio, diz ele lá na sua poesia:

Mesmo que eu pereça forte
Como um leão indomado,
Serei, um dia, enterrado,
Não posso vencer a morte.

Do Rio Grande do Norte levarei muita verdade
Promessa de eternidade
Me fazem crer noutra luz
Eu sei que é para ver Jesus,
Mas irei de má vontade.

Existem brincadeiras com os epitáfios. Consta que o do Enéas é MEU NOME ERA ENÉAS; foi culpa da Rede Globo (Leonel Brizola) ; atenção, velas, flores e fotos autografadas estão à venda no estande da Igreja Universal, à direita de quem entra no cemitério (Edir Macedo); enfim, magro (Jô Soares).

O melhor epitáfio verdadeiro que eu conheço é do ator JOSÉ LEWGOY no Cemitério Ecumênico João XXIII, ali na Azenha:

Nada devo ao cinema brasileiro.
Devo sim, por causa dele.

Se você quer se aprofundar nesta de epitáfios, leia O livro dos epitáfios de Aran & Castelo da Editora Ática, 1996.

Estou aceitando sugestões.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

NÃO MOER LIVROS: UMA LIÇÃO DE NIETZSCHE


Friedrich Nietzsche nasceu em 15.10.1844 em Röcken – Alemanha, e morreu em 25.08.1900 em Weimar – Alemanha. Filósofo e filólogo tem como o seu livro mais importante ASSIM FALOU ZARATUSTRA.
Um dos maiores críticos das religiões, incluindo principalmente a moral cristã e a que lhe deu origem, a judaica, é na verdade um crítico de toda a cultura ocidental. Foi muitas vezes acusado de tendências nazistas, o que foi rechaçado com êxito por Foucault, Marx e o próprio Freud, e outros filósofos importantes.
Dizia que as religiões, principalmente as cristãs e budistas são decadentes. Falava que elas (as religiões) não tinham qualquer aspiração séria.
Acabo de reler ECCE HOMO, numa tradução de Marcelo Backes para a L&PM. Nesta obra o autor, segundo os estudiosos, já apresentava sinais evidentes de loucura. Alguns dizem que levado pela sífilis, o que não é comprovado. A obra tem como subtítulo DE COMO A GENTE SE TORNA O QUE A GENTE É.
Sob o meu ponto de vista, a obra não é de toda insana, eu diria que tem alguns rasgos de loucura, mas a insanidade própria dos gênios. Nela Nietzsche ele apresenta a autobiografia mais reveladora de que se tem notícia. Em um trecho do livro, ele fala das pessoas, que de tanto se dedicar a leitura de livros, acabam por não ter opinião própria. Sabe que este é o meu maior medo, com relação às leituras? Até que ponto as idéias que expresso são minhas, ou foram tiradas, extraídas ou influenciadas por outras pessoas.
Veja o seguinte trecho de Nietzsche, in ECCE HOMO:
“Uma outra mostra de inteligência e autodefesa consiste em reagir tão raramente quanto possível e em evitar lugares e condições nas quais se estaria condenado a suspender de imediato sua “liberdade”, sua iniciativa, para se tornar um simples reagente. Eu tomo a relação com os livros como parâmetro comparativo. O erudito, que no fundo apenas se limita a “moer” livros – o filólogo de atividade mediana, cerca de duzentos por dia, ao fim das contas acaba perdendo por completo a capacidade de pensar por si mesmo. Quando ele não mói, ele não é capaz de pensar. Ele responde a um estímulo (um pensamento lido) quando ele pensa...ao fim e ao cabo ele apenas reage. O erudito gasta toda a sua força em dizer sim e não, na crítica do já pensado – ele mesmo não pensa mais... O instinto da autodefesa tornou-se frouxo nele; pois se assim não fosse ele iria se precaver contra os livros. O erudito – um décadent... Isso eu vi com meus próprios olhos, naturezas talentosas, de tendência livre e fértil, “lidas à ruína” já aos trinta anos, simples palitos de fósforo, que têm de ser friccionados para soltar faíscas – soltar “pensamentos”... Ler um livro de manhã bem cedo, ao nascer do dia, em todo o frescor, na aurora de suas forças – isso eu chamo de vicioso!...”
O que isto tem de loucura? Nada! Trata-se de uma constatação que também é minha, numa atitude que tento sempre evitar ao máximo, mas que também pode me atingir.
Mas, como já diz o próprio Nietzsche, ainda no ECCE HOMO: ... tão certo também eu o sou e sempre haverei de ser um mal-entendido.
Então, encerro recomendando uma leitura atenta de Nietzsche, mas não comece por ECCE HOMO, uma boa sugestão introdutória na obra deste mestre é a sua obra prima ASSIM FALOU ZARATRUSTA. Boa leitura.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

OS NOMES

Os pais normalmente não levam a sério o nome que colocam nos filhos. O meu trabalho em tabelionato, há mais de 38 anos, me deu uma amostragem da irresponsabilidade na hora de impor um nome ao filho. O problema é que o prenome é imutável, salvo naqueles casos graves onde expõem a vítima ao ridículo.
Existem nomes que no primeiro momento são normais, perfeitamente naturais, mas como por uma questão de momento passam a ser sinônimo de constrangimento. O primeiro caso que me vem à cabeça é o do nome GENI, o qual foi praticamente banido. No entanto, era um nome comum, todo mundo conhecia uma Geni. Até que o Chico Buarque resolveu fazer uma música apresentando a Geni como uma criatura maldita, terminando a canção dizendo: ...ela dá pra qualquer um: maldita Geni! Nunca mais qualquer casal tentou colocar o nome de Geni em filha sua.
Outro caso notório é o nome Bráulio, o qual foi utilizado fartamente em propaganda, até governamental como sinônimo de pênis, em substituição ao antigo “peru”. Também de nome comum, praticamente desapareceu. Existia um jogador no Internacional de nome Bráulio, que era conhecido como Garoto de Ouro.
Outros nomes foram banidos por representarem nomes malditos, face às façanhas de famosos. Nesta linha sumiram os Adolfos e os Benitos.
Numa determinada época eu selecionei nomes estranhos, incluindo Último Vaqueiro (pessoa que eu conheci), Primeira Delícia, Gato, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Flávio Cavalcanti Rei da Televisão, em outros.
A moda agora, principalmente nas populações mais simples são os nomes de cantores internacionais, e cuja tradução aqui resulta nos nomes mais absurdos. Michel Jackson tem alternativas em Maiquel Jaqueson e Maquel Jequeson, Stallone virou Estaloni, Mick Jaegger transforma-se em Mique Jeguer, e por aí vai.
Nos dias atuais filho de rico é João, José, Maria, Manoel e Miguel, enquanto filho de pobre é Michael, Anderson, Obama, Billie e Yasmin.
Quando escolher o nome do filho é bom dar uma olhada no significado, pois você poderá ter uma surpresa, nem sempre agradável.
Vou elencar alguns nomes com os seus significados:
- Abel: vaidade
- Abrão: pai maior
- Adão: vindo da terra
- Alexandre: o que se defende dos homens
- Alfredo: o pacificador
- Ana: que tem compaixão
- André: homem valente
- Anselmo: protegido pelos deuses
- Antonio: inimigo dos ignorantes
- Aquiles: lobo terrível
- Ari : de cabelos cacheados
- Armando: homem forte
- Artur: urso grande
- Augusto: o maior
- Caetano: natural de Caieta
- Caio: feliz
- Carlos: homem
- Carmem: canto
- Celso: sublime
- César: cabelos compridos
- Cláudio: coxo
- Cristina: feminino de Cristo
- Danilo: Daniel em italiano; dinamarquês
- Dario: rico
- Davi: amado
- Douglas: rio preto
- Eduardo: o que se defende com a lança
- Elias: meu Deus é Jeová
- Elis: o mesmo que Elisabete – feminino de Elias
- Elisa: Deus tem ajudado
- Elisabete: Deus dá
- Eva : a que dá a vida
- Fábio: plantador de favas
- Fátima: donzela
- Fausto: venturoso
- Frederico: príncipe da paz
- Fidel: fiel
- Filipe: amigo dos cavalos
- Flávio: louro
- Francisco: francês
- Gabriel (a): força de Deus
- Gérson: expulsão
- Gilberto: famoso com a flecha
- Gilson: filho do Gil
- Gisela: flecha
- Giselda: guerreira da nobreza
- Glória: fama
- Graça: grato
- Guilherme: protetor
- Hamilton: aldeia fortificada
- Helena: luz
- Henrique: casa poderosa
- Hugo: inteligência
- Humberto: espírito famoso
- Ivone: o mesmo que Joana
- Jaci: a mãe dos frutos ou lua
- João: Deus é misericordioso
- José: aumente-me a família
- Juarez: Soares
- Juca: o mesmo que José
- Juliano (a) que pertence ou pertenceu a Júlio
- Laura: láurea – vitoriosa
- Leonor: Deus é minha luz
- Luciano: relativo a Lúcio
- Lúcia (o): Iluminada
- Luís: glorioso
- Lourdes ou Lurdes: lorde
- Magda: o mesmo que Madalena – cidade das Torres
- Marcelo: martelinho
- Márcio: consagrado a Marte
- Marcos: grande martelo de ferreiro
- Margarete: o mesmo que margarida – pérola
- Maria: o mesmo que o hebraico Miriam – contumaz
- Mario: derivação de Marte
- Marisa: o mesmo que Maria Luiza
- Nádia: espírito de luz
- Nelson: filho de Néli
- Nicolau: vitorioso do povo
- Noemi: minha delícia
- Norberto: famoso homem do norte
- Norton: cidade do Norte
- Osni ou Osnir: do hebraico OZNIAH – ou seja, Deus ouviu.
O engraçado que José significando aumente-me a família e Osnir Deus ouviu, logo, eu, José Osnir deveria ter uma família grande e só tenho uma filha.
- Pámela: todo mel
- Paulo: pequeno
- Pedro: pedra
- Ricardo: poderoso
- Rodrigo: rico em glória
- Rogério: famoso pela lança
- Sérgio: guardião
- Vera: verdadeiro
- Vitório: vitorioso

Recomendo para aprofundamento: OBATA, Regina. O livro dos nomes. Ed. Círculo do Livro, 1986, São Paulo.
Finalizando; não tem nada com o assunto, mas lembrei muito bom livro TODOS OS NOMES de JOSÉ SARAMAGO.

terça-feira, 20 de maio de 2008

ANTENA OITO

- Neste espaço que denomino de ANTENA, costumo comentar os assuntos da semana.
- O governo LULA LÁ quer reimplantar a falecida CPMF. Diz que desta vez a alíquota é bem pequena. Mesma conversa que o noivo disse para a noiva antes da gravidez.
- Interpol revela que gravação que incrimina CHAVEZ e EQUADOR não foi violada ou alterada. O neo-ditador está em maus lençóis.
-Imprensa vermelha apregoa aos quatro ventos que Internacional tem excelente grupo, mas fica chorando desfalques a cada jogo a justificar fracassos vermelhos. Imprensa isenta é isto.
- As pragas que os defensores e procuradores do estado rogaram para a Yeda parece que estão surtindo efeito.
-Suspeito de vasar dossiê pode ficar calado. Bom para a vestal Dilma.
- o Ministério Público já fez a denúncia dos envolvidos no escândalo do DETRAN, para que vai servir o resultado da CPI? Respondo: para torrar a grana do contribuinte.
- Aliás, Assembléia Estadual é tão útil quanto geladeira no Pólo Norte e aquecedor no Senegal.
- Marina Silva sai do Meio Ambiente? Não: sai do Ministério do Meio Ambiente. E, eu fiquei pensando que a notícia era melhor.
- Os aviões da Força Aérea não têm ordens de atirar em aviões de traficantes que invadem nosso espaço aéreo. Se contar em Portugal vão receber como piada.
- Chavez acusa EUA de invasão do seu espaço aéreo. Me lembrei duma história: numa Câmara Municipal do interior do RS, foi decidido declarar guerra aos EUA. A discussão já entrava na madrugada, quando alguém fez uma pergunta indiscreta que terminou com a discussão: - E, se a gente ganhar a guerrra?
-BNDES vai dar 1,6 bi para o Metrô de S.Paulo: finalmente o mesmo tratamento do metrô de Caracas. Quanto ao TRENSURB? Nada!

domingo, 18 de maio de 2008

ENTREGA A DOMICÍLIO

Nos meus tempos de infância no bairro Azenha, tínhamos entregadores, eram os precursores dos deliverys modernos, só que não tinha este nome. Vendiam à porta verdureiro, padeiro, leiteiro e geleiro. Sim, geleiro, naquele tempo não tinha refrigerador. Alguns tinham geladeira, nos tivemos uma. A geladeira era uma caixa com porta grossa, e trinque igual aos refrigeradores de bebidas dos bares, onde se colocava uma barra de gelo para conservar as bebidas e alimentos perecíveis. Derretida a barra, tinha-se que colocar outras.
Existiam outros vendedores: o de casquinha – que era um canudinho de uma casquinha sem graça ( hoje pois, na época eu achava ótima), as vinha sob a forma de cone, e era carregada pelo vendedor num grande cilindro de metal. Ele anunciava o seu produto através de uma matraca. Vocês já ouviram falar de matraca. A vó, por exemplo, dizia; - Este guri (eu) não pára a matraca. A matraca é composta de uma pequena tábua, onde está pregado em duas pontas um pedaço de arame grosso, e ao girar velozmente a matraca este arame bate de um lado e de outro, fazendo um barulhão. A matraca então anunciava o vendedor de casquinha. No tempo medievais, os arautos do rei tocavam matracas.
O afiador de faca, ou amolador de facas, na linguagem culta, anunciava seu serviço através de uma flauta de êmbolo. Há, esta eu peguei vocês! A flauta de êmbolo nada mais é do que um tipo de flauta, onde cada êmbolo tem uma nota definida, parecido com as gaitas de boca, com a diferença que dão sempre a mesma nota. Ao se assoprar em cadeia ela faz uma linda variação de notas, que é a característica do afiador de faca.
Já o vendedor de picolé... Quem se lembra? O sujeito empurrava uma carrocinha que tinha um buraco com uma tampa de onde ele tirava aqueles - para nós – maravilhosos picolés. Eles na verdade, tinham o gosto de suco de saquinho. Os sabores eram sempre os mesmos : framboesa, morango e uva. Ele anunciava os ditos picolés com uma pequena corneta. Que ouvida depois do almoço trazia muita alegria à gurizada do bairro.
Uma diversão da gurizada era se empoleirar na carroça do verdureiro, quando ele se ia em direção à Rua Botafogo, e saltar quando fazia a curva para entrar. Um belo dia eu que era dos miúdos da gang resolvi fazer o mesmo. Não deu outra, aliás, deu um enorme corte na cabeça, cuja cicatriz ainda hoje.
O verdureiro chamava a todo mundo de freguês, em represália nós os fregueses o apelidamos de Freguês. O Freguês era uma figura. Acho que tinha descendência árabe, pois falava atrapalhado.
Existia também um caminhão de leite que distribuía o produto para a população carente, a preços módicos, e que foi logo apelidado de “vaquinha”. Só era vendido na vilas populares, e nós - cara-de-pau - íamos lá na Vila Maria da Conceição comprar o leite na vaquinha.
Já existia por aqui uma que outra moto – que a gente chamada de motociclo, mas ninguém pensou em fazer entrega com elas. (A palavra motociclo é tão antiga que o corretivo do computador sublinhou como errada.... Hahahah... sou antigo mesmo... )

sexta-feira, 16 de maio de 2008

MEU IRMÃO ALFREDO E LINDOS RECUERDOS


Todo mundo tem um tio Alfredo. Pois eu, além de ter um avô Alfredo, um tio Alfredo, tenho dois primos Alfredos, e, principalmente um irmão Alfredo. Nasceu Alfredo, logo virou Alfredinho. De Alfredinho ao apelido que ficou Dinho, foi um tapa.
Pois quando do último aniversário de Gabriela, minha única filha, o meu irmão Alfredo me mandou este pequeno e bom texto com recuerdos dos idos de 1981, vale a pena transcrever:
"Começando com Janeiro quando passaste lá em casa numa segunda feira, estavas indo pra Cidreira, tinhas conseguido uma semana de folga com o Tabelião...., convidou-me, depois de dar vacilada acabei indo. Fusca amarelo, lembra? Chegamos em Cidreira pois já estava lá Lúcia, Noemi, Paulinho e Cristina no outro dia chegava Paulo Figueiró. Tive algumas férias inesquecíveis: Paraná em uma fazenda de amigos, Santa Catarina ( Ibiraquera, Praia do Rosa) e Rio de Janeiro. Mas a alegria daquela semana foi a melhor, a casa era uma chalé verde em frente ao bar do João. Escrevo pra lembrar 81 ano, em que a Gabriela nasceu 4 meses depois daquele dia. Gabriela nasceu em 8 de maio, em uma sexta feira, 5 dias antes o Grêmio fora campeão brasileiro pela primeira vez. Baltazar Maria de Moraes Junior lembra? Cruzada de Paulo Roberto, o guri de Viamão. Estavamos lá em casa sentados vendo o jogo . Pai, eu eo Zé( sentado no banco do fusca que ele retirou pra ver o jogo) (não entendi até hoje ainda).Na cozinha da casa, a mãe e a Lúcia. Zé se falares com a Gabriela manda um abraço. Dinho."
O tal fusca era um fuscão ( Volkswagen 1973 amarelão, com 1.500 cilindradas). Como existia poucos assentos confortáveis na casa de meus pais, ali em Viamão, eu tirei o banco traseiro do fusca, e levei para assistir a final do campeonato brasileiro. O Grêmio tinha ganho a primeira partida em Porto Alegre e disputava naquele dia a segunda partida no Morumbi, quando ganhou de 1x0 com o lindo gol descrito acima.
Quanto aos dias de férias em Cidreira, realmente foram muito bons, pois naquele tempo não se tinha casa na praia, e uma estada de alguns dias num balneário era motivo de muita alegria. Você esqueceu de lembrar - o que é injustificável - do Bug preto do Nelson, com rodas de avião...
Fico agradecido ao Dinho, em especial em nome da Gabriela. Um grande abraço.

BREGA - CAFONA - DÉMODÉ

Existem (e existiram) várias palavras para definir alguma coisa que é fora do contexto, por exemplo: bocomoco, démodé, brega, cafona, out, off, e infinitas outras, dependendo da época.
O que considero fora de moda no vestuário?
Sapato de homem: de salto, branco, verde, azul, bicolor, bico-fino, pespontado, com penduricalhos, de pano, com grandes fivelas ou outros adereços.
Meia: branca com sapato preto, meia bicolor com roupa de verão, meia com liga, meia vermelha, meia colorida com terno, meia furada, uma meia de cada cor, meia cheia de bolinha e meia fedorenta.
Calça: calça larga demais, calça apertada demais, calça com grandes pregas; calça boca de sino, calça em duas ou mais cores, calça sem cós, calça com bolsos escancarados, bolsos traseiros com casas, mas sem os respectivos botões, fecho fechado parcialmente ou totalmente aberto, grande volumes nos bolsos.
Cinto: esporte com terno, cinto branco, cinTo marrom com terno preto ou azul-marinho, cinto gasto ou rasgado, furos improvisados, fivela suja, cinto pequeno demais, cinto grande demais, cinto largo demais, cinto estreito demais.
Cuecas: aparecendo para fora da calça.
Camisetas: camisetas com casaco, camisetas com inscrições no uso social ou no trabalho, camisetas puídas, camisetas amassadas, camisetas curtas, camisetas com inscrições ou desenhos de mau gosto, com frases agressivas ou chulas, tipo física ou regata com roupa comum.
Camisas Pólos: com calça de fazenda comum, com casaco e desabotoadas.
Camisas comuns: desabotoadas até a metade do peito, para fora da calça toda amassada, ou seja, o sujeito colocou para dentro da calça e se arrependeu.
Blazers: com calça esporte que não seja jeans ou sarja, por exemplo, tipo cargo.
Gravatas: multicores com camisa também multicor, que ultrapassa a ponta do cinto, com nós enorme, ou esgoelados, nós enrugados ou frouxos, afrouxada com botão da camisa aberto.
Boné: com roupa social, usado dentro de ambientes fechados, cores diferentes do restante da roupa.
Blusões: com bolinhas, com furos ou fios puxados, curtos demais, compridos demais, multicoloridos, com camiseta por baixo com a cola por cima do blusão, blusão discreto com camiseta espalhafatosa.
Abrigos esportivos: somente para ginástica e caminhada, ou em casa.
Tênis: com roupa comum (exceto jeans)
Pijama: só no quarto.


Os: amanhã, escreverei sobre o que considero fashion.



quarta-feira, 14 de maio de 2008

SEM INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER?

Fiquei alguns dias sem escrever no blog. Não deu outra, recebi de minha irmã Ivone – que perde o amigo, mas não perde a piada - o seguinte e-mail: UM NOVO TEMA PARA ESCREVER NO BLOG......"SEM INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER"!
Ora, o drama de quem escreve diariamente é o mesmo do viajante profissional: viajar é maravilhoso, é a profissão que a maioria sonha, mas, e o dia que você não está com vontade de viajar?
Pois, quem escreve passa pelo mesmo drama: existem dias em que a gente não sente qualquer vontade de escrever.
Eu sou o tipo de pessoa que escreve como fala, daí minha facilidade na escrita. O problema é o assunto.
O cronista escreve os fatos do dia, certamente aqueles que chamam definições ou reflexões do autor. O que escreve é subjetivo, pois externa uma visão pessoal e, quase sempre crítica acerca dos fatos.
A linguagem é a diária, reunindo sentimentos, emoções, alguma ironia e crítica.
As crônicas podem conter comentários, narrativas, um pouco de lirismo e até humor.
Gosto de escrever sobre o que estou lendo.
Certa feita um ex-amigo olhou para os meus livros, que eram um por cento do que são hoje em número, e me disse: já leste todos estes livros. A perquirição era evidentemente maldosa. Não titubeei, respondi de pronto: - Se os tivesse lido todos, já os teria posto fora... Ele mereceu e assimilou a resposta, encerrando o assunto.
Na verdade, não me desfaço dos livros após os ler, mas ele mereceu a resposta.
O sujeito que diz ler todos os clássicos da literatura mundial ou é um tolo ou mentiroso. A maioria das obras são insuportáveis para um leitor atual.
Assim, em muitas dessas obras históricas eu símplesmente passo os olhos, e vou pinçando uma idéia boa daqui, uma outra idéia acolá. E, em cima destes fragmentos de textos brilhantes, pois os autores são ou foram mestres, escrevo, incluindo meus modestos pensamentos. Os clássicos servem mais como pontos de referências, verdadeiras obras de consulta.
Também utilizo a menção às obras clássicas para informar os leitores sobre a existência das mesmas, o assunto de que trata, e quem é o seu autor. Não raro, apresento uma pequena biografia. Uma forma de distribuir conhecimento; uma verdadeira democratização da cultura.
O sujeito que se acultura e não distribuí o que apreendeu é um inútil.
A maioria das pessoas desconhecem as obras tradicionais da literatura mundial, e grande parte não sabe nem como e onde procurá-las. Assim, presto um serviço, fazendo uma espécie de propaganda das obras clássicas ( podemos dizer assim, com algum exagero).
O maior medo de quem escreve é estar na frente da folha vazia, e não conseguir escrever nada. Acho que hoje superei este problema.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

CONDENADO NA MIDIA, ABSOLVIDO NO JURI

JURI POPULAR - ABSOLVIÇÃO
Sei que a maioria dos meus leitores é leiga em matéria de direito, por isso vou tentar ser o mais didático possível com relação a este assunto que tratarei hoje. Os fatos são os seguintes: uma missionária foi assassinada no norte do pais por um pistoleiro, certamente a mando de alguém.O pistoleiro foi preso pela polícia e condenado.Acusou um fazendeiro de ser o mandante. O fazendeiro foi a júri popular, e resultou condenado a 30 anos de prisão. No caso de condenação superior a vinte anos, o acusado tem direito a novo júri, foi o que ocorreu.
No segundo julgamento, o réu fazendeiro foi absolvido. Neste novo júri, o pistoleiro negou ter praticado o homicídio a mando do tal fazendeiro. O resultado do júri foi 5x2.
Seguiram-se violentos protestos no Brasil inteiro, desde os amigos da missionária morta, até o Presidente da República, Lula Lá. A imprensa carregou nas cores dizendo que o Brasil seria desmoralizado internacionalmente pela absolvição.
Hoje, o Presidente do Supremo Tribunal Federal declarou que o fato de uma pessoa ser absolvida em júri popular é plenamente normal, e que em nada afeta à imagem do Brasil. Citou exemplos outros em nível internacional - que em condições semelhantes – não deixaram os respectivos países em má situação.
Findo o histórico, vou à discussão.
O que diferencia o júri popular do juízo comum? A existência do conselho de sentença, o qual composto de sete pessoas, escolhidas na sociedade local, assistem em plenário a apresentação do processo, com suas provas, incluindo testemunhas, a apresentação da acusação pela promotoria pública e a defesa do acusado. Ao final, respondem quesitos formulados pelo juiz que preside a sessão, os quais buscam saber se os jurados entendem tenha havido o crime, seja o réu o culpado da ação, se existe nos fatos alguma excludente de criminalidade, e se o réu éimputável.
Para que haja o crime é necessária a ação ou omissão do réu numa atitude típica, ou seja, prevista no Código Penal como crime, sendo que nos casos de júri popular são os dolosos contra a vida, que podem ser resumidos em homicídio, tentativa de homicídio, auxílio ou induzimento a suicídio, infanticídio e aborto
Também é necessária que não haja causa que, por si só, afaste o caráter criminoso, ou seja, uma causa excludente, em linguagem leiga que desculpe o crime, como por exemplo a legítima defesa, o estado de necessidade e o estrito cumprimento do dever legal. Necessário, também, se torna que o réu seja imputável, ou seja, a lei considera que ele estava ciente da ação que praticou, tinha maioridade, não tinha doença mental que o impedisse de entender o caráter criminoso de sua ação.
Quis a lei que nestes casos de crimes mais graves houvesse o exame pela moral média da sociedade, representada pelo júri, formado pelas pessoas comuns do povo, ou seja, o acusado será julgado por seus pares na sociedade. Ao juiz cabe, em recebendo a respostas aos quesitos (perguntas), prolatar a sentença, e aplicar a pena.
Não querendo cair em tautologia, mas já caindo, (he he) a moral média é que julgara o delito, tendo como alternativa: sociedade severa julgamento forte, sociedade liberal julgamento manso.
Não consigo imaginar que alguém vá a júri, e não possa haver a possibilidade de ser julgado inocente. Ora, a negativa desta possibilidade, através de um julgamento pelo público, em grosso modo constitui mero linchamento, resultando simples e direta vingança social, o que não é admitido pela tradição da nossa ciência penal.
Este tipo de pressão política sobre os julgadores é tão injusta quanto a absolvição de um eventual culpado. Lembrem-se mil vezes mil culpados soltos, do que numa única vez um único inocente condenado.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

ANTONIO CHIMANGO

Hoje pela manhã , estava bolinando meus botões da camisa
e pensando:
- Por que apesar deste governo do Lula Lá, ele
continua com grande índice de aprovação?
Não é que fui tomar um cafezinho com meu colega Dal
Mollin e o empresário da construção civil Raul
Waldman, num sebo que fica defronte ao cartório, onde
vez-em-quando compro alguma obra clássica.
Vinha saindo, e olhando os livros expostos, quando vi um que
eu sempre pretendi comprar: ANTONIO CHIMANGO de Amaro
Juvenal.
Paguei os vinte pilas – um pechincha – e sai, já lendo
alguns versos.
Na folha 61 lá estava a resposta para o dilema Lula Lá,
com a explicação completa, vejam:
141
O povo é como o boi manso,
Quando novilho atropela,
Bufa, pula, e se arrepela,
Escrapeteia e se zanga;
Depois.... vem lamber a canga
E torna-se amigo dela.
141
Home é bicho que se doma
Como qualquer outro bicho;
Tem, às vezes, seu capricho,
Mas, logo larga de mão,
Vendo no cocho a ração,
Faz que não sente o rabicho.
Sábio Juvenal, é exatamente isto, o povo se acostumou
com tudo, e acha normal.
Vamos continuar por muito tempo, até muito além do Lula
Lá, pois todos os políticos passam, até Luiz Inácio
passará, mas em compensação este nosso povinho
continuará como o velho boi manso, tal como dizia em
Antônio Chimango o bom Amaro Juvenal.

GABI, PARABÉNS A VOCÊ!




No dia 08 de maio de 1981, nasceu no Hospital da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, minha filha Gabriela.
A mãe Lúcia, escolheu o nome, e depois me comunicou, o que me deixou muito aborrecido, como tinha escolhido o nome sem que eu participasse da escolha?
Existiam para mim três referências ao nome: a primeira, o anjo Gabriel que teria anunciado à Maria que dela nasceria o filho de Deus, Jesus; a segunda, minha cidade natal, que leva o nome São Gabriel, em homenagem ao Arcanjo Gabriel; e a terceira à novela Gabriela, extraída do livro de Jorge Amado, Gabriela Cravo e Canela, a qual na televisão e no cinema foi vivida por Sônia Braga, fazendo o papel da própria, Armando Bogus fazendo o turco Nacib na telinha e Marcelo Mastroiani na telona.
No dia do nascimento, na primeira hora da tarde, estávamos somente eu e minha sogra já falecida, dona Almira, de pé no corredor do Hospital São Lucas (PUC-RS), esperando o nascimento da Gabriela. Era o segundo dia de apreensão, pois no dia anterior tinha nascido o primo Felipe, filho do Nelson e da Magda, só que no Hospital Ernesto Dornelles, ou seja, somente algumas horas de diferença.
Abrindo-se a porta do Centro Obstétrico, o anestesista veio comunicar que tudo tinha ocorrido bem, e que a mãe e filha estavam bem, para nossa total alegria. Em seguido, pude falar um pouco com Lúcia que seguia para recuperação, e fomos direto para o berçário ver a Gabriela.
Não careceu dizer quem era minha filha no meio dos outros nenês que lá estavam. Não é que ela tinha a carinha de Gabriela, mesma!
A ligação entre o nome e a pessoa era evidente.
Como todo o pai, eu não gostava de chamar a Gabriela por apelidos. Na verdade, não gosto até hoje. Mas ela foi chamada por todos de G(á)bi e pela mãe de G(á)bri, com erre mesmo.
Gabriela foi uma menina muito divertida, e que nos trouxe muitas alegrias.
Em algumas coisas puxou a mãe, na inteligência, por exemplo, se identificou com a mãe, para a sorte dela, em outros aspectos, o pai, entre eles a generosidade, e principalmente o trato com as pessoas.
Quando menina, Gabriela dizia que seria veterinária, certamente influenciada pelo tratamento dado ao nosso saudoso cão poodle chamado Totó, que acompanhou toda a infância e adolescência de minha filha.
Chegando próximo do vestibular Gabriela nos disse que tinha pensado muito e tinha resolvido cursar direito, tal como o tinham feito o pai e a mãe. O pai entre 75 e 79 na UFRGS e a mãe entre 89 e 93 na UNISINOS.
Lúcia não viu a filha se formar, pois faleceu em 2000.
A formatura da Gabriela me trouxe uma imensa alegria, e uma sensação inigualável do dever cumprido.
Nos últimos anos do curso, Gabriela conseguiu um estágio na defensoria pública, via concurso, onde se classificou bem, tendo trabalhado no auxílio dos defensores públicos no Fórum do Partenon, no Alto Petrópolis e no Foro Central da cidade, junto ao Juizado da Infância e Adolescência.
Logo que se formou Gabriela foi trabalhar no escritório junto com Lourdes, e após tendo sido aprovada em Concurso Público de provas e títulos foi nomeada Defensora Pública do Estado do Rio Grande do Sul, inicialmente na comarca de Uruguaiana, e atualmente em Santa Vitória do Palmar. Na comarca de Uruguaiana, fazia o trabalho junto à Segunda Vara Criminal, Infância e Adolescência e Júri. Agora, em SVP faz atuação geral, pois a única defensoria pública da cidade.
Não raro, fico triste de a Gabriela estar longe, mas ao mesmo tempo me dou conta que esta distância a faz crescer, como o fez até agora, cria independência, forma a pessoa.
Entendo que Gabriela tem grandes atributos para fazer uma brilhante carreira na Defensoria Pública, assim como também acredito que poderia tentar outras carreiras de maior prestígio como a magistratura e o Ministério Público, mas na verdade ela é vocacionada para o seu atual trabalho, que é o de atender as populações mais carentes, com o seu trabalho dedicado e principalmente competente.
Quero aqui também agradecer, de público, todo o carinho que a minha filha tem me dedicado, dizendo-lhe que Deus saberá, por certo, retribuir-lhe através de seus próprios filhos, que venham a lhe dar tantas alegrias quanto as que têm me dado.
Em meu nome e de MARIA DE LOURDES desejo à Gabriela toda a felicidade. Parabéns por mais este aniversário. O primeiro longe, mas perto do nosso coração. Um grande beijo. JOSÉ OSNIR

terça-feira, 6 de maio de 2008

A GUILHOTINA

Em 25 de abril de 1792, foi inaugurada na Place de Greve em Paris, França, uma nova máquina de matar. A vítima inauguradora, contra a vontade por óbvio, era um tal de Pelletier. O carrasco, que já tinha ensaiado a novel máquina com uma dúzia de repolhos, soltou a lâmina sobre o pescoço do infeliz. A morte foi instantânea, como não poderia deixar de ser.
Na verdade, o autor da nova máquina era um médico humanitário chamado Joseph Ignace Guilliotin. Buscava ele uma nova maneira de executar rapidamente os condenados. Com a implantação da chamado guilhotina, tornou-se possível fossem deixadas de lado a espada ou o machado, e principalmente a roda, que era um meio torturante de matar o condenado.
Nos métodos tradicionais, o condenado ficava longo tempo em agonia; onde, não raro, o machado não cumpria seu cruel destino no primeiro golpe, o que aumentava o sofrimento da vítima. O Dr. Guillotin buscava que a morte se desse com um único e rápido golpe, objetivo que era atingido pela nova máquina de matar de forma mais decente, segundo ele.
Segundo minha pesquisas, o nome previsto para a máquina era “louison”, mas um jornal denominado ACTES DES APÔTRES, publicou que “cette machine sulicielle devra-t-elle porter la denomination douce... de guillotine!, ou seja esta máquina supliciadora deveria trazer a doce denominação de guilhotina.
O Dr. Guillotin tentou até o fim da vida tirar o seu nome do seu próprio invento, mas não conseguiu e hoje o seu patronímico é sinônimo da mais famosa máquina de matar.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

AS TECLAS DO PIANO

Tenho lido nos jornais as discussões obre as quotas sociais, ou seja, as para negros nas universidades.
Sou contra o estabelecimento de tais quotas, pois elas são discriminatórias, fixando um privilégio a favor de um grupo social, que não pode ser segregado nem negativa, nem positivamente. Se negativamente estará se infringindo normal constitucional pétria; se positivamente está se infringindo a mesma norma supra legal em relação àquelas pessoas que seriam relegadas com o estabelecimento da quota a favor da pessoa negra.
Entendo que os negros poderiam chegar, e devem, em maior número à universidade através de uma educação de qualidade pública e gratuita nos ensinos fundamentais e médios. Em suma, deveriam receber na base meios para chegar à universidade em igualdade de condições, e por seus méritos.
Falando neste assunto, lembrei da linda música de PAUL MAC CARTNEY & STEVE WONDER, de 1982, chamada EBONY AND IVORY (ébano e marfim).
Nesta canção, eles apresentam o ébano e o marfim, ou seja, o preto e o branco, vivendo em harmonia, lado a lado, tal como o teclado do piano.
Por que nós também não podemos?
We all know that people are the same”, ou seja, todo nós sabemos que as pessoas são iguais, onde quer que estejam elas.
O bem e o mal existem em todo o mundo, tanto faz se branco ou preto.
Só aprendemos a viver bem, quando aprendemos a dar um ao outro, o que precisamos para sobreviver juntos.
Juntos e em harmonia, tal como as teclas pretas e brancas do piano.
Quando escrevi em outra crônica sobre a música ( “Tem melodia, harmonia e ritmo? Então é música.”) falei do meu grande amigo Danilo. Não disse que ele era negro. Por que não disse? Ora, não tinha o menor interesse ser ele branco ou preto. Ele tinha muito orgulho disto. Não tinha qualquer preconceito, discriminação ou recalque. Era admirado por todo mundo, como um grande talento profissional e musical, ou seja, era uma pessoa vencedora, a par de todos os preconceitos que existiam e ainda existem. Mas por que ele pode ser considerado um vencedor? Ora, ele se preocupava somente em trabalhar e estudar, sem ficar se queixando da vida, sabia que o seu sucesso dependia somente de seu próprio esforço, o qual foi durante toda a sua vida plenamente reconhecido. Nunca precisou de quota para nada, ou seja, não precisou da proteção do Estado, venceu por seus próprios meios.
Querem outro exemplo: a minha professora Geraldina, cuja história contei em “À MESTRE COM CARINHO”. Também profissional bem sucedida, não ficou se lamentando, pelo contrário foi à luta e se destacou, também não careceu de quota para chegar à universidade, como chegou, e se formou.
O Ministro Barboza do Supremo Tribunal Federal chegaria a ser o magistrado da mais alta Corte somente por ser negro, ou por ter agregado mais o fato de ser um grande jurista?
Quando Alceu Collares foi eleito Governador do Estado, com justiça segundo o meu conceito, alguém se lembrou que estava sendo eleito um negro para governador do Estado com o menor número de pretos da nação? Alguém estava preocupado com isto? É evidente que não, todo mundo pensou no político competente, de bom trânsito e experimentado.
Pelo amor ao bom debate, admitamos as quotas para negros para o ingresso à universidade, por que só eles, por que não os índios, por que não outras etnias que tenham dificuldades no acesso às faculdades?
Outro ponto a ponderar: quem é negro? Somos um pais de mestiço. Nos Estados Unidos eu, que tive uma infância loira, onde era chamado de “alemão”, não seria considerado branco, no máximo seria rotulado de “hispânico”, logo discriminado. Lá se eu tenho um ascendente negro sou negro, embora tenha o cabelo da cor do trigo.
Na verdade, quem é discriminado no Brasil é o pobre, tanto faz se ele é branco ou negro. Assim com as quotas o branco pobre vai ser discriminado duas vezes: por ser pobre e por não ser negro. O negro rico não é discriminado, tendo acesso a qualquer lugar que pretenda ingressar, incluindo a universidade, por que ele teria privilégio para ingressar na universidade?
Outra aberração jurídica é a quota destinada aos estudantes das escolas públicas, e cuja discussão apresentarei em outra crônica.
Em suma, entendo que as quotas para minorias é fator de desagregação social, e discriminação já proibida pela constituição federal.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

BUENOS AIRES

Quando fui a Buenos Aires pela primeira (e única) vez, já conhecia algumas das grandes cidades brasileiras, tais como a capital Brasília, as megalópolis São Paulo e Rio de Janeiro, as grandes cidades Porto Alegre e Curitiba, as médias Florianópolis e Vitória, além da histórica Paris e a metrópole italiana Milão, aqui na América do Sul a uruguaia Montevidéu,
Sempre escutei os argentinos se orgulharem de sua cidade, e declararem que era a melhor cidade de América Latina, que enfim, se tratava de uma grande metrópole, entre as maiores e melhores do mundo.
Não posso dizer que se trata de uma das melhores do mundo, como afirmam os hermanos, mas posso dizer que, das cidades americanas que conheço, Buenos Aires é o que mais se aproxima das cidades européias .
Depois de conhecer Buenos Aires, voltei à Europa, especificamente para conhecer Londres, e, depois disto, mantenho esta minha posição, apesar de voltar fascinado pela grandeza da capital do Reino Unido.
Em suma, os argentinos têm razão, realmente Buenos Aires é muito mais cidade que São Paulo e Rio de Janeiro, apesar da pujança daquela e as belezas naturais desta. Buenos Aires é uma cidade planejada, organizada e equipada.
Seus teatros, museus e bibliotecas superam à distância os nossos. Os equipamentos culturais estão anos luz de distância de nós.
A cidade tem centenas para não dizer milhares de atrativos para serem visitados, incluindo O Teatro Colón, a Praça de San Telmo, a Plaza de Mayo, a Casa Rosada, o Palácio do Congresso, o Cabildo, o Monumento a San Martin, o Obelisco e a Torres dos Ingleses. Os cemitérios, como da Ricoleta que guarda os restos de Evita Perón, a Catedral, a Avenida 9 de julho, as demais grandes avenidas e ruas como Corrientes, 9 de Julho e Santa Fé.
Sobressaem bairros famosos como Ricoletta, San Telmo, La Boca e Palermo. Convém visitar principalmente La Boca, com toda a sua história de bairro boêmio, com suas casas multi-coliridas, com o famoso Caminito, berço do tango mais tradicional. Puerto Madero, todo reformulado, com seus maravilhosos restaurantes.
As ruas onde você pode fazer suas compras, tais como a Calle Florida, onde você pode passar dias entrando e saindo de lojas, de tudo quanto é tipo, e para todos os gostos.
Você pode ir às grandes Galerias Pacifico, onde garimpar nos pequenos comércios locais.
Não pode deixar de visitar as grandes livrarias, pois Buenos Aires sozinha tem mais livraria que o Brasil inteiro.
Fiquei impressionado com a grande livraria denominada ATENEU, um antigo teatro transformado em livraria na Avenida Santa Fé, zona central.
Quanto às visitas aos cemitérios, me chamaram a atenção a exposição que se faz dos caixões, muitos deles muitos antigos, num espetáculo lúgrube e/ou assustador.
Na área da alimentação e bebidas, posso atestar que os carros chefes são: empanadas (pastelões de forno); Parrila ( assados), alfajores e media lunas. Quanto às bebidas um bom vinho local da região de Mendoza, onde nunca chove, e daí resultam sempre bons vinhos.
O que mais gosto é da PARRILADA COMPLETA, formado por um elenco de assados, vindo e um fogareiro de carvão para a mesa. Vêm assado de tira (costelas cortadas bem fininhas), rim, tripas, miolos, lingüiça, salsichão, queijo parillero, morcela salada e doce, e otras cositas mas, que fariam meu médico requerer minha interdição permanente.
Mas atenção, não se exibam, pois uma parrillada dá para duas pessoas, quatro brasileiros, comem, e ainda deixam um pouco no fogareiro.
Duvido que alguém vá a Buenos Aires e resista ir até o numero 348 da Rua Corrientes. E, lá encontrar não uma famosa casa de tangos, mas sim um simples estacionamento.
Finalizando, BUENOS AIRES um lugar muito para conhecer, curtir e voltar.

GONZAGUINHA


Como esquecer o poeta que escreveu:
...
E parado no meio da sala
As perguntam lhe assaltam e ele se revela
Não vai ser tudo mais fácil
Sem ela como eu pensei (bem sei)
Sem aquela, sem trela, sem querelas
Eu não tenho paz
Não é filme, é tato, é vida
E sem a moça, como é que se faz
Vai olhar as paredes do quarto
E sonhar nas histórias que a vida levou
Vai apagar a luz
E chorar
Como nunca
Um homem
De sua vivência chorou.

Trata-se do final da música O COMEÇO, que é uma das letras mais bonitas que já escutei.
Como diria outro poeta: pagou o vexame de morrer tão moço! Nos deixou órfãos do seu imenso talento.
Se você duvida, e não se lembra da obra de Gonzaguinha, veja somente alguns de seus sucessos inesquecíveis:

- COMEÇARIA TUDO OUTRA VEZ
- ESPERE POR MIM, MORENA
- EXPLODE CORAÇÃO
- GRITO DE ALERTA
- INFINITO DESEJO
- O QUE É, O QUE É
- PONTO DE INTERROGAÇÃO
- SANGRANDO

Restrito a um público universitário, teve durante muito tempo o seu imenso talento sonegado ao restante da população. Ligado à esquerda, tinha um público cativo nos shows no âmbito das universidades durante os governos militares, na companhia de Aldir Blanc, Ivan Lins, Cesar Costa Filho e outros.
O grande público somente teve o contato com o seu repertório, podendo curtir suas lindas músicas após o fim do regime militar.
As músicas de minha preferência são as que vieram depois do fim dos governos militares, onde ele adotou uma linha mais lírica, mais romântica, e onde ao meu ver se consagrou.
Algumas das melhores cantoras brasileiras gravaram suas canções, entre elas pela ordem de grandeza (segundo a minha preferência) ELIS, BETÂNIA, SIMONE e JOANA, e teve também outro intérprete a altura que foi FAGNER.
Gonzaguinha não era portador de uma maravilhosa voz, tinha até um timbre diferente, mas era um grande intérprete, o que é muito importante para um cantor.
Nasceu em 22.09.1945, portanto no último dia do signo de Virgem, ou seja quase um Libra, morreu em 29.04.1991, portanto com apenas 45 anos de idade, em acidente de automóvel.
O Brasil é rico em ótimas cantoras e muito pobre em cantores, o passamento de Gonzaguinha contribuiu para esta pobreza.
A obra de Gonzaguinha me provoca sob o ponto de vista emocional, toca em muitas coisas que me são caras, mas na verdade a gente precisa deste tipo de emoção.
Escute Gonzaguinha, e principalmene preste bem atenção ao conteúdo de suas letras inesquecíveis.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O MELHOR AMIGO DO HOMEM

Lourdes mais eu saímos do centro de carro, quando na altura da Rua Demétrio Ribeiro, olhamos para a direita, e vimos dentro de um bar, junto ao balcão, aquele tipo em que o cliente senta num banco alto e redondo, um senhor de aproximadamente 50 anos, com um pequeno cão no colo. NO pescoço, o cachorrinho trazia uma coleira e uma guia.
Logo, a minha imaginação se moveu: o sujeito disse para a mulher que ia passear o cão, e se foi para o bar com o cãozinho e tudo. Lourdes indagou: quem disse que ele não avisou ter ido ao bar?
A verdade é que chamou a atenção o ar descontraído e calmo do animalzinho. Cão e colo são duas realidades que não são muito apaixonadas. Quem gosta de colo é gato, exceto os daqui de casa. Assim, concluí, em seguida, que o cachorrinho estava acostumado, em ter que acompanhar o dono no trago da esquina.
Continuei minha imaginação: será que ele não dá um golinho para o cão, por isto ele fica tão calminho, só esperando o chorinho.
Será que antes de sair de casa o cachorrinho não fica aporrinhando o dono: - cumé é quié não tá na hora do traguinho?
Será que o cão tem alguma preferência de bar?
- Não neste aí não entra, não, eu não posso enxergar as cachorras que passam na calçada, tenha dó seu moço!
- Entra neste, entra neste, aí o dono me dá sempre uma casquinha de salame.
No dia em que o homem não vai ao bar, será que o cãozinho fica uivando para a lua de tão triste?
Ou será que é o homem quem fica numa tristeza de cão?
Doravante, todos os dias temos um encontro marcado na Demétrio Ribeiro, para ver se o homem e seu cãozinho lá estão bebendo o seu trago do dia, e comendo os tira-gosto.

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