terça-feira, 29 de julho de 2008

UM GAUCHE NA VIDA

A história sempre foi contada pelos vencedores. Não existe derrotado contado suas façanhas. A história nada mais é do que o vencedor contando vantagens de seus feitos vitoriosos. Ele foi o mocinho contra os índios malvados. O perdedor quer mesmo é esquecer o assunto. Vira a página, vamos falar de outro assunto, pois este não me interessa.
Quando a gente lê, vê ou escuta as pessoas se comunicando, sempre as autoras do pronunciamento são as mais perfeitas, que procedem, agem, falam e se manifestam com correção.
Em face disso, fico pensando: será que só eu que faço bobagem; somente eu que erro; sou solitário nesta ação de errar? Não vejo ninguém reconhecer seus próprios erros. Trata-se de um novo mundo do perfeito. Se todo mundo somente faz coisas certas, por que a terra não volta a ser um paraíso, diante de tanta santidade? Será que somente a minha ação danosa de errar faz com que o mundo não dê certo?
Por certo, a minha atitude desleixada, irresponsável, imperita, imprudente e negligente está fazendo com que este mundo não entre num estágio de verdadeiro Nirvana. Sou o único responsável por esta última barreira a impedir a felicidade geral da humanidade.
Será que tenho realmente esta importância? Acho que sim, pois até hoje não encontrei ninguém que reconhecesse seus próprios defeitos, suas próprias imperfeições. Somos eu e Fidel Castro duas figuras impares. Ele como último guardião do comunismo utópico, verdadeira peça de museu, a ser preservada. Acho até que Cuba deveria juntamente com o seu Comandante (hoje verdadeira “Coma-andante”) ser tombada pela ONU, como última representante do socialismo marxista-leninista do mundo. Nessa linha, eu também sou merecedor de um reconhecimento mundial: o único e último sujeito errado do mundo.
Qualquer dia ainda encontro, nestes mundões perdidos nesta terra patropi, um outro sujeito “gauche” na vida. Aí então compraremos duas violas de doze cordas (ou dez). E, sairemos a cantar a vantagem de ser uma pessoa anormal, dentro de um mundo perfeito.

Nota: a expressão "gauche na vida " é criação do poeta Drummond de Andrade.

domingo, 27 de julho de 2008

TÁ CHEGANDO A HORA DE CANTAR “CIELITO LINDO”

Na Internet, acontecem muitas atribuições de obras, crônicas, poesias e textos em geral a pessoas erradas. Assim, volta-e-meia surgem textos atribuídos a Luis Fernando Veríssimo, e principalmente a Arnaldo Jabour. Nesta linha, tudo que é puxa-saquismo de Lula ou história engraçada é atribuída a LFV, e tudo que é texto sarrafeando o Lula Lá é imputado ao AJ.
Também lendo uma mensagem de Orkut, naquelas frestadas que tudo mundo dá (e jura que não dá), vi um pensamento que normalmente é atribuído ao poeta Vinícius de Moraes, pois ele realmente, em numa de suas poesias faz referência a ela, mas tem origem na poesia de Augusto dos Anjos.
Eu não conheço toda a obra de Charles Baudelaire (poeta francês do século XIX), mas Augusto dos Anjos tem muita coisa que tirou da obra dele. Assim, não seria surpresa que encontrássemos alguma referência a esta citação na poesia francesa.
O plágio pode ser consciente ou inconsciente. É consciente quando tenho a vontade de copiar e copio; já o inconsciente eu vejo ou escuto determinada obra, incorporo ao meu subconsciente, e depois imagino que tenha sido obra de minha imaginação e apresento a página como minha.
Veja bem: as duas formas são puníveis pois constituem ilícitos autorais. É claro que a segunda – onde a prova é bastante difícil – poderá ser amenizada.
Conta o anedotário da imprensa que um famoso narrador de televisão vendo a torcida mexicana cantar:
“Ay, ay, ay, ay, canta y no llores,
Porque cantando se alegran,
Cielito Lindo, los corazones.
Ay, ay, ay, ay, canta y no llores,
Porque cantando se alegran,
Cielito Lindo, los corazones.”
(CIELITO LINDO)
-Olha ai, os mexicanos estão cantando a versão deles do TÁ CHEGANDO A HORA.
Maravilha: a ignorância é um bem nacional a ser preservado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

NÃO CONFUNDA

Mandado = Ordem judicial.
Mandato = Contrato estabelecido através de uma procuração.

Handicap - Não é vantagem e sim desvantagem.

Ir ao encontro = concordar
Ir de encontro = chocar-se

Para mim, ler é uma diversão.
É um problema para eu resolver.

Ruço é cor.
Russo é nacionalidade.

Taxar é estipular
Tachar é qualificar negativamente.

Tampouco é o mesmo que também não.
Tão pouco é o mesmo que muito pouco.

Viagem é a jornada
Viajem é o verbo flexionado

Retificar – consertar ou arrumar
Ratificar – concordar

Representar – estar no lugar de alguém
Presentar - se apresentar pessoalmente

Registro = registo

Fórum - é o prédio
Foro é a jurisdição

quarta-feira, 23 de julho de 2008

TEMPO DE FORMATURA

Hoje recebi o convite de formatura de minha irmã Ivanir na PUC/RS, que será realizada no próximo dia 02.07, fato que muito me orgulha, pois se trata de uma vitória pessoal, individual e, sobretudo, determinada. A par de todas as adversidades, ela está conseguindo se graduar numa das maiores e melhores universidades do Estado, o que lhe garantirá certamente grande proveito.
O fato me fez lembrar a minha formatura em 1979, na centenária Faculdade de Direito da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul. A cerimônia, tal como eram todas as da época, se revestiu de grande solenidade.
A UFRGS tinha um departamento denominado de Cerimonial, o qual mantinha as formaturas dentro de um padrão de comportamento, onde não se via qualquer quebra de protocolo.
Nós mesmos, os formandos, não queríamos qualquer tipo de atitude pouco ortodoxa, haja vista que levávamos muito a sério a cerimônia de colação de grau.
Nos últimos tempos, tenho assistido de tudo nas formaturas, incluindo fundo musical, discurso individual, charanga, bandinha, corneta, apupos, faixas, gritos de ordem (ou de desordem).
Alguns comportamentos até extrapolam da sanidade mental. Já vi aluno ao ser chamado, se dirigir ao centro do palco, e começar a dançar um pagode ou samba, sei lá o que era aquilo. Já vi centenas de formandos chegarem ao microfone e largarem ganidos, gritos ou verdadeiros uivos.
Fico me perguntando, quem usaria o serviço de um médico que na sua formatura saiu dançando um samba, chegou ao microfone e deu dois latidos, e gritou: - valeu coroa?
A formatura virou um show, não é feita mais para o formando e seus convidados e sim para as câmeras de televisão. Não raro, a platéia de convidados e familiares não assistem o discurso inicial do reitor e sim enxergam tão-somente as bundas dos cinegrafistas e fotógrafos, os quais se acotovelam na frente da mesa diretora dos trabalhos.
Tem telão, onde passa a vida do formando, fotografia do pai e da mãe, do tio e da avó. A gente assiste filmes das festas preparatórias das formaturas, ensaios e cenas do cotidiano da faculdade.
Outro tipo de problema, o qual - graças a Deus – está sumindo onde o orador desancava em cima da faculdade que acabava de concluir. Dizia que a Universidade era uma porcaria, que a faculdade era fraca, que os professores eram incompetentes, e por aí a fora. Eu até já tinha ensaiado: na próxima vez que acontecesse isso em formatura, na qual eu estivesse presente, eu me levantaria e diria: - Muito obrigado, senhor formando, estou prevenido e de forma alguma irei usar os seus serviços profissionais, já que o senhor foi preparado de forma tão incompetente.
Por outro lado, outro dia na UFRGS, um dos alunos em seu discurso, disse que estava ali para agradecer o contribuinte brasileiro que tinha possibilitado o seu estudo numa universidade pública gratuita e de qualidade. Confesso que me escapou uma lágrima. Ali estava exatamente a figura do formando consciente de seu papel na sociedade. Aquela pessoa, com a sua pequena observação, demonstrou um enorme conhecimento da realidade do país, e certamente levará por toda a vida este tipo de comportamento, de que tanto o Brasil necessita. Pessoas que, como preconizava JFK - o Presidente Americano morto em 1963- têm que perguntar não o que o pais pode fazer por elas, mas o que elas pode fazer pelo país. Este formando reconheceu o que o seu país fizera por ele, e certamente durante a sua vida profissional retribuirá o que recebeu do contribuinte brasileiro. Este exemplo se repetiu algumas vezes, mas é uma honrosa exceção, ainda, infelizmente.
Já conversei com alguns dos festeiros sobre o assunto. Afinal queria saber a opinião deles sobre o assunto. Eles alegam, resumindo, que se trata de uma ocasião festiva, e que não existe motivo algum para frear toda a energia resultante do estado de euforia a que estão submetidos.
Tudo bem, só que se estão com o intuito de anarquizar a sua própria formatura, devem escolher um tipo de solenidade menos formal. Por que a toga e barrete? Querem-se na informalidade, nada mais estranho do que este tipo de veste talar. Quer uma coisa mais ridícula que um sujeito de toga pulando feito um macaco no meio do palco em direção à mesa do cerimonial, e a platéia batendo palma e gritando?
Desculpem-me os moderninos, mas eu sou um ser conservador, gosto de ir a uma formatura, onde todos estão com suas togas e barretes, recebem os seus canudos. Onde cada orador faz o seu discurso bem elaborado, com introdução, desenvolvimento e conclusão, tal como uma bela redação. Não fui orador de minha turma, mas já escrevi discursos de formatura a pedido de outros, onde fiz exatamente um histórico da vida acadêmica, elogiando a universidade, alguma coisa de política nacional, agradecimentos de praxe aos afetos, amigos e sociedade.
Quando penso em minha formatura, penso com orgulho, a imagem que me vem na lembrança é a de nós lá sentados, uniformizados, sendo chamados um-a-um, recebendo os diplomas; a platéia batendo palma para cada formando de forma civilizada. Será que é feio fazer assim? Será que a formatura fica deslustrada. Será que diminui o grau de felicidade do formando?
Lá na sua festa particular, se o formando entender de fazer um strip-tease, que o faça junto aos seus, os quais já lhe conhecem, e saberão entender o seu comportamento, sem surpresas. Não carece eu tenha que aturar um maluquete somente por que ele está ser formando junto com o meu amigo ou afeto.
A formatura é um dos acontecimentos mais importantes e bonitas da vida da pessoa, qual o motivo de torná-lo uma verdadeira algaraviada?
Vamos às formaturas com este espírito de solenidade, lugar onde a formalidade é chave de todo o processo, onde cada vestimenta, cada gesto, cada pessoa têm o seu significado próprio.
Lembrem do tema positivista de nossa bandeira, a ordem como princípio o progresso como fim.

terça-feira, 22 de julho de 2008

FUTEBOL SOLITÁRIO

No sábado, fui ao futebol sozinho, o que não fazia há muito tempo. Nos últimos anos, tenho as sempre agradáveis companhias de Vitório, seu filho Guilherme e seu irmão Márcio, todos gremistões da gema e com pedigree de imortal tricolor.
Nâo lembrava mais quão chato é ir ao futebol sozinho. Existem muitas coisas na vida que não dá para fazer sozinho, e uma delas certamente é ir ao futebol.
Se você for ao cinema e ficar comentando com o vizinho de cadeira sobre o filme vai atrapalhar os demais expectadores, os quais provavelmente lhe dirigirão psius.
Se você for a um teatro, o mesmo ocorrerá.
Idem no circo.
No futebol, é o contrário, pois você poderá falar, resmungar, xingar, gesticular com o seu vizinho de cadeira que ninguém vai ligar a mínima.
Como não comentar a ruindade do seu centro-avante, falar mal da mãe do juiz ladrão, botar a boca no gandula (antigo marrecão) que fica atrasando a bola?
Como não se virar para o companheiro e comparar o atual ala do seu time com o do tempo do Ortunho e Everaldo?
O que me salvou foi um aparelho celular, destes que vêm com estação de rádio efeême, pois agora elas estão transmitindo os jogos de futebol. Pude então acompanhar pelo receptor portátil embutido no telefone, podendo saber os nomes dos nossos jogadores e dos adversários.
O mais chato é na hora do gol, pois se o gol for de seu time você fará comentários alegres, elogiará o artilheiro, o convocará para a próxima seleção nacional. Se o gol for contra, você vai se virar para o seu acompanhante e despejar as baterias contra o seu zagueiro boca-aberta que deixou o avante adversário invadir a área sem dar-lhe uma botinada, ou caluniar o goleiro com adjetivos tais como frangueiro, venal, moscão ou ceguinho. Sem ninguém ao lado para comentar, você vai engolir em seco os seus comentários.
Na hora de ir embora, com quem você fará a resenha do jogo; com quem comentará os lances mais importantes do match.
Realmente não dá: prefero ficar em casa a ir ao jogo sozinho.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

NOVAS DICAS DE PORTUGUÊS

1)Não use crase antes de palavra masculina.
2)Não use crase antes de verbo.
3)Vendem-se casas.
4)Alugam-se apartamentos.
5)Evite os cacófatos: eu vi a marca dela.
6)Não repita a mesma palavra na frase, utilize sinônimos.
7)Não abuse do uso do “que”.
8)Use onamatopéias somente em casos extremos: tique-taque, zum-zum...
9)Procure escrever sempre na primeira pessoa, salvo em correspondência comercial ou jurídica.
10)A palavra correta é usucapião e não usocapião ou usu-capião.
11)Lembre-se não existe um mil, e sim mil, utilize um mil ( ou os detestáveis hum mil) em cheques somente por questão de segurança, em outros documentos use mil.
12)Em nomes próprios não misture as línguas: use New York ou Nova Iorque, jamais New Iorque ou Nova York.
13)Seja coerente: Londres no lugar de London, Munique no lugar de München, Nova Iorque no lugar de New York, e Pequim no lugar de Beijin. Se você chama Geneve de Genebra, Veneze de Veneza, Moscovo de Moscou, por que chamar Beijin de Beijin, se há trocentos anos a gente chama de Pequim?
14)Se alguém lhe falar que mora em casa “germinada” recomende os serviços da Jimo cupim ou do engenheiro agrônomo, pois na verdade ele se refere as casas geminadas.
15)Abreviaturas corretas de horário: 1h30min34s; 2h30min; 5h.
16)Evite palavras fora de moda, tais como: adentrar, aduzir, afazeres, alavancar, avacalhar, bólide, causídico, contrafluxo, edil, ente querido, entrementes, erário, jaez, leque de alternativas, morfético, necrópole, meliante, sodalício tríduo de Momo, soldado do fogo e praça de guerra.
17)Só quem pode usar “menas” é político apedeuta.

domingo, 20 de julho de 2008

ENFIM: A SOLUÇÃO, ALELUIA!

Cachorro comedor de ovelha só matando.
Quem não pode com o pote nem pega na rodilha.
São sábios e antigos ditados, sendo o primeiro aqui do sul, e o segundo do norte.
No primeiro, dá a entender que o cachorro que resolve matar uma ovelha para comer jamais perde o hábito, ou seja não tem solução pois continuará a prática, mesmo que advertido ou castigado. Assim sendo, ou você mata o cusco, ou quem sabe manda ele embora. Bem aí ele provavelmente vai matar as ovelhas dos outros.
No segundo, cabe explicar, adrede, o que é rodilha, pois penso que pote todo mundo sabe de que se trata. Pois, rodilha é um trapo enrolado na cabeça, onde se assenta o pote para carregá-lo em longas distâncias. Na verdade, quer dizer que se você não pode carregar o pote para que pegar rodilha? Em suma, não perde o teu tempo.
O que eles têm em comum É fácil: não se desperdiça tempo com o que não tem solução.
Outro ditado muito usado, também com o mesmo sentido é não gastar pólvora em ximango. (Também se pode escrever chimango, pois com esta grafia se usava por aqui para identificar uma linha ideológica). Ximango é uma ave de rapina, muito comum na Argentina, cuja caça é totalmente inútil, pois a carne não serve para nada. Daí gastar pólvora em Ximango significa dar tiro em animal, cuja caça você não terá proveito algum.
Meu colega Dal Mollin costuma dizer um outro ditado que é muito sábio também: o que não tem solução, solucionado está. Ora, você está diante de um problema que não tem solução, está solucionado: não faça nada.
Por que eu lembrei disso agora? Lembrei porque tenho alguns impasses me incomodando há algum tempo, e que cheguei à conclusão que não tem solução. O que faço então?
Ora, se cachorro comedor de ovelha só matando; se não estou a fim de carregar o pote, e não tenho pólvora para jogar fora em ximango, não vou fazer rigorosamente nada, pois solucionado está.

PIAF OU DERCY-LIÇÕES TORTAS DE VIDA

Há muitos anos ouvia falar de uma peça de Bibi Ferreira chamada Piaf. Quem não sabe quem é Bibi Ferreira, fique sabendo que, ao contrário do que os globais dizem é a maior dama do teatro nacional, superando a preferida deles a também impagável Fernando Montenegro. É filha do falecido e legendário ator e diretor de teatro Procópio Ferreira, teve uma passagem muito curta pela telinha, pelo que hoje não é muito conhecida do povo em geral.
O tema da sua peça - que nunca assisti – nunca me atraiu, pois pensava não ter nada de interessante na vida de uma atriz francesa. Pois neste último sábado assisti em DVD o filme PIAF-UM HINO AO AMOR, com a maravilhosa Marion Cotilard no papel de Edith Piaf. Gizo a obviedade de que a interpretação de Cotilard mereceu o prêmio da Academy Awards, mais conhecido como Oscar como melhor atriz. Acho que jamais os membros da academia tiveram um trabalho tão fácil para apontá-la como ganhadora do prêmio.
A gente sente que a interpretação de algum artista é maravilhosa quando ela supera até a figura principal ou verdadeira. Isso já aconteceu muitas vezes. Um exemplo claro é a interpretação de A Rainha de Helen Mirren, onde a artista estava melhor que a própria Elizabeth II em seu próprio papel.
A história de Piaf é uma tragédia só. O sofrimento acompanhou a personagem desde o seu nascimento à sua morte. A decadência física que marcou o fim de Edith foi narrada magistralmente por Cotilard, numa interpretação comovente e histórica.
Ver o filme Piaf, com todo o seu drama, no exato dia em que tive notícia de morte de Dercy Gonçalves, me trouxe a lume várias reflexões. Quem foi na verdade Dercy Gonçalves? Além de sua longa vida, distribuída em 101 anos, o que fez a veterana atriz para marcar sua presença no cenário artístico brasileiro?
Ela na verdade foi uma artista comum, sem qualquer lustro maior, salientando-se, entretanto, por sua completa irreverência e despudor, numa época em que qualquer deslize verbal era punido.
Dercy era uma desbocada, pois dizia palavrão onde bem entendia, na hora que lhe aprouvesse. Entrevistar Dercy era um desafio ao jornalista, pois poderia ser surpreendido a qualquer momento com uma palavra chula a lhe embaraçar a entrevista.
Sabendo disto, muita gente dela se aproveitava, num desfile de mau gosto, a colocar a idosa senhora em papéis ridículos, tais como desfilar com os seios à mostra aos 90 anos de idade em carro alegórico no Sambódromo carioca.
Mário Quintana – o poeta – costuma dizer, já no final de seu longo andar, que a vantagem de ter mais de 80 anos era que podia dizer as maiores besteiras que todo mundo achava bonito. Pois Dercy sofria deste mal, não se dava conta do papel ridículo que lhe faziam passar.
Edith Piaf no final de sua carreira e vida, também não se dava conta do seu triste papel, já que não tinha mais condições de se apresentar em público. O artista tem que saber quando parar. É melhor que o seu público fique com a sua imagem de vencedor, a ter reter em suas retinas a imagem do ídolo decadente, tal como até hoje ainda carregamos a imagem triste de Mané Garrincha.
Nesta linha andaram Piaf e Dercy. Que pena!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

ILUMINANDO O DIVINO MISTÉRIO PROFUNDO

Diz lá Gonzaguinha que há quem fale que a vida é um divino mistério profundo, ou o sopro do criador, este numa atitude repleta de amor. Gonzaga Jr Acreditava na vida como obra de Deus, numa mania de grandeza infinita, num mundão só de amor.
Para Gibran nossa vida é uma casa solitária, separada dos lares de outros. É um mundinho impenetrável, onde o olhar bisbilhoteiro do vizinho não alcança.
Se nossa habitação mergulhasse em negras trevas, os luzeiros vizinhos não a iluminariam. Se a despensa estivesse vazia, os vizinhos não poderiam nos socorrer com seus estoques de alimentos.
Entendia KGK que o nosso espírito é único, daí cercado de solidão e abandono, onde o EU sou eu e onde o TU é tu.
Aqui, nenhuma esquivança às idéias de um ou de outro, não acho que a vida seja um mistério profundo, pois é simples, nós é que a complicamos. Vida nada mais é do que o miolo de um sanduíche, onde o pão de baixo é o nascimento, e o de cima é morte. Cabe a nós aproveitar o seu conteúdo. Ele pode ser saboroso, mas também pode ser bem amargo. Tudo dependerá do tempero que colocarmos em nosso sandubão.
Tem gente que insiste em colocar ingredientes que normalmente não vão em sanduíche. Outros há que resolvem não acrescentar nada ao lanche. E, tem uma turminha danada que resolve colocar um espeto corrido dentro do sanduíche.
Gibran atribui à vida um caráter por demais individualista. Não estou com o Mestre nesta empreitada, entendo que o homem é essencialmente gregário. Eu odeio a solidão. A vida sem troca é oca, e, portanto, inútil.
Se a nossa maloca está no escuro, por que o vizinho não nos pode alcançar uma velinha para nos dar um pouco de luz? Se ele está no escuro por que não podemos levar-lhe a nossa lanterna? O segredo está no revezamento: uma vez um, outra vez outro a levar a luz, de tal sorte que ambas as casas estejam sempre iluminadas, não importando donde venha a fonte da claridade.
Então, ao primeiro contesto dizendo que a ordem é simplificar, e ao segundo que não há felicidade na solidão, e que a luz tem sua função social.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

DICAS DO PORTUGUÊS

Não diga “à nível de” use “em nível de” ou “no nível de”.
Afim junto é sinônimo de semelhante.
O verbo agir não tem jota.
As palavras terminadas em “aje” sempre são com jota. Escreva laje e não lage.
Quando digo estou a par, quero dizer estou ciente.
Não diga “asterístico” e sim asterisco.
Bixo com “x” só no vestibular.
Não vá ao “cabeleireiro” e sim ao cabelereiro.
As notas de “cincoenta” são falsas só receba notas com a inscrição CINQÜENTA.
O cardeal Vicente, depois de ouvir o seu cardeal cantar, teve problemas na valva cardial.
Primeiro vou à sessão de cinema, depois volto para a minha seção na Assembléia, onde espero o meu tio para assinar a cessão dos direitos hereditários de minha avó.
Não deixe o “eletrecista” cuidar de sua instalação elétrica, convoque um eletricista.
Sua Eminência esteve na iminência de sofrer um atentado.
Ovos “estalados” são ovos barulhentos, prefira ovos estrelados.
O certo é espontâneo e não expontâneo ou espontânio.
Diga espontaneidade e não “espontaniedade”.
Exceção é com “ç” e excesso é com “ss”.
Fragrante é perfumado; flagrante é o indivíduo que foi surpreendido.
Diga interim e não “ínterim”.
Mau é adjetivo, mal é advérbio. Mau caráter. Mal-educado.
Por que separado e sem acento você utiliza em duas hipóteses: a) quando pode ser substituído por pelo qual ou pela qual; b) nas frases interrogativas.
Por quê separado e com acento se utilizado quando o por que encostar-se ao fim da frase.
Por que junto e com acento quando for substantivo.
Nos outros casos, utilize PORQUE.
Não seja “provalecido” e sim “prevalecido”.
Os santos que começam vogal são SANTOS; os que começam com consoante são SÃO. Exceções: SANTO TIRSO e SANTO CRISTO. Santo Tomé só em espanhol.
Tão pouco dá idéia de quantidade; enquanto tampouco significa também não.
Tráfego é o trânsito, enquanto tráfico é o comércio de drogas.
O verbo viajar é com jota, enquanto o substantivo viagem é com ge.
Ele tem. Eles têm.
Ele detém. Eles detêm.
Item não tem acento. Ítens têm. Cáqui é cor, caqui é fruta.
Fechar é fechado.
Não aponha "rúbrica", utilize tão-somente a sua rubrica.
Gal. é abreviatura de galeria, abreviatura de General é Gen.
Antes de verbo use EU, nos demais casos MIM.
Faz dez anos que nos conhecemos.
Haja vista suas notas.
Houve problemas com os jogadores. Somente utilize haver no plural no sentido de adquirir. Eles houveram o imóvel por preço baixo.
Nosso time ficou mais bem preparado, e não ficou melhor preparado.
Meio dia e meia, ou seja meio dia e mais meia hora.
Eu moro na Rua Engenheiro Tito Marques Fernandes, e não à Rua...

Maioria das dicas baseadas na obra TODO MUNDO TEM DÚVIDA, INCLUSIVE VOCÊ, do querido Prof. ÉDISON DE OLIVEIRA – o falecido “MESTREZÃO”.

terça-feira, 15 de julho de 2008

OS EUS MORTOS


“Uma vez, enquanto eu estava sepultando um dos meus Eus mortos, o coveiro passou por mim e disse: - e todos os que vêm aqui para sepultar, és o único que amo. Respondi: - Alegras-me imensamente com tuas palavras. Mas dize-me, por favor, por que me amas? Respondeu: - Porque eles chegam chorando e partem chorando, e tu chegas rindo e partes rindo.
O texto foi extraído de O LOUCO de Gibran Khalil Gibran, em edição da Associação Cultural Internacional Gibran, em tradução de Mansour Challita.
Quem foi adolescente nos anos 60, e não leu Gibran? Aliás sei, deve ser a mesma turma que vê Big Brother e que adora Rap. A verdade que a gente devorava Gibran e Hesse. Lá se iam O Lobo da Estepe, O Precursor, Demian e Sidarta a embalar nossos sonhos de inocente juventude.
Voltando ao texto de Gibran, quantos Eus mortos já sepultei? Inúmeros... Volta e meia lá vai mais um... A maioria eu não quero que vá, mas eles vão. Não dependem de minha vontade, eles se descolam de minha personalidade, e se perdem por este mundão de Deus. Outros, eu os ponho para fora, como quem espanta um traidor, pois não gozam mais de minha confiança. Estão ali no meu ser, sem ser, constituem excesso de lotação. Nem bilhetes compraram: são clandestinos, escondidos no porão de minha mente. Os quero longe de mim.
Sou Eu dos que chegam rindo, ou do que chegam chorando? Todo mundo diz que chego rindo, mas – às vezes – acho que chego chorando. Quanto a partir, tenho certeza que parto sorrindo. Não levo mágoas. Arrependo-me mais do que não fiz; do que fiz.
Por outro lado, prefiro meus Eus vivos. Até que Eles são interessantes. Os Eus viventes me mantêm ocupado o tempo todo. Mais me divertem, do que me fazem triste.
Não raro, numa ou outra esquina encontro ainda um dos meus Eus que, mesmo vivos, andam por aí como verdadeiros teatinos soqueteando sombras. Estes não têm solução.
(A foto é de Gibran Khalil Gibran)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

PERDE O AMIGO, MAS NÃO PERDE A PIADA

Herdamos dos nossos ancestrais portugueses o gosto por uma boa anedota, a nossa atual piada. Eu gosto muito de ouvir uma história engraçada, mas principalmente me apraz contá-la.
Sei centenas delas. Certa feita, até fiz uma coleção das piadas de salão que foi distribuída pelo pessoal de O Pasquim. Para variar emprestei, e, por óbvio não tive a devolução esperada.
Nesta linha do emprestado, que não volta, o meu pai - o Zezé – conta que um certo carpinteiro (marceneiro de obra) tinha um serrote que apelidou de Vai-e-Vem.
Um belo um guri vizinho bateu na sua casa e disse:
- Papai mandou pedir o Vai-e-Vem emprestado.
Disse o marceneiro em tom grave:
- Vai-e-vem não vai. Se Vai-e-Vem fosse e viesse, Vai-e-Vem ia, mas como Vai-e-Vem vai e não vem, Vai-e-Vem não vai!
Os ingleses têm um gosto estranho para piadas. Certas anedotas inglesas são lidas por nós mais como curiosidades do que sátiras.
Contam os britânicos uma piada que seria a melhor do mundo. Realmente é boa, mas para melhor acho difícil.
Sherlock Holmes, o celebre personagem do Sir Arthur Conam Doyle, fora acompanhado do seu inseparável secretário Watson, fazer um acampamento, pois dita campanha fazia parte de uma investigação.
Lá pelas três da madrugada, Holmes acorda e diz para Watson:
- Watson, diante deste céu estrelado, o que você deduz?
Watson suspira fundo, busca no mais profundo seu cérebro uma inspiração e lasca:
- Ora, Sr. Holmes, vejo diante da grandeza deste firmamento, o quanto nós, os homens, somos pequenos diante da grandeza do universo, pequenas criaturas de Deus que somos, confrontados com o fruto da criação...
Sherlock Holmes interrompe a linda explanação de Watson:
- Watson, você é um idiota, deduzo QUE ROUBARAM NOSSA BARRACA!
Outro dia me contaram uma ótima.
A professorinha tentando fazer uma experiência com seus jovens alunos diz:
-Classe, hoje quero ver se vocês estão preparados para um assunto muito sério: o sexo!
- Hooooooooooooooooo.......... diz a aula.
Continua a mestra:
-Cada um de vocês deverá contar uma pequena história que contenha sexo.
Um por um todos contaram singelas histórias, com pequenas nuanças infantis de sexo.
Até que chegou – e não poderia ser diferente – a vez do Joãozinho (ele não poderia faltar).
- Well ( bem ) disse, Joãozinho...
Johnny entrou na Villa no meio Oeste americano, montado no seu cavalo.
Toc, toc, toc, um cachorrinho se atravessou na frente do cavalo de Johnny.
Johnny sacou o seu revólver, e pam pam pam: três tiros no cão, o qual caiu fulminado no meio da rua empoeirada.
Johnny não gostava de cachorros.
Johnny continua até o saloom. Apeou do cavalo, amarra o animal junto ao bebedouro, e vem um guri pedindo para cuidar do cavalo.
Johnny saca o revólver e mata o guri com dois tiros: pam, pam...
Johnny não gostava de menino pedinchão.
Johnny dá uma joelhada na porta de vai-e-vem, e adentra ao saloom...
Sentados, à esquerda estavam Teddy, Charles e Kid Coceira, os quais saúdam alegremente a Johnny:
- Bom dia, Johnny!
Johnny saca seus dois Colt .45 e pam, pam e pam... Mata os três.
Johnny não gostava de puxa-sacos.
Johnny continua em direção ao balcão. Nesta altura o Barman já estava tremendo.
- O que vai ser Johnny?
- Whisky puro, responde o Bad Boy.
O rapaz serve apressadamente o destilado para Johnny.
Johnny pega o copo e num gole toma todo o conteúdo do copo.
Finalizada a bebida, Johnny saca o revólver e pimba dá um tiro direto no peito do Barman.
Johnny não gostava de whisky quente.
Nesta altura, a professorinha interrompe o Joãozinho:
- Joãozinho, mas onde tem sexo nesta sua história?
Joãozinho não teve dúvida:
JOHNNY ERA FODA!

terça-feira, 8 de julho de 2008

ONDE ESTÁ MINHA GRAVATA?

Hoje, recebi de minha amiga Margaret uma mensagem, cujo
assunto muito me interessou, e respondi dizendo que
escreveria sobre o tema, o que pretende cumprir por aqui.
Antes disso, quero dizer quem é Margaret. Pois ela além
de ser uma pessoa muito inteligente, e despachada, é
viúva do meu amigo Gilberto Abreu, a quem homenageio
dizendo que não consigo lembrar de outra imagem dele que
não seja portadora de um largo sorriso. Gilberto era
assim, sempre brincando; sempre uma piada; sempre uma tirada
de bom humor.
Outro dia, o filho deles, o Júnior, antes de ir de muda
para a Austrália, passou no meu trabalho para fazer uma
procuração, e eu o olhei e vi nele o mesmo sorriso do
pai. Gilberto conseguiu realizar a transcendência que
todos sonhamos, e justamente pelo lado mais belo: o sorriso,
a alegria estampada num sorriso tímido, mas sincero.
Margaret trouxe reflexões sobre a percepção dos
valores intrínsecos.
Contava a história de Joshua Bell, um violinista famoso
que se prontificou a tocar num Stradivarius de 1713, um dos
instrumentos mais famosos e raros do mundo (avaliado em 3
milhões de dólares), dentro de um metrô, vestindo
roupas simples, bem na hora do rush.
Ninguém ligou a mínima para aquele maluco tocando
violino num metrô. Ignoraram aquele artista que alguns
dias antes lotara teatro em Boston, com ingressos a centenas
de dólares.
Estava ele ali tocando de graça, numa iniciativa do jornal
americano The Washington Post. Ali estava uma obra prima, um
desenho maravilhoso, mas sem moldura, o qual não despertou
nem a curiosidade das pessoas.
Faltou a etiqueta; faltou a grife. A aparência superando
o conteúdo.
Eu sou uma pessoa que se traja informalmente a maior parte
do tempo, e sofro alguma discriminação por causa disso.
As pessoas esperam que um bacharel se vista com elegância,
que envergue um traje completo, principalmente enfeitado com
uma linda gravata.
Não interessa se estou vestindo uma camisa comprada em
Paris, Milão ou Londres, que seja mais cara que um
terninho comprado ali na Aduana, por duzentos pilas.
Interessa que não estou de paletó. Não estou vestindo
a roupa que as pessoas esperam que eu esteja usando.
Em sendo assim, no meu próprio trabalho pessoas que tem o
mesmo curso superior que eu são chamadas de Doutor fulano
e eu de “seu” Osnir.
Embora eu seja fonte de consulta para magistrados,
promotores, professores de direito, comentarista jurídicos
de rádio e televisão, colegas de tabelionatos e de
registro imobiliário, além das partes leigas ou não,
ou seja, tenha um certo prestígio intelectual e de
conhecimento, certamente mais por “viejo” do que por
“diablo”, este lustro se perde internamente pela minha
modéstia ao vestir.
Isso fica muito saliente quando, por força de algum
compromisso, onde eu tenha que comparecer de roupa completa,
eu sofra de observações do tipo: - Onde vai tão
arrumado? - Vai fazer exame? - Onde é o casamento?
As pessoas dão muito prestígio à roupa. Quando preciso
conseguir alguma coisa numa repartição ou banco, faço
um sacrifício e ponho um traje preto ou azul-marinho, uma
gravata vermelha ou azul, um sapatão de bico. Sempre sou
atendido com muita educação, e , principalmente ouvido
com muita atenção. Quando estou falando com um
subalterno, noto que o chefe da repartição me fica
namorando de longe, como a dizer quem será este gajo?
Vale para qualquer lugar. Outro dia, eu e Lourdes fomos
comprar um carro novo, tivemos que ir até os vendedores
nas revendas, pois não se dignaram em tirar os traseiros
das cadeiras para saber o que pretendíamos. Porém,
quando fui retirar o carro, por motivos de trabalho, fui de
terno. Pronto: todo o mundo na loja queria saber se eu já
tinha sido atendido.
Em suma, também por estas bandas pampeanas o invólucro ainda é mais importante do que o conteúdo.
Mas, como sempre diz a Lourdes eu sou um teimoso juramentado, e vou continuar a me vestir como bem entendo.

domingo, 6 de julho de 2008

O PILA REAL

A trissomia do cromossomo 21, conhecida agora como Síndrome de Down, e mais remotamente por Mongolismo, ainda afeta grande parte da população. Trata-se de um retardo mental leve, quase chegando à normalidade, onde o indivíduo carece de cuidados especiais, mas com boa educação e algum treinamento é capaz de levar uma vida quase que normal.
Renato é portador da Síndrome de Down. Ele anda por Porto Alegre, especialmente nas repartições e bancos da zona central a pedir esmolas.
A estabilidade de moeda brasileira, fez com que ele passasse a pedir um Real, e que ele simplificou chamando de pila. Vocês sabem a moeda pila é a mais estável que existe, pois resistiu ao Mil Réis, ao Cruzeiro, ao Cruzeiro Novo, o Cruzado e Cruzado Novo, e continua vivendo agora com o Real. Então, o Renato chega perto do cliente e pede: - pila, pila...
Daí ele passar a ser conhecido como Pila foi um pulo. Toda a Porto Alegre conhece o Pila. E ele também é portador de uma memória privilegiada, pois ao encontrar alguém conhecido, se abraça nele, e fica repetindo “patrom”. Acho que ele quer chamar o sujeito de patrão.
Um que outro malvado trata o Pila mal, mas isto é a exceção, normalmente ele é muito bem tratado.
Dele se contam inúmeras histórias. Eu tenho algumas.
Numa ele entrou no cartório em que eu trabalho (3ºTabelionato de Notas) e ficou ali junto ao balcão pedindo o seu pila, com uma camiseta do 1º Tabelionato de Notas, ou seja, o concorrente que fica a uma quadra. Fiquei intrigado: onde será que o Pila arranjou a tal camiseta? Perguntei ao meu colega substituto do 1º Tabelionato, e este investigou e descobriu, um de seus funcionários há uns dois anos tinha dado a tal camisa usada para o pila. Como ele não tem qualquer noção deste assunto de concorrência, não teve dúvida e foi para o 3º com a camiseta do 1º. Coisas do Pila.
Honrando o nome pila, o que equivale a um Real, o nosso Pila não aceitava moeda, pois eram todas de valor inferior a unidade monetária o país. Até que lançaram a moeda de um real. Aí nós fazíamos um teste: - Te dou cinco moedas destas aqui (um Real) por estas duas notas de um real aí. Não! Não aceitava a troca que lhe beneficiava, pois na sua imaginação a moeda era subdivisão do real, logo era menor.
Costumo dizer que o maior elogio que o Real, enquanto moeda forte, pode receber é o fato de o Pila passar a aceitar moedas. Hoje ele recebe com maior tranqüilidade. Depois leva em um banco e troca por papel moeda, que continua a ser o seu preferido.
Outro dia tive a prova de que a nossa sociedade brasileira, especialmente a porto-alegrense desceu ao fundo do poço: o Pila foi assaltado. Ou seja, em nossa Mui Leal e Valerosa, já estamos assaltando até mendigo!

ANTENA DOZE

1. Esta terminando mais uma CPI.
2. Foi inútil como todas as outras.
3. Esta era pior, pois a polícia já tinha indiciado todo mundo, e todos já estão respondendo a processo criminal.
4. Qual seria o objetivo da CPI do DETRAN?
5. Apontar aquilo que a Polícia Federal, tão corretamente, já tinha investigado?
6. Toda a CPI envolve um julgamento político. Daí quando ela nasce quem é governo já decretou a inocência dos envolvidos, e não quer nem saber o resultado; De outra banda, quem é oposição já condenou antes de começar a investigar.
7. Ora, se trata de morte anunciada.
8. Serve para fazer manchetes de jornais.
9. Nesta história toda do DETRAN tinha gente ali que eu jurava ser inocente, e ao que parece não é. Que decepção!

sábado, 5 de julho de 2008

ANTENA ONZE

1. Sou a favor da Lei Seca. Os malucos estão se matando e matando os outros. Neste tipo de assunto, tem que ser radical. Eles não conhecem outra linguagem.

2. Com o tempo, pode-se pensar numa moderada, por enquanto radicalismo puro.

3. Estou bebendo somente em casa. Quando saio, bebo somente se Lourdes não beber.

4. Não nasci tomando alcool.

5. Este dias passou um Pálio aqui na frente de casa. Era 16horas de sábado, o motorista, um jovem de pouco mais de 18 anos, trazia uma latinha de cerveja vagabunda na mão.

6. Puxa vida, não dá para esperar parar o carro para tomar o raio de cerveja?

7. Tem que andar dirigindo com cerveja na mão?

8. Para este tipo de gente é que foi feita a Lei Seca.

9. Adianta querer disciplinar um idiota destes? É claro que não. Tem que usar a linguagem que ele conheça ou sinta, ou seja: cana!

10. Quer me ver puto da cara, é ver um jovem com uma garrafa de cerveja bebendo no bico.

11. Não existe para mim chinelagem maior que beber na garrafa.

12. Em público, então, é pornografia pura.

13. Não gosto de beber cerveja em garrafa, não adianta dizer que é garrafa própria, não adianta dizer que estou em casa, não é o meu time.

14. A nossa juventude está bebendo demais, nãos sei onde vão parar.

15. Aliás, sei... REVERTERE AD LOCUM TUUM...

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QUEM É ESTE ESCORPIÃO?

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