segunda-feira, 31 de agosto de 2009

HINO SEM SURPRESA

Recebi de vários amigos e afetos um "You Tube" onde uma cantora com comportamento alterado, segundo consta por efeito de medicamentos, tentava cantar o hino nacional num congresso de entidade empresarial.
Não me causou qualquer espanto.
O nosso Brasil, onde eu e meu coleguinhas, orgulhosos em guarda-pós brancos e gravatas em azul-marinho cantávamos o "Ouviram do Ipiranga às margens plácidas...", enquanto o verde-louro daquela flâmula subia ao topo do mastro impulsionado pela nossa Professora (notem o "P" maiúsculo), não existe mais.
Esta Pátria, outrora de um povo heróico, cuja terra fulgurava no novo mundo, não passa de abrigo de uma nova gente que dela tomou conta.
Ela ( a cantora) pode lá cantar o seu hino, pois ele não mais nos pertence, ele agora é dos Sarneys, dos Lulas, dos Collors e dos Renans.
A Pátria Amada e Idolatrada ficou na lembrança, com uma doce saudade.

domingo, 30 de agosto de 2009

BOA GENTE OS PEDREIROS LIVRES


Já li muitos trabalhos sobre a maçonaria. Entendo que o saldo foi positivo. Tenho uma boa imagem dos maçons. Algumas queixas ainda permanecem, tais como o costume de dar preferências aos “irmãos” não na igualdade, e sim na desigualdade, e o de pregar uma coisa e fazer outra, ou seja, vender uma coisa no atacado e outra no varejo.
Como tudo o que estudo sempre costumo ler os dois lados, pelo que li muita coisa escrita pelos próprios maçons, mas li também alguns livros escritos por desafetos ferrenhos, tais como Gustavo Barroso, e alguns, creio que os de maioria, simplesmente neutros.
Nesta minha última leitura sobre o assunto, no entanto, apareceram claras algumas coisas que eu já desconfiava, e que até cheguei a escrever sobre elas, e, agora, tenho como ratificadas.
Uma delas é muito utilizada pelos maçons ao defender a fraternidade, dizendo que inúmeras figuras marcantes na história brasileira foram maçons. Entre elas D.Pedro I. Pois pela leitura, na verdade, ele passou pela maçonaria como um meteoro, ascendeu quase direto a Mestre e subiu os graus como quem sobe um prédio de elevador. Não esquentou banco, e saiu falando mal, tanto que virou inimigo. Outra é sobre a história da Maçonaria, li muito que a maioria imagina que tenham origem nos Cavaleiros Templários - cuja igreja visitei em Londres. Exagerados falam que teria origem no Egito. Conta o autor da última publicação que tem gente que fala que Adão teria sido o primeiro maçom. O autor sarcasticamente diz que só falta dizer que os dinossauros também eram “pedreiros livres”.
Por tudo que já li, fica patente que a maçonaria iniciou verdadeiramente entre os construtores de obras religiosas como as grandes catedrais e igrejas durante a Idade Média, daí toda a simbologia maçônica, inclusive quanto à origem de seu nome em francês, os “livres maçons” ou os pedreiros livres. O restante é somente para manter o mistério que durante muitos anos pesou sobre ela.
Muitos amigos me perguntam por que nunca participei, apesar dos convites. O primeiro motivo é que sou muito indisciplinado e contestador quanto a assuntos filosóficos. O segundo é que levo muito a sério tudo o que faço, daí a atividade, por certo iria ocupar muito do meu tempo que já é muito escasso. O motivo mais atual é de que, como dizia sabiamente Érico Veríssimo quando perguntavam por que não se candidatava à Academia Brasileira de Letras: não me candidato porque sou quase uma vaga!
* Nota: a foto é uma das fachadas da Igreja dos Templários e Londres.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

AMÉRICA GABOLA DO SUL

A palavra correta é gabarola, mas aqui no Rio Grande do Sul ela se transformou em gabola, somente. Um sujeito gabola seria aquele que se gaba de si mesmo. Um outro sinônimo para ele seria fanfarrão, ou seja, o que se diz valente sem o ser. O meu pai Anselmo (77 anos) chama este tipo de sujeito de garganta.
Na América Latina (que alguns críticos como Rogério Mendelski chamam pejorativamente – e com razão – de “América Latrina”, estamos vivendo a era dos gabolas.
Os países da América Latina se reuniram esta semana, terminando hoje, sexta-feira 27.08.09, numa chamada Cúpula Extraordinária da União de Nações Sul-americanas – UNASUL- , culminando um documento cujo único objetivo é criticar o que entendem por instalação de base americana no território da Colômbia. Disseram que "Forças militares estrangeiras não podem (...) ameaçar a soberania e a integridade de qualquer nação sul-americana". Ora isso é de uma imbecilidade solar: é claro que forças militares estrangeiras não podem ameaçar qualquer país do mundo, não é só os da AL.
Quem já passou um dia pela calçada oposta de qualquer instalação militar da América Latina sabe que não temos condições de suportar vinte e quatro horas de qualquer ataque de potência militar estrangeira, e não é necessário que seja os EUA, RUSSIA ou CHINA. Uma guerra entre o Brasil e a Argentina não poderia durar mais do que três ou quatro dias por falta de munição. Não estou falando de mísseis ou qualquer outro artefato bélico de primeira linha, estou falando de projéteis de fuzis deste tipo 7.62 que equipam o exército brasileiro desde a década de 60. Passada primeira semana, os países teriam duas opções: terminar com a briga e fazer as pazes, ou continuar a luta a socos.
Eu lembrei que esta fanfarronice de Lula Lá e o senhor Chavez é semelhante as dos guris que isoladamente são completamente pacíficos, mas que se juntando em bandos saem por aí a quebrar tudo. Pois os chamados líderes latino-americanos são exatamente assim.
O apoio logístico que os EUA dão à Colômbia no combate ao tráfico não é de agora, já vem há muitos anos, e tem se demonstrando com alguma eficiência, senão total, tem segurado a expansão na região. A diminuição das atividades das chamadas FARCS (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) tem provado isso. A tal instalação de base na Colômbia nada mais é do que uma intensificação deste tipo de apoio americano, agora com o imenso apoio popular chamado OBAMA.
É claro que tal decisão sofre a influência do faroleiro Chavez que tenta fustigar os EUA. Todos os ditadores fazem isso: criam um inimigo externo para se fortalecer internamente. A Guerra das Malvinas é um mau exemplo deste tipo de atitude quixotesca.
É pena que Lula Lá – que para mim pode ter todos os defeitos do mundo menos a burrice – tenha entrado nesta verdadeira fria, certamente aconselhado por cabeças como as do Top Top.
Nessa onda toda, quem sairá ganhando é Uribe, pois os EUA farão de tudo para fortalecer a posição dele.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

BEATIFICAÇÃO PARA PT et alii

É incrível, mas existe gente que tem como errado pagar as contas somente no dia do vencimento. Acham vergonhoso. Dizem: ele só paga quando vence...
Tem outro tipo de gente que, se não ganha por unanimidade, se julga um perdedor.
Existe o tipo que só entra na disputa para vencer. Acha que se deve disputar com alguém, é porque não é unanimidade, e que, logo, existem pessoas que não querem sua presença ali, logo desiste.
Existe uma discussão se o Tribunal do Juri não deveria ser par, pois, nesta hipótese somente alguém seria condenado se tivesse pelo menos a diferença de dois votos.
Pois, o senhor Palocci, se livrou do processo pelo placar de 4 x 3 no Supremo Tribunal Federal.
Se eu fosse julgado e ganhasse por 4x3 me sentiria como derrotado. Cá entre nós, é um empate técnico.
Uma incrível coincidência: os Ministros do Supremo que eu mais gosto votaram todos a favor do processamento de Palocci: Lúcia, Ayres Britto, Marco Aurélio e Celso de Melo. Na turma de meus preferidos poderia acrescentar Barbosa, que certamente também votaria pela abertura de processo contra o ex-Ministro, mas estava licenciado. Na minha linha de preferências também não está o outro ausente: Min. Direito, que certamente votaria contra. Em suma, o placar final se os 11 estivessem presentes seria 6x5.
De qualquer forma, a diferença de um voto é vergonhoso para o indiciado.
Continua a saga: Lula e os "Queridos" não são enquadrados em nada. Nunca viram nada; não sabem de nada; não estavam presentes; não se reuniram; não se encontraram; sempre são inocentes.
Estou pensando em mandar correspondência ao Papa Bento XVI pedindo a beatificação coletiva do PT et alii.

domingo, 23 de agosto de 2009

ANISTIA AMPLA , GERAL E IRRESTRITA SÓ P’ RÁ NÓIS...

O Ministro da Justiça, Senhor Tarso Genro, fez jus a fama de pertencer à ala raivosa do PT, onde se encontram também, por exemplo, o Marco Top Top Garcia divulgando querer o julgamento dos militares que foram acusados de torturadores. O ilustre “jurista” alega que os pretensos crimes não foram políticos, daí não estariam protegidos pela anistia.
Na contramão do Ministro, estão, nada mais nada menos, do que José Antônio Toffoli, o advogado Geral da União e Nelson Jobim, que além de Ministro da Defesa foi Presidente do Supremo Tribunal Federal, defendem que os todos os atos eventualmente cometidos foram políticos.
O Ministro, no entanto, não trouxe a lume outros atos que, levando em conta seus argumentos, poderiam também não ser considerados políticos, tais como fuzilamento de sentinela de quartel, assalto a Banco, assassinato de vigilante bancário, seqüestro e manutenção de pessoas em cárcere privado. Por que não o faz? Elementar - não precisa nem falar com Watson- todos estes crimes forem cometidos pelo outro lado, ou seja, a esquerda brasileira. Nessa linha, muita gente boa e chegada ao poder estaria enquadrada , o que não seria interessante.
Na verdade, ele sabe que estas suas manifestações não darão em nada, senão por outra razão pelo menos a de que Lula Lá não está interessado, ou melhor, não quer saber do assunto. Genro precisa marcar presença na esquerda, onde precisa juntar dividendos para sua pretensão imediata que o governo do Estado do Rio Grande do Sul, e o maior sonho que é a Presidência da Nação.
Tarso Genro é o candidato do PT ao governo do Estado, já escolhido por seu partido, logo deverá se incompatibilizar, saindo do Ministério. Seria muito interessante uma saída em alto estilo, tal como a defesa dos interesses da extrema esquerda, mesmo que representada por mero blefe.
O assunto poderá ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal. O relatório é Ministro Eros Grau, gaúcho há muitos anos radicado em São Paulo. Só existe uma forma do STF decidir o assunto na direção da vontade do Ministro Tarso: a aplicação do chamado Direito Alternativo. Só existe um Ministro capaz de votar neste sentido que é Marco Aurélio Melo, conhecido como voto divergente permanente, os demais são o que se costuma chamar de legalistas, ou seja, aplicam simplesmente a letra fria da lei.
Ainda dentro deste assunto, faz bem lembrar que a campanha que precedeu a Lei de Anistia foi exatamente na exigência de ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA. Atendida a pretensão do Ministro a Lei deveria se reformada para colocar ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA SOMENTE PARA NÓS.

ESTALEIRO SÓ?

Hoje de tarde, eu e Lourdes vamos votar no plebiscito da Prefeitura Municipal sobre a conveniência ou não da construção de imóveis residenciais na área do antigo Estaleiro Só.
No mundo inteiro, são feitas construções e grandes avenidas à beira-mar, beira-rio ou beira-lago. Isso acontece mesmo em grandes cidades como Paris, Londres, New York, Rio de Janeiro, Buenos Aires.
Aqui em Porto Alegre os "iluminados" acham que deve ser diferente, pretendem que não haja nenhuma construção. Não adianta argumentar que os prédios serão recuados, e que entre o Rio Guaíba e as construções haverá grande área não construída. Xiíta não quer ouvir nada.
A empresa que adquiriu o terreno já está autorizada a construir prédios comerciais, então, a ronha é só pela conveniência ou não de construir apartamentos.
Chego então à brilhante conclusão de que se trata de pura inveja contra os que poderão adquirir apartamentos na área. Se não posso comprar, então, não quero que ninguém possa morar ali com vista para o porto-do-sol.
A orla do Guaíba é serpenteada quase toda por residenciais particulares, ou seja, casas particulares. Contra isso nunca vi qualquer ecologista bradando. E, o que pior terrenos que no mínimo deveriam estar em regime enfitêutico a favor do Estado ou
Município.
Sobre os ECOCHATOS já falei e não vou perder tempo com estes bobões, falo para o restante da população, que não pode concordar com aquele lixo que é hoje a ruína do Estaleiro.
Esta gente está verdadeiramente aqui só para atrapalhar, posso dar como exemplo as obras do porto. Quando a gente vê em outros países, só para citar, aqui pertinho, as cidades de Buenos Aires e Montevidéu dá vontade de chorar de raiva.
Se os ECOCHATOS morassem em Florianópolis os eixos norte e sul não teriam saído do papel.
Quem é a favor deve ir ao plebiscito que, embora inútil, pois a empresa já tomou a decisão de só contruir imóveis comerciais, deve ir por uma questão de princípio e principalmente para calar a boa destes chatos.

sábado, 22 de agosto de 2009

ACABO DE FUNDAR UM CLUBE PARA OS QUE NÃO FORAM AO XOU DO ROBERTO

Você gosta do Roberto Carlos? Não.
Então você não gosta das músicas do Roberto Carlos? Gosto, sim.
Então você não gosta é do cantor Roberto Carlos? Gosto, sim.
Então, você se enganou na primeira pergunta? Não me enganei, não.
Chiii.... não entendi nada.
Pode explicar? Sim, Roberto Carlos é uma coisa cantando suas belas canções, e uma coisa completamente diferente falando. Acho estranho que alguém possa escrever letras tão bonitas e quando vai falar em público não diz nada de interessante, somente velhos e surrados chavões.
É bem estranha esta sua posição. Isto para não dizer que é inédita. Foi por isso que não foi aos xous (sic) do R.C? Sim, é uma das causas.
É verdade que você pretende fundar o clube dos que não foram ao xou do Roberto? Claro, todo o mundo que conheço foi em pelo menos um dos xous. Estou ficando com uma ave rara, daí quero procurar meus pares e fundar o clube dos 100 ROBERTO.
Você está sendo discriminado por não ter ido ver o Roberto? Claro que sim, as pessoas estão me enxergando como se fosse um malvado: - Onde se viu não ir ao xou do RC? Parece louco? Eu sempre achei ele (eu) com um jeito esquisitão, dizia a titia aquela.
Já tenho bolado o nome da associação: SEM EMOÇÕES!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A PRIMEIRA MUDANÇA A GENTE NUNCA ESQUECE

Na última sexta-feira, o Tabelião titular do Terceiro Tabelionato de Notas de Porto Alegre, senhor Jacy Franco Moreira Ibias, promoveu um coquetel para celebrar a mudança do ofício para o número 388 da Rua General Câmara. Não foi uma mudança qualquer, pois o tradicional Cartório da Ladeira, como é conhecido, estava ali no número 359 desde sua fundação há mais de 132 anos.
O local é amplo distribuído em quatro andares, sendo o primeiro é destinado à recepção, reconhecimentos de firmas e autenticações de documentos; no segundo pavimento encontra-se o setor de procurações e serviços internos diversos; no terceiro pavimento está o setor de escrituras públicas em geral, com recepção, encaminhadores e tabeliães substitutos. No último pavimento, estão localizadas as salas destinadas às leituras de escritura e gabinete do tabelião titular.
O tabelionato conta com acessos a deficientes físicos, segundo as normas técnicas, incluindo moderno elevador.
No coquetel, compareceram diversas personalidades de nossa comunidade, incluindo desembargadores, juízes de direitos, advogados, tabeliães, jornalistas, engenheiros, arquitetos, corretores imobiliários, empresários e outros profissonais.
O serviço apresentado estava impecável. O ambiente alegre e descontraído.
Poucos discursos e homenagens deram o tom de sobriedade próprio de tabelionatos.
Esteve presente no coquetel o Engenheiro Aquiles Dalmolin, o mágico que consegue a proeza de construir um BIG em 80 dias, velho amigo nosso, e que junto comigo e minha esposa a advogada M.de Lourdes Kops degustou um champanha de boa qualidadem (foto 2). Na primeira foto, Osnir, o alfitrião Jacy, os colegas Dal Mollin e José Santos, os quais somados têm mais de 190 anos de tabelionato. Na última foto, a linda nova fachado do tabelionato, com o seu inconfundível "3".
Estão de parabéns os componentes desta família do 3ºTabelionato, mas também a comunidade portoalegrense que contará com um ofício de primeira qualidade.

COINCIDÊNCIA?

Reputo crônica O POPULAR que um dia deu título ao primeiro livro de Luis Fernando Veríssimo, como uma das melhores crônicas que já li.
Nela, LFV narra a figura do popular, que constrói como personagem principal um sujeito que sempre está em qualquer lugar; em qualquer acontecimento.
O popular nunca é preso, sempre fica assistindo o outro ser preso.
Quando você vê no jornal popular é atropelado pelo ônibus: mentira, o popular não é o sujeito estendido no chão com jornais em cima esperando cinco horas o rabecão do IML, é o sujeito com cara de interessado que está olhando o cadáver com a mão na cintura.
Quando você lê que a policia atacou populares na china, e que passou por cima deles não é verdade, pois o popular não estava na manifestação, ele era o sujeito que estava simplesmente observando atentamente como é que as lagartas do tanque se mexiam.
Pois em qualquer movimento de esquerda no Brasil, onde morre gente, o morto nunca é dirigente, é sempre um desavisado que estava entrando ou saindo; uma pessoa que estava chegando agora no movimento.
Lembram do episódio do Restaurante Calabouço no Rio? O menino que morreu com pouco mais de 16 anos nada tinha de ativista político, era mais um curioso. Pois o corpo dele serviu de bandeira durante muito tempo para a turma da esquerda.
Agora morreu um "sem-terra" que estaria há pouco tempo no movimento, talvez não tivesse nem entendido ainda onde estava. Mas não se iludam ele vai servir como bandeira à ser desfraldada contra as autoridades por muito tempo.

UM DIA ALUNO; UM DIA PROFESSOR

Esta semana está agitada. Fiz um pequeno curso de português na AJURIS, com grande aproveitamento. Ele foi ministrado pela ótima Professora Irene Katter Hack Tavares.
Não faltaram críticas à reforma ortográfica. Concordei com todos os argumentos da Professora Irene quanto à inutilidade de tal reforma. Aprendi muito, e descobri também que tenho muito a aprender em matéria de linha portuguesa. É certo que não cheguei ao exagero de dizer que descobri que nada sei, mas posso dizer que sei bem menos do que imaginava saber. O que não deixa de ser sábio.
Hoje, iniciei também a lecionar em um curso de formação de profissionais na área de transações imobiliárias, em suma, corretores de imóveis.
Descobri que ainda estou em forma em matéria de didática e explicitação do implícito como diria o saudoso Professor e Tabelião Antonio Carlos Falcão Dornelles.
O Curso é realizado pela ACM (Associação Cristã de Moços), e minha aula às 5as. feiras à noite. Lecionarei assuntos relativos a tabelionatos e registros imobiliários. Em suma: estou em casa.

UM EU LAMENTÁVEL

Soneto

N’augusta solidão dos cemitérios,
Resvalando nas sombras dos ciprestes,
Passam sonhos meus sonhos sepultados nestes
Brancos sepulcros, pálidos, funéreos.

São minhas crenças divinais, ardentes
-Alvos fantasmas pelos merencóreos
Túmulos tristes, soturnais, silentes,
Hoje rolando nos umbrais marmóreos,

Quando da vida, no eternal soluço,
Eu choro e gemo e triste me debruço
Na laje fria dos meus pulcros,

Desliza então a lúgrube coorte.
E rompe a orquestra sepulcral da morte,
Quebrando a paz suprema dos sepulcros.

Soneto extraído da genial obra EU do poeta Augusto dos Anjos.
Quanto estou triste, chateado, não com ninguém, mas comigo mesmo, gosto de ler Augusto dos Anjos.

Talvez seja porque nada há maior do que a introspecção pessimista de Augusto (dizia Euclides da Cunha sobre AJ), ou talvez alguma coisa em vã tentativa de auto-flagelo.
Sou capaz, muitas vezes, em resistência ao extinto do Escorpião, de perdoar a outrem, mas dificilmente consigo quando a minha própria pessoa é autora.

De meu EU sou um juiz de mão pesada: imperdoável. Principalmente, nas coisas que dependem do tempo, ou que devam ser feitas na hora. Se não o fiz, não há recuperação.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

CUBA LIBRE

Estou colando aqui uma carta publicada no jornal cubano GRANMA - órgão oficial do partido comunista daquele pais. Não vou fazer qualquer comentário, pois não sou chegado a covardia. Os leitores tirem suas conclusões.

"Publicadas el 14 de agosto 2009
Un parque como respuesta
Con fecha 4 de julio enviamos a esta sección una carta firmada por los vecinos de las calles Quinta y San Felipe, barrio Atarés, municipio de Cerro, en relación con las dificultades que estaban ocurriendo con los desechos de basura que Comunales de La Habana Vieja vertía en dicha esquina, frente al Círculo Infantil Batalla de Ayacucho.
Les damos la buena noticia que, al publicarse nuestra carta el pasado viernes 17 de julio, ese mismo día, por la tarde, depositaron materiales de construcción con el objeto de levantar un parque cuyo trabajo finalizó el lunes 20, incluyendo plantas ornamentales. Posteriormente, el día 25 de julio se realizó la inauguración en presencia de funcionarios del Consejo Popular, del pueblo, los niños y los dirigentes de los factores de la circunscripción.
Reciban también ustedes, de toda la población, de nuestros niños y de las organizaciones políticas y de masas de la circunscripción No.11, nuestro agradecimiento.
H. Hernández Marrero
Un charco veterano en San José de las Lajas
Somos vecinos del municipio de San José de las Lajas, exactamente Ave 27 esq. a 74. En ese lugar existe un "charco" que tiene tantos años como los órganos del Poder Popular. Mediante estos se han realizado las quejas sobre el mencionado "charco"; periodo tras periodo, delegado tras delegado y nada. Se preguntarán ¿y todo por un charco? Es que además de su longevidad, en estos momentos es una masa de agua verde que interrumpe el paso de los vecinos hacia un establecimiento de comercio interior (bodega) existente en la esquina del mencionado "charco". Para males mayores la acometida que abastece a no menos de 3 000 personas está rota hace ya seis o siete meses, lo que provoca un salidero los días que se abastece agua (es decir en días alternos). Solo no lo pueden ver aquellos que no quieran verlo. Las aceras casi desaparecidas, ahora son compartidas por peatones, bicicletas, bicitaxis, camiones de carga, autos etc, los murciélagos todas las tardes-noches hacen unos maravillosos espectáculos, chapoteando del "charco" hacia los espectadores, (no-sotros) poniendo en riesgo hasta nuestra salud y la de nuestros hijos.
Hace un año en la última ocasión, una brigada arregló por los cuatro puntos cardinales a partir del mencionado "charco". Este no se pudo arreglar porque ese día llovió, los vecinos como buenos cubanos al fin nos convocamos solos. Salimos para la calle con inimaginables utensilios a sacar el agua que allí se había estancado y dejarlo listo para arreglar el hueco al amanecer. Pero solo sucedió eso, amanecer, la brigada, los equipos y la esperanza de arreglar el hueco se desaparecieron. ¿A qué hay que esperar, a una epidemia, a un accidente para arreglar el hueco?
Vecinos de Ave. 27, San José de las Lajas
Qué abuso
Desde hace un tiempo se ha convertido en algo común, que los P-7, P-2 y P-1 antes de llegar a la parada oficial, unos metros antes, hagan una parada para las personas que han llegado a su destino y después hacen otra parada en la que corresponde, para recoger el pasaje. Alegan que de no hacerlo así muchas personas montarían sin abonar los cuarenta centavos.
El sábado 8 de agosto por la mañana descubrí que la modalidad era otra, parar antes de la parada oficial unos metros para bajar el personal y recoger solo los que por sus condiciones físicas corren a una velocidad que pueden alcanzar el ómnibus. El resto de la población, que disciplinadamente se queda en la parada, tiene que conformarse con ver pasar al ómnibus y con la indiferencia del chofer.
Ese mismo día 8 de agosto, a las 9 y 30 p.m., llegué a la parada de la Virgen del Camino, había grupos grandes de personas en tres lugares distintos tratando de adivinar dónde pararían los P-7 y P-1, de viaje hacia el Cotorro.
Lo que se vio en ese lugar fue una verdadera vergüenza. Desde las 9 y 30 hasta las 10 y 30 aproximadamente pasaron cinco ómnibus, paraban como a dos cuadras de la parada oficial donde estaba el primer grupo de personas, donde estaba el segundo grupo, el más numeroso, no paró ninguno de los cinco, mucho menos en la parada oficial.
Hubo un momento que pasaron dos P-1 juntos, el segundo casi vacío y ni por eso se dignó a cumplir con su deber.
Casi a las 10 y 30 pasaron dos P-1 juntos que pararon en la parada oficial, pero muchas personas tenían que correr gran distancia y no pudieron alcanzarlos, entre ellos yo, que tengo 7l años de edad y como yo muchas personas con niños pequeños, que no podían disimular la desesperación, entre ellas una mamá que venía del hospital con un niño enfermo que no dejaba de llorar ni un minuto.
Entre tanto pueblo quejándose y haciendo uso del idioma de acuerdo con la indignación que cada cual sentía, no faltó el que opinó, que no pueden parar porque son demasiadas personas y no caben.
Si algo ha reconocido la población del Cotorro, en los peores momentos del periodo especial ha sido el esfuerzo de los directivos de esa terminal por mantener el servicio a la población, que les mereció incluso el título de Vanguardia Nacional por varios años. Por eso duele que actitudes como estas empañen ese esfuerzo, no es justo.
El pueblo sabe las dificultades que tiene el país y no hay duda de que si los ómnibus no tienen la misma frecuencia los sábados y domingos tiene que responder a un motivo justificado.
Lo que no se justifica, a mi modo de ver, es que no se busquen variantes, como puede ser inspectores en las paradas más concurridas los fines de semana, donde se organice la cola, se entreguen tickets, como se hizo en las peores etapas del transporte con los amarillos, los azules. Buenos ejemplos tenemos en este sentido.
No es justo que no se pueda salir a la calle el fin de semana, después de una semana de trabajo, y que una parada del ómnibus se convierta en la ley del más fuerte.
Yo le preguntaría a los cinco choferes que no pararon a recoger al pueblo allí reunido, cómo se sentirían si llegaran a una consulta de un médico y después de esperar su turno, el médico le cerrara la puerta en las narices, cómo se sentirían si después de hacer la cola en una tienda, no lo dejaran pasar estando en el horario establecido. ¡Vergüenza debía de darles!
Irma Sehwerert Mileham
El pan nuestro de cada día
Los vecinos de la Comunidad Julián Alemán del km 6 de la Vía Rápida de Varadero-Matanzas, mas conocida por La Conchita, después de haber realizado varias reclamaciones sobre la calidad del pan y modo de traslado decidieron, al no encontrar respuesta, escribir a este periódico a la sección Cartas a la Dirección.
Por todos es conocido que en nuestro país el Estado realiza grandes esfuerzos para dar solución a la situación alimentaria de nuestro pueblo. Por lo complicado del tema nos indigna ver como cada día se malgastan las materias primas que se utilizan en la elaboración del pan. Por más de seis meses ha llegado a la bodega con muy mala calidad, pudiéramos decir pésima.
La semana pasada recogí diariamente los panes que corresponden a mi núcleo familiar (3), al concluir la semana se los llevé a mi vecino para sus puercos. ¿Es que acaso no me hacían falta, teniendo hasta niños de vacaciones en la casa? Es que era criminal darle aquel pan a un niño. Su mal aspecto, color, olor y mala presentación eran evidentes.
Al interrogar al bodeguero nos explicó que le habían dicho que se estaba elaborando con harina de la mala y que por eso salía con mala calidad.
Por otra parte está el tema de la transportación. Este pan para más de 900 núcleos familiares se traslada a la bodega 093 de La Conchita en un camión V-8 de la empresa de comercio del municipio de Cárdenas, sin lona ni nada para proteger los panes, atravesando toda la carretera sin asfalto y levantando el polvo de manera increíble, el cual va a caer encima de los panes sin protección alguna.
Al preguntarle al chofer y al estibador, nos responden que ellos no tienen la culpa, que a ellos no les crean las condiciones y que así ellos lo trasladan.
Después de todo este recuento de lo que estamos viviendo a diario tenemos las siguientes interrogantes:
¿Quien en el centro de elaboración del pan se encarga del control de los productos que se envían a las distintas bodegas? ¿No saben que ese pan lleno de tierra-polvo y a veces hasta mojado o envasado caliente, lo consume todo el pueblo, incluyendo los niños y las embarazadas? ¿Los compañeros de higiene y epidemiología provincial y salud pública no tienen dentro de su contenido la supervisión de estas cuestiones?
Y además, debemos tener en cuenta que el pan es un producto que no se cocina antes de su consumo. Las inversiones que realizó la cadena cubana del pan en tecnologías de punta no incluyen las producciones de panes para las bodegas.
Nuestro pueblo se merece el respeto de los que se dedican a esta tarea ya que percibimos que son factores totalmente subjetivos los que están incidiendo en la chapucería y en la mala calidad de lo que hacemos, nada tiene que ver con la falta de recursos."

domingo, 16 de agosto de 2009

NÃO TÔ NEM AÍ: EU QUERO É BBB

Estou de saco cheio de fugir de vírus, de bactérias, de mosquito “aedes egypti” . De ficar preocupado se vai cair um grande meteorito na terra e vai acabar com tudo. Que os iranianos vão descobrir a bomba atômica e vão jogá-la em cima de nós.
Estou por aqui de ficar preocupado que a terra vai ficar mais quente; que vai ficar mais fria e vamos todos morrer congelados; que poluição vai tomar conta de tudo; que seremos afogados no meio dos plásticos e das garrafas peti.
Estou me danando se vou viajar de avião e um destes gênios brasileiros não vai afivelar o cinto e vai cair em cima de nós; estas companhias de aviação de fundo de quintal não vão fazer as manutenções e o nosso avião vai se espatifar no chão.
Não me preocupo se mais uns dias não poderemos mais andar de carro de tanto veículo que já circulam nas nossas ruas; e vamos receber uma multa a cada meia hora, por infrações mínimas, como passar a 66% por hora numa rodovia federal, ou a 46km por hora numa avenida de Porto Alegre; até por que é um crime bárbaro que deveria ser condenado o autor ao fuzilamento.
Não esquento minha cabeça se vai sair CPI, se não vai, se as ações do MP estão propostas corretamente ou não; se o resultado da CPI já está escrito, dependendo somente de quem terá maioria de votos; se o resultado da CPI não vai servir para coisa alguma, pois já existe a denúncia pelo Ministério Público.
Não me preocupo se existem crianças dormindo nas ruas da cidade, passando frio com a temperatura beirando os zero grau; não estou preocupado se parte da população passa fome e não tem onde morar.
Não estou preocupado se os funcionários públicos não recebem mais aumentos salariais; não estou preocupado se os pelegos tomaram conta dos sindicatos; não estou preocupado se tem pelego até na UNE.
Não quero saber se quem tem razão é a REDE GLOBO ou a RECORD.
Estou esperando mesmo é o próximo BIG BROTHER BRAZIL. Isto sim é que é preocupação. O maravilhoso programa deixará a população em estado de graça por um bom tempo. Anestesiada com o espetáculo cultura do BBB estará pronta a população para suportar tudo o mais que possa vir.

sábado, 15 de agosto de 2009

BARÃO DE ITARARÉ VIVENDO HOJE ESTARIA DESEMPREGADO

Ele nasceu Fernando Apparício Brinkerhoff Torely, também foi conhecido como Apparício Torely, como Apporelly, e ficou para a posteridade como Barão de Itararé.
(Itararé, na verdade, seria a batalha final da Revolução Federalista, que acabou não saindo face o final do conflito) Apporelly um humorista impagável se adonou deste título de Barão de Itararé certamente para debochar dos demais barões desta pátria verde-amarela. Em seu curriculum vamos encontrar, além do humor, as atividades de jornalista e principalmente cientista político.
Embora o título de Barão seja falso, assim como a batalha que lhe guarda o nome, existem duas escolas no Rio de Janeiro com o nome.
Seu jornal A MANHA em contrapartida ao tradicional AMANHÃ, já trazia a irreverência no nome. Durante o cai não cai do Presidente Washington Luís, fez publicar uma manchete enorme: HAJA O QUE HOUVER, ACONTEÇA O QUE ACONTECER, ESTAREMOS COM O VENCEDOR.
Pois um homem como o Barão de Itararé não teria mais lugar neste nosso Brasil da era Lula Lá, pois os políticos já tomaram conta do humor.
Vejam que maravilhas as frases do SIR NEY:
“As acusações que me foram feitas nas diversas representações apresentadas ao Conselho de Ética, nenhuma coisa está relacionada com dinheiro ou prática de atos ilícitos ou desvios de dinheiro público."
"O conselho não pode abrir processo por recorte de jornal. Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida", afirmou.
"Avaliei que as críticas que me fizeram eram só rescaldos da eleição, mas eram mais profundas. Faziam parte de um projeto político e de uma campanha para [me] desestabilizar."
"Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida. Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram."
Sobre os atos secretos:
"'Ninguém nesta Casa sabia ou podia pensar que existiam atos secretos."
"Não dizem o que fiz de errado, porque que eu devo merecer punição?"
Sobre a divulgação de conversas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica:
"Ninguém pode gravar alguém, pegar a conversa interlocutória e divulgá-la com o sigilo de Justiça, ainda mais com um senador da República, que tem foro privilegiado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]."
Sobre a denúncia de ter favorecido seu neto:
"Em nenhum momento da minha vida faltei ou faltarei com o decoro parlamentar. Cidadão de vida ilibada, de hábitos simples, ter falta de decoro? Nunca poderiam me acusar de coisa dessa natureza. Não favoreci neto meu. Sou vítima de uma campanha sistemática e agressiva."
Pedido final aos senadores:
"Minha força não é desejo de poder. Esse cargo não me acrescenta nada, senão auguras e decepções. Mas há a certeza de que nada fiz de errado, de que as senhoras e os senhores senadores são justos. Nós nos conhecemos uns aos outros, vão me ajudar a reconstruir a paz no Senado."
Planalto já é uma quinta ( o mesmo que sítio ou chácara): a quinta dos infernos. (José Sarney)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

COMO VIVER ALÉM DA VIDA

Quando cineastas querem retratar o passado o fazem em preto e branco. Daí que muitas crianças quando veem estas fotografias ou filmes que retratam os séculos passados pensam que não existia cor naqueles tempos. Claro que é somente um pensamento inocente, infantil mesmo, mas com uma dose de fundamento na lógica.
Já falei bastante sobre o tempo, agora quero falar da vida. O que é nossa vida? Fácil: é o tempo que fica entre o nosso nascimento e a nossa morte. Como era a vida sem nós? Bem, podemos ver através de filmes, de fotografias, de histórias contadas por nossos ancenstrais e nos livros. Como será a vida depois de nossa morte? Lamento dizer: não haverá diferença nenhuma. Quero com isso salientar a insignificância de nosso ser diante do universo.
Há um lugar, no entanto, em que faremos a diferença pela ausência é no coração dos nossos afetos; das pessoas que gostam de nós; das pessoas que cativamos. Remember Saint'Exupery: tu te tornas eternamente responsável por aquele que cativas. Neste sentido, se pregaramos coisas boas podemos alcançar um dos maiores objetivos das pessoas que é a transcendência. Viver além da vida.
Existem outras formas também de permanecer vivo, além do corpo, na pessoa dos nossos filhos; nas imagens; nos escritos; nas artes. Reputo, entretanto, que as marcas indeléveis são as feitas no coração. Aura limpa é passaporte a uma vida além da morte.
Nosso trabalho por aqui será neste sentido, salvo se entendermos de sair à francesa, ou seja, sem que ninguém perceba, próprio dos covardes. Para tal existem inúmeras fórmulas eficazes. Se adotarmos este método de passar para o outro plano, certamente seremos mais uma página virada, sem qualquer chance de termos um novo leitor interessado em nossa leitura, nem mesmo um mero pesquisador curioso.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A NECESSIDADE DA CANALHA

O sinônimo que mais gosto para o canalha é o de velhaco. Seguem-se reles, infame e vil. Calma lá! Não estou inventando nada. Quem disse isso pela primeira vez foi Friedrich Nietzche no século XIX, e lá dizia – Senão que, um dia, perguntei e quase me sufoquei com a pergunta: como? Também a canalha é necessária à vida? E, continuou em Assim Falou Zaratustra: Serão necessários poços envenenados e fogos malcheirosos e sonhos emporcalhados e pão da vida bichado? E, encerra, nos chamando como se vivesse no mundo (brasileiro) de hoje: - E voltei as costas dos dominadores, quando vi o que, agora, chamam de dominar: regatear e traficar pelo poder – com a canalha.
É evidente que o Supremo Senhor deste mundo nos faz passar por um teste: quem ver até quando vai a nossa paciência com a nossa canalha. Ela serve para medir o nosso grau de resistência à adversidade.
Não é possível tenhamos que enfrentar toda esta roubalheira, esta podridão, toda esta desfaçatez sem que haja um objetivo do Criador. Na ausência de objetivo Divino, qual seria o sentido da vida neste moldes?
O que teria feito este povo para merecer tanto? Que enorme pecado teriam cometido nossos ancestrais para nos atirar neste fogo do inferno da corrupção e da malandragem?
Por certo, esta canalha que aqui habita deve servir para alguma coisa nem que seja para abrir os nossos olhos. Esperamos viver para ver.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RESULTADO DE GRANDE JORNADA NOITE A DENTRO*

Pois ontem de noite resolvi ler a denúncia feita pelo Ministério Público Federal. Sãos mais de mil folhas. Um velho bacharel como eu, no entanto, sabe o que é preciso ler, e que pode passar por cima. Ao final da leitura, cheguei à conclusão que é tão vazia quanto um pastel de rodoviária. A maior parte é gasta com conversas telefônicas entre Lairs e Marcelo. Também existem muitas outras conversas telefônicas entre inúmeras pessoas.
A denúncia contra a governadora do Estado do RGS se baseia exatamente na menção ao seu nome nas conversas telefônicas, não existindo nada de concreto, nenhum documento firmado, nenhuma conversa telefônica da própria, enfim, nada de provas concretas.
Se a moda pegasse, a gente podia colocar uns amigos conversando ao telefone, ou a nós mesmos conversar com alguém por telefone, e começar a dizer que um desafeto nosso é ladrão, que vive roubando dos outros, que é um salafrário e estelionatário. Depois era só repassar a gravação para o Ministério Público, e pronto já detonamos o nosso inimigo.
Não estou aqui para inocentar a governadora, em primeiro lugar porque somente sei do assunto pelos jornais, em segundo lugar, não gozo da convivência com nenhuma das partes envolvidas, mas faço questão de defender a idéia de que para se acusar alguém é necessária, adrede, a reunião de provas concretas.
O ônus da prova é todo do acusador. O papel do defensor é derrubar as provas que forem apresentadas na peça de denúncia, incluindo álibi, provas documentais e testemunhais. Se as provas de acusação não existem o papel da defesa é facilitado em muito.
Sim, e daí, bom para a governadora, então? Não, vejo dois problemas: o primeiro, o processo se arrastará muito além do mandato da governadora. Teremos o período de instrução do processo, audiências, oitiva de testemunhas, coletas de eventuais provas supervenientes, e finalmente uma sentença de primeiro grau. Dela certamente haverá recurso por uma parte ou pelas duas. Mesmo no caso de absolvição, sempre ficará a dúvida: foi absolvida somente por falta de provas. Não seria, por acaso culpada, mas a mão da Justiça simplesmente não a alcançou? No segundo problema, haverá a tal CPI. Acontece que uma Comissão Parlamentar de Inquérito faz um julgamento político e não jurídico. Quando a CPI inicia a oposição já sabe como votar, idem a situação. Trata-se de filme com solução no título: O assassino era o mordomo. Um exemplo típico deste tipo de situação foi o caso Collor que foi cassado, e absolvido pelo Supremo. Estava errado o STF? Não, simplesmente este aplicou os princípios de direito, incluindo a ampla defesa, o contraditório e a exigência de provas, coisas que numa CPI, não raro, ficam ausentes. Por esta linha de raciocínio – que me parece o mais certo acontecer – a senhora Governadora sairá sempre perdendo. Se for injustiça a história dirá. O processo assim proposto duvido muito que alcance alguma coisa em matéria de solução para o problema.
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* Para os não atentos: parafrasiei o título da peça de Eugène O'Neill cujo título em inglês é Long Day's Journey into night.

domingo, 9 de agosto de 2009

DE ROUSSEAU A LULA- UM POUCO DE POLÍTICA


DE ROUSSEAU A LUIS INÁCIO: UM POUCO DE POLÍTICA

Nos últimos dias, não temos visto mais a publicação de pesquisas sobre a popularidade do presidente, do seu governo, e muito menos do seu partido.
As últimas indicavam algo em torno de 84% a favor de Lula. Eu, certamente por ser azarado, não consigo falar com as pessoas que habitam estes 84%, e tenho falado somente com os outros 16%. Lembra muito a eleição de Collor: depois que foi cassado a gente não achava mais quem tinha votado nele (eu votei).
Há muito tempo, tento, sem sucesso, encontrar uma explicação para tal popularidade, além do simplismo de atribuir ao bolsa família, haja vista, que tal benefício às populações mais pobres teve origem ainda no governo FHC, tendo na prática somente a unificação dos programas, e um novo nome.
Talvez tenha encontrado alguma coisa que pode explicar parte deste problema. Está lá no CONTRATO SOCIAL (Du Contrat Social ou Principes Du Droit Politique) de Jean-Jacques Rousseau (1717-1778).
Fica no Capítulo III, denominado “Se a vontade geral pode errar”. Abre aspas: Daquilo que precede segue-se que a vontade geral é sempre reta e tende sempre à utilidade pública, mas disso não se segue que as deliberações do povo tenham sempre a mesma retidão. Sempre se quer o próprio bem, mas nem sempre se consegue vê-lo. Nunca se corrompe o povo, mas o engana muitas vezes e é somente então que ele parece desejar o mal.
Há frequentemente grande diferença entre a vontade de todos e a vontade geral. Esta considera somente o interesse comum, a outra considera o interessa privado e outra coisa não é senão a soma de vontades particulares. Tirem, porém, dessas mesmas vontades as que em menor ou maior grau se destroem reciprocamente e resta como soma das diferenças a vontade geral; fecha aspas.
Voltemos às plagas verde-amarelas. O que mantém Lula no poder são os interesses particulares, ou seja, o somatório destes proveitos, que não são obrigatoriamente os gerais da nação, tal como previa Rousseau.
Ele paira entre o clientelismo político e o populismo. Enquanto o primeiro nada mais é do que um apêndice do coronelismo, reeditando a figura feudal da relação entre vassalos e suserano, onde este último garantia proteção aos primeiros mediante apoio político incondicionado; o segundo, é encontrado a partir de uma verdadeira sopa, tendo ingredientes como um caudilho, muito carisma, muita emoção, um dose de nacionalismo – não exacerbado – encerrando com um pouco de ideologia – sem muita convicção.
Vejam bem, enquanto o PT é um partido político nítido de esquerda, com tendência socialista, e cujo fim é o comunismo, não se vê nada de ideologia na figura do presidente. Ele não se interessa por este tipo de discussão. Jamais se viu ele discutindo o tema. Talvez, este fato justifique a diferença entre as votações de Lula e as de seu partido. Enquanto o seu índice de aceitação passa de 80%, o partido que lhe dá sustentação está ali nos 25% de eleitores fiéis. É verdade que é muito, pois, os partidos como o PCB e PcdoB nunca empolgaram a nação, mesmo quando tinham grandes lideranças como Prestes e Amazonas.
Lula, entretanto, não tem conseguido transferir este se apoio popular aos seus seguidores, tais como Marta (ex-Suplicy e ex-Favre), ou mesmo Dilma Roussef. Esta última, mesmo com imensa carga favorável na mídia que lhe dá o governo incondicionalmente, numa exposição sem par em toda a história republicana, não conseguiu passar do adversário – Serra – o qual ainda nem disse que é candidato, e que não ganha uma mísera linha da imprensa falando de sua eventual candidatura.
Excluída a candidatura Dilma, nada restará ao PT o qual ficará obrigado a apoiar uma candidatura de outro partido. Não se espantem se não for o próprio Serra ou Aécio, pois em política tem gosto para tudo. Não esqueçam que FHC, Serra, Dilma e Lula já estiveram todos do mesmo lado.

( O retrato é ROUSSEAU - Nasceu em Genebra. O Contrato Social é sua principal obra. )

sábado, 8 de agosto de 2009

HOMENAGEM AOS PAIS

Amanhã é o Dia dos Pais. Costumo escrever alguma coisa sobre os pais, e em especial de meu pai Anselmo, o Zezé, hoje com 77 anos de idade. Acontece que nestes últimos dias ando muito triste, e certamente não estou em condições de escrever alguma coisa que toque aos sentimentos. Assim sendo, transcreverei aqui uma música que eu gosto muito que fala de um velho pai. Ela é de autoria de Hernan Figueiroa Reyes, um chileno. A letra é fácil,podendo ser traduzida, mesmo por quem não é fluente em espanhol. De qualquer forma coloquei ao final um pequeno glosário das palavras mais difíceis de traduzir por um brasileiro.

EL TATA ESTA VIEJO

El tata esta viejo, lo vi la otra noche
Armar su cigarro con dificultad
El pucho encendido temblaba en sus labios
como un tucu tucu en la oscuridad

Ya no se levanta, a matear temprano
No pasa al galope va al trote nomás
Se pasa las horas junto a la tranquera
Mirando al camino pasar y pasar

Recuerdo a mi tata en sus años mozos
Fuerte como un tala como un ñandubay
Hoy parece un sauce ta´todo encorbado |
Que pena si un dia me llega a faltar |

El tata esta viejo si un dia de irse
Que ni se de cuenta tranquito nomas
Diosito te pido que apagues su vida
Cual se apaga un pucho solo sin pitar


Glosário: tucu tucu - vagalume
mirando - olhando
tamprano - cedo
tranquera - porteira
ñandubay - madeira resistente
sauce - salso(árvore)
pitar - fumar

NOTÍCIAS SEM DIPLOMA - 08.08.2009

- Por que jornalistas precisam de diploma, se eles sabem tudo?
- CPI serve para que, em caso de entender existir culpabilidade nos investigados, estes sejam apresentados ao MP que poderá oferecer contra eles denúncia.
- Se já existe a denúncia, para que servirá a CPI ao final?
- Um militar Boliviano se apresentou a uma autoridade brasileira como membro da Marinha de seu país. - Mas como disse o político brasileiro, mas a Bolívia não tem mar? Para que serve ter uma Marinha. Respondeu o inteligente boliviano: o Senado brasileiro, por sua vez, tem um Conselho de Ética.
- Por que certos entrevistadores de tevê ficam brabos (bravos) com as respostas dadas por seus entrevistados?
- Por que antigamente o pai chegava para o aluno e perguntava: - que notas são estas? E, agora, é o pai que leva o boletim ao professor, e questiona: que notas são estas?

CONVERSA DE EX BARBUDO


Naquele tempo, a maioria dos universitários (exagero por certo) usava barba. Meu co-cunhado (ou concunhado) Nelson fazia arquitetura também na UFRGS, e usava barba há bom tempo. Quando deixei a barba ironizou dizendo que Lúcia também queria um barbudo para ela. Confesso que não gostei da brincadeira. A verdade é que usei barba durante exatos vinte e cinco anos.
A esquerda usava barba, inicialmente por causa de Karl Marx e depois pelo Fidel Castro. Eu não tinha nada de esquerda era, e sou, um conservador, mas não queria ficar diferente. A realidade é que gostava de usar barba, e ainda gostaria de usar. Só que ela está ficando branca, e barba branca só Papai Noel.
Hoje, as barbas estão desaparecendo, e voltando os bigodes. Lá por Cuba saiu de cena o barbudo e entrou o bigode do Raul Castro. Ele, o dono do bigode, certamente mais por razões econômicas do que políticas, se mostra mais aberto do que seu irmão atualmente “Coma andante” Fidel. É que a coisa lá está mais para urubu do que para beija-flor. Esta semana, li no jornal que está existindo falta de papel higiênico. Parece que vejo os amigos esquerdas tentando amenizar o assunto: “É melhor faltar papel higiênico do que comida.” A falta de papel higiênico é somente uma amostra da falência da ilha.
A imputação das dificuldades ao embargo econômico americano já não se sustenta, haja vista que ninguém mais liga para ele. Cuba pode importar o que bem entende. Só que não tem grana para comprar coisa nenhuma. Tem consigo importação de petróleo ainda graças ao amiguinho Chavez, senão já não teria óleo nem para botar no cabelo do Raul. É que a antiga comadre CCCP não existe mais a lhe socorrer todos os meses com petróleo barato, ou seja, encerrou o pensionamento.
A ilha hoje vive de esmolas que lhe dão os “hermanitos” de esquerda como Lula Lá, Chavez e outros. A vocação da ilha nunca foi agrícola, ela tem que se dedicar ao turismo. O Fidel Castro é muito esperto: quando viu que a situação estava ficando preta, passou o bastão para o irmão, o qual ficará com a conta da abertura que deverá realizar aos poucos, tal como disse o General Geisel, lenta e gradual.
Em pouco tempo, Cuba será uma grande Las Vegas do lado leste americano, entrando dólares por tudo quanto é lado. Aliás, era assim antes do Fidel. O único defeito era o governo corrupto e arbitrário de Batista. Quando Fidel e seus amigos fizeram a revolução cubana nada tinham de comunista. Acho que o único comunista por lá era Ernesto Che Chevara. Como os americanos não lhe deram o apoio que necessitava se atirou nos braços dos soviéticos.
O que se tem hoje como conquista dos comunistas da ilha, ou seja, atendimento médico e ensino, na verdade, Cuba antes da revolução já gozava de certa liderança neste campo no âmbito da Latino América. O problema não era este, mas sim o governo podre que reinava por lá, o qual deixou um campo fértil para que a revolução de Fidel e seus amigos vencesse.
Cuba deve aproveitar que o governo americano é de um jovem democrata louco para fazer história, e construir um bom acordo de abertura e reatamento com os USA.
A melhor coisa que se faz quando se tem um vizinho rico e ficar amigo dele. Geralmente este lhe cede parte de seu conforto, mesmo que seja por exibicionismo. Os governantes da ilha parecem que estão se dando conta desta verdade. A única diplomacia que gosta de afagar vizinho pobre é a brasileira. Claro - não sou ingênuo – é só para tentar mais um votinho nas United Nations, é claro.
Breve teremos Cuba como um Hawai tamanho família, renunciando ao papel de Disney World das esquerdas.

THE BOOK IS ON THE TABLE.

Alguém me perguntou qual o motivo de minha paixão por livros. Claro que não vou chegar ao exagero de Borges: “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria”; afinal de contas, como já disse Gladys González, quando a gente vê tantos livros idiotas fazendo sucesso, devemos temer pela humanidade. Entretanto, prefiro pensar que existem livros e leitores de todos os tipos, assim como diria Francis Bacon alguns livros devem ser provados, outros devorados, e poucos mastigados e digeridos.
O livro, entretanto, pode não ter efeito algum sobre a pessoa. Assim pensava Georg Lichtenberg, ao dizer que os bons livros têm todos os mesmo efeito: tornar os tolos mais tolos ainda, e os sábios ainda mais sábios, mas deixam a maioria da mesma forma que antes.
Existem uns críticos que são sarcásticos, tais como José Ortega y Gasset, que dizia é uma obra de misericórdia não publicar coisas inúteis. Vejam o que diz o maravilhoso Leon Tolstoi: eu escrevo livros, por isso, sei todo o mal que eles fazem. Os críticos mordazes, como Simone Beaumont, dizem que escrever um livro é uma ato de amor, mas o problema é que, normalmente, o amor degenera em prostituição. Millor – o gênio – não deixou por menos: erudito é um sujeito que tem mais cultura do que cabe nele
Robert Benchley contava que levou quinze anos para descobrir que não sabia escrever, mas aí já não podia mais parar, pois ficou famoso demais. Faz-me lembrar certo escritor brasileiro.
Georges Louis Leclerc acaba com a raça dos que escrevem em linguagem coloquial – como eu: os que escrevem como falam, ainda que falem bem, escrevem mal. Está foi na pleura! Nada mais fácil do que escrever difícil; na simplicidade está a complicação que dificulta o ofício, disse Manuel Bastos Tigre.
Por outro lado, existem os radicais como Carlos Heitor Cony para quem escrever foi à tábua à qual me agarrei para não ser considerado por todas as pessoas como um idiota. Ítalo Calvino jurava que o escritor sempre esconde algo de modo que mais tarde seja descoberto.
Encerrando com dois poetas latino-americanos : Pablo Neruda, para quem na literatura você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final, sendo que no meio você coloca as idéias, e João Cabral de Melo Neto, para quem escrever é estar no extremo de si mesmo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

NOTÍCIAS SEM DIPLOMA 07.08.2009

- A Governadora do Estado do Rio Grande do Sul é denunciada juntamente com outras pessoas sem saber do quê.
- Integrantes do Ministério Público dão entrevista coletiva para dizer que estão denunciando Governadora e outras pessoas, mas não dizem por quê.
- Oposição não conhece os termos da denúncia, não conhece os fatos e já condenou.
- Promotor diz na entrevista que estes réus não terão moleza. Podemos deduzir que outros terão ou tiveram?
- Nos meus tempos de escola réu é quem constava de processo judicial cuja denúncia já haviado sido recebida pelo juiz.
- Como oposição não conhece as denúncias, somente sabe que elas existem, mesmo assim quer o impeachment da Governadora. Governador pode ser submetido a impeachment somente por ter sido denunciado pelo MP.
- O que vale aqui para o PT não vale em Brasília.
- No Território do LADRONISTÃO um senador chamou o outro de ladrão, este replicou que ele era um salafrário. Temo ter que dar razão a ambos.
- Sir Ney diz que sua biografia fala por ele: não é que ele está com razão?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A VOLTA DAS CUCARACHAS


Lendo triste o que está acontecendo com o PMDB, lembro que ele tem origem no velho MDB de Ulysses, de Simon, de Tancredo, de Montoro e tantos outros, muitos dos quais já partiram.
Pensando nisso, fui folhear como sempre faço à noite, os velhos livros, e encontrei entre eles Henfil – Diário de um Cucaracha (com barata – depois explico). Para quem não sabe, Curaracha é barata, e é o nome que os americanos, os da matriz, dão aos latino-americano, como nós. Algo como nos chamar de desprezíveis, ou nojentos.
O tal diário de Henfil tinha na capa uma barata. No alto de seu bom humor, mandou editar alguns livros sem a tal barata (Cucaracha) para vender só para mulheres, e alguns que não são muito chegados.
O livro tinha muitas correspondências dele de New York para o Brasil. Olhem só este trecho se não é de chorar face aos atuais acontecimentos:
“New York, 20 de novembro de 1974. Zéduardo. Só um bilhetinho rápido, para aproveitar a boa vontade do amigo. Aí vai a página do Philadelphia Enquirer com os fradinhos coloridos! Mas isto não importa. O MDB ganhos as eleições!?? Mande todos os jornais, mande o boletim do TRE com o resultado completo de toda a eleição. Cancela a goiabada e o requeijão. Quero babar! Dá vontade de cantar “adeus, América, que esta terra é muito boa mas eu não posso ficar porque” o MDB mandou me chamar! Puta que pariu!”
Sorte do Henfil! Não viveu para ver o PMDB nos braços do Lula Lá, abraçado no Sarney, no Collor de Melo e Renan Calheiros.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

CORAGEM A ESTES HOMENS

Este episódio onde o senhor Renan Calheiros diz que é melhor que descontentes saiam do PMDB, me fez lembrar aquela história em que um bêbado, todo esfarrapado e fedorento entra num restaurante fino, onde estavam pessoas engomadinhas, sentadas e tomando os vinhos e comendo suas refeições à francesa, e logo vai dizendo: “Os incomodados que se retirem...”
Ora, quem está no lugar errado não é o Senador Simon é o Senador Sarney; é o Senador Renan Calheiros...
Quem mais representa a história do PMDB que Pedro Simon?
Tenho boa lembrança de Simon.
Naqueles tempos, onde ser oposicionista era uma coisa muito complicada, fui convocado a ir até a Assembléia Legislativa e obter uma assinatura do então Deputado Pedro Simon.
Fui conduzido até ele por um secretário: achei um tipo estranho, todo de preto, bigodinho à antiga, mas me surpreendeu com uma acolhida que muito me envaideceu. É claro, fui conhecer os políticos depois de muitos anos de calos nas mãos, mas para aquele menino que nunca tinha tido contato com a classe política foi um acontecimento.
Os anos se passaram, e hoje quando encontro e falo com políticos como os Senadores, Governadores, Deputados Federais e Prefeitos, não tenho mais aquele encantamento, sendo bem mais crítico. No entanto, de Pedro Simon ficou aquela primeira impressão.
Nem sempre votei nele. Confesso que, nas última eleições, o fiz por falta de alternativa, mas reconheço nele um cidadão honesto, de bons princípios, digno mesmo de um bom Senador.
Seus adversários de partido hoje certamente não estão à altura dele, e por certo jamais estarão. Certamente, outros devem existir que também são honestos como o Simon, mas lhes falta a coragem do “turco”. Hah, como esta virtude tem estado ausente de nossos políticos. Nunca gostei de Brizola como político, mas admirava sua coragem. Não admiro a biografia de Lacerda, mas encontro nela uma grande coragem pessoal, o que também me desperta grande interesse.
O que falta, por exemplo, ao Senador Paim, que não a coragem de enfrentar Lula Lá e seus seguidores? Por que o Senador Paim, não enfrenta de frente o Presidente e sua turma, que tem sonegado os direitos dos aposentados, que o ilustre Senador tem propagado aos quatro ventos defender?
O Senador Simon se diz cansado, e não pretende mais concorrer. Volto a dizer mais uma vez: estamos perdendo nossos grandes homens, e não os estamos repondo. O Rio Grande, infelizmente, está empobrecendo em qualidade.

domingo, 2 de agosto de 2009

A VOLTA DA MORDAÇA

Não sou daqueles que propagam a liberdade total nas comunicações. Já disse que não concordo que no intervalo do programa da Xuxa seja apresentado um filme pornô. Calma: é óbvio que estou exagerando exatamente para firmar a idéia de que nada é absoluto. De outra banda, sou a favor da responsabilidade de quem escreve ou fala.
No episódio de censura ao jornal o ESTADO DE S.PAULO, um juiz determinou que o dito periódico se abstivesse de falar sobre determinado assunto, exatamente sobre o Senador José Sarney e sua família. Trata-se, obviamente, de censura prévia, pois alguém se vê privado de publicar aquilo que ainda não elaborou.
Não me causou qualquer espanto o fato de Sua Excelência tenha tirado foto com o Sarney e sua turma, pois vivemos num país livre e a gente saca foto com quem bem entende, embora tenha eu o zelo de não ser flagrado em fotografia com qualquer um, não é todo mundo que toma este cuidado. O que me espanta mesmo é Sua Excelência não ter se dado por impedido para julgar o feito. Tá bem, trata-se de “juridisguês”, vou traduzir. O Juiz não poderia ter julgado o caso, pois era amigo de uma das partes. Não é que ele vá utilizar este seu grau de amizade para obter vantagem para o seu amigo, é que a lei determina que não deva existir esta possibilidade, exatamente para evitar o diz-que-diz. Ele não tomou este cuidado, e caiu em descrédito nacional.
O Tribunal superior que vai julgar o feito certamente cassará a liminar, pois se trata de evidente violação de direito constitucional, mas até lá estaremos convivendo serenamente com a volta de censura prévia. Agora, se o Tribunal resolver manter a decisão, será um salve-se quem conseguir. Aconselho mudança para Afeganistão ou Iraque, pois por lá ficará mais tranqüilo.

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