domingo, 29 de janeiro de 2012

UMA LIÇÃO DE d'ESTAING PARA O BRASIL

‎"Um sistema social não é mau porque admite aberta e lucidamente algumas de suas fraquezas ou mesmo busca remédio para elas, assim como um enfermo não é candidato à eutanásia porque se submete a um exame médico. Um sistema social só está condenado apenas quando esconde suas fraquezas e se recusa a repará-las, ou ainda quando aumenta desmesuradamente sua importância e se compraz em sua contemplação mórbida." Frase do estadista francês Valerie Giscard d'Estaing, em tradução do Dr. Paulo Brossard, em 1977. Quanta atualidade! Acho que serve mais para Lula do que para Dilma, mas esta também pode ser enquadrada na lição de d'Estaing.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ESTAMPA DEL CIELO

Uma homenagem aos meus amigos de bom gosto, aqui vai o belo poema do maravilhoso FEDERICO GARCIA LORCA, que extrai das Obras Completas dele da Aguillar.
ESTAMPA DEL CIELO
Las estrellas
no tienen novio
Tan bonitas
como son las estrellas!
Aguardan a un galán
que las remonte
a sua ideal Venecia

Todas las noches salen
a las rejas
-oh cielo de mil pisos!-
y hacen líricas señas
a los mares de sombra
que las rodean

Pero aguardad muchachas,
que cuando yo me muera
os raptaré una a una
em mi jaca de niebla.

JUSTIÇA VIRTUAL


W. Bennett, em O livro das virtudes- O compasso Moral, Editora Nova Fronteira,  conta uma história maravilhosa. Um sujeito estava fritando pastéis na via pública para venda. Um outro sentou ao lado, abriu a marmita e dela tirou um sanduíche. O vendedor de pastéis lhe cobrou a metade do valor dos pastéis. Argumento: ele sentiu o cheiro dos pastéis do outro, e lhe aumentou o apetite, logo, o pasteleiro era seu credor. O assunto ficou sério e foram diante do juiz. Este ouviu as partes, e decidiu desta forma maravilhosa. O da marmita deveria derramar algumas moedas sobre a mesa, com isso produzia o som das moedas. Este som seria a paga do pasteleiro. É o que eu chamaria de justiça virtual. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OLHAR TRISTE

Durante muito tempo de minha infância, adolescência  e juventude as pessoas costumavam dizer que eu tinha um olhar triste. O tempo foi passando, e este tipo de observação desapareceu, pelo que entendo que o dito olhar tristonho havia desaparecido. De uns tempos para cá, esse tipo de observação voltou.
Talvez seja um pouco de decepção com as pessoas, com um tipo de atitude  - que pode ser considerada moderna - mas que eu não comungo. Já cansei - e cansei as pessoas também - de dizer que sou um conservador. Nesta linha, preso muito a fidelidade, o companheirismo, a honestidade e a gratidão. Todos conceitos que não são muito apreciados nos últimos tempos.
Mudei, ou mudaram as pessoas? Talvez as duas assertivas sejam verdadeiras. Não há como as duas estarem erradas.
Ainda não abandonei a ideia de sonhar. Acho pelo menos este é um conceito que ainda está em moda.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AMY, MICHEL E GIGLIO

AMY WINEHOUSE até há pouco tempo era uma desconhecida para mim. A vi algumas vezes na televisão, tendo me chamado atenção mais pelo seu jeito esquisito do que pela sua música. Ela lembrava a Nina Haiden, que participou do primeiro Rock In Rio, creio que em 1983.
A voz Amy era ótima,e um ritmo vocal muito raro,e que por aqui somente vi em Elias Regina, que por sinal morreu provavelmente da mesma coisa. Seu estilo lembrava os cantores de Jazz e Soul.
Embora eu não goste muito do tipo, em cruzeiro pelo Mediterrâneo, a bordo do Costa Pacífica, todas as noites Lourdes, Fabiane, mais eu íamos assistir o ótimo Michel e seu piano, tocando e cantando Jazz, Soul e Blues. Michel era um negro magro e alto, muito simpático, natural de Memphis, no Tennesee que encantava a todos nós que lotávamos o piano-bar.
Lembrei,  vendo o desastre com um navio da mesma empresa  Costa, tendo um desastre no local onde passamos nessa oportunidade, junto à llha de Giglio. Para mim a tal ilha era desconhecida, mas não sei por que na hora fixei o nome não sabendo que ela ficaria famosa em todo o mundo face a adernagem do transatlântico que vitimou várias pessoas.

O DIA

EXISTEM dias que a gente se lembra para sempre. Desses dias - que não são muitos - existem os bons e os maus. Entre os bons, existem os bons, os muito bons e os ótimos. Existem, no entanto, dias em que justificam a existência da gente nesta vida, tal a sua carga positiva. 
Eles se destacam por alguns aspectos inigualáveis, sendo o primeiro a alta carga emocional, depois a alegria, a beleza, o gesto, o carinho e a espiritualidade. 
Penso que no casamento de Gabriela e Bruno, ao final de último mês de outubro em Pelotas teve tudo disso. 
Alguns episódios marcantes em nossas vidas são marcados por cenas que lembramos, pois não conseguimos reunir na memória todos os episódios. Não é o que acontece aqui, pois sou capaz de contar todas as cenas, uma  a uma, como num filme. Falar de cada gesto, de cada rosto e de cada palavra. 
Por tudo isso, é que gosto de lembrá-lo, de falar dele, de rever suas cenas e suas fotos, como se revivendo aqueles momentos de muita satisfação, para tanto o apelidei de O Dia. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

MEIA NOITE EM PARIS

Acabo de ver Meia Noite em Paris, filme de Wood Allen, com Owen Wilson, Rachel McAdams e outros. Para quem, como eu, adora Paris, o filme seria bom de qualquer jeito, pois tem como pano de fundo uma Paris maravilhosa, como sempre. Tirando a história, poderia ser um filme de turismo.
Mas a história é interessante. Acho que desta vez Wood Allen foi muito bem.
O filme inicia numa lentidão, mas aos poucos vai melhorando.
É um filme para guarda,  e ver de vez em quando.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

CONTROLE REMOTO

As pessoas freqüentam redes sociais e ficam escrevendo contra as outras que ali escrevem. Como não têm coragem, ou competência para criticar com categoria ficam criando ironias, sem qualquer criatividade. Acho isso de muito mal gosto. É claro que existe neste tipo de atividade pessoas com menos recursos intelectuais que realmente ficam escrevendo coisas simplórias, mas não são elas os alvos, mas as que escrevem com uma certa freqüência e volume. Felizmente, tal como as tevês os sítios de informática têm o seu controle remoto, e permite que eu não tenha a obrigação de ler tudo o que me postam. Tenho a oportunidade de selecionar o que devo ler. Posicionamento mais corajoso e verdadeiro é defenestrar o chato, e deletar. É uma atitude mais corajosa e sincera.

domingo, 1 de janeiro de 2012

GOSTOS SÃO GOSTOS

Os brasileiros acham que todo o mundo têm que gostar do que eles gostam. Ouço muito a pergunta: mas como você não gosta de praia? Me sinto como um ET chegado de agora. Ai tenho que explicar:  eu gosto de praia. Não gosto é de ficar sentado numa cadeira olhando para o mar, tomando birita, e comendo salgadinho. Não gosto de mergulhar em nosso mar gelado e geralmente turvo.
Você não gosta de pescar? Como alguém pode não gostar de pescar? Não gosto da ideia de enfiar um gancho na boca de um bichinho para matá-lo por falta de oxigênio. n
Também não conseguem entender como não gosto de alguns tipos de músicas. Não gosto do que chamam de pagode, por exemplo. Gosto de música de qualidade, logo não afasto que algumas das músicas cantadas ou tocadas nos chamados pagodes não sejam de meu gosto. Só não gosto de ficar uma noite inteira escutando somente um tipo de música, onde geralmente só muda a letra, e o que pior são em sua maioria de péssimo gosto.
Sei que não represento o gosto da maioria. Não me importo com isso. Só ficaria preocupado se fosse obrigatório.  Como não é, não há com o que me preocupar.

GLAUBER ROCHA

Ganhei de presente do meu irmão Alfredo o livro de Nelson Motta A Primavera do Dragão - A juventude de  Glabuer Rocha. O livro é muito bom, pois Nelson escreve a história inicial de Glauber numa linguagem jornalística, muito gostosa de ler, tanto o é que li em dois dias, praticamente num fôlego só.
O primeiro filme sério que vi na vida foi DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, cuja criação Nelson conta do livro. Realmente inesquecível.
Num tempo em que o cinema nacional era praticamente uma brincadeira, pois se dedicava simplesmente a fazer comédias, Glauber abriu seu espaço a fórceps, num processo revolucionário  que se chamou Cinema Novo.
Costumo dizer que o cinema nacional não existia antes de Glauber e nem depois dele. São raros os filmes brasileiros de qualidade, infelizmente. Hoje, os nossos cineastas tem condições técnicas, mas acho que lhes falta talento. Nem roteiros adaptados salvam o cinema nacional.  Algumas raras exceções, entre as quais DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS e O QUATRILHO.
Assim como nascemos para o futebol, acho que não viemos ao mundo para fazer cinema.

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