sábado, 30 de agosto de 2008

DESABAFO DE UM CONSERVADOR MALVADO

Todas as pessoas que me conhecem sabem que eu sou um conservador. É claro que não sou um conservador nos moldes que entende a esquerda brasileira. Para esta ser conservador significa ser um sujeito malvado, o qual quer a manutenção de um “status quo” perverso, onde os ricos e poderosos - ditos opressores- massacram as classes pobres e trabalhadoras. Na verdade, sou um conservador do tipo inglês, o qual simplesmente se opõe a outro partido dito trabalhista, mais chegado a utopias. Sou conservador no sentido de ser capitalista, com alguma preocupação social. Esta posição não constitui qualquer novidade, desde Adam Smith (A Riqueza das Nações), assim não posso ser considerado inovador apresentando um capitalismo com preocupação com as camadas mais pobres da população.
Qual seria a diferença entre um capitalista conservador, preocupado com a situação das camadas mais carentes e um socialista, trabalhista ou sua versão mais odiosa a dos populistas? Elementar, enquanto àqueles buscam alcançar recursos e meios para que os pobres possam com seus próprios meios alcançar riquezas, lhes proporcionando postos de trabalho e oportunidades, estes são afeitos a um assistencialismo, onde se alcançam meios aos hipossuficientes sem qualquer contrapartida, os mantendo atrelados e dependentes do sistema. Esta última forma tem grandes vantagens ao operador, haja vista que tende a mantê-lo no poder, pois os assistidos têm medo de perder o seu mantenedor.
A fórmula é evidente: você pega um sujeito carismático, aumenta violentamente a carga tributária, principalmente daqueles impostos que a população não se dá conta de que está pagando, e começa a distribuir dinheiro, sem nada exigir em troca, somente esperando que eles lhe retribuam com apoio político. Ora, renda sem ter que trabalhar é melhor que poção mágica: todo mundo gosta.
A primeira manifestação populista, dentro deste espírito de produzir renda sem trabalho, foi criada na década de 60 com o abono anual, mais conhecido como décimo terceiro salário. Embora o empresário inteligente possa durante o ano fazer uma reserva de 1/12 para ao final do ano pagar o 13º salário, ou seja, ele verdadeiramente é parte da remuneração anual do empregado, este recebe o abono anual como se fosse um prêmio, ou seja uma quantia extra-salarial, sem qualquer relação com o seu labor. Outra coisa do gênero foi o PIS, o qual já foi esvaziado com exceção daqueles que recebem até dois salários mínimos, os quais recebem anualmente mais um salário a este título. Outra fórmula também existente neste patropi é a concessão de benefícios previdenciários a quem nunca contribuiu, ou seja, se alcança dinheiro da previdência social a beneficiários que com ela não contribuíram, numa afronta ao mais elemento princípio atuarial.
Esta farta distribuição de benefícios sociais a quem nunca contribuiu é a causa única do déficit da previdência, mas o governo se faz de morto e põe a culpa nos aposentados, diminuindo seus proventos cada vez mais, criando fator previdenciário cujo único objetivo é diminuir o valor dos pagamentos aos jubilados.
Não fique concordando comigo que você será considerado também conservador, e portando não progressista, logo um malvado. Seja politicamente correto. Diga que distribuir dinheiro sem trabalho é única forma de evitar a fome no país. Declare que pagar sem trabalho é uma forma justa de distribuir renda. Concorde que aposentar quem não contribuiu é uma forma de conserto social. Com tudo isso, você será considerado politicamente correto, e portanto um progressista, longe dos malvados conservadores como eu.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

FRASES DEFINITIVAS

Frasista é um neologismo que tem a pretensão de identificar o sujeito que constrói frases inéditas e de grande profundidade. Não sou um bom frasista, mas algumas vezes tenho criado frases interessantes, e que passam a ser repetidas pelas pessoas de minhas relações. Uma dela é que o chato atrai desgraça. Quero dizer com ela que, se a pessoa é muito chata e fica recomendando muito, o seu assunto fatalmente não dará certo. Inventei a frase lá pelos anos 70, e até hoje é repetida aqui no meu ofício, e considerada como uma realidade inquestionável.
Se atribui a Ulisses Guimarães a seguinte frase: “O segredo da felicidade é fazer do seu dever o seu prazer.” A frase é direta: você tem que gostar do que faz. Você não pode ir para o trabalho como se fosse para a forca. Os dias de trabalho também são dias de vida. Pense bem: você passa um terço de sua vida no trabalho. Se forem dias de sacrifício sua vida será um inferno. Realmente boa frase.
Confesso que não sei quem é ou foi L.Martinez, mas a ele ou ela é atribuída a frase: “É uma grande conquista aprender a manejar a própria vida.” Sábias palavras. A gente não consegue controlar a nossa própria vida, e passamos o tempo todo querendo controlar a vida dos outros. Temos a pretensão de dar lições de vida ao mundo, mas não aprendemos a nossa própria lição.
Mário Quintana, o gênio com jeito de menino brincalhão, tem duas frases que contêm uma mensagem perfeita: “O tempo não pára. Só a saudade faz as coisas pararem no tempo.” Tenho minha própria maneira de ver a saudade. Entendo que saudade é a face doce da perda. Olha aí, criei outra frase! Dentro da saudade não se envelhece, nada se perde, todas as pessoas e coisas estão ali. Guardadas, só esperando que vamos até elas.
E, a última frase, que infelizmente são sei a autoria: “As pessoas entram e saem de nossas vidas. Mas elas não vão só... Sempre levam um pouco de nós e deixam um pouco de si. Como entende ser esta uma frase perfeita não se impõe legenda explicativa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A MODÉSTIA

A verdadeira modéstia é somente a ausência de vaidade. O modesto é um sujeito moderado nos seus desejos. Tem pudor, decência e, por que não dizer (?) compostura.
Muita gente confunde modéstia com timidez. Enquanto o modesto é um recatado por comportamento voluntário, o tímido na verdade é um medroso. Este tem medo de enfrentar a realidade, daí se encolhe na menor adversidade.
Bertrand Russell, em sua obra A Conquista da felicidade, falando da modéstia, trouxe à lume a falsa modéstia. Disse que, embora a modéstia seja até considerada uma virtude, as pessoas dela acometidas carecem muito de que outras pessoas as tranqüilizem, não se atrevendo a ensaiar tarefas que não sejam capazes de executar sozinhas e perfeitamente. Assevera que as pessoas modestas julgam-se eclipsadas por aqueles com quem habitualmente convivem e por isso são particularmente inclinadas para a inveja e esta originaria descontentamento e má-vontade.
Foi duro Bertrand Russell (como sempre), mas não deixa de ter razão, e acrescento mais: a modéstia em excesso tem uma ponta de insinceridade. A pessoa na verdade, embora se apresente como inferior, não quer esta posição, pois espera que o seu interlocutor, ao ouvir o seu voto de pobreza, a contradiga e a reponha no lugar que verdadeiramente entende estar. Nasce daí a expressão falsa modéstia. Ele diz, mas não guarda sinceridade.
Claro que não chego ao exagero de Jean de la Bruyere para quem "False modesty is the last refinement of the vanity", mas que há uma contradição neste tipo de comportamento isso é fato.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

OBAMA OU MC CAIN?

Os personagens públicos são por definição polêmicos. Assim, o digo, pois, existe sempre quem é contra e quem é a favor. Se você fizer uma enquete para saber quem é a favor de Deus, e quem é a favor do diabo não dará 100 a zero como você imaginou, e sim 90 a favor do Senhor e 10 a favor da besta.
Se você pegar uma figura pública que, para a imprensa é irretocável, e começar a esmiuçá-la provavelmente tisnará o seu mito. Pegue, por exemplo, John Lennon, o qual é tido como sinônimo de pacifismo, luta pelos direitos civis e mensageiro da paz mundial, encontrará em sua história drogas e orgias. No campo político, veja o caso de Che Guevara, muito citado por sua pretensa frase “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” matou a coronhadas colega de revolução que uma corte marcial montada às pressas no meio do mato condenou em poucos minutos à morte. Olhe o exemplo de Getúlio Vargas tido como uma figura ímpar na política brasileira dirigiu uma ditadura que censurou a imprensa, afrontou os direitos e garantias individuais, deportou para morrer na Alemanha Nazista a Olga Benário, mulher de Luiz Carlos Prestes.
Na área artística, principalmente, temos que separar o que é a pessoa e sua obra enquanto cantor, intérprete, compositor ou poeta, e a sua vida normal como cidadão. Elis Regina – a maior cantora que o Brasil já teve – morreu precocemente vítima de overdose.
A senhora Madonna Louise Verônica Ciccone Ritchie que adotou o nome de Madona em seu último show resolveu fazer uma ode ao candidato democrata o comparando a John Lennon e Mandela, enquanto comparava o candidato republicano a Hitler outras figuras mundiais detestáveis. Ora, Madona não é certamente um modelo de virtudes a ser seguida, e ouvida principalmente em matéria de política.
Se Obama e Mc Cain fossem candidatos a Presidente do Brasil, eu provavelmente não votaria em nenhum, mas entendo que as pessoas devem expor suas idéias, seus pensamentos, suas opiniões sobre os candidatos dentro de uma linha de seriedade. Penso que não é o que fez Madona, pois eu vi a parte do teipe onde ela fez o jogo de cena contra Mc Cain, e posso atestar que foi um golpe baixíssimo, o que para ela não seria nenhuma novidade, pois fez o seu nome justamente em cima desta idéia.
Aqui nesta Pátria Amada (salve, salve!) a tendência de imprensa é sempre apoiar os Democratas, bobamente, com a falsa idéia de que eles representam a esquerda americana e os Republicanos seriam a direita.
Atualmente, isso representa um enorme erro, o que se repete no meio dos governistas do Lula Lá, pois são nitidamente a favor de Obama, quando na verdade os Democratas são o que há de mais radical em termos de protecionismo americano em detrimento dos demais países, principalmente os do terceiro mundo. Tanto isto é verdade que o relacionamento de Lula Lá com Bush sempre foi ótimo, e o presidente nunca escondeu esta cordialidade com o governo americano. A eleição de um governo democrata significará certamente uma mudança para uma linha de mais proteção dos interesses americanos nas relações comerciais em nosso prejuízo.
Se o enorme déficit nas contas americanas pode representar uma coisa boa para nós, como o foi durante o governo Bush, o fechamento das torneiras por parte dos democratas pode representar uma má notícia para nós os brasileiros. Ou seja, a torcida pelo senhor Obama é um enorme tiro no pé tupiniquim.
Assim como o governo americano sempre se preocupa com os interesses ianques no mundo, nós também devemos pensar nos nossos interesses. Não cabe perquirir se Obama ou Mc Cain será bom para os americanos, temos é que pensar quem será bom para nós.
Bem, não é assim que o governo Lula Lá pensa, pois vive a perdoar a dívida externa de quem nos deve, sem que perdoem também a nossa que muito maior, em troca pensa receber duvidoso apóio em seus pleitos pessoas em nível de representação mundial.
Se Mc Cain for bom para o Brasil que seja ele, se o contrário Obama for mais interessante que se eleja. Torçamos pelos nossos bandidos e não para os bandidos dos outros.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O PROFETA CALADO

Não gosto das pessoas que falam de si utilizando a terceira pessoa do singular. Edson Arantes do Nascimento fala de Pelé como se fosse uma entidade autônoma, o que me desagrada.
Não há dúvida que foi o maior jogador de todos os tempos, cabe, no entanto, a nós os torcedores, aos demais atletas, aos jornalistas e críticos em geral alardear esta condição, nunca o próprio. Pelé fica zangado quando alguém, mesmo “an passant” tenta compará-lo com outro jogador. Pode até ter razão, mas fica feio.
Diz a canção popular que Narciso acha feio o que não é espelho, uma variação da mitologia grega, neste sentido também anda o Pelé.
Tem razão o autor de INTELIGÊNCIA EMOCIONAL o qual afirma que a pessoa pode ter inteligência para uma coisa e não ter para outra. Ninguém tem obrigação de ser bom em tudo, com Pelé certamente não é diferente.
A última de Pelé saiu hoje na internet: se eu tivesse jogado a olimpíada o Brasil já tinha sua medalha de ouro. Acho que Romário tem razão: “Pelé calado é um profeta”.
Sobre Pelé, ainda me zango com a história de “rei”. A relação de nobreza pressupõe um rei e seus vassalos. Uma casta privilegiada em detrimento da população em geral, que não faz parte desta nobreza, sem qualquer causa justa. Não vejo qualquer relação com jogo de bola.
Outra coisa que me deixa contrariado é que não se pode falar mal de Pelé. Tenho a impressão que se trata de ser santificado, ungido, não sujeito às mazelas cotidianas. Tudo isso só por que foi um maravilhoso jogador de futebol. Santificar uma pessoa por ter jogado bem futebol, o que se pode fazer então por gênios como Einstein, Newton, Da Vinci, Leonardo e Shakespeare ou Martin Luther King, os quais prestaram inestimáveis serviços à causa da humanidade? Certamente há uma grande dose de exagero em tudo isso.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

ANTENA TREZE

- Pessoal, não pretendo fazer qualquer comentário sobre as eleições municipais. Só vou dizer uma coisa muito simples: prefeito de cidade é o administrador de um enorme orçamento público, o qual é destinado ao bem da coletividade que reside no município. O futuro prefeito de Porto Alegre não participará de concurso de beleza; concurso para ver quem é o mais zangado; ou concurso para ver quem é o mais arteiro. Pense nisto na hora de votar.
- No episódio da compra da casa da governadora, devemos lembrar que o ônus da prova, tanto na área cível quanto na penal é do acusador. Não cabe à Governadora do Estado provar que houve a casa de forma lícita, e sim aos seus detratores - que tiverem coragem de ir ao foros próprios - apresentar as provas de eventual ilicitude. Diante de alguma prova, caberá à Governadora do Estado rebater o que for apresentado, e, se possível, apresentar as também eventuais excludentes de ilicitude.
Não tenho qualquer opinião formada sobre o mérito da questão, mas entendo que sobre o ponto de vista meramente processual está havendo uma inversão enorme.
- Sobre a seleção brasileira de futebol ser dirigida pelo ex-jogador Dunga. Veja bem: o qualifiquei como ex-jogador, poderia ter dito treinador Dunga. Acontece que ele nunca foi treinador. Como alguém é escolhido como treinador do quadro mais importante da nação, sem nunca ter treinado time nenhum. O lógico é que o melhor técnico de um país seja o treinador da seleção. Que interesses levam um neófito a ser o treinador da seleção?
- Quanto às Olimpíadas, não está errado os atletas do Brasil trazerem poucas medalhas, pois elas reproduzem a condição real de nossas equipes. Está errado sim é criar uma falsa espectativa ao público brasileiro, que, de antemão, se sabe não ser possível, pelo menos por enquanto. Na verdade, prefiro assim. Se nossa realidade é esta, por que criar atletas artificiais como faziam a antiga URSS e CUBA? Em suma, estão de parabéns todos estes rapazes e moças que foram lá defender os nossos esportes. Eles não têm obrigação de trazer medalhas, e sim de envidar todos os esforços para fazer uma boa apresentação. Todos fizeram o melhor, exceto é claro a seleção de futebol: a única que tinha obrigação de ganhar, e fracassou mais uma vez. O pessoal da ginástica foi muito cobrado. Sem razão, há pouco tempo a ginástica brasileira simplesmente não existia no cenário mundial. Nos últimos tempos, temos feito boa figura, inclusive conquistando campeonatos mundiais. Um sexto, sétimo ou até oitavo lugar nas Olímpiadas é um resultado fantástico para um país que não tem qualquer tradição no esporte.
- Não se emocionem com países que ficam empilhando medalhas. Lembrem-se que existem esportes sem qualquer expressão que distribuem dezenas de medalhas para modalidades insignificantes. Enquanto o futebol que envolve equipes com 22 jogadores somente distribuí uma medalha de ouro, esportes como tiro distribuem dezenas.
- Tem gente que tem prazer de desprestigiar o país e nossos atletas. Um brasileiro ganhou a medalha de ouro nos 50 metros de natação. Puxa, um feito maravilhoso diante dos monstros sagrados da natação, pois uma destas figurinhas carimbadas disse que não valia pois ele tinha treinado nos EUA. Ora, vai catar coquinho...

ANTENA QUATORZE

-Este assunto de dispensar o uso de algemas em presos, é próprio de quem não tem qualquer conhecimento prático sobre presos, e de contenção de pessoas detidas.
-As algemas não são colocadas no preso para que ele não fuja, pois ele não se evade com as mãos e sim com as pernas. Se assim fosse, as algemas seriam nas pernas. Os americanos - que formam uma nação democrática certamente - utilizam também correntes e algemas nas pernas dos detentos.
-As algemas são utilizadas para que o preso não esboce reação violenta contra a prisão agredindo que lhe prendeu ou o está conduzindo.
-Nem sempre ao abordar e prender a pessoa, o policial pode prever as possíveis reações. Daí vai logo, por prevenção, colocando as algemas.
-Durante mais de um século a polícia tacou algemas em presos negros e pobres. Quando resolveu começar a algemar os ricos e brancos, foi uma gritaria generalizada, culminando com a proibição. Nada como a igualdade de direitos!

ENSINO PÚBLICO, SALVEM-NO

Entre 1965 e 1968, estudei no antigo Ginásio Inácio Montanha, ali na Avenida João Pessoa, esquina com a Travessa Professor Freitas e Castro, ao lado do Hospital Ernesto Dornelles.
Para quem não viveu aquela época, é difícil de imaginar o que vou relatar. Os colégios públicos eram poucos. Em Porto Alegre, tínhamos o Júlio de Castilhos, considerado então o padrão do Estado, o Colégio Comercial Protásio Alves e o Inácio Montanha. Assim, para o filho de pobre conseguir uma vaga era muito difícil. Os ricos e classe média alta estudavam no Anchieta, nas Dores e Rosário. Existiam mais ou menos 500 vagas para o ginásio (atual primeiro grau – segunda fase).
O problema era resolvido com um exame que era chamado de Admissão ao Ginásio. Na verdade, antigo primário tinha quatro anos, e mais um que, embora fosse chamado de quinto ano preparava, pelo menos em tese, o aluno para enfrentar o temível exame de admissão.
O livro desse quinto ano era chamado Programa de Admissão. Na verdade, era um verdadeiro VADE-MECUM, pois tinha todas as disciplinas num volume só.
Hoje houve a universalização do ensino médio, com vagas sobrando para os pobres, deixando de estudar somente quem realmente não quer ou tem preguiça. Mesmo assim, a evasão escolar após o primeiro grau é enorme.
Essa revolução no ensino médio público, com vagas para todos, ainda não chegou no ensino superior, onde já sobram vagas, mas no ensino privado, o qual, por sinal, é muito caro.
A expansão do ensino médio, no entanto, trouxe um problema à reboque: a queda da qualidade, principalmente dos professores.
É evidente que o aluno ruim de hoje será o péssimo professor de amanhã. Para que possamos sair deste círculo vicioso, serão necessários alguns anos. Provavelmente não estaremos aqui para ver.

OLHA A LÍNGUA AÍ GENTE

Olavo Bilac, em seu famoso soneto à língua portuguesa, denominou nosso idioma de a Última Flor do Lácio, dizendo assim:
"Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela... "
A região do Lácio na verdade era a Itália, mais precisamente a região central, onde, em priscas eras, habitavam os etruscos, e que deran origem aos latinos.
Lácio vem do latim “lacium”, hoje Lazio em italiano. Para os que gostam de futebol é a terra do Lazio.
Pois bem, dizia Bilac que se trata de uma língua ao mesmo tempo inculta, mas bela, e realmente assim o é.
Não é uma língua fácil, pelo contrário, de difícil aprendizado, tanto que passamos a vida toda apanhando.
No meio deste eterno conhecer, temos agora grandes alterações, a reboque de um tratado entre os povos de língua portuguesa.
Eu era uma das poucas pessoas que ainda usava o trema, agora vou perder este meu exibicionismo. Você não acha uma graça “qüinqüênio”? Dois tremas e um acento circunflexo. Já era... Nada de trema.
Para quem tem dificuldade com a língua, estou recomendando um livro de bolso editado pela L&PM – POCKET chamado GRAMÁTICA do português contemporâneo fundada na obra do Professor Celso Cunha, falecido em 1989, com Organização entre outros da Prof.ª Cilene da Cunha Pereira. Para os sovinas informo que custa tão-somente R$18,00.
Tudo isso também para dizer que vocês devem tomar cuidado com os corretores dos editores de texto, pois as sugestões e conselhos ali apresentados são funções automáticas, as quais nem sempre são adequadas ao que você está escrevendo. Como tenho um razoável conhecimento da língua, consigo captar muitas sugestões incorretas, inadequadas e incompatíveis com o meu texto. Pelo que, tomem cuidados, sejam críticos. Em suma, não saiam aceitando as sugestões do chamado corretor ortográfico do “Word” ou similar.
Por outro lado, as sugestões de sinonímia que a máquina apresenta, muitas vezes são engraçadas. Você escreve pamonha, e como o dicionário da máquina não tem sugere a você, com a maior cara de pau: palhaço e papagaio.
Assim aconselho a ter ao lado de sua escrita o velho e bom dicionário Aurelião, Houaiss ou qualquer outro de sua escolha, bem assim uma gramática para socorros mais profundos, e, é claro, muita leitura atenta, pois aprendendo a ler, se aprende a escrever.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A NOSSA ESTRELA

O maior poeta brasileiro, Olavo Bilac, dizia ser louco quem ouvia estrelas, mas ao mesmo tempo dizia também  ouvi-las. E, mais: se descobria a conversar com elas. Ao final de seu famoso poema,  dizia da necessidade de amar para entendê-las. Encerrava numa sentença eternamente doce : “Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas."
É comum aos namorados se darem estrelas. Assim, milhares ou milhões têm donos ou donas. No entanto, não se devolvem estrelas. Assim, quando as pessoas partem levam junto sua estrela. Mas, não fica lá no firmamento um buraco, fica sim o brilho dela. A estrela mesmo não está lá, somente sua luz. A luz que nos acaricia toda a noite.
O dia amanhece e a estrela some. Mas, temos a certeza que na outra noite ela estará firme, com o seu brilho a nos fitar. Ela é testemunha da história.
Vai chegar o dia em que também partiremos, e levaremos nossa estrela, e, eternamente lá no céu ficaremos, a contemplar aqui nossos afetos, deixando neles (quiçá) um pouco de saudade e de boas lembranças.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

UM ENSAIO SOBRE A CORAGEM

Em matéria de coragem, a primeira manifestação no homem é o atrevimento. Diz a mãe: -este menino é muito atrevido. Isto significa que o moleque faz coisas que, normalmente só se admite ao adulto. É claro que este tipo de atitude infantil precoce não significa que no futuro será uma pessoa corajosa, mas pode ter alguma relação. Também não confunda atitudes atrevidas sadias com mera falta de educação.
O arrojo, próprio da juventude, tem um ar de aventura. É quase uma emulação, tentativa de autopunição, não raro uma tentativa de suicídio, ou, muitas vezes, o próprio.
A ousadia é própria daquelas pessoas que estão adiantadas no seu tempo. Elas vêm sempre na ponta da fila. Pensam em coisas novas, e as executam. O mundo evolui por causa das pessoas ousadas.
Existem pessoas que agem sem se importar com o que pensem delas. Vestem o que lhe vêm na veneta. Dizem o que bem entendem. Essas pessoas são audaciosas, logo, imprevisíveis. Elas não ligam para hierarquia, não respeitam a autoridade.
Destes conceitos o mais difícil é a bravura. Esta é ato extremo e desmedido. É próprio dos heróis. Os bravos não temem o sacrifício pessoal, e seu gesto extremo é o martírio.
Julgo a intrepidez como o pior destes substantivos que tratam do destemor. O intrépido não guarda qualquer tipo de temor ou medo. Ele desdenha a própria vida, só que nem sempre tem causa justa.
É fácil ter coragem quando não se precisa dela. A coragem só existe, ou inexiste, na exigência. No sufoco, é que se conhece os fortes. De outra banda, ao se enfrentar uma situação adversa, onde não se tem a mínima vontade de vencer não é valentia é burrice mesmo. Enfrentar adversário mais forte somente se justifica na defesa de terceiro, em caso de estado de necessidade ou cumprimento do dever legal, tal como o fazem os bombeiros.

domingo, 17 de agosto de 2008

ENGOLIR SAPOS ( BARBUDOS OU NÃO)

As relações humanas às vezes nos fazem ser aquilo que não queremos ser. Honoré de Balzac disse em As Ilusões Perdidas que na sociedade, somos forçados a tratar com polidez aos mais cruéis inimigos, a parecer-nos divertir com os enfadonhos (leia-se chatos), e muitas vezes sacrificamos, aparentemente, os amigos para melhor os servir.
A convivência com os inimigos e desafetos, muitas vezes, é obrigatória. E, quanto mais ela é necessária, mais difícil é sustentá-la.
Quantas vezes a gente tem vontade de dizer a alguém: - Você é um tolo; - você é um burro; - você não tem mais que um par de neurônios, e um certamente já quebrou a perna. Mas a necessidade de convivência impede esta quebra. Este tipo de atitude é conhecida como “engolir sapos”. Eternizada na voz de Leonel Brizola que disse ter de engolir ao “sapo barbudo” referindo-se ao apedeuta mor.
A boa educação e a necessidade nos fazem aturar as criaturas inconvenientes.
Casos há em que a convivência se dá com trocas de gentilezas explícitas, e ranger de dentes à distância. Trata-se de um verdadeiro teatro de parte a parte. Os atores dos dois lados do palco sabem muito bem o seu papel, e o que pensam os demais atores sobre a sua atuação, somente não convém o comentário.
Necessário se faz que se extingua este tipo de comportamento, ou o amenizamos de alguma forma, a tal ponto de não violentarmos neste mundo de verdadeiras falácias das relações humanas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MILLOR

Gosto muito do Millor Fernandes. É dele a célebre frase: EM TERRA DE OLHO QUEM TEM UM CEGO, ERREI!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

EL VIEJO TATA


Hernan Figueiroa Reyes é autor de uma das mais belas, e também tristes, músicas sobre o pai. Trata-se de El tata esta viejo, a qual se popularizou entre nós na linda voz de Dante Ramon Ledesma.
Nela, Reyes conta que seu velho pai, outrora tão vivo e tão forte, agora parece um salso, ou seja uma árvore cujos galhos pendem fortemente em direção ao solo.
Ele encerra sua página musical num pedido, quase uma prece a Deus, para que, no momento em que seu papai tiver de ir, que não se dê conta, que vá tranqüilo. Num tom meigo, chama a Deus no diminutivo (Diosito), rogando para que ao encerrar a vida de seu velho tata o faça como um toco de cigarro que fica ali sem que ninguém o fume, e vá se consumindo lentamente até o final.
(El Tata está viejo, si un día ha de irse, que ni se dé cuenta, al tranquito nomás... Diosito te pido que apagues su vida cual se apaga un pucho, solo sin pitar)
Ontem, depois de receber o abraço e mimos de minha filha, e a deixar no aeroporto, fui visitar meu pai, levando a ele uma cesta de produtos coloniais, de que gosta tanto.
Enquanto conversávamos sobre coisas nossas, e olhávamos velhas fotos, eu fiquei olhando atentamente para o meu pai. Vi que embora ele esteja bem, o que muito me alegra, as marcas do tempo já redesenham o seu rosto. Mas, ao chegar em casa e olhar o meu no espelho, vi que também aqui os sinais já começaram a aparecer.
Acontece que a diferença de idade entre eu e meu pai é de somente 20 anos. Daí que quando eu era guri e jovem a gente fazia projeções dizendo que quando o meu pai tivesse 60 anos eu já teria 40, e seríamos, portanto dois "velhos". Este tempo já passou há mais de 15 anos.
Embora falte para mim apenas 4 anos para ter a idade que ele teria em nossas precoces projeções, não me sinto velho, e o meu pai, como já disse em outro texto, já resolveu este problema dizendo que velhos são os que têm mais idade que ele.
Durante o fim de semana, escutei em rádio local alguma coisa que pode ser a expressão da verdade, a vista de minha experiência pessoal: o homem somente consegue ser um bom filho quando se torna pai, e somente consegue ser um bom pai quando se torna avô.
Para pensar, enquanto mando um grande abraços a todos pais.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

POR QUE AS COISAS BOAS ACONTECEM ÀS PESSOAS BOAS?

Harold Kushner escreveu um livro – que nunca li – chamado Por que as coisas ruins acontecem às pessoas boas. Não li por não querer saber a resposta. Pode parecer estranho eu falar de um livro que não li, mas não é, tem uma explicação, não necessariamente profunda, mas tem. A natureza não quer saber do que é justo ou injusto seria a explicação mais fácil, dita por um advogado meu amigo. Resisto a ela, no entanto, pois não sou ateu ou agnóstico. Confesso que às vezes a idéia queima alguns dos meus pobres neurônios remanescentes. Prefiro pensar por que nos acontecem as coisas boas.
Há alguns anos minha filha – Gabriela – me interrogou na saída de um hotel, não sei onde, de qual o motivo eu estava dando uma gorda gorjeta para o boy do hotel que levara nossas malas até o carro. – Por que tu vais dar este dinheiro para ele se nunca mais o vais ver.
Ainda lembro com orgulho de minha resposta sem titubear, tipo bate-pronto: todas as vezes que fizemos um bem sem olhar a quem, e sem motivo aparente, criamos em torno de nossa figura uma verdadeira aura positiva, a qual é acumulativa, a tal ponto de nos criar uma barreira de proteção. Contrário senso, ao espalharmos maldades por aí, estaremos atraindo todas as coisas ruins.
Outro dia chegou no meu trabalho um cidadão de poucas posses, com 94 anos de idade, querendo fazer um trabalho particular difícil, e eu me propus a fazer para ele, tendo dito cidadão me perguntado o valor dos honorários, disse-lhe que não lhe cobraria nada, o que lhe deixou muito emocionado e agradecido. Ele, tal como minha filha, me perguntou por que estava fazendo aquilo de o isentar de honorários, foi então que lhe contou a história acima.
Pois ele saiu dali muito feliz, e , não mais que dez minutos depois, um outro cliente de boas posses, entrou com um cheque para me pagar um antigo serviço, o qual tinha o valor de dez ou mais vezes, o valor que, eventualmente, eu poderia ter cobrado daquele velho senhor.
Não precisa explicar mais: SEM LEGENDAS....

* Os antigos cartunistas da velha revista O CRUZEIRO, FATOS E FOTOS e MANCHETES quando a charge falava por si só colocavam em baixo SEM LEGENDAS.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

NOTAS DE SABEDORIA HERDADAS DO LATIM

A mulher bonita nua será mais bela do que a vestida de púrpura
( Pulchra mulier nuda erit, quam perpurata)
Grande gramático, asno perfeito
(Purus grammaticus, purus asinus)
Quem diz o que quer, ouve o que não quer
( Qui quae vult, dicit; quae non vult audit)
Quanto mais sábio, mas calado.
(Quo quisque sapientior, eo taciturnior)
Da mão para a boca se perde a sopa.
(Saepè inter buccam contingit casus, et offam)
Sejam como são, ou deixem de ser.
(Sint ut sunt, aut non sint)
Supremo direito, suprema injustiça
(Summum jus, summa injuria)
No leão morto até os cãezinhos dão dentadas
( Leoni mortuo et lepores insultant)
A lei não obriga ninguém a fazer o impossível
(Lex non cogita ad impossibilia)
Má galinha, maus ovos – Tal mãe, tal filha
(Malla gallina, malum ovum)


(FONTE: REZENDE E SILVA, Phrases e Curiosidades Latinas, TypographiaBaldassari, Cachoeiro do Itapemerim, ES, 1926)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

SONHOS REALIZADOS? NOVOS SONHOS CRIADOS

No último sábado, assisti duas formaturas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Formaram-se ali minha irmã Ivanir, no curso de Pedagogia e minha sobrinha Karen no curso de fisioterapia. Sai pensando sobre a realização dos sonhos. O que fazer quando eles são atingidos?
Afinal, eles são o motor da vida. Eles nos movem com a sua força vigorosa, a enfunar nossas velas rumo a um porto, onde imaginamos estar nossa felicidade.
Fazem parte do imaginário popular os cãezinhos correndo atrás dos carros, latindo para as rodas dos veículos. E, quando, de inopino, o motorista resolve parar, os cachorrinhos não sabem o que fazer, pois a graça estava exatamente na ação, ou seja, perseguir o pneu. Não estava no script que a peça poderia chegar ao fim, mas chegou. O que faz o cão surpreendido? Vai lá e dá uma mordida na roda? É claro que não, ele simplesmente larga aquela roda inerte, e vai à procura de outro veículo para começar a brincadeira de novo. Não interessa para o cãozinho a roda parada, o que dá vida à brincadeira é exatamente o fato de a roda estar girando.
Assim, também devemos agir, sonhos realizados, novos sonhos devem ser criados, a substituir imediatamente os antigos. Esta é verdadeira energia a alimentar o que se chama razões de viver. É muito comum, após termos nossa vida profissional, filhos criados, que passemos a viver os sonhos deles, o que não é correto. Devemos ter, ainda, apesar das passagens dos anos, os nossos próprios sonhos. Se a universidade que queremos, então vamos fazê-la.
A Ivanir entrou muito depois de seus filhos e saiu antes dos dois. Por quê? O segredo está numa palavra chamada perseverança. A palavra vem do latim “ perseverare” e por sua vez de “persevero” no sentido de persistir, insistir, sustentar, continuar e prosseguir. A este primeiro conceito alio outro chamado objetivo, cuja tradução seria o alvo. O que eu pretendo para minha vida? Fixada a meta, envido todos os meus esforços para atingir este mister. Foi exatamente o que ela fez, e aí está todo o segredo do seu sucesso, para o qual acorremos como felizes testemunhas.
Este é um grande problema hoje. As pessoas não têm mais objetivos na vida. Se você sair na rua a perguntar aos passantes que pretendem, a grande maioria vai gaguejar na hora de responder. Esta inconstância, este não saber o que quer, é um passaporte ao insucesso.
A grande maioria sonha com soluções mágicas, pensando em alguém que, de inopino, apareça lhe oferecendo uma oportunidade; uma tia rica que morre e deixa uma herança; ou um bilhete premiado de loteria. Como as chances destes acontecimentos bissextos acontecerem é muito difícil, temos uma minoria bafejada pela sorte a desfrutar estas benesses distribuídas a poucos e uma multidão de infelizes, como os filhotes de pássaros de boca para cima esperando o sorteio de um pedaço de minhoca.
A Karen também é um bom exemplos de planejamento estratégico de vida, pois terminou seu curso de fisioterapia, e esta fazendo outro, o de Educação Física, que evidentemente são afins, ou complementares, numa demonstração clara de planejamento profissional invejável. Como pessoa organizada que é, também não abriu mão de seu laser e de suas coisas pessoais. Não perdeu sua alegria (invejável) de viver.
As duas saberão, por certo, abrir novas frentes de sonhos, e neles terão todo o nosso apoio, haja vista que merecem, face às qualidades pessoas que demonstraram nestes últimos tempos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A VISÃO DO ADVOGADO

Conta a Bíblia - em sua linguagem poética - que tendo o homem, Adão, convivido com a primeira mulher Eva, esta teve um filho chamado Caim, portanto o primogênito do primeiro casal da Terra. Mais tarde, nasceu o seu irmão Abel.
Enquanto Abel era pastor de pequenos animais, Caim trabalhava em cultivar o solo.
Caim teria oferecido a Deus – Javé – um sacrifício formado por produtos da terra, e Abel, por sua vez fez sua oferta de produtos de seus animais.
Javé teria se interessado mais pelas oferendas de Abel e desprezado as de Caim.
Caim ficou com um beição, com a atitude do Senhor.
Este lhe disse que praticando o bem Abel poderia novamente levantar a cabeça, e, contrário senso o pecado espreitar-lhe-ia a porta.
Caim saiu dali e matou seu irmão Abel.
Deus o expulsou para o leste do Éden.
Não é claro o texto no sentido da causa da rejeição do sacrifício de Caim. A mais provável - contam os doutos - seriam as determinações contidas no Levítico. As mãos de Caim seriam impuras. Mas por quê?
A esta altura do Texto Sagrado, não mais é novidade o mau instinto prevalecendo sobre o coração do homem. A história da serpente que tenta Eva, e que acaba vencendo a ela e a Adão e um exemplo claro.
Ora, pelo contexto bíblico, Caim teria se transformado num homem mau por causa da recusa aparentemente injusta de Deus às suas ofertas.
Em tendo se tornado um homem indignado, descarregou sua ira em seu irmão, que entendia privilegiado por Deus, e o matou.
Deus o castiga com o desterro.
O terceiro filho, que vem substituir Abel chamou-se Set.
Os descendentes de Caim têm a missão de implantar uma cultura material, enquanto os de Set uma cultura religiosa.
Este Deus vingativo não é novidade no Antigo Testamento. É muito difícil explicar algumas atitudes Dele, tais como esta com relação a Abel, a matanças de inocentes, a pressão sobre Abrahão para sacrificar seu filho Isaac e outras. O Novo Testamento já diferente, pois o Deus que aparece ali já é misericordioso.
Trouxe à lume estes fatos bíblicos para dizer que qualquer fato da vida pode ter uma interpretação a justificar alguma das partes, por mais errada que ela possa estar. Um exame mais aprofundado de circunstâncias pode revelar nuanças que possam levar a justificação de fatos, os quais, a primeira vista, poderiam condenar, mas que em análise mais amiúde podem vir a absolver.
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Nota – O Levítico é um dos cinco Livros do chamado Pentateuco, os quais seriam os Livros de Moisés. Os outros são o Gênesis, Êxodos, Números e Deuteronômio. Estes Livros iniciam a Bíblia. O Levítico é um livro de caráter religioso, ou seja, teocrático, contém regras de conduta ao povo judeu. Na verdade, contém normas de conduta a todo o povo, embora escondidas como ordens divinas.

MST NO INCRA: PODER DE POLÍCIA NELES.

O MST invadiu mais uma vez a sede do INCRA.
Muito se discute se o MST invade ou ocupa.
Eles dizem que ocupam, para tentar amenizar a violência que representa a expressão invasão.
Tem muita gente boa na imprensa que defende a idéia de ocupação.
Na verdade, o conceito é jurídico. Assim, ocupa-se aquilo que está vazio. Se entro para uma área devoluta, passo a ocupá-la, simplesmente. Se, ao contrário, a área está na posse de seu próprio dono, seus prepostos, ou ocupantes anteriores, estou tão-somente invadindo.
Eles tomam as atitudes precipitadas, e depois ficam preocupados com as repercussões.
No caso do INCRA, penso que não se trata de qualquer destas hipóteses, pois é repartição pública federal, onde o gestor desta coisa pública tem o dever de zelar pela manutenção dos próprios oficiais, seus equipamentos e maquinarias.
O administrador tem a obrigação de exercer seu poder de polícia, e expulsar a orda invasora dali. Acontece que o administrador pertence ao PT, e não quer, por via de conseqüência, atrito com o MST. Acho que não vai levar.
Estive pensando: existe uma sintonia muito grande entre o superintendente do INCRA e o governo LULA LÁ, assim, um não quer se melindrar com o o outro. Até a ação promovida pelo INCRA foi para inglês ver. No epísódio, a magistrada agiu corretamente dizendo com todas as letras que o fato não carece de sentença de reintegração de posse, pois somente o poder de polícia do administrador público é suficiente para tirar os invasores dali.
O MST é a maior farsa que já surgiu em nosso país, sendo que a única fórmula capaz de fazer um assentamento deles funcionar é contratar uma casal de japoneses para cada um dos pretensos colonos. Sem isso, nenhuma possilidade de éxito.

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