domingo, 17 de agosto de 2008

ENGOLIR SAPOS ( BARBUDOS OU NÃO)

As relações humanas às vezes nos fazem ser aquilo que não queremos ser. Honoré de Balzac disse em As Ilusões Perdidas que na sociedade, somos forçados a tratar com polidez aos mais cruéis inimigos, a parecer-nos divertir com os enfadonhos (leia-se chatos), e muitas vezes sacrificamos, aparentemente, os amigos para melhor os servir.
A convivência com os inimigos e desafetos, muitas vezes, é obrigatória. E, quanto mais ela é necessária, mais difícil é sustentá-la.
Quantas vezes a gente tem vontade de dizer a alguém: - Você é um tolo; - você é um burro; - você não tem mais que um par de neurônios, e um certamente já quebrou a perna. Mas a necessidade de convivência impede esta quebra. Este tipo de atitude é conhecida como “engolir sapos”. Eternizada na voz de Leonel Brizola que disse ter de engolir ao “sapo barbudo” referindo-se ao apedeuta mor.
A boa educação e a necessidade nos fazem aturar as criaturas inconvenientes.
Casos há em que a convivência se dá com trocas de gentilezas explícitas, e ranger de dentes à distância. Trata-se de um verdadeiro teatro de parte a parte. Os atores dos dois lados do palco sabem muito bem o seu papel, e o que pensam os demais atores sobre a sua atuação, somente não convém o comentário.
Necessário se faz que se extingua este tipo de comportamento, ou o amenizamos de alguma forma, a tal ponto de não violentarmos neste mundo de verdadeiras falácias das relações humanas.

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