segunda-feira, 18 de agosto de 2008

UM ENSAIO SOBRE A CORAGEM

Em matéria de coragem, a primeira manifestação no homem é o atrevimento. Diz a mãe: -este menino é muito atrevido. Isto significa que o moleque faz coisas que, normalmente só se admite ao adulto. É claro que este tipo de atitude infantil precoce não significa que no futuro será uma pessoa corajosa, mas pode ter alguma relação. Também não confunda atitudes atrevidas sadias com mera falta de educação.
O arrojo, próprio da juventude, tem um ar de aventura. É quase uma emulação, tentativa de autopunição, não raro uma tentativa de suicídio, ou, muitas vezes, o próprio.
A ousadia é própria daquelas pessoas que estão adiantadas no seu tempo. Elas vêm sempre na ponta da fila. Pensam em coisas novas, e as executam. O mundo evolui por causa das pessoas ousadas.
Existem pessoas que agem sem se importar com o que pensem delas. Vestem o que lhe vêm na veneta. Dizem o que bem entendem. Essas pessoas são audaciosas, logo, imprevisíveis. Elas não ligam para hierarquia, não respeitam a autoridade.
Destes conceitos o mais difícil é a bravura. Esta é ato extremo e desmedido. É próprio dos heróis. Os bravos não temem o sacrifício pessoal, e seu gesto extremo é o martírio.
Julgo a intrepidez como o pior destes substantivos que tratam do destemor. O intrépido não guarda qualquer tipo de temor ou medo. Ele desdenha a própria vida, só que nem sempre tem causa justa.
É fácil ter coragem quando não se precisa dela. A coragem só existe, ou inexiste, na exigência. No sufoco, é que se conhece os fortes. De outra banda, ao se enfrentar uma situação adversa, onde não se tem a mínima vontade de vencer não é valentia é burrice mesmo. Enfrentar adversário mais forte somente se justifica na defesa de terceiro, em caso de estado de necessidade ou cumprimento do dever legal, tal como o fazem os bombeiros.

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