Entre 1965 e 1968, estudei no antigo Ginásio Inácio Montanha, ali na Avenida João Pessoa, esquina com a Travessa Professor Freitas e Castro, ao lado do Hospital Ernesto Dornelles.
Para quem não viveu aquela época, é difícil de imaginar o que vou relatar. Os colégios públicos eram poucos. Em Porto Alegre, tínhamos o Júlio de Castilhos, considerado então o padrão do Estado, o Colégio Comercial Protásio Alves e o Inácio Montanha. Assim, para o filho de pobre conseguir uma vaga era muito difícil. Os ricos e classe média alta estudavam no Anchieta, nas Dores e Rosário. Existiam mais ou menos 500 vagas para o ginásio (atual primeiro grau – segunda fase).
O problema era resolvido com um exame que era chamado de Admissão ao Ginásio. Na verdade, antigo primário tinha quatro anos, e mais um que, embora fosse chamado de quinto ano preparava, pelo menos em tese, o aluno para enfrentar o temível exame de admissão.
O livro desse quinto ano era chamado Programa de Admissão. Na verdade, era um verdadeiro VADE-MECUM, pois tinha todas as disciplinas num volume só.
Hoje houve a universalização do ensino médio, com vagas sobrando para os pobres, deixando de estudar somente quem realmente não quer ou tem preguiça. Mesmo assim, a evasão escolar após o primeiro grau é enorme.
Essa revolução no ensino médio público, com vagas para todos, ainda não chegou no ensino superior, onde já sobram vagas, mas no ensino privado, o qual, por sinal, é muito caro.
A expansão do ensino médio, no entanto, trouxe um problema à reboque: a queda da qualidade, principalmente dos professores.
É evidente que o aluno ruim de hoje será o péssimo professor de amanhã. Para que possamos sair deste círculo vicioso, serão necessários alguns anos. Provavelmente não estaremos aqui para ver.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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2 comentários:
Grande Dr. Osnir!!!!!
De acordo com vossas palavras, quem faz o ensino é o próprio aluno. É nos bancos escolares que deve surgir a consciência de uma boa qualidade de ensino. Mas o atual contexto não nos permite...
Daiana (3º Tabelionato)
ACHO QUE VAI LONGE AINDA !!COM A FORMAÇÃO DE HOJE ,ACHO DIFICIL!NOSSA!
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