segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O APOCALIPSE DAS GALINHAS

Este fim de semana folhando a Bíblia, o que faço vez em quando, alternadamente entre crente e curioso, fui ao Livro do Apocalipse. Segundo se diz por aí, tudo terminaria numa grande batalha chamada Armagedon. Na verdade, não passa de má interpretação, pois Apocalipse significa Revelação, com origem no grego, daí o texto de João ser tido como o relato do fim dos tempos é uma falácia. Trata-se de verdadeira deturpação da história, coisa comum na tradição oral.
A maçonaria tem lidado há séculos com as linguagens simbólicas constantes do Apocalipse. Se fundam principalmente na interpretação das linguagens simbólicas que apontariam caminhos para uma harmonia plena entre o criador e as criaturas.
Alguém já me disse, acho que foi o meu bisavô Olíbio, que o fim do mundo acontece somente para nós, e quando morremos. Diante dos sábios (incluindo alguns que lêem os meus escritos) pode ser infantil, mas tem certa profundidade. É muita pretensão nossa entender que o fim de nossa existência deva coincidir com o fim dos tempos. A vida na terra tem bilhões de anos. A vida do homo-sapiens deve ter alguns milhares ou milhões. Por que exatamente agora em nossa pequena existência é que o mundo resolveu acabar?
Outro dia, eu falava das Leis de Murphy – as quais não passam de brincadeiras, mas tem um fundo de verdade- sendo uma das principais é aquele que diz: se alguma coisa tem alguma possibilidade de dar errado, dará errado.
Não querendo se comparar a João e suas premonições, não raro, também tenho visões. As minhas visões, entretanto, nada têm de divino, ou seja, são terrenas mesmo. Nascem de análises de situações, as quais sob o meu exame determinada episódio terá um desfecho breve, que tanto pode ser bom, como pode ser mau. Se alguém colocar uma raposa dentro de um galinheiro, todo mundo já sabe qual será o desfecho. Se, contrário senso, colocamos dentro de uma gaiola cheia de raposas tão-somente uma galinha, o desfecho é o mesmo, somente a velocidade do final é que será abreviada. Neste caso, o apocalipse já é previsto, não carecendo o acompanhamento, nem a previsão de eventual profeta de plantão.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

PORTO DE ANTES

Estou aqui a lembrar os estabelecimentos desaparecidos do centro de Porto Alegre nos últimos anos: Masson (joalheria); Cambial(fotos); Bier Ullmann (roupas); Alfred ( roupa masculina); Guaspari (roupas); Bromberg (utilidades do lar); Wollens(roupas); Mesbla (roupas, móveis e equipamentos domésticos); Casa Victor (eletro-eletrônicos e discos); Armazém Riograndense (delicatessen, vinhos e ingredientes); Casa Pimenta (ferragem); Casas Tigre (auto-peças); Casa Dico (automóveis e auto-peças); Gaúcha-Car (revenda Volkswagen); Gaúcha-Cross (motos); Jardim Itália (revenda Fiat); Supermercados Real; Supermercados Febernatti; Supermercado Econômico; Marinha Magazine; Casa Reinaldo (utilidades domésticas); Ultralar (equipamentos domésticos); Imcosul (equipamentos domésticos); Fernandes Costa (uniformes); Loja Randak (sapatos); Loja Camelo (Sapatos); Chapelaria Prada; Lojas Krás (roupas); Lojas Klift ( condicionadores de ar) Lojas Kirk ( loja masculina); J.H. Santos (equipamentos domésticos); Locarauto (Locação de Veículos – pioneira); Sparta e Cauduro (artigos esportivos); Livrarias Miscelânia, Lima e Sulina; Cinemas São João, Rex, Vitória, Continente, Carlos Gomes, Scala, Cacique, Guarani e Imperial; Padaria Matheus; O Belchior (antiguidades); Farmácia Carvalho; Café Rihan; Lotérica Ferradura; A Churrasquita; Casas de Xerox Ethil e Soraia(pioneiras).

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE UM MENINO

O Natal está chegando. São tempos de doces lembranças. São tempos de grandes saudades.Toda a situação assim formada nos torna muito sensíveis. Queremos estar com nossos afetos física ou espiritualmente. Os primeiros, às vezes, gazeteiam, os últimos nunca. Eles nunca saíram ou vão sair daqui.A saudade é linda, mas temos que dar atenção aos que nos rodeiam, pois eles dependem de nós. Esperam a nossa atenção; o nosso sorriso; o nosso abraço. Não podemos lhes faltar. Vamos lembrar que é o aniversário. Embora Jesus tenha vivido por aqui até os 33 anos, uma idade avançada para os padrões da época, costuma-se comemorar como se fosse o natalício de um menino. É o menino Jesus. Por que isto se dá? Elementar, meu caro amigo, estamos comemorando nossos próprios aniversários. Não os de adulto, mas da eterna criança que vive em nós.Esta nunca cresceu ou crescerá. Ela é que nos dá a alegria de viver. Outro dia recebi um recado. Disseram que era do além. Eu fui tachado de eterno menino, carecendo de cuidados. Não sei se a mensagem era verdadeira, mas muito me emocionou, pois é a mais alta expressão da verdade. Cultivo este fato. Jamais me sentirei velho. Se Deus me der o direito de ficar por aqui incomodando a humanidade por mais algum tempo, fique certo que a longevidade não me tirará o espírito do guri que habita em mim. O moleque se nega a sair, e acho que faz bem.Você que é meu amigo, por favor, ajude a cuidar deste menino, que eu ficarei eternamente agradecido.Feliz Natal.

domingo, 21 de dezembro de 2008

CHUTEIRAS TROCADAS


As crianças costumam escrever para o Papai Noel pedindo brinquedos. A maioria é criança pobre, sem qualquer perspectiva de receber um presente, daí apelam para o extraordinário. Os nossos Correios e Telégrafos mantêm um serviço muito bonito de atenção e resposta às cartas endereçadas ao Papai Noel.
Existe até uma pequena e hilária história na qual um menino tinha um problema em casa, e precisava para resolvê-lo de dois mil reais, com este intuito escreveu para o Papai Noel. A carta sensibilizou o pessoal do correio, ou seja, os funcionários em geral da empresa, os quais se cotizaram e conseguiram juntar quase todo o dinheiro, exatos mil e oitocentos reais. Mandaram então uma quantia para o menino, é claro em nome do Bom Velhinho. O engraçado é que o menino mandou outra carta ao Papai Noel dizendo, em suma, que não mandasse mais dinheiro pelo Correio, e que se o fosse fazer usasse outro meio, pois o pessoal dali não era de confiança, pois o haviam roubado duzentos reais!
Pois testamos o serviço e realmente é muito organizado, e dá muita satisfação a quem dele participa.
Uma das cartas escolhidas era de um menino que pedia uma chuteira do Internacional. Fiquei imaginando o que seria uma chuteira do Colorado. Seria uma com o distintivo vermelho?
O episódio serviu para lembrar que em minha infância a gente só jogava de pé no chão. E, no colégio de tênis. Um único recebido por ano que devia durar todo o período escolar. O futebol era um inimigo declarado da durabilidade, ainda mais da marca ruim que eu usava: Íris. É verdade: a popular Conga era muito caro para mim, e o meu sonho era ganhar um tênis Bamba, o qual era vendido em dois tipos: um, para basquete, e ,outro, um tênis curto. A minha preferência era o curto. Não ganhei nenhum.
Até os anos 70 ninguém andava de tênis na rua, todo mundo usava sapato. Quando iniciou a onda dos tênis transados, eu já trabalhava e comprei um e comecei a usar até para trabalhar. Hoje a gurizada não quer mais saber de usar sapato. Tem gente já usando tênis com terno. Outro dia vi Paul McCartney no estilo.
Voltando às chuteiras, eu só tive uma chuteira na vida, preta é claro. Naquela época, chuteira era sempre preta. Eram todas feitas de material muito duro para resistir. a minha, como era popular, era macia. Hoje estaria na moda. Até eu não precisava muito da chuteira, pois normalmente era goleiro. Só quando jovem é que, jogando futebol de salão, abandonei o gol, e também fui saído da turma dos ruins, sendo considerado até um jogador razoável.
Como é que um gremistão como eu vai dar de presente a um menino que nunca viu, e nunca vai ver, uma chuteira do Inter? É fácil: dá uma chuteira boa que não seja do Colorado. O guri vendo uma linda chuteira, novinha, toda brilhosa e colorida, vai se lembrar do Internacional? É claro que não.
Também não comprei azul para não provocar o moleque. O vendedor até me tentou com uma linda chuteira azul e prata, mas optei por uma toda amarela brilhante.
Talvez no outro Natal o guri escreva uma carta com o seguinte conteúdo:
- Papai Noel, da outra vez que eu lhe pedir uma chuteira do Inter não mande pelo correio, pois aqueles caras devem ser gremistas e trocaram a minha chuteira vermelha por uma amarela. Gostei, adorei e usei, mas ainda to chateado com esta gente.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

AOS AMIGOS DO REI: TUDO!

Quando o novo presidente Paraguaio foi eleito, pensei com meus botões: - este camarada é da turma dos populistas, dos quais já fazem parte Lula Lá, Evo Morales, o presidente do Equador, Mrs. Kirchner e o inigualável Chavez, nos vamos pagar caro pela eleição.
Inicialmente, o presidente tupiniquim apregoou que não faria concessão alguma aos paraguaios e tudo mais.
Os guaranis reivindicam não pagar a dívida com o Brasil, aumentar a sua participação na energia da usina, receber mais pela energia que lhe excedente.
Pois o nosso maravilhoso (des)governo, vai acabar fazendo tudo que os paraguaios querem.
Olhem só:
Em meio a mais um capítulo da negociação entre Brasil e Paraguai em torno da dívida da usina binacional de Itaipu, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou ontem reajuste de 8,7% na tarifa de energia cobrada pela hidrelétrica e comprada por distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
O aumento é reflexo de uma concessão feita por Brasília a Assunção em 2007, quando o governo Lula acordou deixar de cobrar correção monetária sobre a dívida da usina devida pelo vizinho.
Os petês fazem tudo o que os governos estrangeiros querem, tendo somente uma exigência que a lei ideológica seja a mesma do PT no Brasil, em especial a do governo.
Lula pensa que o Brasil é rico pode estar por aí a desonerar os devedores externos em detrimento dos contribuintes internos.
Preparem os bolsos, vem mais por aí, principalmente se esta rodada com o Paraguai for ganha pelos guaranis, como já se pronuncia.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

RELEMBRANDO OS TEMPOS DE PROFESSOR

No último dia 03.12.08, proferi uma palestra no auditório da ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA para os participantes do Curso de Aperfeiçoamento e Formação dos Serviços Notariais e Registrais.
O tema foi PROCURAÇÃO e ATA NOTARIAL.
Um auditório atento e participante valorizou minha exposição, apesar de ser o dia que o Internacional disputava a final da copa sulamericana. O evento esportivo não chegou a prejudicar a palestra, haja vista que o local esteve lotado, tendo todos os participantes ficado até o final.
Não sei se os aplausos ao final foram merecidos, mas muito me envaideceram. Recebi muitos parabéns pelo desempenho, sendo que o coordenador já me noticiou que serei convidado para o próximo curso.
A grande vantagem das palestras sobre os cursos regulares é que a gente não precisa ficar corrigir provas.

OS QUE PARTEM CEDO

É muito chato ler os clássicos da literatura e poesia, ouvi dizer.
Esta frase é parcialmente verdadeira. Existe um tipo de literatura ou poesia que a gente deve ler por ser histórica, por representar determinada época, ou ainda por ter sido marco de uma nova era. Nesta linha estão A Odisséia e Ilíada.
Existem, porém, obras que são eternas e sempre atuais. Machado de Assis, Eça de Queiroz, Antônio Pessoa e Augusto dos Anjos. Não poderia deixar de incluir aqui Fédor Dostoiveski – o inigualável – que é um eterno atual. Até Camões parece atualizado. Vejam o exemplo:

ALMA MINHA GENTIL QUE TE PARTISTE

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguña cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

O poeta inicia lamentando que o seu afeto partiu cedo demais, o deixando aqui sempre triste. Segue, em seguna estrofe, fazendo um exercício de imaginação de que no céu se é dado ter memória da vida aqui na terra, pede a seu afeto que se lembre do seu amor. Finaliza rogando que Deus o leve com a mesma pressa que levou sua amada.
Na verdade, o sentimento belo não tem idade, nem época, é imortal, como o são os versos de Camões.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AS SÁBIAS LEIS DE MURPHY

Não sei se todos os leitores já ouviram falar nas leis de Murphy. Inicio dizendo que Edward A. Murphy seria um engenheiro aeroespacial americano, o qual fazia experimentos na área de tolerância à força por seres humanos. Acontece que na ora exata os censores teriam falhado. Daí ele teria criado a tal Lei de Murphy dizendo que se algo deve enguiçar, enguiçará no pior momento possível.
Assim, se você está atravessando o banhado do Taim a meia-noite é óbvio que o seu carro vai estragar bem no meio.
Desta primeira lei de Murphy surgiram centenas, todas no mesmo sentido, para manter a grife.
Aí vai o resultado de minha pesquisa:
Nada é tão fácil quanto parece.
Tudo leva mais tempo que você espera.
Das coisas que podem sair erradas, aquela que sairá é a que causará maior prejuízo.
Se você acha que tudo vai dar certo, evidentemente você deixou de ver considerar alguma coisa. Se alguma coisa pode dar errado, dará.
E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior prejuízo possível.
Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem imaginou.
Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou ,lógico, a que lhe der maior prejuízo.
Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.
Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.
Quando você recebe um telefonema: a) se tem caneta, não tem papel. b) se tem papel não tem caneta. c) se tem ambos ninguém liga.
Por mais bem feito que seja o seu trabalho, o patrão sempre achará onde criticá-lo.
Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios sabe apenas a média.
Seja qual for o defeito do seu computador, ele vai sumir na frente de um técnico. Após a saída do profissional o defeito volta.
Todo professor pensa que você não tem mais o que fazer, senão estudar a matéria dele.
A citação mais valiosa para a sua redação será aquela em que você não consegue lembrar o nome do autor.
As porcas que sobraram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusos que também sobraram.A luz no fim do túnel, é o trem vindo na sua direção.
A fila do lado sempre anda mais rápido.Nada é tão ruim que não possa piorar.
Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda, e o que não sai.
Por que será que números errados nunca estão ocupados?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

LULA: QUEM ESTA NO GOVERNO É VOCÊ!

Li a seguinte notícia:" SÃO PAULO - Pesquisa do Instituto Datafolha publicada pela Folha de S.Paulo aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 70% de aprovação no Brasil. Esta é a maior avaliação positiva de um presidente no País desde a redemocratização. Em setembro, Lula já havia alcançado o índice de 64% que consideram seu governo bom ou ótimo."
Neste dia 08.12.2008, estou parando de falar mal de Lula Lá. Quem atinge 70% de aprovação, em meio a maior crise desde 29, mantém um arrocho contra os aposentados do país, tem o governo envolvido em escândalos todos os anos, merece ser santificado. Daí não fica bem eu ficar tocando corneta contra ele. Não falo mais do Lula, nem contra, muito menos a favor.
Eu faço parte de uma minoria de idiotas que não acredita no nosso querido Presidente. Somos uns malvados: o sujeito pobre que se alça à Presidência com todo o sacrifício, depois de 8 longos anos de operário, ultrapassa uma cansativa vida de sindicalista e segue noutra carreira mais árdua ainda que é a de político, e ainda assim é perseguido por esta verdadeira corja de invejosos. Estou saindo deste time de discriminadores. Doravante, sou todo Lula Lá. Aliás eu já era Lula Lá desde criancinha.
Ademais na marcha que vai o aumento das adesões ao Presidente não chegará em março de 2009 e ele já terá ultrapassado os 100% de aprovação (sic) segundo o fidedigno IBOPE.
Seremos pioneiros neste fenômeno verde-amarelo de ter um presidente com mais de 100% de aprovação. Teremos então o seguinte quadro: ótimo 50% bom 30% regular 20%, mais ou menos 20%, bonzinho 10%, legalzinho 10%, cretinos contra menos 40 ( ou seja 40 negativo).
Estou pensando em relançar o Lula para Rei, como o fiz alguns meses atrás. Lula Lá Primeiro e único, e sua rainha Mariza Letícia, os filhos e netos todos principes. A grande vantagem é que não precisará se preocupar com reeleição, pois o cargo será vitalício.
O engraçado é que os que são da turma do contra só falam entre eles. Eu, por exemplo, não consigo encontrar mais que meia dúzia dos votantes de Lula. Antigamente se falava na maioria silenciosa, vai ver que esta turma que acredita no Lula encarna esta figura. Mais engraçado ainda é que ele acha que é o cara mesmo. Lembra muito o Pelé falando dele mesmo na terceira pessoa, e auto-elogiando o personagem.
Tem vezes que ele fala como se não estivesse no governo, criticando aquilo que deveria ser ação sua. Por exemplo, nesta última semana disse que os juros têm que baixar. Você é que está no governo, Lula, quem tem que baixar é você!

ALGUMAS CITAÇÕES INTERESSANTES

- De Henry Youngmann- Meu melhor amigo fugiu com minha mulher. E quer saber? Sinto falta dele.
- De Piero Calamandrei - Tenho visto certos professores ensinar que os advogados são os mais preciosos colaboradores dos juízes... não me façam rir.
- De Henri de Régnier (que viveu entre 1864 e 1936 antes de Vinicius de Moraes) - O amor é eterno enquanto dura.
- De Eugênio Mohallen - Aniversário é aquela festa em que comemoramos o fato de estar um ano mais próximos da morte.
-De William J.B. Wiseman - Temos de aprender a pensar com quem sabe pensar, e isso limita grandemente nossas possibilidades de aprender.
- De Jean Dolent - Escrevo não para ensinar, mas para aprender.
- De Mário Quintana - Autodidata = Ignorante por conta própria.
- De Teotônio Vilela - O Brasil contemporâneo prova que a anarquia é possível.
- De José Maria Alkimin - Primeiro se decide, depois faz-se reunião.
- De Dainana Ruttul - Segundo as estatísticas, o lugar mais perigoso do mundo é a cama, pois é o lugar onde mais se morre.
- De Arthur Shopenhauer - Só um filósofo pode ser feliz no casamento, e os filósofos nao se casam.
-De George Santayana - Não existe cura para o nascimento ou para a morte, exceto gozar o intervalo.
E, para encerrar:
- Henry William Shaw - O SILÊNCIO É UM ARGUMENTO DIFÍCIL DE REFUTAR.

domingo, 7 de dezembro de 2008

UMA VISITA À ETERNA MAJESTADE DAS LINHAS COMBATENTES


Estive na quarta feira passada (dia 04.12.08), em Sapucaia do Sul, acompanhada pelo Cel da Reserva do Exército Brasileiro Cláudio Di Primio. O Cel. Di Primio um querido amigo foi comandante do 18° Batalhão de Infantaria Motorizada, onde servi em 1971, e sobre o qual já contei algumas histórias de caserna.
Pois o Cel. Di Primio leu e gostou de minhas crônicas, obviamente mais das que falo das coisas do quartel. Daí que resolveu levar meus escritos ao atual Comandante do 18ºBIM, o Coronel Fernando Dias Herzer, lá em Sapucaia do Sul. E, este nos convidou para as festividades de 100 anos do Batalhão.
Assim, que aí fomos nós. Lá chegando fomos muito bem recebidos pelo Cel. Comandante, um tipo germânico, atlético, com jeito de operacional, muito simpático, o qual nos colocou imediatamente à vontade nos franqueando as instalações para uma visita, especialmente uma sala que inaugurou aonde vimos antigas fotos do batalhão, incluindo o meu ano de 1971, onde pude rever alguns companheiros da época.
As cerimônias começaram, é claro, por uma formatura do batalhão. Formatura no meio militar é a reunião de toda a unidade ou parte dela, enfileirados e acompanhada de seus comandantes e demais graduados.
Inicialmente, o comandante fez um discurso falando da história e importância do batalhão, o qual teve passagens históricas nas guerras aqui do sul, e em alguns movimentos no nordeste do país, além de participações em missões da ONU, tais como Suez, e nos últimos anos no Haiti.
Fui apresentado ao General comandante da Divisão de Exército a 6a. DE, a outros coronéis que também comandaram o Batalhão, antigos oficiais e praças da unidade. Também encontrei conhecidos meus que também tinham passagem pelo Dezoito.
Na seqüência, o Cel. Comandante sugeriu que todos nós da reserva formássemos um pelotão para desfilar sob o toque da banda do batalhão, o que efetivamente fizemos, para grande emoção minha e de meus parceiros.
Naqueles minutos, em que desfilamos alinhados, como se tivéssemos novamente 18 anos, vi passar um filme de uma das passagens mais bonitas de minha vida.
Em seguida, desfilou a tropa atual, formada por cinco companhias, tais como no meio tempo, é verdade que com outros nomes a de serviço e a de apoio, mantendo os nomes as de fuzileiros. Encerrou o desfile o contingente motorizado.
Encerrada a solenidade, fomos conduzidos a um campo de instrução onde assistimos uma apresentação de um pelotão operacional.
Finalmente, nos conduziram a um salão para um belo coquetel com canapés, prato quente e bebidas. A qualidade da comida e o serviço nada ficaram devendo a qualquer serviço fino civil.
Pontos positivos ainda a salientar: a presença feminina no corpo de militares do batalhão, as instalações de boa qualidade, incluindo o espaço físico e construções, a disciplina da tropa, e, uma das coisas que me chamou muito a atenção, o biótipo dos soldados que melhorou muito se comparado com o meu tempo.
Saímos dali por volta de 13h30min muito alegres com tudo o que vimos, presenciamos e usufruímos.
Parabéns ao Cel. Herzer, aos demais membros do Batalhão Passo da Pátria pelos 100 anos. Meus agradecimentos ao Cel. Di Primio por mais esta gentileza que brindou este velho amigo.

Nota de rodapé: “Eterna majestade” é parte do hino da infantaria:
És a eterna majestade,Nas linhas combatentes,És a entidade,Dos mais valentes.

sábado, 6 de dezembro de 2008

ANTENA VINTE

A oposição no Estado jogou penas ao ventilador no episódio da compra da casa da governadora. Agora o Ministério Público determinou o arquivamento sumário do inquérito ( ou sindicância). A denúncia era ridícula, para não dizer infantil. Agora, quem busca as penas espalhadas pelo vento?

OS ESQUECIDOS DA NAÇÃO

Hoje a tarde, falei com Senador Zambiasi, o qual de passagem me agradecia alguma colaboração que tenho lhe prestado em meu ofício.
Aproveitei para lhe cobrar uma colaboração com o outro Senador, o Paim, pela luta a favor dos aposentados.
Ele me afirmou que tem lutado lado-a-lado, tendo nos últimos dias empreendido uma vigília no Senado com este objetivo. Realmente acompanhei pela tevê a vigília feita no ambiente do Senado, sendo que uma varou a noite até as seis da manhã.
Nos últimos anos, os proventos dos jubilados tem encolhido a olhos vistos, de tal sorte que em pouco tempo todos estarão ganhando tão-somente um salário mínimo.
Sem falar no famigerado fator previdenciário que tira de todo uma grande fatia os seus benefícios.
Se o governo populista do senhor Lula Lá não atenta para o problema, e não busca uma solução, que esperanças têm os aposentados de resolver o problema?

FINGIR É PRECISO

Em Portugal, se diz heterónimos; no Brasil heterônimo. A verdade é que , ao contrário dos pseudônimos que são os nomes outros que uma própria pessoa lhe atribui, os heterônimos são várias pessoas que habitam um só poeta.
Foram heterônimos de Fernando Pessoa - o maior poeta da língua portuguesa – Caiero, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
São de Ricardo Reis os versos:

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(Poesias)

Somente eles seriam suficientes para demonstrar o gênio de Fernando Pessoa.
O mundo está cheio de pessoas fingidas. Daí que resolvi estudar o fingimento e me deparei com estes versos.
Ora, o fingidor tanto finge que acabe se convencendo que aquilo que está fingindo é verdade.
Contrário senso – aí o paradoxo – quando realmente está sentindo alguma coisa finge que não é verdade...
O que lhe apraz é fingir.
O mundo dos sonhos lhe basta.
Por que teríamos o direito de lhe invadir ou lhes tolher as quimeras?
Ele é feliz assim.
Finja você que acredita nos sonhos dele, e ele continuará feliz, ou pelo menos fingindo que é...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ENTRAMOS NUMA GELADA

No começo do século XX a Inglaterra produziu um grande navio, o maior que já tinha existido. Tido como invencível ou inafundável (com o perdão do neologismo). Ele chamava-se Titanic.
Acontece que em sua viagem inaugural bateu num giganteco iceberg e foi ao fundo. Na tragédia, morreram milhares de pessoas. A história rendeu filmes, livros e contos.
Os icebergs são constituidos de grandes massas de gelo polar descolados de suas geleiras, e que vão navegando em direção ao equador, e é claro que lá nunca chegam pois vão derretendo ao longo da jornada. Como a massa específica da montanha gelada é só um pouco menor face aos pontos de ar do que a água do mar, o iceberg fica com a maior parte de seu corpo mergulhado no mar, restando somente uma pontinha aparente, o que, não raro, engana os navegadores que acabam por colidir com o bloco.
Assim centenas, ou quem sabe, milhares de casos de afundamento de navios e outras embarbações já ocorreram por este mundo de Deus.
Hoje, estamos entrando numa nova era, face ao final dos anos de felicidade econômica mundial, os quais levaram o mundo interior a números espetaculares de crescimento. O Brasil auferiu parte deste progresso, mas não tudo quanto deveria ter feito. Isso se deve em grande parte a uma política ortodoxa de contençao de gastos, fundada em superávites fiscais gigantescos, o que gerou, por outro lado, a necessidade de armazenamento em dólares deste parte sobrante, e finalmente o financiamento deste depósito sob a forma de empréstimos tomados ao públicos, por juros cada vez maiores.
Estas taxas, segundo o governo, são necessárias principalmente na atração de capitais de risco. Na outra ponta, estes capitais, ditos especulativos, assim como vêm, voltam correndo ao primeiro revés.
O governo Lula Lá, que poassou já seis anos em berço esplêndido, terá a oportunidade, agora de demonstrar sua capacidade de gerenciamento da macro-economia. Eu não jogo um tostão furado nos rapazes da estrela vermelha, mas não posso, por força patriótica torcer contra, até por que seria um tiro no pé.
Acho que a crise é muito maior do que se anuncia. Entendo que se trata somente da ponta de um iceberg, escondendo todo o restante da imensa massa crítica de recessão mudial, com toda a sua carga de maldades, tais como desemprego, vendas baixas, industria sucateando, matérias primas sem colocação, excedentes agrícolas e/ou queda brutal da produçao agro-pastoril.
Vamos ter recessão, desemprego e queda das produçoes industriais.
É verdade que se trata de mais um ciclo econômico se fechando, e outro abrindo, não se é sabedor de sua duração, mas certamente sentiremos seus efeitos.

BASÓFIAS AO VENTO

Quando eu comentei a eleição de Obama para presidente dos EUA, disse que a imprensa brasileira, pensando que os democratas são a esquerda americana, o que é uma tremenda bobagem, são apaixonadas pelo aludido partido. Por outro lado, costumam apresentar os republicanos como um bando de estúpidos, capitalistas extremados e belicosos.
Nesta linha, trazem à lume presidentes democratas para ilustrar o caráter pacifistas de seus membros. O ícone principal é John Fitzgerald Kennedy, o qual foi assassinado por Lee Oswald em 1963, na cidade Dalas.
Só para exemplificar a falácia, posso fazer duas afirmações que são provadas pela história: a primeira, é que durante o governo Kennedy a Guerra do Vietname atingiu o seu pico, e ele manteve lá as tropas, apesar de dizer boca-fora que era contra; a segunda, que foi durante o seu governo o fiasco da invasão de Cuba, no episódio que ficou conhecido como Baia dos Porcos. Pelo jeito ele dizia uma coisa e fazia outra.
Agora, eles estão surpreendidos pelas declarações do pós-eleição de Obama que não retirará imediatamente as tropas do Iraque. Ora, uma coisa são as promessas para conseguir a eleição outras coisa é o governo efetivo com todas as suas responsabilidades. Lula Lá já disse várias vezes que o político pode ser gabola antes da eleição, mas que depois tem que ter responsabilidade, bem assim ou assemelhadas foram as palavras dele.
A claque brasileira vai sofrer muito nos próximos anos com a decepção que representará o governo democrata do Obama. Quem viver verá.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

EM BUSCA DA NOTA PERDIDA

Um homem andava em círculos pela Rua da Praia, em Porto Alegre, com os olhos fixos no chão, como se estivesse procurando alguma coisa. Um passante perguntou-lhe: - Procuras algo? - Sim, procuro uma nota de cem reais. – Cem reais?
Imediatamente o passante passou a procurar a nota, no mesmo estilo do homem.
Passava outra pessoa que perguntou: O que vocês estão procurando? – Procuramos uma nota de cem reais...
Não tardou para que toda a população da rua, que por ali andava, passasse a procurar a tal cédula. A multidão de nariz fincado no chão à procura da tal nota de cem reais.
Lá pelas tantas, aquele primeiro passante resolveu perguntar ao homem: - Tens certeza de que perdeu a nota aqui mesmo? – Quem disse que eu perdi, só estou vendo se acho...
A multidão procede assim, ela toma um rumo, que, ao final das contas, se perde no tempo e nem sabe por que assim procede.
Muitas vezes, ficamos repetindo as atitudes dos outros, sem buscar saber as causas, se é que elas existem. Vamos questionar.

domingo, 30 de novembro de 2008

TÊM DIAS EM QUE A GENTE SE SENTE COMO QUEM PARTIU OU MORREU

A música RODA VIVA de Chico Buarque começa dizendo que tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu. Embora por outros motivos, as vezes não muito santos, ele tem razão. Existem dias em que gente se pergunta o que está fazendo aqui?
O bom é que estes dias são poucos, mas quando chegam atazam na nossa vida.
Quando a gente é do tipo que põe a culpa de nossas mazelas nos outros, a solução é fácil, mas quando a gente é do tipo que abarca os males do mundo, eles praticamente os implodem contra o nosso próprio peito, aí a coisa se complica.
Simplificando com Sartre ( se fosse possível a Sartre simplificar) o inferno são os outros. O principal problema dos outros, dizia o filósofo é que nos revelam, e isto nos desagrada sobremodo.
Lembrei daquele desenho do macaquinho dizendo: - Quando me dá vontade de trabalhar eu fico sentado esperando a vontade passar... Quem sabe a gente fica sentado esperando a culpa passar?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PODERIAM TER DORMIDO SEM ESTA

Já disse várias vezes que a ignorância é muito diferente da burrice. Enquanto ignorância é simplesmeste ignorar alguma coisa, ou seja, não saber; não ter conhecimento de alguma coisa, a burrice é sinônimo de pouca inteligência. Nesta linha, o presidente é ignorante em muita coisa, mas burro não é. Assim o é, que às vezes ele diz alguma coisa verdadeira, e até com alguma inteligência. Foi assim quando afirmou: “O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias”. Trata-se de uma verdade evidente, mas que acontece somente no setor público.
A greve é um direito legítimo dos trabalhadores de todo mundo. A categoria profissional cruza os braços, deixando o empregador no prejuízo, o que o obriga a negociar. Pelo outro lado, o empregado fica também sem o seu salário corresponde aos dias de parede. Neste jogo de pesos e contrapesos quase sempre existe o acordo, o qual põe fim ao movimento.
Acontece que os funcionários públicos que contam com apoio incondicionado da imprensa, especialmente a chamada “mídia amiga” fazem greve e praticamente obrigam o administrador a lhes pagar os dias de paralisação. Assim, ao iniciar uma greve o funcionário sabe de antemão que está tendo na verdade – segundo as palavras de Lula - dias de férias- , ou seja, risco zero.
A farra termina quando o governante tem pulso forte, e não liga a mínima para o que pensa a imprensa. Foi o caso de Yeda no episódio da greve dos professores que terminou hoje.
Noutro escrito anterior, eu já contei a história toda, pelo que não vou aqui repetir. Os professores, vulgo trabalhadores em educação, não têm a mínima razão no episódio, tendo ganhado um piso o querem transformar em plataforma para aumentos sem causa, querendo impor ao governante a obrigação de lhes conceder mais ganhos sem qualquer previsão orçamentária.
Eles falam em corte do ponto. Não há corte do ponto, mas sim falta de ponto. Eles não foram trabalhar, logo não bateram o ponto. Logo, não há ponto. Se não há ponto, não há ponto a ser cortado. Não foi a governadora quem cortou o ponto, foram eles que faltaram ao ponto. Ponto.
É evidente que os caciques do CEPERGS SINDICATO perderam a quebra de braço com a governadora, em especial pela redução do contracheque dos grevistas. Eles estavam acostumados em paralisar e receber, aí quando viram que teriam prejuízo, saíram nadando em alta velocidade como ratos do navio naufragando.
Como sói acontecer a arrogância não deixa que reconheçam a verdade e saíram atirando, mas as balas são de festim. Vamos ver se, depois desta, eles deixam os alunos em paz, e continuem a dar pelo menos as aulas que costumam ministrar aos jovens, as quais, se não são as de meus sonhos e de meus tempos, pelo menos são melhores do que nada.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

SAUDADE

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noute quando em funda soledade
Minh’alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.

E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno efeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,

Da Saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

Augusto dos Anjos – 1901

Um de nossos maiores poetas, Augusto dos Anjos, nos apresenta a obra-prima acima com o título de Saudade.
O verdadeiro poeta nunca é alegre. Refoge de sua natureza o riso, pois o pranto é o seu melhor quintal. Assim como é estranho ao palhaço ser triste, também o é ao poeta ser visto sorrindo.
Vejo a saudade exatamente como o diz Augusto no soneto acima. A saudade sobressai na solidão (soledade), e a alma se insista e se recolhe tristemente. Mas, por outro lado, tal como diz ao final de peça, me alimenta a vida, ou seja é um fator de vida, ou razão de viver.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

FOTOS PARA SEMPRE

As vezes me apaixono por fotos. Estas duas fotos que publiquei no blog fazem parte destas paixões. Numa eu apareço com Lourdes na chamada Litle Italy em Nova Iorque. O que salta aos olhos na foto é que estamos com uma expressão muito parecida, o que é maravilhoso num relacionamento. O meu pai Anselmo, ou Zezé para os íntimos, um eterno irreverente, costuma dizer que morar junto só não pega perna quebrada, o que traduzido para a leitura dos mortais significa que os casais com o tempo vão ficando parecidos, não só nos gestos e atitudes, mas também na aparência. É evidente (eu não seria tolo pensar que isso serve para todo mundo), só acontece com casais que tem grande afinidade.
Na outra foto, eu apareço, relaxado, ao lado de Gabriela, no Central Park também em Nova Iorque. Bom, aí a parecência (com o perdão do neologismo caboclo) não é derivada da convivência, mas da natureza, a prejudicar a Gabi, é claro. Esta foto é digna de album de família. Sonho que um meu(s) neto(s) possam vê-la, quando, como diria Quintana, eu for apenas uma folha levada no vento da madrugada...

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO?

Durante certo tempo fui professor, e, portanto, sei das dificuldades da classe. Entendo que não há motivo algum para que os professores tenham direito a aposentadoria aos vinte e cinco anos de trabalho.
Nestes novos tempos, em que as pessoas vivem cada vez mais, as aposentadorias precoces causam inúmeros problemas aos sistemas previdenciários em geral. O problema não é só atuarial, pois qualquer pessoa pode entender que os trabalhadores vivendo mais, têm mais tempo de aposentadoria, ou seja, é necessário que existam mais verbas para pagar as pessoas que ficam muito mais tempo recebendo os benefícios de aposentadoria.
A imprensa tem reconhecido que é preciso que as pessoas fiquem mais tempo no trabalho, para que não haja um crescimento muito grande do tempo de aposentadoria. Nesta linha, o governo federal instituiu medidas tais como o fator previdenciário que tem reduzido enormemente o valor das aposentadorias do INSS. A mídia, no entanto, sempre protege a classe dos professores defendendo a aposentadoria deles com somente 25 anos de trabalho efetivo, o que é uma contradição.
Vamos, para efeito de raciocínio, imaginar que o professor durante estes 25 anos de trabalho enfrente uma pressão enorme psicológica no trato com os alunos, o que lhe retira grande parte da saúde física e mental, a ponto de fazer com que atinja o jubilamento mais precocemente. Vamos acrescentar - para exagerar - que o pó de giz seja um fator de insalubridade, e que o trato com os alunos problemas seja um fator de periculosidade a justificar a antecipação da aposentadoria, teríamos mais dois fatores de risco a justificar plenamente o privilégio da redução.
Nesta linha, aos professores que trabalham na sala de aula diretamente estaria justificada a aposentadoria aos vinte e cinco anos de trabalho. Agora, me dê um motivo para que esta benesse seja estendida aos que trabalham nas secretarias, nos cargos de direção e nas bibliotecas? A que carga de pressão estariam eles submetidos, que trabalho estafante seria este de administrar uma escola ou organizar uma biblioteca?
É claro que tudo isto é resultado de um trabalho muito bem feito, começando por mudar o nome de professor – que seria obviamente o mestre da aula- para TRABALHADOR EM EDUCAÇÃO, até chegar às razões de cunho ideológico.
O mais incrível é que esta linha de raciocínio de colocar todos dentro de uma mesma panela vem sendo acolhida até pelos tribunais superiores. Assim, alguém que entre para o serviço público de professor - ou trabalhador em educação – aos 43 anos de idade estará aposentado. Se viver até os 75 anos ficará recebendo do Estado durante 32 anos. Se for casado, a viúva receberá por toda a vida, ou seja, por mais alguns anos o Estado pagará por uma prestação de serviços de somente 25 anos.
Enquanto isso, trabalhadores em tarefas muito mais penosas trabalharão durante no mínimo 35 anos, ou mais até para fugir do famigerado fator previdenciário, salvo se quiser ter uma aposentadoria mais minguada do que o normal.
Por que um motorista de ônibus urbano submetido à violenta carga de tensão diária tem que trabalhar 35 anos e um professor em cargo administrativo pode se aposentar aos 25 anos de trabalho?
Os professores no Brasil, historicamente ganham mal (muito mal), daí o governo Lula Lá, em boa hora, resolveu que todos os professores (que não são pagos por ele, obviamente) não poderão ganhar menos de 950 reais. Ora, isso é muito correto, pois não é possível que um professor ganhe menos do que este valor.
Acontece que o projeto que era para ser de piso, e, portanto, estabelecer tão-somente que ninguém ganharia menos que os 950 pilas, os quais foram transformados num presente de Natal, passou para salário base. Daí todo mundo que tem salário base inferior aos 950 terá aumento, independentemente de ganhar 950 reais ou não. Piso é estabelecer que ninguém ganhe menos que ele. Salário base é aquele inicial sobre o qual são agregadas, somadas, ou seja, acrescentadas todas as rubricas pessoais do funcionário.
Em resumo, o senhor Lula Lá deu um aumento para todos os professores, sem verificar se existe previsão orçamentária para tanto.
A coisa não parou ai. Foi acrescentado na Lei que todos os professores deverão ter um terço do seu horário de serviço destinado à preparação de aula e correção de provas. Logo, se todos terão 1/3 destinado a estas tarefas, ou seja, não darão aulas durante o equivalente a 1/3 de seu tempo antes destinado a esta tarefa, significa que o Estado deverá contratar mais 1/3 do total de professores que tem hoje. Novamente a pergunta, onde está a previsão orçamentária? De onde o Estado vai tirar dinheiro para contratar toda esta gente de uma hora para outra.
A Governadora do Rio Grande do Sul, junto com outros governadores, se insurgiu contra tais medidas absurdas, no que foi violentamente criticada, não só pelos “Trabalhadores em Educação”, mas também pelos políticos em geral e pela mídia. Por este motivo os professores estão em greve.
A Governadora Yeda resolveu corretamente que trabalhador que faz greve não recebe. Aliás, o próprio Lula – que p’ra bobo não serve- disse, certa feita, que greve com salário não é greve é licença remunerada.
Em qualquer lugar do mundo, a greve é uma luta entre o trabalhador que sonega a sua força de trabalho, e, portanto, não recebe, contra o empregador que não recebe o trabalho de seu operário, e, por via de conseqüência fica sem ter mercadoria para fabricar ou vender, tendo um grande prejuízo. Daí são medidas as forças, vencendo quem tiver mais fôlego, ou até que a Justiça resolva quem tem razão.
No Brasil, isto só acontece na iniciativa privada, pois no serviço público os governantes não têm coragem de cortar o ponto. Em país sério, o governante seria responsabilizado por pagar funcionário que não trabalhou.
Nesta luta de forças, não sei quem vai sair ganhando, mas sei quem vai sair perdendo: o contribuinte.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

AS QUOTAS

Estava pensando aqui com os meus botões: e se eu resolver voltar para a universidade? Poderia escolher um dos dois cursos sobre os quais tenho mais interesse, ou seja, história ou filosofia.
Que chance eu teria concorrendo com a gurizada que saiu agora do segundo grau? Nenhuma, pois como poderia lembrar qual a diferença entre um butano e um buteno? Como poderia eu lembrar qual a dimensão da cloaca da rã? Essas coisas muito "importantes" devem ainda fazer parte dos vestibulares.
Existe porém um fator a me beneficiar: as quotas.
Há, estas maravilhosas quotas!
Posso me beneficiar delas de duas formas: sempre cursei escolas públicas, e minha tataravó era índia, logo sou índio.
Tai, minhas chances aumentaram, acho que vou concorrer ao próximo vestibular, sob o santo protetor das quotas, afinal de contas é justiça social.

sábado, 22 de novembro de 2008

LEITURA OBRIGATÓRIA


Foi bom ler o Pais dos Petralhas de Reinaldo Azevedo no exterior, pois fiquei livre das influências nacionais, em especial a dos simpatizantes dos petralhas.
O problema é que a gente termina de ler o livro e fica com a sensação que o sujeito já disse tudo aquilo que a gente tinha vontade de dizer sobre os que ocuparam o Brasil nos últimos anos.
Ele conseguiu esgotar o tema, uma coisa que eu nunca imaginei que fosse possível.
Fiz questão de mandar um e-mail para o autor – Reinaldo Azevedo- dizendo exatamente isto.
Estou pensando em reler o livro, coisa que nunca faço. Para mim livro lido é livro fechado, salvo os livros próprios de consulta ou os de cabeceira.
Só um a palinha do livro para vocês sentirem o clima da visão do jornalista:
“A democracia no Brasil não morreu em 1964 porque a direita deu um golpe. Morreu porque não havia quem a defendesse, de lado nenhum. Um governante responsável não teria promovido ele próprio a subversão, como fez João Goulart, incentivado pelos nacionalistas bocós e pelos bocheviques tupiniquins, que imaginavam que ele pudesse ser o seu Kerenski. Não podia. Era ainda mais idiota. Deu no que deu.”
Pois os familiares do ex-presidente estão agora tentando fazer com que alguém lhes pague indenização. O alvo mais difícil é o governo americano. Eles tentam responsabilizar os EUA pela derrubada de Jango, o que certamente não vão conseguir exceto e tribunais internacionais sabidamente simpatizantes das causas de esquerda, mas que não tem qualquer poder coercitivo. Mais fácil será aqui no Brasil, onde certamente amealharão algumas centenas de milhares de reais, a exemplo de milhares de esquerdistas que já contaram com o beneplácito do governo Lula Lá para sacar contra a viúva.
Quem ainda não leu o Pais dos Petralhas, que o faça imediatamente, pois está perdendo o que há de melhor em termos de crítica política de boa qualidade e bom gosto.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ME BELISQUE, ENFIM, UM POLÍTICO DE CORAGEM

Pois o Presidente do Senado um cidadão chamado Garibaldi Alves (PMDB-RN)resolveu devolver à Presidência da República Federativa do Brasil, o senhor Lula Lá da Silva, uma Medida Provisória que simplesmente anistiava as chamadas entidades filantrópicas que tinha sido flagradas pelo crivo da Receita Federal.
Com esta devolução o nosso Guru Maior resolveu substituir a malfada MP por um Projeto de Lei a ser enviado ao Congresso Nacional.
É claro que o Estado brasileiro, assim como qualquer nação do mundo, deve contar com mecanismos não ortodoxos para resolver problemas de urgência, a superar com rapidez o problema do processo legislativo, que é sabido como lento. O que não pode continuar é o uso e abuso das Medidas Provisórias, que - não raro – não são medidas e nem provisórias, com o perdão do trocadilho.
Quem vê o Senador Garibaldi Alves falando não dá um centavo furado ao distinto, mas ele com este tipo de atitude corajosa acaba de entrar para o pequeno e seleto grupo de brasileiros de coragem, que enchem o cidadão eleitor comum de orgulho.
Espero que ele consiga manter esta posição até o final de seu mandato como presidente e no restante de seu mandato como Senador da República. Se este tipo de atitude continuar Garibaldi Alves terá marcado uma nova página na história política verde-amarela.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

HIPÓCRITAS

Descobri a palavra lendo na Bíblia: "não faça como os hipócritas que rezam de pé nas sinagogas." Segundo o dicionário Aurélio, hipócrita significa aquele que tem hipocrisia, e esta a afetação de uma virtude, dum sentimento louvável que não se tem. Seria, em suma, uma falsa devoção.
Acontece que o vocábulo é utilizado para encobertar atitudes menos nobres.
É difícil introduzir o assunto, pelo que acho melhor citar um exemplo. Quando as pessoas são incitadas a se posicionar contra ou a favor do aborto, os abortistas em geral dizem que a atitude dos anti-aborto é hipócrita, pois a par da proibição, milhões de abortos são realizados no Brasil, a cada ano.
Se infere deste tipo de afirmação que não adianta proibir que eles continuarão a realizar os abortos, mesmo que constituam crime, e que, por via de conseqüência, para evitar a hipocrisia, o melhor seria descriminalizar o aborto e seus derivados. Em resumo, se o aborto for consentido deixará de existir o crime de aborto.
Genial, podemos também usar o mesmo princípio e resolver todos os problemas estatísticos criminais no país. Temos milhões de homicídios, latrocínios, furtos e roubos todos os dias, bastará tirar todas estas figuras do Código Penal, e num passe de mágica diminuirá a criminalidade no Brasil.
Isso convence os abortistas? É claro que não.
Como eles saem do imbróglio? Simplesmente declaram que eu e todos os que pensam igual a mim são fascistas, nazistas, retrógados, contra o progresso e por aí vai.
Nesta área de aborto a desculpa mais esfarrapada que existe é a de que a mulher é dona do próprio corpo. Ora, isto é uma verdade indiscutível, só que ela ao proceder ou mandar proceder o aborto não está dispondo de seu corpo e sim de corpo alheio, que ela simplesmente e temporariamente esta hospedando. E, o que é pior, este novel ser não pediu para ser concebido.
Nesta triste história quem será o hipócrita?

VOILÁ, O PROGRESSO À RIVE GAUCHE

Flávio Del Mese para quem não conhece é um grande fotógrafo que viajou pelo mundo inteiro, trazendo para a nossa Porto Alegre audiovisuais que apresentava na cidade baixa.
Ele é um grande sujeito, e um grande papo.
Pois, ele pensando em Paris, que é dividida pelo Rio Sena em Margem Esquerda e Margem Direita, ou seja Rive Gauche e Rive Adroit, divide a nossa Porto Alegre pelo Arroio Dilúvio ou Ipiranga, como queiram em Rive Gauche e Rive Adroit.
Como vocês sabem, mas não custa lembrar a margem dos rios são identificadas pela direção de suas águas ao mar ou a outro rio do qual seja afluente.
Neste sentido, nós da zona sul da cidade estamos rigorosamente à Rive Gauche.
Durante muitos anos, a Rive Gauche porto-alegrense este abandonada, mas nos últimos tempos ele vem se projetando, muito a reboque dos grande empreendimentos, principalmente dos grande condomínios de casas e apartamentos.
A Rive Gauche ganha agora um alavancagem – para usar um termo da moda – que o Barra Shopping outrora conhecido como Xópi do Cristal.
Trata-se de um mega investimento, o qual vai virar a cidade em direção à margem esquerda para a alegria da nossa turma por aqui.
Se os arquichatos pararem de tumultuar em breve teremos também a área do Estaleiro Só com um grande ponto turístico, o que será mais uma atração por estas bandas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

MAIS HISTÓRIAS DE CASERNA

É SEMPRE A MESMA LESMA LERDA...

A minha Companhia (CCSv) estava almoçando o rancho do 18º BIM, ali onde hoje é o Centro Tecnológico da Puc, quando um dos meus colegas - soldado - chamou um sargento que comandava o rancho, e perguntou à queima-roupa:
- Sargento, se o senhor encontrasse uma lesma na sua alface o que faria?
O sargentão carruncado respondeu no seco:
-Eu comia!
Respondeu de pronto o soldado, com aprovação geral da milicada:
- Então come esta que estava na minha comida.
O sargento num gesto de alta "democracia" denunciou o soldado, mas foi atingido por um bumerangue, pois foi punido também pelo relaxamento, pois era o responsável pela cozinha.

ATRAÇÃO FATAL

O primeiro mês no quartel não dava direito a ir para casa ao final do dia.
A gente dormia o mês inteiro no quartel, indo dormir em casa somente no fim de semana.
Era o que se chamava de período de adaptação.
Todo mundo dormia numa alojamento só, onde existiam uns cem beliches, onde se acomodavam mais de duzentos chamados praças.
Eu nunca tinha dormido num beliche, e fiquei torcendo para não ocupar a parte de cima, pois tinha medo de despencar.
É claro que fui sorteado para a parte superior, sendo que nos primeiros dias dormi, bem no meio de barriga para cima e de braços abertos para dar mais equilíbrio. Depois vi que era bobagem e relaxei, nunca tendo problema.
Um soldado de nome Marta, não teve a mesma sorte e caiu de cima do beliche, batendo com as costas na cama de baixo, e foi direto para enfermaria, ou seja a minha idéia não era de todo errada ou tola, pois o perigo realmente existia.
Na primeira semana, um dos soldados, pediu uma audiência com o capitão comandante da Cia. um sujeito com jeito típico do interior, com o qual hoje tenho bom relacionamento, Caggiano Neto.
Disse o soldado:
- Capitão, eu não posso dormir no alojamento com os outros soldados.
- Mas por que indio velho?
- Eu tenho uma atração pelos outros que estão lá...
O Capitão chamou na hora o sargenteante ( sargento que fazia a burocracia da companhia) e determinou a imediata baixa do suposto "gay".
Quando o suposto homossexual estava indo embora já à paisana, levantou o braço e gritou para nós:
-Tchau, seus trouxas...
Nunca mais vi a figura. Deve continuar aplicando seus golpes por aí.

TROTES

Assim como são aplicados trotes aos calouros nas faculdades, o que ao meu ver se trata de uma tradição de gosto duvidoso, no quartel também se aplicavam as chamadas pegadinhas nos novatos e neófitos.
As armas são carregadas através de cintas, as quais são denominadas bandoleiras. Assim, era comum mandar um soldado novato buscar a bandoleira do canhão. Imaginem carregar uma canhão nas costas com uma bandoleira.
Mandavam a inocente criatura buscar um papel carbono redondo para bater uma circular.
Sem falar nas tartarixas e outros termos inventados somente para divertir a tropa.

BRINCADEIRAS?

O treinamento do quartel continha algumas brincadeiras bem interessantes, as quais na verdade compunham a formação do combatente.
Uma delas muito legal era pular de um caminhão a 60km por hora, de costas, com uma mochila nas costas e com um fuzil FAL 7.62, tendo que rolar imediatamente para o lado, pois o caminhão que vinha na seqüência também tinha que "derramar" os seus soldados.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

PONTAL DO ESTALEIRO SÓ

O Rio Grande do Sul em auréos tempos tinha dois estaleiros (fábricas e oficinas de navios): o Só e o Mabilde. Depois o nosso estado foi diminuindo de importância, perdendo inúmeras fábricas e empresas comerciais, e acabou perdendo também os dois estaleiros.
O Estaleiro Só ficava ali ao final da Avenida Padre Cacique, quase no Hipódromo do Cristal. A área está abandonada, com os prédios em ruínas.
O imóvel foi arrematado por uma empresa, a qual apresentou um grande projeto, muito moderno ao nível dos grandes empreendimentos que existem nos país mais adiantados, como EUA, FRANCA, INGLATERRA, ITÁLIA, e nos emergentes como Argentina e México.
O normal seria o contra dos ECOCHATOS, o que evidentemente era de se esperar, o que eu não imaginava era o contra dos arquitetos, e o pessoal da área cultural.
Os ECOCHATOS estão preocupados com a repercusão no meio ambiente. Não estão preocupados que todo o esgoto da grande Porto Alegre, resíduos industrias e outras porcarias sejam jogados no nosso rio. Para tanto não fazem qualquer tipo de movimento.
Não se preocupam se o chamado Arroio Ipiranga continue uma cloaca a céu aberto.
Não querem é que seja construída uma coisa decente ali no área do estaleiro.
Estes mesmos motivos impedem até hoje de se ter um aproveitamento da área do porto da cidade, assim como os argentinos aproveitaram e transformaram o Porto Madero e os uruguaios o Porto de Montevideo.
Os arquichatos são contra o projeto pois contém prédios a serem construídos à beira-rio, mas foram a favor e deitaram elogios ao QUEIJO DE MINAS que fizeram na mesma zona em homenagem ao pintor gaúcho Iberê Camargo. Sabem por que não houve críticas? Elementar, meu caro Watson, o artista era de esquerda, e em nome dela tudo é possível.
Oscar Niemayer construiu um monstrengo pendurado num morro de Niterói e foi aplaudidíssimo pela sinistra nacional
Acho que Porto Alegre está fadada ao atraso mesmo.

OS ARQUICHATOS

Por arquichatos se entenda os profissionais da área de arquitetura e engenharia, e que estão mais preocupados com a ideologia do que com a qualidade e beleza das obras arquitetônicas.
O Oscar Niemayer, o mais velho arquichato, é consagrado em todo o mundo como grande arquiteto mais por ser comunista do que pela qualidade de suas obras.
Olhem Brasília. A principal obra de Brasília não é dele, pois o que há de bom na Novacap é o sistema viário e urbanístico que é de Lúcio Costa.
Poucos são os prédios de beleza plástica, entre eles posso relacionar o Palácio do Itamaraty e o Palácio da Alvorada.
A Esplanada dos Ministérios é uma fileira de dominó, à semelhança dos grandes conjuntos do BNH.
O monumento ao Juscelino é o que há de mais brega. Ele para homenagear sua ideologia comunista fez uma grande foice e tacou um estátua do JK no meio. Ficou muito horrível.
O que tem de pior os seus prédios, segundo contam as vítimas, é que são desconfortáveis aos seus ocupantes e moradores, em suma: não são funcionais.
Pois os arquichatos agora resolveram atacar importantes obras para o desenvolvimentos das cidades, entre elas as da área do antigo Estaleiro Só.
Com estes arquichatos soltos na cidade, não precisamos de inimigos.
XÔ, arquichatos!

ALCÉIAS E MEMÉIAS

Quando menino adorava ler gibis. Para quem não sabe gibi é uma revista em quadrinhos, mesclando textos com figuras desenhadas. A maioria dos pais não deixavam os filhos ler este tipo de revista, pois diziam que nada acrescentavam em termos culturais. Estavam evidentemente errados, pois quem se cria lendo revistas mais tarde procurará ler outras coisas.
Os gibis mais famosos foram os do Walt Disney, incluindo Mickey Mouse, Pato Donald, Tio Patinhas e outros. Um dos meus preferidos era a Luluzinha. Ela era uma personagem bem diferente, nada tinha de feminino, exceto gostar do Bolinha, outro personagem, que por sua vez gostava da Glória, que não dava a mínima para ele, pois esticava o olho para o Plínio, um menino rico e chato.
A Luluzinha costumava sonhar com uma dupla de bruxas. A mais velha, Alcéia, era uma bruxa comum, alta e magra, com nariz adunco, a mais nova, Meméia, era baixinha, mas tão malvada quanto à primeira. As duas costumavam humilhar uma menina pobre representada pela própria Luluzinha. Geralmente quando a coisa estava muito preta para o lado da menina a Lulu acordava, terminando com o sofrimento da garota.
De lá para cá, as coisas mudaram pouco, pois as Alcéias e Meméias continuam a atazanar a vida das meninas pobres: a diferença é que não existe uma Luluzinha para despertar e acabar com pesadelo.

HISTÓRIAS DA CASERNA

Eu tinha 18 anos e fui fazer o que se chamava inspeção de saúde para prestar serviço militar obrigatório. Na verdade, não era só um exame medico, havia muito mais coisa. A Junta de Alistamento Militar, que, naquele tempo, ficava onde hoje é a Praça Raul Pilla, próxima à Praça do Portão, exatamente nos fundos da Polícia do Exército-PE. Ela tinha uma inscrição em latim: “Si vis pacem para bellum”. A expressão significa se queres paz, prepara-te para a guerra. Acontece que naqueles tempos de regime militar, volta-e-meia, o local estava interditado com cancelas e outros petrechos militares. Daí o povo, irreverente, como sói acontecer, dizia que a tradução da frase era CIVIS PASSEM PELA CALÇADA.
Na época, eu já trabalhava, pois havia ingressado no mercado de trabalho com apenas 16 anos, e já tinha um salário razoável para a minha idade e função. Pelo que, ao ser indagado se pretendia prestar o serviço militar eu disse que não, pois já estava empregado, tendo a idéia de manter o emprego. Hoje, sei que as pessoas que pensam assim são exatamente as que interessam ao exército, o qual não está interessado em vadios. Mas eu não sabia disso, e declarei ao médico que me interrogou.
O exame era feito aos lotes, daí ficamos uns cinqüenta no ginásio de esportes do Primeiro Batalhão do Décimo Oitavo Regimento de Infantaria, todos peladões para o exame médico. A situação era de evidente constrangimento.
Fui separado num pequeno grupo, uns doze mais ou menos. O restante do grupo uns quarenta ficavam separados. Eu, inocentemente, deduzi que o meu grupo ficaria fora, e que os demais prestariam o serviço militar. Com o passar do tempo, me dei conta que a diferença física entre aquele grupo que eu estava incluído era enorme com relação ao restante. Todos nós tínhamos porte, todos com altura razoável por volta de um metro e oitenta, todos magros e de boa aparência. Aí eu deduzi brilhantemente que havia sido escolhido para prestar sentar praça como diria o meu pai.
Seguiu um exame psicológico, com testes para cálculo do Q.I. e um longo interrogatório por escrito.
Fomos então designados para a incorporação ali mesmo no chamado Batalhão da Cidade, ou Arranca-Toco no dia 16 de janeiro de 1971.
Neste exato dia, me apresentei no Batalhão sendo designado para uma Companhia – que é uma das subdivisões da unidade, denominada COMPANHIA DE COMANDO E SERVIÇO. Os soldados de outras unidades nos chamavam de almofadinhas, pessoas de serviços como enfermaria, transporte e administração, ou seja, nada de pelotões de combate, exceto o único Pelotão de briga que era chamado de PELOTÃO DE RECONHECIMENTO. Para este pelotão eram designados os elementos de melhor porte físico. Não carece muito esforço intelectual para entender que fui designado para este pelotão.
Para quem não entende nada de exército, Pelotão de Reconhecimento é aquele bando de maluco que vai como boi de piranha na frente da tropa, espiando o que o inimigo esta fazendo.
Pois fiquei ali no pelotão fazendo as instruções iniciais somente nos meses de janeiro, fevereiro e março, pois ao final deste fui escolhido para fazer um Curso de Cabo, que a graduação imediatamente superior ao soldado, e logo abaixo do sargento.
Coincidiu que no começo do curso chegaram da AMAM – Academia Militar das Agulhas Negras (Rezende – Rio de Janeiro) doze Aspirantes a Oficiais, que em seguida foram promovidos a Segundo Tenente. Em resumo, doze novos oficiais saídos da melhor academia militar depois de West Point nos EUA. É claro que este fato trouxe uma qualificação muito grande ao curso de formação de cabos do batalhão, o chamado CFC.
Em julho daquele ano, eu já ostentava orgulhoso minhas divisas de cabo, ou seja, dois vês invertidos na manga do uniforme. Esta promoção me trouxe algumas vantagens. A mais imediata delas é que passava em algumas ocasiões a comandar frações de tropas, e às vezes até uma companhia inteira (200 soldados mais ou menos). Para um guri de 18 ou 19 anos era muita coisa. A outra vantagem, muita apreciada por mim, era triplicar o soldo (salário de soldado) de 80 cruzeiros para 240 cruzeiros. Eu virei um rico no meio dos meus camaradas. É claro um cabo profissional ganhava três vezes mais, mas eu não ligava para isto, pois não queria seguir carreira militar.
O país vivia o período dos governos militares. Existiam presos políticos, inclusive no meu quartel. Nunca vi qualquer violência com eles, pelo contrário eram muito bem tratados, pois tinham sela individual, separada dos demais presos militares, lhes era servida comida de boa qualidade. Um deles que, segundo eu soube, era um sargento tinha até uma tevê na cela, o que na época era um luxo, pois pouca gente contava com este tipo de aparelho em suas residências.
A nossa baixa (saída) estava marcada para o dia 15 de novembro. Acontece que foram marcadas eleições no Uruguai, onde a chamada FRENTE AMPLA tinha possibilidade de ganhar. Daí a nossa baixa foi adiada, chegando somente no último dia do ano.
Tenho muitas boas lembranças deste tempo, pois grandes amigos que até hoje me prestigiam foram feitos durante o tempo de serviço militar.
Ainda me lembro de todos os nomes de guerra de meus colegas. Para quem não sabe, nome de guerra é o nome pelo qual o soldado é conhecido, e que consta em seu uniforme juntamente com a sua graduação. Fui o SD VAZ, e ao ser promovido passei a ser CB OSNIR. Na verdade, os meus colegas de farda nunca me chamaram e Osnir e até hoje me chamam de Vaz. Quando você presenciar alguém me chamado de Vaz pode acreditar que ali está um companheiro de armas.
Tivemos alguns comandantes no batalhão Tem. Cel. Roberto Santos, que a soldadama apelidou Cobrinha e Wenceslau Braga dos Santos, Majores Derly Xavier e Boucinha, como comandante da Cia. Iniciamos com o meu amigo de Bagé Caggiano Neto, passando por Sarandi Machado até o último Laurentino Reis. Como sargentos passaram por nós o Vicentão, uma figura igualzinha aqueles sargentos que aparecem nos filmes americanos, mas uma grande pessoa, depois voltou para a sua unidade preferida que era a PE, Tamir e outros. Como comandantes de pelotão tivemos desde o Ten. R1 (de carreira) More, um dos doze da AMAM, até o R2 (CPOR) Gilberto Moresco. O Ten. More chegou até Coronel, já tendo falecido. Gilberto Moresco foi meu contemporâneo na faculdade de Direito da UFRGS.
Tínhamos um soldado profissional chamado Silvio, dois cabos antigos o Martins – que era um tipo do interior – e o Selmo que era desenhista, dos novos além de mim mais Faustino que hoje é da Brigada Militar, e Mello que foi meu colega de ginásio e que hoje é da Polícia Federal em Florianópolis.
Se a memória não me trair tivemos ainda os colegas Pacheco e Chagas já falecidos, e Derly, Ranzan, Renato, Aléssio, Júlio, Rocha, Santana, Corrêa, Ribeiro, Alípio, Vaniel, Cláudio, Paulo e Adalberto. Não posso encerrar estas lembranças militares, sem contar um episódio engraçado acontecido com o meu pelotão. Pois o nosso pelotão estava todo de guarda, ou seja, de plantão de sentinela, em toda a chamada guarda dois no 18º RI. A tal guarda dois abrangia todos os postos de sentinela que ficavam na parte dos fundos do quartel (posso contar agora, pois o quartel não existe mais), incluída posto de sentinela do perímetro, junto à PUC, Avenida Ipiranga, Cristiano Fischer, Xadrez, Paiol de Munição e Pocilga (é sito mesmo casa dos porcos). Era noite, e o tenente de dia, que era a maior autoridade de serviço no quartel, vinha fazer a chamada revista, que acontecia às 9 horas, quando ele dá com o pé numa garrafa no chão. Acha estranha uma garrafa perdida no pátio do quartel. Resolve cheirar o vasilhame: é isto mesmo, cachaça pura.
Vai até a nossa guarda e põe todo o mundo em forma, não demora a descobrir os cachaceiros, os quais levam alguns dias de xilindró.
Fui salvo por estar na hora exatamente de sentinela na esquina da Cristiano Fischer com Ipiranga, senão provavelmente tivesse dado um bico na tal caninha, pois o frio era grande. Doravante, o nosso pelotão foi apelidado de Cachaça, logo nós que entendíamos ser a elite do Batalhão.
Aprendi muita coisa no exército. Devo muito do que sou àqueles dias que passei pelo 18º - que era temido na época como um quartel de grande dureza, mas, sem dúvida, uma grande escola, a qual está faltanto para muita gente hoje.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

CRÔNICA DA CRÔNICA


Por crônica se entende pequenas histórias com fim indeterminado, ou ainda coluna de jornal e mais modernamente páginas dos chamados blogs. Pelo meu gosto, o maior cronista brasileiro de todos os tempos é RUBEM BRAGA. É dele a crônica DESCULPEM TOCAR NO ASSUNTO. Ela foi escrita no Rio de Janeiro em 1957, e faz parte da coletânea publicada sob o título de outra crônica AI DE TI, COPACABANA.
Vejam o primor: “Tenho poucas mortas. Mas como são queridas! O engraçado é que à medida que o tempo passa elas vão ficando um pouco parecidas, vão-se fazendo irmãs, mesmo as que jamais se conheceram. Aparecem raramente e sempre caçoam um pouco de mim, mas com jeito de carinho. Não faz mal que não me levem muito a sério; não mereço.”
Na verdade, é que a gente vai moldando os mortos. Vai aos poucos os colocando num padrão, que - não raro – nada tem com os originais.
O último parágrafo é impagável, olhem só: “ Mas a verdade é que nos piores momentos de minha vida sempre senti uma imponderável mão em minha cabeça; então fecho os olhos e me entrego a este puro carinho, sem sequer me voltar para ver se é minha mãe, minha irmã ou uma doce, infeliz amiga ou apenas a leve brisa em meus cabelos.”
Termina assim a crônica, como toda a boa crônica, deixando ao leitor a escolha do melhor desfecho. A boa crônica costuma deixar ao leitor a melhor parte: a continuação. Ele está livre para dar o fim que bem entende ao assunto.
Outra tirada genial de R.B. na mesma crônica: “ O pior dos mortos é que nunca telefonam. Aparecem sem avisar, sentam-se numa poltrona e começam a falar. Tocam em assuntos que já deviam estar esquecidos, e fazem perguntas demais.”
Os meus não costumam me visitar, nem em sonhos. Como tenho tido alguma sorte, acho que na verdade estão muito ocupados em me proteger, pelo que lhes imensamente gratos. Devo lhes dar um trabalho enorme, pelo que lhes peço desculpas. E, é claro, prometo quando for um deles, o que deverá ocorrer nos próximos anos, provavelmente, ajudar os outros que ainda por aqui andarem.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ANTENA DEZENOVE

1. Anistia Internacional dá 100 dias para Obama fechar a prisão de Guantânamo. Certamente, ao final do prazo, face ao alto poder de sanção que tem a organização não governamental, aplicará ao novel dirigente americano a pena de lhe botar a língua.
2. Quanto tempo durará a Lua de Mel da imprensa internacional com Obama?
3. Por que será que nos últimos dias eu fico pensando naquele ditado inglês: nada mais parecido com um conservador do que um trabalhista no poder?
4. Lula ficou alegre – como pinto no lixo – com a vitória do Obama. Ele não se deu conta que o Brasil teve as melhores relações com os EUA exatamente durante o governo republicano de George W. Bush, e que os democratas são muito mais protecionistas, pelo que se conclui que as relações comerciais com o nosso país tendem a piorar.
5. Pensando bem, ele não se interessa nada por estas coisas bobas de comércio, certamente pensa na badalação, e neste campo Obama é muito mais parceiro do que sisudo Maquem.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DATA ANIVERSÁRIA

Faltam alguns minutos para que eu entre no meu 56º ano de existência.
Nasci em 05 de novembro de 1952, na periferia de São Gabriel, num lugar chamado Bom Fim, na Rua Manuel Antonio de Macedo, num rancho com telhado de Santa Fé e chão batido. Foi assistido pela parteira dona Antonia que servia a todos naquele local, pois naquele tempo não tinha esta de nascer em hospital, era em casa mesmo.
Meu pai estava preso. Era inocente, como todo o preso, estava sendo processado pelo Exército por insubmisso. Para quem não sabe o que é isto: trata-se de um crime militar. O cidadão convocado para o serviço militar obrigatório não se apresenta na época própria. Acontece que o meu pai tinha se apresentado no devido tempo, mas a incorporação fora adiada. Passado algum tempo, fizeram a convocação pelo rádio, que naquele tempo só os ricos tinham. Resultado: meu pai se apresentou muito tempo depois, e foi preso.
Foi julgado, e, obviamente, absolvido. Mas quando eu nasci realmente ele estava preso. A notícia de meu nascimento chegou ao quartel, e logo aos ouvidos do oficial de dia, o qual num lindo e corajoso gesto, pois também era uma irregularidade, sujeita à punição para ele, deixou que o meu pai se ausentasse por algumas horas para ir me conhecer. Meu pai nunca disse se valeu à pena...
Menos de um ano depois, penso que no mês de setembro de 1953, aboletados numa Maria-Fumaça, sentados nos bancos duros da segunda classe, chegávamos meu pai com 21 anos, minha mãe com 15 anos, e eu com menos de ano, à mui Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre. Para quem gosta de matemática as idades dos três somadas não dava 37 anos. Naquele tempo, era uma aventura, como se fosse hoje ir para a Austrália.
Passados todos estes anos agradeço ao meu pai e minha mãe o gesto de coragem de ter buscado a cidade grande, numa linda luta, que tenho certeza pelos resultados, especialmente nas pessoas de seus filhos, eu que acompanhei tudo desde começo e minhas irmãs e meu irmão que vieram depois, que foi bem sucedida.

sábado, 1 de novembro de 2008

Dr. EDUARDO BECKER-GRANDE PERDA


Estes tempos de finados a gente já fica triste ao natural, pois começa a lembrar dos nossos afetos que já se foram. A saudade aperta, e a gente vai passando a longa lista, desde os mais chegados aos mais distantes. Em cada lembrança de rosto, em cada recordação de gestos, atitudes, acontecimentos que passamos juntos nos comovem, e afetam nossa sensibilidade.
Estava eu aqui, neste dia 01.11.2008, pensando sobre o assunto, quando lembrei que quem gostava de falar em morte era AUGUSTO DOS ANJOS, autor de um único livro EU, do qual tenho um exemplar em minha biblioteca, e ao qual muitas vezes recorro. O nosso Baudelaire (Charles de) foi realmente genial, e soube explorar o tema muito bem.
Assim reli o poema denominado Saudade. “Hoje que a mágoa me apunhala o seio,/ E o coração rasga atroz, imensa,/ Eu a bendigo da descrença em meio,/ Porque eu hoje só vivo da descrença./ À noute quando em funda soledade/ Minh’ama se recolhe tristemente,/ Pra iluminar-se a alma descontente,/ Se acende o círio triste da Saudade./ E assim afeito às mágoas e ao tormento, /E à dor e ao sofrimento eterno afeito,/ Para dar vida à dor e ao sofrimento,/ Da saudade na campa enegrecida/Guardo a lembrança que me sangra o peito,/Mas que no entanto me alimenta a vida./ Não havia, no entanto escrito nada, quando tive vontade de abrir minha caixa de e-mails, interrompendo o que estava fazendo. De imediato, vi que havia uma mensagem de Virgínia Ghisleni, atualmente defensora pública, minha colega de turma na faculdade de Direito da UFRGS, dando conta da morte do Dr. Eduardo Becker, juiz de Estrela, também nosso colega. Aprofundei a notícia e soube que ele faleceu hoje de acidente de moto.
Enquanto escrevo, estou tomando de profunda tristeza, pois Eduardo era um dos colegas que eu tinha mais admiração. Embora já fosse um antigo juiz, provavelmente próximo a aposentadoria, já que nela ingressou bem cedo, continuava com o mesmo jeito de estudante, o que percebi nas poucas vezes em que o vi depois de 1979, ou seja, uma pessoa simples, educada e agradável.
Uma irreparável perda para nós seus colegas, seus amigos, seus familiares, povo de Estrela, e também a magistratura gaúcha que perde um grande juiz, e sobretudo um grande cidadão.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

ANTENA DEZOITO

- Fui fazer uma compra no Big e o valor total excedeu o meu limite do cartão Mastercard. A compra foi cancelada, me desentendi com o pessoal da Loja e cancelei a compra. Pois o pessoal do cartão suspeitou e suspendeu o meu cartão.
- Tentei várias vezes o 0800, depois de passar por vários telefonistas, nada consegui.
- Aí fiquei esperando pois tenhos outros cartões.
- Um belo dia, desta semana, recebi um telegrama do pessoal do cartão:
- Pedia para eu telefonar para um número que vinha impresso no tal telegrama.
- Imediatamente liguei.
- O atendente perguntou que assunto era?
- Eu disse que era sobre um cartão.
- Ele me respondeu que não era aquele número, que eu devia ligar para um outro.
- Li para ele o telegrama, onde estava escrito para ligar para o maldito número.
- Ele disse que não podia fazer nada, pois o número a ligar não era aquele.
-Eu disse então que aquilo era uma coisa de maluco, pois alguém manda um telegrama para que o destinatário ligue para um telefone, e neste telefone te dizem que não este o telefone para tratar de assunto que você nem sabe qual é!!!
-Ai perdi a paciência disse ao telefonista do Call Center que ele não tinha culpa, mas que devia falar para o chefe que o cliente havia ficado quente da cara.
- Acabei passando o assunto para a gerente do meu banco para que ela descasque o abacaxi.

A VOLTA DO PROFESSOR

O Núcleo de Direito de Família e Sucessões do Curso de Direito do UNIRITTER está promovendo um evento denominado CONVERSANDO SOBRE DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Assim, a convite da Professora Dra Cláudia Gay Barbedo, proferi palestra nesta 5ª. Feira (30.10.2008) sobre o tema SEPARAÇÕES, DIVÓRCIOS E INVENTÁRIOS POR ESCRITURA PÚBLICA. Acho que o evento foi proveitoso, haja vista que o auditório estava praticamente lotado, tendo se esgotado as vagas na véspera.
Uma platéia atenta assistiu, interagiu comigo, e o que é mais importante ficou até o final da palestra com muito interesse.
A exposição foi assistida por alunos da Faculdade de Direito, pela coordenadora do curso Prof. Laura Coradini Franz, além da própria Professora Cláudia.
O evento prossegue ainda no dia 03 próximo vindouro com palestra do Dr. Luiz Fernando Silveira Netto, com o tema O Feto Anencéfalo, e no dias 4 e 6 com o Dr. Conrado Paulo da Rosa, com o tema Mediação Familiar.
Os alunos terão direito a certificado fornecido pela universidade, além de contar como carga horária do curso de graduação.
Gostei muito de voltar a ter contato com o mundo universitário, do qual já estava há muito afastado.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DIREITO PENAL MÍNIMO, UM GUARDA-CHUVAS PARA O PSICOPATA

Venho há muito tempo defendendo sozinho uma tese. Consiste no seguinte: o afrouxamento da lei penal e processual penal no Brasil parte de um pressuposto de que todas as pessoas criminosas são passíveis de recuperação. Daí os argumentos de tipo Direito Penal mínimo, penas alternativas, não utilização de penas de reclusão, proibições constitucionais de trabalho obrigatório ou forçado, e outras formas de fugir da punição aos criminosos. Tudo isso tem origem na idéia de que o homem é bom e a sociedade é que o perverte, principalmente a sociedade capitalista. Não é preciso ser gênio para saber que este tipo de pensamento é próprio da esquerda, mas só para ser usado em regimes capitalistas, pois quando eles governam baixam a mão pesada, tal como o fizeram na antiga URSS e ainda o fazem na China.
Assim, que foi com grande satisfação que li ainda hoje em uma das revistas que assinamos – ÉPOCA – que a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro Mentes Perigosas: o Psicopata Mora ao Lado, sem combinar nada comigo, defende as mesmas idéias sobre criminosos psicopatas.
“Ad referendum” da revista e da Dra. Ana Beatriz, vou transcrever aqui o primeiro parágrafo:
“A maldade existe. Nós, latinos, afetivos, passionais, temos dificuldade de admitir que existem pessoas más. Psico quer dizer mente; pathos, doença. Mas o psicopata não é um doente mental da forma como nós entendemos. O doente mental é o psicótico, que sofre com delírios, alucinações e não tem ciência do que faz. Vive uma realidade paralela. Se matar, terá atenuantes. O psicopata sabe exatamente o que está fazendo. Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção. Ele sabe o que faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no lugar do outro.”
Não deixem de ler a matéria, está na página 122 da revista com data de 27.10.2008.
Para quem não tem muita familiaridade com o Direito, posso dizer que uma pessoa que rouba alguém e mata a vítima esta cometendo um crime chamado LATROCÍNIO. Este delito previsto no Código Penal tem a pena máxima possível a um só crime no Brasil que é de 30 anos de reclusão. É considerado um crime contra o patrimônio, daí que o autor não vai a Júri popular, sendo, por via de conseqüência julgado por um Juiz singular. Assim sendo, um autor de delito desta tipificação que tenha todos os agravantes e nenhum atenuante, seria, em tese, condenado a 30 anos de reclusão. Pois bem, o “querido”, tendo cumprido somente cinco anos teria direito à chamada progressão do regime, ou seja, passaria do regime fechado para o semi-aberto. Com isto, a sociedade daria a oportunidade de ele passar a conviver com as demais pessoas livres com apenas o cumprimento de 1/6 da pena. Estara ele livre para roubar durante o dia, e se refugiar na cadeia de noite, onde não será encontrato pela polícia.
Como um criminoso nestas condições enxerga a sociedade que o faz progredir de regime? Entende ele que está lhe dando uma oportunidade, e a agarra com todas as suas forças? É evidente que não. Quem viveu uma infância pobre como eu sabe como pensa este tipo de gente: eles são uns otários, este é o verdadeiro pensamento do marginal.
Como diz a psiquiatra trata-se de um mente má, onde a emoção não tem lugar. É o sujeito típico que mata a mãe e vai ao cinema.
Enquanto nossa sociedade não se der conta disto, estaremos com os índices de criminalidade sempre em alta. Não há solução. Os defensores do Direito Penal Mínimo têm grande culpa, pois incentivam a impunidade, em troca da compra de consciências que não se deixam influenciar, pois vivem uma realidade paralela, aonde não há lugar para arrependimento, pois estão vacinadas contra a empatia.
Mas de qualquer forma, a leitura me deu grande satisfação, pois não estou sozinho nesta empreitada, que reconheço tem muito de quixotesca, mas é a mais pura realidade, infelizmente.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

ANTENA DEZESSETE

1. O GRÊMIO FUTEBOL PORTO-ALEGRENSE está a maior parte do tempo em primeiro lugar no campeonato nacional. No entanto, seus torcedores estão proibidos pela crônica esportiva nacional de sonhar com o título. Os nossos cronistas locais ( maioria de 90%de colorados) é claro que nada fazem para defender o tricolor desta discriminação. Por outro lado, mesmo estando o colorado distante 9 pontos da faixa da libertadores ainda estimulam os vermelhos a sonhar com a inclusão no campeonato continental.
2. Não fiquei surpreso com a eleição de FOGAÇA para Prefeito da mui leal, fiquei espantado é que Maria do Rosário tenha recebido tanto voto. Parece que grande parte da população de POA ainda não aprendeu quem é o PT.
3. "Maquem" vai ganhar a eleição nos EUA.
4. Tem paulista ainda que acredita na MATA O SUPLICY.
5. Estes dias estava pensando: só faltam dois anos para se livrar do Lula Lá. O problema é que dito cujo, vai ficar de férias 4 anos e querer ser presidente por mais 8 anos. Espero que o Brasil se cure até lá. Estou com 55 anos, daqui há 2 estarei com 57, mais 4 estarei com 61, aturar o Lula Lá até 69? Em compensação, aos 70 acho que estarei livre do apedeuta.
6. Até lá o Lulinha estará mais rico que o dono da MICROSOFT.
7. Quando terminar a festa das indenizações ao perseguidos políticos, o que será que eles vão inventar para continuar a tirar dinheiro da viúva?
8. O Alívio Dutra andou aparecendo na midia durante a eleição. Não adiantou nada. Parece que nem o Lula aturou o distinto, tanto o é que não convidou ele para mais nada.

domingo, 26 de outubro de 2008

POLITICAMENTE CORRETO

A correção política ou politicamente correto consiste em utilizar de uma linguagem neutra, sem comparações de forma a não discriminar pessoas ou grupos, principalmente no campo racial ou sexual.
Os defensores do chamado politicamente correto defendem a tese de que o seu objetivo é fazer com a linguagem seja neutra, e por via de conseqüência não preconceituosa.
Assim sendo, eles têm feito algumas mudanças que beiram ao ridículo, tais como chamar um anão de verticalmente prejudicado, negro de afro-descendente, velhice de melhor idade, e assim por diante.
Vou pegar só estes três exemplos para triturar. Vejam só: se um anão é verticalmente prejudicado, logo um gigante é verticalmente beneficiado; se um negro é afro-descendente um branco seria euro-descendente; se um velho está na melhor idade, um jovem certamente estará na pior idade.

É claro que estou a exagerar. Por que um negro ficaria zangado de chamá-lo de negro? Por que eu ficaria bravo se alguém me chamasse de branco? É claro que eu ficaria puto da cara se o branco viesse acompanhado de um adjetivo pejorativo. – Branco safado, e por aí vai. Assim quando alguém chama um negro com adjetivo maldoso esta sendo racista sim. Por exemplo: - Negro sem vergonha. O racismo é evidente, mas o racismo não está na palavra negro, e sim no “sem vergonha”, assim como o “safado” no branco.

Existem, no entanto, alguma mudanças de nomenclatura que fogem a este tipo de aplicação no campo do politicamente correto, e se misturam num ambiente ideológico, no que existe de pior neste campo, que é a manobra ardilosa para buscar um objetivo mesquinho, disfarçado de correção política.

Vejam dois casos no campo da educação. O primeiro chamar professor de trabalhador em educação. O professor em português vem do latim professore, ou seja aquele que ensina, o mestre. O francês diz professeuer. Embora os ingleses tenham a palavra professor (paroxítona aberta), utilizam mesmo o teacher. Por aqui é que nasceu esta idéia do trabalhador em educação.

O problema é que existe uma aposentadoria especial para o professor que dá aula. Assim, existem professor que não dão aula, ou seja, tem atribuições administrativas nas escolas. Nesta linha, estão os que trabalham na direção, nas secretarias, nas bibliotecas, nos serviços de orientação educacional. É idéia genial foi exatamente passar uma régua e todo mundo passa de professor a trabalhador em educação.

Também existe a mania de chamar a professora de tia no lugar de professora fulana de tal. Existe gente que defende a idéia dizendo que assim o aluno se sente em casa. Bom, se chamar a professora de parente faz o aluno sentir-se em casa por que não chamar a professora de mãe? É claro que a idéia é tirar a autoridade da professora. A professora é terceira, ou seja é uma pessoa de fora da casa do aluno, mas que deve ter autoridade sobre ele. Esta tentativa de aproximação trazendo o aluno para o ambiente familiar, onde ele tem uma tia e não uma professora, visa exatamente isto. Isto tudo tem um ranço ideológico. Prefiro ficar com Paulo Freire: professora sim, tia não!

Estas mudanças nos nomes das coisas está virando moda. Você vai a um encontro qualquer destes que as empresas costumar realizar, e chega um determinado momento que antigamente a gente chamava de hora do cafezinho. Agora, mudaram para coffee break. Qual a diferença? Nenhuma.

O primeiro centro de compras inaugurado em Porto Alegre chamou-se Centro Comercial da Azenha. Todos os demais adotaram o pomposo Shopping Center, de tal sorte que o da Azenha teve que se render e virou Shopping da Azenha.

Quando não existe uma palavra na lingua portuguesa e vem um produto novo sou a favor da importação. Os motivos estão na evolução da lingua, pois as importações de outros idiomas tendem a enriquecer o nosso. Alface vem do árabe e chofer do francês, tendo ambas se incorporadora à Última Flor do Lácio, sem qualquer problema. Por outro lado, sou totalmente contra a substituição de palavras antigas por importação de palavras estrangeiras.

Os portugueses são mais radicais: por exemplo, nada de mouse e sim rato; nada de celular e sim tele-móvel. Tem lá suas razões de tradição, mas acho exagero.

O partido do presidente também adora uma palavra nova para coisas velhas. Durante um dos últimos escândalos denominaram (eles os petistas) a velha Caixa 2 de dinheiro não contabilizado. Não é uma maravilha? Passou de ladroagem mais rasteira para uma simples manobra contábil ( ou seria não contábil?).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

UM PRESENTE! QUE PRESENTE?

Receber presentes é bom e fácil. Dar presentes também é fácil e é bom. Sabe o que é mais difícil, mesmo? Compreender a forma com que cada pessoa recebe um presente. Tenho grande dificuldade com isto.
Sei, aliás já estou cansado de saber, que cada pessoa é diferente; cada uma tem suas reações que condizem com seus fatores intrínsecos, interiores mesmo, de difícil entendimento, mas, não raro, fico bastante contrariado com reações de indiferença, beirando ao menosprezo.
É claro que conheço o “Nolite mittere margaritas ante porcos.” Não atireis pérolas aos porcos, que são sábias palavras da Bíblia, e cuja interpretação pode ser que não se deve falar alguma coisa diante de um ignorante que ele não tenha conhecimento, ou lhe dar algum coisa preciosa, mas cujo valor ele não possa aquilatar por puro desconhecimento.
Mas dói.
Por outro lado, como é bom dar uma pequena lembrança a alguém que a aprecie. Um gesto largo de boa recepção. Você dá uma camisa, e a pessoa imediatamente a põe. As vezes, por cima da roupa que já estava usando. Num gesto de boa recepção imediata. Você dá um doce, e a pessoa já sai dando mordida no petisco. Ela pode até não estar com vontade de comer, mas o faz para agradar a gente.
Quando você viaja, é evidente que não pode trazer um presente caro para cada afeto seu, por isso, geralmente são pequenas lembranças, guardando algum sinal nome ou marca do local onde você esteve. No presente e no futuro, a pessoa olhando o singelo objeto se lembrará que em estando distante, as vezes milhares de quilômetros, pelo menos num determinado momento você pensou neste seu parente ou amigo contemplado.
Se, contrário senso, o presente é recebido com indiferença lhe causa grande decepção, ou seja frustração completa de expectativa.

NÃO ME TAPES O SOL

Estava o filósofo Diógenes deitado ao sol em Corinto, numa tranqüilidade só, quando parou em sua frente o rei Alexandre Magno, o grande general grego, acompanhado, é claro, de grande cortejo. O conquistador, então, ofereceu ao sábio filósofo os favores e as riquezas que ele costumava liberar aos filósofos cortesãos de seu séquito.
Diógenes, somente estendeu a mão, e disse:
- Não me tapes o sol que me está esquentando.
Muita gente não entende que, na maioria das vezes, somente queremos que não nos tapem o sol. Só isto. Uma coisa tão simples: queremos somente ter um lugar sossegado para viver.Simplificar a vida significa viver como mais tranqüilidade e menos sobressaltos.

sábado, 18 de outubro de 2008

ALAVANCAGEM

Mal eu terminei de escrever o texto anterior, e alguém já me cobrou: o que é a tal de alavancagem?
O que eu tinha que meter em economia. Os meus conhecimentos de economia são os de leitura de jornal e alguma coisa ensinada pelo meu querido professor e amigo Giovanni Biasotti, ainda na velha Faculdade de Direito, numa cadeira chamada de Economia Política.
Vou tentar explicar, em linguagem leiga, para todo mundo entender. Eu preciso fazer um investimento e não tenho grana, muito menos lastro, ou seja, poupança para enfrentar esta ação de risco, mas tenho certeza, ou pelo menos penso que tenho, de sucesso no empreendimento. O que eu faço? Simples, vou e arrumo uma grana emprestada e faço a aplicação, contando que com o dinheiro que vou levantar com o investimento, recupero o meu tutu, pago o empréstimo e ainda tenho lucro.
Mas, Osnir, isto é uma maravilha, então! Não tenho grana para investir, arranjo alguém para emprestar e saio com o lucro. Onde está o problema. O problema é o seguinte: quando uma pessoa ou entidade faz isto, e se dá mal, ela simplesmente tem o prejuízo, ou vai a falência em caso extremo. Agora, quando todo mundo faz a mesma coisa. Não dá para quebrar todo mundo, e principalmente quem emprestou a grana. Deu para entender? A ocorrência de muitos casos em cadeia, tipo linha de dominó, fazer quebrar a economia.
Vou contar o exemplo americano. Um apartamento custava em New York durante dezenas de anos 200.000 dólares. Aí bateu uma luzinha no mercado, e ele passou a valer 400.000 dólares. O dono, que já tinha o imóvel liberado, buscou 200.000 dólares no mercado e deu em hipoteca o imóvel de 400 mil. A seguir, o mesmo imóvel por passe de mágica foi valorizado para 800.000 dólares. O que fez o dono? Tirou 400.000 dólares de empréstimo novo, pagou os duzentos do empréstimo velho, e usou para reformar o imóvel, aplicou na bolsa, jogou fora, e sei lá mais o destino que deu a bufunfa.
Mas, aí chegou a hora de pagar o empréstimo, que tinha cinco anos de carência (tempo em que você não precisa pagar o empréstimo), de onde tirar o dinheiro? O sujeito não tinha como pagar. Foi exatamente o que aconteceu no caso americano. Só que não foi um caso isolado foram milhares, para não dizer milhões.

UMA VISÃO DA ELEIÇÃO AMERICANA

A imprensa americana, tal como a brasileira, é totalmente a favor da eleição do democrata Obama. Nada tem com a pessoa Obama, pois seria a favor de um poste, desde que democrata. É evidente que McCain é um sujeito mais bem preparado que o simplório Obama, mas isto não interessa.
Apesar disto, não tenho certeza que Obama ganhará a eleição, pois grande massa de eleitores americanos não gosta de dar sua opinião, fazem parte do que antigamente se chamava maioria silenciosa.
McCain ganhou um inimigo novo que é a crise financeira dos EUA, a reboque de investimentos feitos de forma irresponsável por bancos americanos, com excesso do que se chama em economês de alavancagem.
A crise não guarda nenhuma relação com o governo americano, como andam dizendo os estúpidos por aí, foi gerada por ação exclusiva de bancos privados, os quais sofrem fiscalização do Federal Reserve (Banco Central Americano), o qual tem autonomia completa do governo americano. Assim, o senhor Jorge Buche não tem qualquer responsabilidade por esta ronha, mas a imprensa americana não quer saber de nada, e aproveita para dar uma sarrafadas no “Cristo de Plantão” que o Presidente americano.
Por que então o governo americano resolveu intervir e ajudar os bancos em dificuldades? Pelos mesmos motivos que levaram FHC a fazer o PROER, e levou Lula Lá a fazer o mesmo por aqui nesta atual crise: a dificuldade de liquidez e principalmente de crédito aos particulares, o qual geraria uma profunda recessão. A ajuda aos bancos tanto lá quanto aqui são empréstimos, os quais serão pagos ao longo do tempo pelas entidades bancárias. Se a crise fosse de somente um banco, como aconteceu no caso do Banco Sul-Brasileiro, restaria ao governo somente deixá-lo falir, mas quando se trata de uma quantidade razoável de entidades não se pode deixar acontecer, pois o efeito dominó seria uma conseqüência óbvia.
A eleição aparece discretamente nas ruas americanas. Um que outro vendedor tenta comercializar botons dos candidatos. Uma que outra propaganda na televisão, raramente alguma coisa aparece nos jornais. Existem outros candidatos além de Obama ou Mcain, os quais aparecem bissextamente na televisão tentando apanhar votos dos eleitores, mas eles não aparecem nos debates.
Obama enfrenta problemas que pode lhe tirar da presidência: o primeiro, o voto não é obrigatório; a grande maioria que não vota é de pouco instrução, incluindo-se aí grande parte dos prováveis eleitores de Obama, por isto o candidato se preocupa em também fazê-los votar; segundo, o povo americano é muito patriota, e MacCain é herói de guerra, enquanto Obama provavelmente não foi nem escoteiro; o terceiro, a grande massa racista americana, embora enrustida pode tirar votos de Obama; tipo de variante que não se consegue perceber em pesquisa eleitoral.
Mesmo com tudo isto, acho que é bem provável que Obama consiga vencer as eleições. O que isto mudará nos EUA? Quase nada. Esta é uma das grandes vantagens americanas sobre nós: o Presidente Americano pode ser uma besta quadrada que as instituições americanas fortes como são garantirão a continuidade da democracia e direitos civis, para a segurança do seu povo, o que não ocorre por aqui, onde as instituições são fracas, e onde o Presidente ainda tem um poder muito grande.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ESCULHAMBAÇÃO ADORÁVEL

Estou de volta depois de um pequeno passeio lá no mundo dos ricos.
Não gosto de gente que vai para nunca mais.
Voltar sempre é bom.
A gente vai, mas volta, com bastante e boa bagagem.
Quando eu estava chegando no aeroporto de Cumbica, pensando nas coisas belas que vi por lá, e lembrei de um alemão que eu conheci que dizia:
- Este país ( o Brasil) é uma esculhambação!
- Mas, eu adora (sic) esta esculhambação!
Vou descansar um pouco, apurar as idéias, e escrever nas próximas semanas alguma coisa sobre a viagem.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ANTENA DEZESSEIS

- Lula repreende o Ministro da Fazenda como se ele não tivesse que ver com o peixe. Ô, Lula Lá é você que esta governando este país.
- O Presidente fala como se estivesse do lado de fora do governo somente assistindo ao desenrolar da crise, quando é o responsável direto pelos problemas e pela solução deles.
- Como já faz mais de seis anos que está no cargo, não está mais com a cara dura de colocar a culpa no FHC, daí pegar o Meirelles para Judas.
- Governar com o mundo em Lua de Mel como nos últimos anos é fácil, quero ver é agora na hora do rolo.
-O Lula parece o ator principal sentado na platéia, querendo fazer suas falas da cadeira de assistente.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O PAÍS DOS PETRALHAS

Acabo de adquirir o Livro de Reinaldo Azevedo O PAIS DOS PETRALHAS. O nome não carece de explicações.
O autor é jornalista consagrado, grande crítico de seus colegas jornalistas, principalmente a petezada ou petralhada como dizia ele.
Fui inspirado a adquirir o livro pela entrevista que ele deu ontem à noite para um programa da rede Globo.
O engraçado era o constrangimento do jornalista entrevistador, cujo nome não lembro. Ele não disse quase nada, certamente com medo das patrulhas ideológicas.
No Brasil, jornalista que não é de esquerda é discriminado na maior cara-dura.
Não raro é também ridicularizado, como se fosse um imbecil.
A esquerda não admite qualquer grau de inteligência na direita.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O MELHOR TRANSPORTE DO MUNDO


PATINETE, CARRINHO DE LOMBA, TREM FANTASMA, CARRINHO DE PARQUE DE DIVERSÃO, CARROÇA, ARANHA, CARRETA, TRATOR, RODA GIGANTE, MONTANHA RUSSA, CAIQUE, BARCO, NAVIO, CANTAREIRA, AEROBARCO, TELEFÉRICO, CATAMARÃ, BALSA, LANCHA, NAVIO, TREM MARIA FUMAÇA, TREM A DIESEL, TREM ELÉTRICO, METRÔ, ÔNIBUS, JIPE, CAMINHÃO, CAMIONETA, BUG, MOTO, LAMBRETA, CARROÇÃO, CAVALO, CARRINHO DE MÃO, RER, AVIÃO TURBO-HÉLICE, AVIÃO DUPLO JATO, TRIJATO, QUADRIJATO, BICICLETA, TRICICLO, CARRUAGEM, TROLEIBUS, COLHEITADEIRA, ELEVADOR, ESCADA ROLANTE e ESTEIRA ROLANTE são meios de transporte que já andei.
Entre os poucos que ainda não arrisquei posso citar: HELICÓPTERO, SUBMARINO, ULTRALEVE, PÁRA-QUEDAS, MONOCICLO, JET-SKI, VELEIRO E IATE.
Não gosto muito da idéia de andar de helicóptero; submarino não entro, pois teria um ataque de claustrofobia aguda; ultraleve nem amarrado, pára-quedas jamais andarei, monociclo levaria um tombo na hora; Jet Ski não gosto; veleiro e iate já fui convidado várias vezes, mas não me oportunizou, só tenho vontade.
Dos meios de transporte que mais gosto está o Trem, o Catamarã, lancha e automóvel. Gosto das viagens aonde vou de avião, mas não morro de amores pela idéia de ficar horas fechado.
Os meus passeios mais remotos estão as velhas Maria-Fumaça: - Guri, não bota a cabeça pra fora que a ponte vai te pegar... Que maravilha! A verdade que as pontes do trem eram bem estreitas passavam a dez centímetros do trem, logo que ousasse botar a cabeça prá fora corria mesmo risco. Também fazem parte das lembranças mais remotas os velhos carros de praça, todos pretos, grandes e reluzentes. Os motoristas usando quepe e casaco preto.
Uma das lembranças mais remotas é eu andando de Trem Fantasma, na redenção, no famoso Parque Xangai, em companhia de meu pai e meu saudoso tio e padrinho Paulino. Este uma grande e doce figura de pessoa, de quem tenho muita saudade.
Montanha Russa somente andei uma vez, e obrigado. Minha filha Gabriela era pequena e pediu para andar. Lúcia não entrava de jeito nenhum, e sobrou para mim. Que horror! Gabriela se divertiu. Eu detestei. Não sou chegado a esportes radicais...
Adoro andar de automóvel, principalmente dirigi-los. Tenho paixão por conversíveis, inclusive bugues. Já prometi a mim mesmo, várias vezes, comprar um, mas sempre vou deixando para o futuro. Um dia, quem sabe?
O avião que mais gostei de viajar não foi os 777 da Alitália ou Air France, nem os Jumbos da British Airways, mas os maravilhosos Eléctras da extinta Varig, fazendo a ponte aérea RIO-SÃO PAULO.
Na lista dos detestáveis ficam: além da Montanha Russa, Roda-Gigante, Balsa, Carroção e classe econômica em vôos internacionais. Não dá para aturar o espaço das pernas em vôos transatlânticos onde você fica como se estivesse numa lata de sardinha.
A idéia de moto me agrada muito, mas é muito perigoso. Uma vez um colega me disse que seu filho de dezoito anos estava querendo comprar uma moto, respondi na hora: - O guri está te enchendo o saco? Quer te livrar dele logo? Isto mesmo dá uma moto para ele, que logo-logo, estarás livre deste encargo. É claro que diante deste meu radicalismo, ele ficou assustado e negou a moto para o filho. Acho que salvei os dois, pois o filho era da pá virada, e não ia durar vivo mais que um ou dois meses.
Sabe mesmo qual é o melhor meio de transporte que você já teve na vida? Foi a sua mãe. Este transporte é carinhoso, quentinho, insubstituível, limpo, com direito a lanche. Você não pega vento na cara. Não lhe cobra nada. Só que no final do prazo lhe joga prá fora...
Esta crônica é em homenagem a minha querida mãe dona Zoi que este ano completou 70 anos bem vividos, ao lado do seu Zezé(76). Na foto, ela orgulhosa com o seu bolo. Um grande abraço para ela.

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