sábado, 18 de outubro de 2008

UMA VISÃO DA ELEIÇÃO AMERICANA

A imprensa americana, tal como a brasileira, é totalmente a favor da eleição do democrata Obama. Nada tem com a pessoa Obama, pois seria a favor de um poste, desde que democrata. É evidente que McCain é um sujeito mais bem preparado que o simplório Obama, mas isto não interessa.
Apesar disto, não tenho certeza que Obama ganhará a eleição, pois grande massa de eleitores americanos não gosta de dar sua opinião, fazem parte do que antigamente se chamava maioria silenciosa.
McCain ganhou um inimigo novo que é a crise financeira dos EUA, a reboque de investimentos feitos de forma irresponsável por bancos americanos, com excesso do que se chama em economês de alavancagem.
A crise não guarda nenhuma relação com o governo americano, como andam dizendo os estúpidos por aí, foi gerada por ação exclusiva de bancos privados, os quais sofrem fiscalização do Federal Reserve (Banco Central Americano), o qual tem autonomia completa do governo americano. Assim, o senhor Jorge Buche não tem qualquer responsabilidade por esta ronha, mas a imprensa americana não quer saber de nada, e aproveita para dar uma sarrafadas no “Cristo de Plantão” que o Presidente americano.
Por que então o governo americano resolveu intervir e ajudar os bancos em dificuldades? Pelos mesmos motivos que levaram FHC a fazer o PROER, e levou Lula Lá a fazer o mesmo por aqui nesta atual crise: a dificuldade de liquidez e principalmente de crédito aos particulares, o qual geraria uma profunda recessão. A ajuda aos bancos tanto lá quanto aqui são empréstimos, os quais serão pagos ao longo do tempo pelas entidades bancárias. Se a crise fosse de somente um banco, como aconteceu no caso do Banco Sul-Brasileiro, restaria ao governo somente deixá-lo falir, mas quando se trata de uma quantidade razoável de entidades não se pode deixar acontecer, pois o efeito dominó seria uma conseqüência óbvia.
A eleição aparece discretamente nas ruas americanas. Um que outro vendedor tenta comercializar botons dos candidatos. Uma que outra propaganda na televisão, raramente alguma coisa aparece nos jornais. Existem outros candidatos além de Obama ou Mcain, os quais aparecem bissextamente na televisão tentando apanhar votos dos eleitores, mas eles não aparecem nos debates.
Obama enfrenta problemas que pode lhe tirar da presidência: o primeiro, o voto não é obrigatório; a grande maioria que não vota é de pouco instrução, incluindo-se aí grande parte dos prováveis eleitores de Obama, por isto o candidato se preocupa em também fazê-los votar; segundo, o povo americano é muito patriota, e MacCain é herói de guerra, enquanto Obama provavelmente não foi nem escoteiro; o terceiro, a grande massa racista americana, embora enrustida pode tirar votos de Obama; tipo de variante que não se consegue perceber em pesquisa eleitoral.
Mesmo com tudo isto, acho que é bem provável que Obama consiga vencer as eleições. O que isto mudará nos EUA? Quase nada. Esta é uma das grandes vantagens americanas sobre nós: o Presidente Americano pode ser uma besta quadrada que as instituições americanas fortes como são garantirão a continuidade da democracia e direitos civis, para a segurança do seu povo, o que não ocorre por aqui, onde as instituições são fracas, e onde o Presidente ainda tem um poder muito grande.

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