Mal eu terminei de escrever o texto anterior, e alguém já me cobrou: o que é a tal de alavancagem?
O que eu tinha que meter em economia. Os meus conhecimentos de economia são os de leitura de jornal e alguma coisa ensinada pelo meu querido professor e amigo Giovanni Biasotti, ainda na velha Faculdade de Direito, numa cadeira chamada de Economia Política.
Vou tentar explicar, em linguagem leiga, para todo mundo entender. Eu preciso fazer um investimento e não tenho grana, muito menos lastro, ou seja, poupança para enfrentar esta ação de risco, mas tenho certeza, ou pelo menos penso que tenho, de sucesso no empreendimento. O que eu faço? Simples, vou e arrumo uma grana emprestada e faço a aplicação, contando que com o dinheiro que vou levantar com o investimento, recupero o meu tutu, pago o empréstimo e ainda tenho lucro.
Mas, Osnir, isto é uma maravilha, então! Não tenho grana para investir, arranjo alguém para emprestar e saio com o lucro. Onde está o problema. O problema é o seguinte: quando uma pessoa ou entidade faz isto, e se dá mal, ela simplesmente tem o prejuízo, ou vai a falência em caso extremo. Agora, quando todo mundo faz a mesma coisa. Não dá para quebrar todo mundo, e principalmente quem emprestou a grana. Deu para entender? A ocorrência de muitos casos em cadeia, tipo linha de dominó, fazer quebrar a economia.
Vou contar o exemplo americano. Um apartamento custava em New York durante dezenas de anos 200.000 dólares. Aí bateu uma luzinha no mercado, e ele passou a valer 400.000 dólares. O dono, que já tinha o imóvel liberado, buscou 200.000 dólares no mercado e deu em hipoteca o imóvel de 400 mil. A seguir, o mesmo imóvel por passe de mágica foi valorizado para 800.000 dólares. O que fez o dono? Tirou 400.000 dólares de empréstimo novo, pagou os duzentos do empréstimo velho, e usou para reformar o imóvel, aplicou na bolsa, jogou fora, e sei lá mais o destino que deu a bufunfa.
Mas, aí chegou a hora de pagar o empréstimo, que tinha cinco anos de carência (tempo em que você não precisa pagar o empréstimo), de onde tirar o dinheiro? O sujeito não tinha como pagar. Foi exatamente o que aconteceu no caso americano. Só que não foi um caso isolado foram milhares, para não dizer milhões.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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