No começo do século XX a Inglaterra produziu um grande navio, o maior que já tinha existido. Tido como invencível ou inafundável (com o perdão do neologismo). Ele chamava-se Titanic.
Acontece que em sua viagem inaugural bateu num giganteco iceberg e foi ao fundo. Na tragédia, morreram milhares de pessoas. A história rendeu filmes, livros e contos.
Os icebergs são constituidos de grandes massas de gelo polar descolados de suas geleiras, e que vão navegando em direção ao equador, e é claro que lá nunca chegam pois vão derretendo ao longo da jornada. Como a massa específica da montanha gelada é só um pouco menor face aos pontos de ar do que a água do mar, o iceberg fica com a maior parte de seu corpo mergulhado no mar, restando somente uma pontinha aparente, o que, não raro, engana os navegadores que acabam por colidir com o bloco.
Assim centenas, ou quem sabe, milhares de casos de afundamento de navios e outras embarbações já ocorreram por este mundo de Deus.
Hoje, estamos entrando numa nova era, face ao final dos anos de felicidade econômica mundial, os quais levaram o mundo interior a números espetaculares de crescimento. O Brasil auferiu parte deste progresso, mas não tudo quanto deveria ter feito. Isso se deve em grande parte a uma política ortodoxa de contençao de gastos, fundada em superávites fiscais gigantescos, o que gerou, por outro lado, a necessidade de armazenamento em dólares deste parte sobrante, e finalmente o financiamento deste depósito sob a forma de empréstimos tomados ao públicos, por juros cada vez maiores.
Estas taxas, segundo o governo, são necessárias principalmente na atração de capitais de risco. Na outra ponta, estes capitais, ditos especulativos, assim como vêm, voltam correndo ao primeiro revés.
O governo Lula Lá, que poassou já seis anos em berço esplêndido, terá a oportunidade, agora de demonstrar sua capacidade de gerenciamento da macro-economia. Eu não jogo um tostão furado nos rapazes da estrela vermelha, mas não posso, por força patriótica torcer contra, até por que seria um tiro no pé.
Acho que a crise é muito maior do que se anuncia. Entendo que se trata somente da ponta de um iceberg, escondendo todo o restante da imensa massa crítica de recessão mudial, com toda a sua carga de maldades, tais como desemprego, vendas baixas, industria sucateando, matérias primas sem colocação, excedentes agrícolas e/ou queda brutal da produçao agro-pastoril.
Vamos ter recessão, desemprego e queda das produçoes industriais.
É verdade que se trata de mais um ciclo econômico se fechando, e outro abrindo, não se é sabedor de sua duração, mas certamente sentiremos seus efeitos.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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