sábado, 1 de novembro de 2008

Dr. EDUARDO BECKER-GRANDE PERDA


Estes tempos de finados a gente já fica triste ao natural, pois começa a lembrar dos nossos afetos que já se foram. A saudade aperta, e a gente vai passando a longa lista, desde os mais chegados aos mais distantes. Em cada lembrança de rosto, em cada recordação de gestos, atitudes, acontecimentos que passamos juntos nos comovem, e afetam nossa sensibilidade.
Estava eu aqui, neste dia 01.11.2008, pensando sobre o assunto, quando lembrei que quem gostava de falar em morte era AUGUSTO DOS ANJOS, autor de um único livro EU, do qual tenho um exemplar em minha biblioteca, e ao qual muitas vezes recorro. O nosso Baudelaire (Charles de) foi realmente genial, e soube explorar o tema muito bem.
Assim reli o poema denominado Saudade. “Hoje que a mágoa me apunhala o seio,/ E o coração rasga atroz, imensa,/ Eu a bendigo da descrença em meio,/ Porque eu hoje só vivo da descrença./ À noute quando em funda soledade/ Minh’ama se recolhe tristemente,/ Pra iluminar-se a alma descontente,/ Se acende o círio triste da Saudade./ E assim afeito às mágoas e ao tormento, /E à dor e ao sofrimento eterno afeito,/ Para dar vida à dor e ao sofrimento,/ Da saudade na campa enegrecida/Guardo a lembrança que me sangra o peito,/Mas que no entanto me alimenta a vida./ Não havia, no entanto escrito nada, quando tive vontade de abrir minha caixa de e-mails, interrompendo o que estava fazendo. De imediato, vi que havia uma mensagem de Virgínia Ghisleni, atualmente defensora pública, minha colega de turma na faculdade de Direito da UFRGS, dando conta da morte do Dr. Eduardo Becker, juiz de Estrela, também nosso colega. Aprofundei a notícia e soube que ele faleceu hoje de acidente de moto.
Enquanto escrevo, estou tomando de profunda tristeza, pois Eduardo era um dos colegas que eu tinha mais admiração. Embora já fosse um antigo juiz, provavelmente próximo a aposentadoria, já que nela ingressou bem cedo, continuava com o mesmo jeito de estudante, o que percebi nas poucas vezes em que o vi depois de 1979, ou seja, uma pessoa simples, educada e agradável.
Uma irreparável perda para nós seus colegas, seus amigos, seus familiares, povo de Estrela, e também a magistratura gaúcha que perde um grande juiz, e sobretudo um grande cidadão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo. Minha relação com o Dr. Eduardo jamais passou de um 'bom dia' ou 'boa noite'. Mas o seu jeito simples e educado adicionado à sua declarada competência, com certeza amealhou grande número de adminradores.

Marcelo Petter/Estrela(RS)

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