sexta-feira, 9 de agosto de 2019

IN PRINCÍPIO ERAT VERBUM.




O que seria o princípio? O início de todas as coisas que existem. Se nada existia, não havia um local para iniciar qualquer coisa, muito menos um agente para disparar esse start. Ora tal agente autor não pode um dia não ter sido. Certamente ele sempre foi. Como tirou o tudo do nada absoluto? Na verdade, o nada é improvável sob o ponto de vista matemático. Tanto o é que o número zero é uma abstração, e não uma realidade.

Esse início provável ou não tem pelo menos duas possibilidades em nosso meio terráqueo: a primeira a teoria criacionista, exatamente aquela que prega a existência de um design inteligente criador, que seria Deus; a segunda teoria, é a de evolução, onde tudo decorre de uma causa anterior que a precedeu, assim por diante.

As coisas teriam acontecido por acaso, e sobre bilhões ou trilhões de possibilidades de combinações de matérias primárias uma que tenha surgido delas deu origem à vida.

Em suma, ou tudo nasceu de caso pensado de uma criatura superior e primária, ou tudo nasceu de uma obra do acaso, dentro da teoria de Darwin que é evolução, dentro das combinações possíveis, mais conhecida hoje como algoritmos.

A crítica que sempre se faz quanto à teoria de evolução é quanto a ausência até hoje das evoluções intermediárias entre os diversos seres, o que se convencionam chamar de elos perdidos. Não há qualquer comprovação desses elos faltantes nas cadeias de sequência evolutiva.

Poderá se dizer que o tempo é o inimigo desse tipo de prova, principalmente por ser impossível, por exemplo haver fósseis de animais que não tenham esqueletos, ou que não tenha sido preservado de alguma forma.

Daniel Dennett numa obra muito intrigante, com o título de A ideia perigosa de Darwin, apresenta uma resposta para a possibilidade de se criar por acaso a vida, e todas as outras coisas e seres do universo.

Ele diz que se eu for perguntado se tenho em minha biblioteca de 3.000 volumes um determinado livro, tal como a Interpretação dos Sonhos de Sigmundo Freud, eu poderei dizer que não. Mas se a minha biblioteca tiver 3 trilhões de volumes, certamente a obra do Pai da Psicanálise estará lá. É o que ele chama de Biblioteca de Mendel, fazendo uma analogia com as ervilhas, e seu estudo precursor da genética.

Podemos sem medo de errar que a solução darwiniana é mais fácil de afirmar, mas também é mais fácil de ser atacada. A solução religiosa é mais inverossímil, mais é mais fácil de ser explicada, pois fundada em algo que não carece de conteúdo probatório, que é a fé.

Como fica o autor? Não assume uma das teorias? Na verdade,  ele  prega uma teoria mista. Crê como explicou Agostinho, bispo e filósofo católico, que todas as coisas tem uma razão que lhe precedeu, e esta outra, até chegar a uma causa primária, a quem se chama de Deus.

Pois o autor acha que é exatamente assim, entendeu   também que este Ser iniciador fez, ou seja, criou, de saída ou start,  as leis da natureza, e deixou ela acontecer livremente, não ficando a todo o tempo fazendo intervenções. Permitiu, inclusive,  que a evolução acontecesse naturalmente, tal como descobriu e revelou Darwin, em seu livro A origem das espécies.

As duas teorias não são excludentes, pelo contrário: são harmônicas. Uma justifica as falhas da outra.




Nenhum comentário:

Arquivo do blog

QUEM É ESTE ESCORPIÃO?

Minha foto
PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, Brazil
EU E MINHAS CIRCUNSTÂNCIAS