Aprendi com um amigo que para existir música são necessárias três coisas: melodia, harmonia e ritmo. Meu amigo era Danilo Santos um grande companheiro, um grande profissional e excelente músico. Morreu cedo, aos 56 anos, para a profunda tristeza de todos.
Provavelmente, nunca saberei a diferença entre um dó e um sol, muito menos entender o que é sustenido, mais difícil ainda será eu perceber que determinado instrumento está desafinado, no entanto, posso sentir toda uma linda melodia, degustar a harmonia e apreciar o ritmo de uma boa música. Ou seja, posso perceber através dos meus sentidos que determinada música é uma obra prima, ótima, boa, razoável, ou que não tem qualquer valor musical.
Algumas músicas me tocam, me marcam na primeira vez que a escuto. Somente ao longo do tempo percebo que elas, de fato, têm todos estes atributos exigidos à boa música.
Há pouco, usando as maravilhas da internet, procurava músicas do mais profundo gosto. Encontrei uma que considero uma obra prima trata-se de BRIDGE OVER TROUBLED WATER (As águas revoltas que passam sob a ponte) de autoria do maravilhoso Paul Simon, o mesmo da dupla SIMON and GARFUNKEL. A minha grande dúvida se gosto mais dela na voz de ELVIS PRESLEY ou do próprio PAUL SIMON. Nesta música, você tem uma melodia maravilhosa, um lindo ritmo e uma fantástica e filosófica letra.
Em seguida, procurei IMAGINE de John Lennon, que lançou sonhos de paz a toda uma geração, e que até hoje orienta os caminhos daqueles que buscam o fim das lutas e guerras. Também uma linda letra, uma singela mais linda melodia.
New York New York foi a minha próxima pesquisa, claro que cantada por aquele que foi denominado A VOZ, ou ainda BLUE EYES (olhos azuis), o inesquecível e insubstituível Frank Sinatra. Uma música com um ritmo marcado, uma melodia linda e uma bela letra.
Em seguida, pesquisei outra música das minhas favoritas DON´T CRY FOR ME ARGENTINA (Não chores por mim Argentina) na voz de Karen Carpenters. Não encontrei mais escutei e vi na voz também da ótima MADONA, com vídeo do filme EVITA, onde ela está maravilhosa ao lado de Antonio Banderas.
Na música, é evidente que a interpretação também é muito importante. Acima citei um-a-um cantores inigualáveis como ELVIS, PAUL SIMON, LENNON, SINATRA, KAREN CARPENTERS e MADONA, mas poderia incorporar a este elenco inúmeros outros cantores que valorizam através de suas interpretações as músicas que apresentam.
Finalizei com um dos meus compositores favoritos o inesquecível GONZAGUINHA, um letrista fantástico, e talvez insubstituível, selecionei uma música que honra o cancioneiro brasileiro, na voz não potente do próprio compositor – que na verdade era somente razoável quanto à voz- mas maravilhoso na interpretação de suas próprias músicas, trata-se de SANGRANDO.
Vejam que beleza de letra:
Por favor, entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando
Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a nossa emoção
E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar
Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar
Parafraseando Vinicius de Moraes: em música a beleza é fundamental.
À música ruim, prefiro escutar o silêncio...
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
MARTIN FIERRO NUMA HOMENAGEM ÀS MÃES
O Imortal MARTIN FIERRO de José Hernandez nos apresenta um retrato da mulher MÃE através destes lindos versos:
Pa servir a um desgraciao
pronta la mujer está;
cuando em su camino va
no hay peligro que la asuste;
ni hay una a quien no le guste
uma obra de caridá.
No se hallará uma mujer
a la que esto no le cuandre;
yo alabo al Eterno Padre,
no porque las hizo bellas,
sinó porque a todas ellas
les dió corazón de madre.
Comecei com Martin Fierro para contar uma história antiga, mas que dá uma idéia perfeita do amor indistinto de mãe.
Estava um menino numa destas piscinas enormes, como a do União, quando ele começou a se afogar e a gritar por socorro.
Ninguém escutava nada, e ele já estava quase se afogando, quando gritou:
-Mãããeeeeee!!!!!
Catimplooom.....
Uma dez mulheres se atiraram na água para salvar o guri!
Nas antigas revistas, quando o chargista entendia que o seu desenho não precisava de explicação, ele escrevi SEM LEGENDAS.
Pois a história que contei da piscina, historiando o amor de mãe é SEM LEGENDAS...
Pa servir a um desgraciao
pronta la mujer está;
cuando em su camino va
no hay peligro que la asuste;
ni hay una a quien no le guste
uma obra de caridá.
No se hallará uma mujer
a la que esto no le cuandre;
yo alabo al Eterno Padre,
no porque las hizo bellas,
sinó porque a todas ellas
les dió corazón de madre.
Comecei com Martin Fierro para contar uma história antiga, mas que dá uma idéia perfeita do amor indistinto de mãe.
Estava um menino numa destas piscinas enormes, como a do União, quando ele começou a se afogar e a gritar por socorro.
Ninguém escutava nada, e ele já estava quase se afogando, quando gritou:
-Mãããeeeeee!!!!!
Catimplooom.....
Uma dez mulheres se atiraram na água para salvar o guri!
Nas antigas revistas, quando o chargista entendia que o seu desenho não precisava de explicação, ele escrevi SEM LEGENDAS.
Pois a história que contei da piscina, historiando o amor de mãe é SEM LEGENDAS...
VOU CONTAR UM SEGREDO
Segredos estão na moda.
Temos livros, CD, ensaios e filmes sobre a matéria.
Um ditado antigo dizia que é impossível guardar segredo entre três pessoas ou mais, e o que é pior que com duas pessoas é necessário que uma mate a outra. E, eu acrescento e numa pessoa só é necessário que sofra do Mal de Alzheimer.
O Padre Antônio Vieira ( 1608-1697) já se preocupava com o tema.
Dizia ele, em um dos seus famosos Sermões:
“Nenhum segredo é segredo perfeito, senão o que passa a ser ignorância; porque o segredo que se sabe, pode-se dizer; o que se ignora, não se pode manifestar. Esta é a causa de os homens comumente não saberem guardar segredos; porque encomendam o segredo à memória, sendo que o haviam de encomendar ao esquecimento. O segredo encomendado à memória corre perigo; o segredo encomendado ao esquecimento está seguro. A razão é, porque o segredo encomendado à memória é cautela, e o que se guarda com cautela, pode-se perder: o segredo encomendado ao esquecimento é ignorância, e o que se ignora totalmente, não se pode manifestar.”
Se você quer mandar um recado para um desafeto, conte para uma pessoa amiga ou conhecida comum entre você e “ex-adversus”, que ele logo ficará sabendo. Não se esqueça de recomendar bem: olha não conta para ninguém, tá? Em breve, o recado chega às hostes inimigas.
Tem uma piada maravilhosa, cuja autoria não tenho a menor idéia, ou seja, está no domínio público. Um sujeito estava fazendo um cruzeiro pelos mares do sul, e o navio naufragou. Morreu quase todo mundo, sobraram ele e nada mais, nada menos do Sharon Stone. Os dois foram nadando até uma ilha deserta, como todo o náufrago que se preze.
Instalados lá os dois foram criando um relacionamento, até que o sujeito convenceu Sharon Stone a transar com ele, afinal de contas ela já estava em “jejum” por alguns dias.
Termina a farra, ele pediu para ela:
- Você podia botar a minha roupa e fingir que é meu amigo Bira?
Sharon Stone não entendeu nada, mas fez o que ele tinha pedido.
Vestiu a roupa do sujeito, e fazendo voz de homem perguntou ao dito cujo.
E, daí?
- Pô, Bira você não vai acreditar: eu comi a Sharon Stone!!!!
É claro uma notícia dessas não podia ficar em segredo, mesmo que fosse através de um pequeno teatro feito pelo sujeito. Ora, de que adiantaria conseguir transar com a Sharon Stone e ninguém ficar sabendo, não teria graça nenhuma.
O efeito da revelação de segredos é radial: o primeiro conta para o segundo, o qual tem um confidente; este também tem uma ou duas pessoas de sua inteira confiança; estes têm cada um uma pessoa com a qual trocam idéias, e que não costumam contar os segredos para ninguém... Em suma, fica entre nós e a Zero Hora, como eu costumo dizer, e cai na boca do mundo.
Em suma, se você quer manter um segredo, guarde-o para você, e morra com ele. Fora disto espere para ver espalhado o que você imaginava de foro íntimo.
Temos livros, CD, ensaios e filmes sobre a matéria.
Um ditado antigo dizia que é impossível guardar segredo entre três pessoas ou mais, e o que é pior que com duas pessoas é necessário que uma mate a outra. E, eu acrescento e numa pessoa só é necessário que sofra do Mal de Alzheimer.
O Padre Antônio Vieira ( 1608-1697) já se preocupava com o tema.
Dizia ele, em um dos seus famosos Sermões:
“Nenhum segredo é segredo perfeito, senão o que passa a ser ignorância; porque o segredo que se sabe, pode-se dizer; o que se ignora, não se pode manifestar. Esta é a causa de os homens comumente não saberem guardar segredos; porque encomendam o segredo à memória, sendo que o haviam de encomendar ao esquecimento. O segredo encomendado à memória corre perigo; o segredo encomendado ao esquecimento está seguro. A razão é, porque o segredo encomendado à memória é cautela, e o que se guarda com cautela, pode-se perder: o segredo encomendado ao esquecimento é ignorância, e o que se ignora totalmente, não se pode manifestar.”
Se você quer mandar um recado para um desafeto, conte para uma pessoa amiga ou conhecida comum entre você e “ex-adversus”, que ele logo ficará sabendo. Não se esqueça de recomendar bem: olha não conta para ninguém, tá? Em breve, o recado chega às hostes inimigas.
Tem uma piada maravilhosa, cuja autoria não tenho a menor idéia, ou seja, está no domínio público. Um sujeito estava fazendo um cruzeiro pelos mares do sul, e o navio naufragou. Morreu quase todo mundo, sobraram ele e nada mais, nada menos do Sharon Stone. Os dois foram nadando até uma ilha deserta, como todo o náufrago que se preze.
Instalados lá os dois foram criando um relacionamento, até que o sujeito convenceu Sharon Stone a transar com ele, afinal de contas ela já estava em “jejum” por alguns dias.
Termina a farra, ele pediu para ela:
- Você podia botar a minha roupa e fingir que é meu amigo Bira?
Sharon Stone não entendeu nada, mas fez o que ele tinha pedido.
Vestiu a roupa do sujeito, e fazendo voz de homem perguntou ao dito cujo.
E, daí?
- Pô, Bira você não vai acreditar: eu comi a Sharon Stone!!!!
É claro uma notícia dessas não podia ficar em segredo, mesmo que fosse através de um pequeno teatro feito pelo sujeito. Ora, de que adiantaria conseguir transar com a Sharon Stone e ninguém ficar sabendo, não teria graça nenhuma.
O efeito da revelação de segredos é radial: o primeiro conta para o segundo, o qual tem um confidente; este também tem uma ou duas pessoas de sua inteira confiança; estes têm cada um uma pessoa com a qual trocam idéias, e que não costumam contar os segredos para ninguém... Em suma, fica entre nós e a Zero Hora, como eu costumo dizer, e cai na boca do mundo.
Em suma, se você quer manter um segredo, guarde-o para você, e morra com ele. Fora disto espere para ver espalhado o que você imaginava de foro íntimo.
"NOW I NEED A PLACE DO HIDE AWAY"
Temos uma gatinha chamada de Shana. A foto dela está aqui no Blogdoosnir, junto com o gatão Maximiliano, o Max para os mais chegados, ou simplesmente Maquinho para nós da casa. Ela deve ter aproximadamente um dez anos. Uma de suas particularidades é que quando fica furiosa, literalmente, late, exatamente como um cão. Pois a Shana também adora se esconder, principalmente quando a gente vai viajar, e pretendemos levá-la junto. As vezes, ficamos quase uma hora à procura da gatita e nada. Inspirado nestes esconde-esconde da gata Shana, me lembrei de frase da música Yesterday dos imortais Beatles, onde eles diziam: “Now I need a place to hide away”, que pode ser traduzido por “agora, eu preciso de um lugar para me esconder”.
Pois, as vezes, a gente realmente precisa de um lugar para se esconder. Mas se esconder de quê? Bom a gente pode se esconder dos credores, dos chatos, dos políticos, dos fofoqueiros, dos torcedores do time adversário – quando o nosso está na pior- do cunhado mala, do sobrinho malão, da vizinha fofoqueira, do vendedor insistente, do pedinte inconveniente, do guardador de carro que eu não quero ou não preciso, do gerente do banco querendo vender seguro de vida, da amiga querendo vender “Avon”, do conhecido querendo fazer um vale, do cantor ruim querendo lhe cantar a última música que incorporou ao seu repertório, do conhecido que não desliga o telefone, do amigo que lhe quer contar pela vigésima vez como conseguiu a namorada de sua vida, dos crentes da Igreja Universal que querem ler a Bíblia com você, do amigo que só se lembra de você quando precisa de um favor, enfim, uma centena de pessoas inconvenientes.
Mas, a pior necessidade de se ocultar é quando precisamos nos esconder de nossas próprias circunstâncias. Você sabe, mas não custa lembrar que é de José Ortega y Gasset a famosa frase eu sou eu e minhas circunstâncias. Carregamos nossas circunstâncias como o caramujo carrega sua carcaça que lhe serve também de casa. No entanto, momentos há em que necessitamos nos ocultar destas nossas circunstâncias, pois elas nos incomodam sobremaneira.
"Yo soy yo y mis circunstancias". Este, não raro, é um fardo demasiado pesado para qualquer criatura, que precisa às vezes encostá-lo na parede, dar um fôlego, para só depois continuar a sua jornada.
Pois, as vezes, a gente realmente precisa de um lugar para se esconder. Mas se esconder de quê? Bom a gente pode se esconder dos credores, dos chatos, dos políticos, dos fofoqueiros, dos torcedores do time adversário – quando o nosso está na pior- do cunhado mala, do sobrinho malão, da vizinha fofoqueira, do vendedor insistente, do pedinte inconveniente, do guardador de carro que eu não quero ou não preciso, do gerente do banco querendo vender seguro de vida, da amiga querendo vender “Avon”, do conhecido querendo fazer um vale, do cantor ruim querendo lhe cantar a última música que incorporou ao seu repertório, do conhecido que não desliga o telefone, do amigo que lhe quer contar pela vigésima vez como conseguiu a namorada de sua vida, dos crentes da Igreja Universal que querem ler a Bíblia com você, do amigo que só se lembra de você quando precisa de um favor, enfim, uma centena de pessoas inconvenientes.
Mas, a pior necessidade de se ocultar é quando precisamos nos esconder de nossas próprias circunstâncias. Você sabe, mas não custa lembrar que é de José Ortega y Gasset a famosa frase eu sou eu e minhas circunstâncias. Carregamos nossas circunstâncias como o caramujo carrega sua carcaça que lhe serve também de casa. No entanto, momentos há em que necessitamos nos ocultar destas nossas circunstâncias, pois elas nos incomodam sobremaneira.
"Yo soy yo y mis circunstancias". Este, não raro, é um fardo demasiado pesado para qualquer criatura, que precisa às vezes encostá-lo na parede, dar um fôlego, para só depois continuar a sua jornada.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
ANTENA 7
O Rio Grande do Sul perdeu um Secretário de Estado competente por causa da politicagem.
Ele se encontrou em lugar público com pessoa que é investigada em CPI, e por isso foi crucificado, sofrendo a governadora enorme pressão, até dos seus pares, para a demissao do Secretário.
É óbvio que, se ele estivesse interessado em encontro escuso, não teria escolhido um lugar público, de grande circulação de pessoas, isto cheira a infantilidade, ou má fé de quem pensa diferente.
Ora, dar ouvidos à oposição para a demissão de secretário? É claro que ela não precisa de qualquer fato provado para a demissão de qualquer secretário de governo da situação, ela quer é fato novo desabonatório, desde o dia que qualquer secretário assume até a sua saída.
A poeira não vai se baixar com a demissão do Secretário, pelo contrário vai adubar o campinho da turma do quando pior melhor.
O demitido - em sendo pessoa competente, como é - certamente conseguirá outro lugar para trabalhar, onde poderão os interessados usufruir de sua provada competência. Nós por aqui perderemos, como sói acontecer.
Quem viver verá.
Ele se encontrou em lugar público com pessoa que é investigada em CPI, e por isso foi crucificado, sofrendo a governadora enorme pressão, até dos seus pares, para a demissao do Secretário.
É óbvio que, se ele estivesse interessado em encontro escuso, não teria escolhido um lugar público, de grande circulação de pessoas, isto cheira a infantilidade, ou má fé de quem pensa diferente.
Ora, dar ouvidos à oposição para a demissão de secretário? É claro que ela não precisa de qualquer fato provado para a demissão de qualquer secretário de governo da situação, ela quer é fato novo desabonatório, desde o dia que qualquer secretário assume até a sua saída.
A poeira não vai se baixar com a demissão do Secretário, pelo contrário vai adubar o campinho da turma do quando pior melhor.
O demitido - em sendo pessoa competente, como é - certamente conseguirá outro lugar para trabalhar, onde poderão os interessados usufruir de sua provada competência. Nós por aqui perderemos, como sói acontecer.
Quem viver verá.
AS "ZELITES" VOADORAS
Nos últimos tempos, tenho ouvido, e visto muita notícia sobre os atrasos dos aviões nos aeroportos. Queixas sobre as filas nos embarques. Reclamações de cancelamentos de vôos.
Fico pensando se realmente os usuários de avião têm motivos para se lamentar.
No último sábado, conversando com o meu co-cunhado Ceno Kops, meu irmão “ad-hoc”, dizia ele:
-Osnir, o ruim mesmo é quando eu ficava na beira da cerca do aeroporto somente olhando os aviões saírem e chegarem... Agora, quando eu viajo para qualquer lugar do mundo, vou ficar lamentando atrasos?
Ele está coberto de razão: a elite não está acostumada com infortúnios. O pobre pega um ônibus lotado no centro e viaja duas horas de pé até a Restinga, raramente reclama.
O usuário de avião reclama do chamado OVER BOOK. Trata-se de venda de um número de passagens superior do que a capacidade da aeronave. (Olha eu aqui chamando avião de aeronave. Todos os trabalhadores em avião chamam avião de aeronave, até hoje não descobri a causa.) As companhias tomam esta atitude contando com as costumeiras desistências dos passageiros, mas acontece que às vezes esta conta não fecha, e sobram passageiros. Aí, então, é uma gritaria só.
De outra banda, há o chamado NO-SHOW. Neste caso, quem não aparece é o passageiro, e o avião vai embora com o lugar vazio, salvo se aparecer um passageiro substituto de última hora. Não raro, existe uma fila de espera para adquirir estas passagens de última hora, mas o normal é que a companhia amargue o prejuízo.
O passageiro – principalmente os da elite – abrem um bocão quando são pegos pelo OVER-BOOK, mas acham natural dar um NO-SCHOW.
Nem tanto o mar, nem tanto a terra, acho que as duas atitudes devem terminar: o OVER-BOOK deveria obrigar a companhia resolver o problema do passageiro, e o passageiro autor de NO-SCHOW deveria perder a passagem ou parte dele, tal e qual acontece nos ônibus.
Tenho muitas histórias de passageiros espertinhos. Por exemplo, o sujeito que reservava passagens para toda a família na classe econômica, ganhando uma passagem na primeira classe ou executiva, depois cancelava os vôos do restante da família, ficando é claro com a cortesia recebida. Afinal de contas ele não tinha culpa dos imprevistos de última hora.
Quem não se esqueceu de devolver um copo, um talher da companhia de aviação? Pois bem, tecnicamente é um furto como qualquer outro. Pois todo o mundo acha normal, sendo a desculpa costumeira de que a empresa já leva isto em conta na hora de calcular a passagem.
Não sei se foi Millor (genial) quem disse: grande coisa, um papagaio que diz olá, uma xícara lá de casa diz VARIG.
Um conhecido deputado federal de nossa terra, ao sair do avião ia juntando tudo o que era jornal e revista que encontrava sobre os bancos.
Como diria o nosso querido presidente Lula Lá: As “ZELITES” não têm jeito...
Fico pensando se realmente os usuários de avião têm motivos para se lamentar.
No último sábado, conversando com o meu co-cunhado Ceno Kops, meu irmão “ad-hoc”, dizia ele:
-Osnir, o ruim mesmo é quando eu ficava na beira da cerca do aeroporto somente olhando os aviões saírem e chegarem... Agora, quando eu viajo para qualquer lugar do mundo, vou ficar lamentando atrasos?
Ele está coberto de razão: a elite não está acostumada com infortúnios. O pobre pega um ônibus lotado no centro e viaja duas horas de pé até a Restinga, raramente reclama.
O usuário de avião reclama do chamado OVER BOOK. Trata-se de venda de um número de passagens superior do que a capacidade da aeronave. (Olha eu aqui chamando avião de aeronave. Todos os trabalhadores em avião chamam avião de aeronave, até hoje não descobri a causa.) As companhias tomam esta atitude contando com as costumeiras desistências dos passageiros, mas acontece que às vezes esta conta não fecha, e sobram passageiros. Aí, então, é uma gritaria só.
De outra banda, há o chamado NO-SHOW. Neste caso, quem não aparece é o passageiro, e o avião vai embora com o lugar vazio, salvo se aparecer um passageiro substituto de última hora. Não raro, existe uma fila de espera para adquirir estas passagens de última hora, mas o normal é que a companhia amargue o prejuízo.
O passageiro – principalmente os da elite – abrem um bocão quando são pegos pelo OVER-BOOK, mas acham natural dar um NO-SCHOW.
Nem tanto o mar, nem tanto a terra, acho que as duas atitudes devem terminar: o OVER-BOOK deveria obrigar a companhia resolver o problema do passageiro, e o passageiro autor de NO-SCHOW deveria perder a passagem ou parte dele, tal e qual acontece nos ônibus.
Tenho muitas histórias de passageiros espertinhos. Por exemplo, o sujeito que reservava passagens para toda a família na classe econômica, ganhando uma passagem na primeira classe ou executiva, depois cancelava os vôos do restante da família, ficando é claro com a cortesia recebida. Afinal de contas ele não tinha culpa dos imprevistos de última hora.
Quem não se esqueceu de devolver um copo, um talher da companhia de aviação? Pois bem, tecnicamente é um furto como qualquer outro. Pois todo o mundo acha normal, sendo a desculpa costumeira de que a empresa já leva isto em conta na hora de calcular a passagem.
Não sei se foi Millor (genial) quem disse: grande coisa, um papagaio que diz olá, uma xícara lá de casa diz VARIG.
Um conhecido deputado federal de nossa terra, ao sair do avião ia juntando tudo o que era jornal e revista que encontrava sobre os bancos.
Como diria o nosso querido presidente Lula Lá: As “ZELITES” não têm jeito...
sexta-feira, 25 de abril de 2008
FUTEBOL?SÓ O IMORTAL TRICOLOR.
Em setembro de 1953, chegávamos a Porto Alegre. Eu com apenas 10 meses, meu pai e minha mãe com meros 21 e 15 anos de idade, respectivamente. Nos instalamos no que hoje chamaríamos de zona sul da cidade. Na época, simplesmente arrabalde da Glória. Nossa casa ficava na Rua Caldre Fião.
Ninguém sabia quem fora Caldre Fião. Anos mais tarde, através do meu saudoso amigo Dr. Sérgio Ferreira, amante e colecionador de livros raros, descobri que Caldre Fião escreveu o primeiro romance no Rio Grande do Sul. A Divina Pastora era o título da obra, a qual se manteve desaparecida por muitos anos, não se tendo notícia, até então, de qualquer exemplar, pelo que o seu valor no mercado de livros raros era incomensurável. Ele teria escrito o romance em
1847, sendo que dita obra durante muitos anos era tida como lenda. Em 1992, um volume foi encontrado em Montevidéu, adquirido pela RBS que o reeditou. A obra tem mais valor
histórico do que literário.
No parágrafo acima, me empolguei falando de Caldre Fião, mas o assunto hoje é outro. Meu pai e minha mãe, ao chegarem a Porto Alegre optaram em torcer para o Grêmio Futebol Porto-alegrense, e assim eu também assumi o tricolor, o mesmo fizeram minhas irmãs que me seguiram Ivanir e Ivone, e o meu irmão que chegaria somente em 1967, o Alfredo. O engraçado é que os cônjuges dos filhos de Anselmo e Zenoir foram (e são) todos colorados.
Em nível de pilhéria, e trocadilho maldoso, eu costumava dizer que a “legião estrangeira” é toda
vermelha, e que esse “bem” não se comunica nos casamentos da família Vaz.
A minha relação com o futebol é muito especial, pois costumo dizer que não gosto do esporte, eu gosto mesmo é do Grêmio. Como isto se explica? É fácil, basta um pequeno exemplo: jogo da seleção brasileira não me dá sensação alguma, salvo em copas do mundo. Se assisto uma final de campeonato brasileiro entre Corinthians e Flamengo é bem provável que eu durma no sofá, antes de terminar o primeiro tempo. Jogo do Grêmio, o tricolor faz um gol no primeiro minuto, já quero que o jogo termine. Em suma, o chamado espetáculo do futebol não me interessa.
Sou um fanático pelo Grêmio? Acho que não, pois não costumo chutar portas quando ele perde, nem saio pulando pela casa quando ele faz gol. Não ponho bandeira na janela, nem saio a desaforar vizinho colorados quando o Grêmio ganha, ou quando o time deles perde. Já assisti
Grenal no meio da torcida do Internacional, tendo o meu time ganho de um a zero, consegui comemorar o gol em silêncio.
Não costumo ir a todos os jogos, embora tenha uma cadeira locada. Não gosto de ir sozinho. Quando vou e o Grêmio faz um gol, tão-somente fico rindo de contente; quando acompanhado, levanto um braço em comemoração e cumprimento o meu acompanhante.
Também gosto muito de secar o adversário. Na linguagem esportiva, secar significa torcer para que o adversário tradicional perca. Verdadeira ave de rapina a espera de um nova e abundante refeição. Gosto mais de torcer pelo Grêmio ou secar o adversário vermelho? Lourdes acha que
mais seco do que torço. Entendo que não procede, pois jamais deixaria de ir a jogo do imortal tricolor para ir secar os vermelhos, embora isto me dê muito prazer.
Circulo bem entre os colorados. Sempre tive mais conhecidos na diretoria do Internacional que do Grêmio, uns até que poderia chamar de amigos. Nos vermelhos, posso citar como pessoas de minhas relações a Fernando Záchia, Marcelo Feijó e Eraldo Hermann, os dois últimos já falecidos. Quanto ao futebol em geral, acho que existe uma cobertura exagerada, um foco concentrado sem qualquer justificativa.
As emissoras de rádio de Porto Alegre gastam muitas horas de sua programação transmitindo notícias dos clubes sem qualquer relevância.
Por último, uma das coisas que mais me aborrece na crônica esportiva de Porto Alegre é o jornalista ou cronista não declarar publicamente o clube de sua preferência. Por que é assim? Os cronistas de outros Estados da Federação declaram abertamente o clube para o qual torcem, sem qualquer problema. Aqui se adotou esta fórmula boba, sem qualquer justificativa. Eles imaginam
que se houver a declaração da preferência clubística os seus comentários e pareceres poderão sofrer críticas pela sua parcialidade. Em outros estados isso não ocorre, neles quase todos os jornalistas e/ou radialista anunciam publicamente. Na crônica esportiva gaúcha existe um mistério, pois ela é composta de 90% de colorados e somente 10% ou menos de gremistas. Até hoje não consegui descobrir a causa. Existe neste campo um grande mistério. Na RBS onde quase toda a diretoria é gremista, principalmente os donos NELSON e PEDRINHO, são raros os cronistas ou jornalistas gremistas. O Grêmio segundo as estatísticas teria 60% da torcida e os
colorados 40%, o que não se reflete na crônica. Nas rodas esportivas de debates esportivos, não raro, 100% são colorados. Para um gremista assisti-las tem que ter um veia de masoquista. Por outro lado, o gremista mais famoso se comporta de forma prejudicial ao Grêmio, pois está sempre prever catástrofe. Quando elas efetivamente acontecem diz eu disse que iria acontecer, ou seja se locupleta até da desgraça do tricolor. Por outro lado se o Grêmio se dá bem, aproveita e festeja como torcedor, invade campo, toma microfone e faz discursos laudatórios. Os cronistas colorados não procedem assim, pelo contrário são muito unidos, adotam atitudes ensaiadas, ou seja dizem todos a mesma coisa, a proteger os interesses do time de seu coração, especialmente nas situações de dificuldade dos vermelhos.
Em suma, gosto do esporte, limitado, entretanto, aos limites dele e de sua importância. Jamais será razão de vida; jamais será razão de briga ou de qualquer tipo de violência; sempre razão de prazer e de boas emoções. Só!
Ninguém sabia quem fora Caldre Fião. Anos mais tarde, através do meu saudoso amigo Dr. Sérgio Ferreira, amante e colecionador de livros raros, descobri que Caldre Fião escreveu o primeiro romance no Rio Grande do Sul. A Divina Pastora era o título da obra, a qual se manteve desaparecida por muitos anos, não se tendo notícia, até então, de qualquer exemplar, pelo que o seu valor no mercado de livros raros era incomensurável. Ele teria escrito o romance em
1847, sendo que dita obra durante muitos anos era tida como lenda. Em 1992, um volume foi encontrado em Montevidéu, adquirido pela RBS que o reeditou. A obra tem mais valor
histórico do que literário.
No parágrafo acima, me empolguei falando de Caldre Fião, mas o assunto hoje é outro. Meu pai e minha mãe, ao chegarem a Porto Alegre optaram em torcer para o Grêmio Futebol Porto-alegrense, e assim eu também assumi o tricolor, o mesmo fizeram minhas irmãs que me seguiram Ivanir e Ivone, e o meu irmão que chegaria somente em 1967, o Alfredo. O engraçado é que os cônjuges dos filhos de Anselmo e Zenoir foram (e são) todos colorados.
Em nível de pilhéria, e trocadilho maldoso, eu costumava dizer que a “legião estrangeira” é toda
vermelha, e que esse “bem” não se comunica nos casamentos da família Vaz.
A minha relação com o futebol é muito especial, pois costumo dizer que não gosto do esporte, eu gosto mesmo é do Grêmio. Como isto se explica? É fácil, basta um pequeno exemplo: jogo da seleção brasileira não me dá sensação alguma, salvo em copas do mundo. Se assisto uma final de campeonato brasileiro entre Corinthians e Flamengo é bem provável que eu durma no sofá, antes de terminar o primeiro tempo. Jogo do Grêmio, o tricolor faz um gol no primeiro minuto, já quero que o jogo termine. Em suma, o chamado espetáculo do futebol não me interessa.
Sou um fanático pelo Grêmio? Acho que não, pois não costumo chutar portas quando ele perde, nem saio pulando pela casa quando ele faz gol. Não ponho bandeira na janela, nem saio a desaforar vizinho colorados quando o Grêmio ganha, ou quando o time deles perde. Já assisti
Grenal no meio da torcida do Internacional, tendo o meu time ganho de um a zero, consegui comemorar o gol em silêncio.
Não costumo ir a todos os jogos, embora tenha uma cadeira locada. Não gosto de ir sozinho. Quando vou e o Grêmio faz um gol, tão-somente fico rindo de contente; quando acompanhado, levanto um braço em comemoração e cumprimento o meu acompanhante.
Também gosto muito de secar o adversário. Na linguagem esportiva, secar significa torcer para que o adversário tradicional perca. Verdadeira ave de rapina a espera de um nova e abundante refeição. Gosto mais de torcer pelo Grêmio ou secar o adversário vermelho? Lourdes acha que
mais seco do que torço. Entendo que não procede, pois jamais deixaria de ir a jogo do imortal tricolor para ir secar os vermelhos, embora isto me dê muito prazer.
Circulo bem entre os colorados. Sempre tive mais conhecidos na diretoria do Internacional que do Grêmio, uns até que poderia chamar de amigos. Nos vermelhos, posso citar como pessoas de minhas relações a Fernando Záchia, Marcelo Feijó e Eraldo Hermann, os dois últimos já falecidos. Quanto ao futebol em geral, acho que existe uma cobertura exagerada, um foco concentrado sem qualquer justificativa.
As emissoras de rádio de Porto Alegre gastam muitas horas de sua programação transmitindo notícias dos clubes sem qualquer relevância.
Por último, uma das coisas que mais me aborrece na crônica esportiva de Porto Alegre é o jornalista ou cronista não declarar publicamente o clube de sua preferência. Por que é assim? Os cronistas de outros Estados da Federação declaram abertamente o clube para o qual torcem, sem qualquer problema. Aqui se adotou esta fórmula boba, sem qualquer justificativa. Eles imaginam
que se houver a declaração da preferência clubística os seus comentários e pareceres poderão sofrer críticas pela sua parcialidade. Em outros estados isso não ocorre, neles quase todos os jornalistas e/ou radialista anunciam publicamente. Na crônica esportiva gaúcha existe um mistério, pois ela é composta de 90% de colorados e somente 10% ou menos de gremistas. Até hoje não consegui descobrir a causa. Existe neste campo um grande mistério. Na RBS onde quase toda a diretoria é gremista, principalmente os donos NELSON e PEDRINHO, são raros os cronistas ou jornalistas gremistas. O Grêmio segundo as estatísticas teria 60% da torcida e os
colorados 40%, o que não se reflete na crônica. Nas rodas esportivas de debates esportivos, não raro, 100% são colorados. Para um gremista assisti-las tem que ter um veia de masoquista. Por outro lado, o gremista mais famoso se comporta de forma prejudicial ao Grêmio, pois está sempre prever catástrofe. Quando elas efetivamente acontecem diz eu disse que iria acontecer, ou seja se locupleta até da desgraça do tricolor. Por outro lado se o Grêmio se dá bem, aproveita e festeja como torcedor, invade campo, toma microfone e faz discursos laudatórios. Os cronistas colorados não procedem assim, pelo contrário são muito unidos, adotam atitudes ensaiadas, ou seja dizem todos a mesma coisa, a proteger os interesses do time de seu coração, especialmente nas situações de dificuldade dos vermelhos.
Em suma, gosto do esporte, limitado, entretanto, aos limites dele e de sua importância. Jamais será razão de vida; jamais será razão de briga ou de qualquer tipo de violência; sempre razão de prazer e de boas emoções. Só!
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