Temos uma gatinha chamada de Shana. A foto dela está aqui no Blogdoosnir, junto com o gatão Maximiliano, o Max para os mais chegados, ou simplesmente Maquinho para nós da casa. Ela deve ter aproximadamente um dez anos. Uma de suas particularidades é que quando fica furiosa, literalmente, late, exatamente como um cão. Pois a Shana também adora se esconder, principalmente quando a gente vai viajar, e pretendemos levá-la junto. As vezes, ficamos quase uma hora à procura da gatita e nada. Inspirado nestes esconde-esconde da gata Shana, me lembrei de frase da música Yesterday dos imortais Beatles, onde eles diziam: “Now I need a place to hide away”, que pode ser traduzido por “agora, eu preciso de um lugar para me esconder”.
Pois, as vezes, a gente realmente precisa de um lugar para se esconder. Mas se esconder de quê? Bom a gente pode se esconder dos credores, dos chatos, dos políticos, dos fofoqueiros, dos torcedores do time adversário – quando o nosso está na pior- do cunhado mala, do sobrinho malão, da vizinha fofoqueira, do vendedor insistente, do pedinte inconveniente, do guardador de carro que eu não quero ou não preciso, do gerente do banco querendo vender seguro de vida, da amiga querendo vender “Avon”, do conhecido querendo fazer um vale, do cantor ruim querendo lhe cantar a última música que incorporou ao seu repertório, do conhecido que não desliga o telefone, do amigo que lhe quer contar pela vigésima vez como conseguiu a namorada de sua vida, dos crentes da Igreja Universal que querem ler a Bíblia com você, do amigo que só se lembra de você quando precisa de um favor, enfim, uma centena de pessoas inconvenientes.
Mas, a pior necessidade de se ocultar é quando precisamos nos esconder de nossas próprias circunstâncias. Você sabe, mas não custa lembrar que é de José Ortega y Gasset a famosa frase eu sou eu e minhas circunstâncias. Carregamos nossas circunstâncias como o caramujo carrega sua carcaça que lhe serve também de casa. No entanto, momentos há em que necessitamos nos ocultar destas nossas circunstâncias, pois elas nos incomodam sobremaneira.
"Yo soy yo y mis circunstancias". Este, não raro, é um fardo demasiado pesado para qualquer criatura, que precisa às vezes encostá-lo na parede, dar um fôlego, para só depois continuar a sua jornada.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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