segunda-feira, 28 de abril de 2008

AS "ZELITES" VOADORAS

Nos últimos tempos, tenho ouvido, e visto muita notícia sobre os atrasos dos aviões nos aeroportos. Queixas sobre as filas nos embarques. Reclamações de cancelamentos de vôos.
Fico pensando se realmente os usuários de avião têm motivos para se lamentar.
No último sábado, conversando com o meu co-cunhado Ceno Kops, meu irmão “ad-hoc”, dizia ele:
-Osnir, o ruim mesmo é quando eu ficava na beira da cerca do aeroporto somente olhando os aviões saírem e chegarem... Agora, quando eu viajo para qualquer lugar do mundo, vou ficar lamentando atrasos?
Ele está coberto de razão: a elite não está acostumada com infortúnios. O pobre pega um ônibus lotado no centro e viaja duas horas de pé até a Restinga, raramente reclama.
O usuário de avião reclama do chamado OVER BOOK. Trata-se de venda de um número de passagens superior do que a capacidade da aeronave. (Olha eu aqui chamando avião de aeronave. Todos os trabalhadores em avião chamam avião de aeronave, até hoje não descobri a causa.) As companhias tomam esta atitude contando com as costumeiras desistências dos passageiros, mas acontece que às vezes esta conta não fecha, e sobram passageiros. Aí, então, é uma gritaria só.
De outra banda, há o chamado NO-SHOW. Neste caso, quem não aparece é o passageiro, e o avião vai embora com o lugar vazio, salvo se aparecer um passageiro substituto de última hora. Não raro, existe uma fila de espera para adquirir estas passagens de última hora, mas o normal é que a companhia amargue o prejuízo.
O passageiro – principalmente os da elite – abrem um bocão quando são pegos pelo OVER-BOOK, mas acham natural dar um NO-SCHOW.
Nem tanto o mar, nem tanto a terra, acho que as duas atitudes devem terminar: o OVER-BOOK deveria obrigar a companhia resolver o problema do passageiro, e o passageiro autor de NO-SCHOW deveria perder a passagem ou parte dele, tal e qual acontece nos ônibus.
Tenho muitas histórias de passageiros espertinhos. Por exemplo, o sujeito que reservava passagens para toda a família na classe econômica, ganhando uma passagem na primeira classe ou executiva, depois cancelava os vôos do restante da família, ficando é claro com a cortesia recebida. Afinal de contas ele não tinha culpa dos imprevistos de última hora.
Quem não se esqueceu de devolver um copo, um talher da companhia de aviação? Pois bem, tecnicamente é um furto como qualquer outro. Pois todo o mundo acha normal, sendo a desculpa costumeira de que a empresa já leva isto em conta na hora de calcular a passagem.
Não sei se foi Millor (genial) quem disse: grande coisa, um papagaio que diz olá, uma xícara lá de casa diz VARIG.
Um conhecido deputado federal de nossa terra, ao sair do avião ia juntando tudo o que era jornal e revista que encontrava sobre os bancos.
Como diria o nosso querido presidente Lula Lá: As “ZELITES” não têm jeito...

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