domingo, 6 de dezembro de 2009

Frustrações

Frustração pela definição simplória de dicionário, tipo Aurelião, significa ser privado de uma satisfação, de um desejo, de uma necessidade. Na verdade, frustração é muito mais do que este conteúdo vazio do dicionarista, ancorado nos limites de um verbete perdido dentro do livrão.
A frustração é muito mais violenta. Ela dilacera, diminui, achata, desmerece, desmoraliza, e, por que não dizer, torna o individuo infeliz.
Já tive centenas de frustrações na vida, algumas leves; outras mais pesadas.
Entre as leves o brinquedo sonhado que não veio.
Entre as pesadas o afeto que se foi para nunca mais, o amigo que partiu sem chances de retorno...
Falarei aqui de frustrações bobas. Quando eu prestava serviço militar, o osso pelotão (30 homens mais ou menos, sob o comando de um oficial tenente) se preparou durante trinta dias para o desfile de 7 de setembro, incluindo por no capricho alguns jipes (Jeep), sem capota que chamávamos de “pererecas”, onde desfilaríamos orgulhosos nossos uniformes camuflados, o que não existia por aqui, pois éramos a exceção dentro exército. Era um pelotão de reconhecimento. O único pelotão de briga de nossa companhia (mais ou menos seis pelotões).
Na véspera do desfile, soubemos que não haveria desfile de carros pela infantaria, e o pior que o nosso pelotão no dia do desfile ficaria de prontidão no quarteirão, como um pelotão de choque, ou seja, um agrupamento armado até os dentes para atender qualquer problema que acontecesse no desfile. Lembrem-se estávamos em 1971.
Outra frustração foi a confusão em que se meteu Collor de Melo e seu “impeachment”. Tinha muita esperança nele. Não me conformo como ele conseguiu botar o governo fora, quando tinha tudo para dar certo.
Uma das minhas frustrações é conhecer tantas pessoas e ter tão poucos amigos. Eu sei que sou exigente nesta matéria, mas mesmo assim o elenco é muito reduzido, e pouco atuante. A comunicação com meus poucos amigos é muito pequena, quase nenhuma. Até na internet, recebo muitos poucos e-mails.
A última é em relação ao blog. Muita gente comenta que lê, mas ninguém se manifesta, quando o fazem são sempre os mesmos. Claro que são bem-vindos, mas gostaria de um leque maior, nem que fosse para baixa a ripa em mim.
De qualquer sorte, as frustrações não são muitas, e sempre as tento minimizar às respectivas importâncias, o que sempre é salutar.

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