terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O QUE VALE A PENA

O QUE VALE A PENA
Nestes tempos de Natal, em que todos falam de felicidade, queremos fugir um pouco desta euforia das festas, e tentar entrar neste mundo totalmente indefinido. Dizem todos de estar ou não feliz. Alguns com muita, outros com pouca sinceridade, tanto para um lado como para o outro. Fui encontrar num livro quase novo da Companhia das Letras chamado a FELICIDADE do bom Eduardo Giannetti. Nele, ele conta que um estudo clássico realizado com ganhadores de prêmios vultosos em loterias (média em torno de 500 mil dólares) constatou-se que, passado o “pico” da euforia momentânea, os ganhadores não apresentavam níveis de bem-estar subjetivo distintos dos verificados entre os não-ganhadores e relatavam menor grau de prazer do que antes do prêmio ao realizar seus afazeres comuns do dia-a-dia; efeito simétrico foi observado em prisioneiros condenados a confinamento solitário: após um período inicial de “inferno mental” de cerca de 72 horas, eles passaram a considerar a experiência bastante tolerável.
Onde está o segredo? A felicidade não está no bem estar material, daí a frustração do sujeito da loteria. O cidadão da cadeia simplesmente entrou numa linha de conformismo, ao qual todos quase sempre estamos submetidos. A felicidade está nas pequenas coisas.
Violeta Parra dava “Gracias a la vida que me ha dado tanto/Me ha dado el oído que en todo su ancho/Graba noche y día grillos y canarios/artirios, turbinas, ladridos, chubascos/Y la voz tan tierna de mi bien amado”. Todo o canto de Parra é um hino à vida, fundada nas coisas simples.
Temos tornado nossas vidas muito complexas. Não carecemos deste envolvimento que ocupa todo o nosso tempo. O segredo está nas simples coisas já dizia Tejada Gómez: Ao fín la tristeza es la muerte lenta de las simples cosas, esas cosas simples que quedan doliendo en el corazón.
Para buscar bens materiais deixamos as nossas coisas queridas, e simples: troca ruim. É o sujeito da loteria. As coisas materiais se gastam, se perdem no tempo. Os afetos não, se partem para outros lugares deixam um rastro de saudade, o que é como se estivessem presentes. Isso realmente vale à pena.
Gastemos o tempo fazendo o bem. Essa ação está ao nosso alcance em todo o momento e lugar. Ajudar, alcançar, apoiar, confortar, ombrear, incentivar, aplaudir e torcer são verbos de ação simples e de grande alcance. Eles valem mais que mil presentes caros. Lembre-se disso neste Natal.
Um grande abraço
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO.
DOS AMIGOS OSNIR E LOURDES

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