sábado, 24 de setembro de 2011

O CÂMBIO

O valor do câmbio é uma matéria difícil para leigos. Lembro da indignação de muitas pessoas quando o valor do real superou ao valor do dólar, logo no início da implantação do plano que, posteriormente, diferentemente dos outros, se mostraria um sucesso. A síndrome de vira-latas não os deixava entender que a nossa novel moeda poderia ter o valor nominal maior do que o do dólar.
Para tentar explicar que o valor nominal era o que menos interessava, e o que valia mesmo era o valor real da moeda, ou seja, aquilo que ela poderia comprar, eu dizia que nós poderíamos criar uma moeda que valesse cem vezes mais que o dólar ou cem vezes menos, que ela não seria considerada uma moeda forte ou fraca somente por isso, mas o que se poderia comprar com o valor dela nos diversos mercados é que definiria o seu valor.
Dizia, por exemplo ,que um iene - a moeda japonesa - valia tão somente 0,01 de dólar, e que isto não queria dizer que a moeda iene era fraca, e que a moeda cubana que, em tese, equivalia um dólar, na verdade não valia mais que um dólar furado.
Com a atual crise da moeda frente ao dólar, também fica mais fácil demonstrar um pouco da fragilidade de nossa moeda, pois embora os brasileiros possam gastar bem lá fora pelo valor dela frente à moeda americana, ela demonstrou sua fragilidade em se desvalorizar violentamente mal chegou a primeira marola por aqui. Uma moeda forte não sofre este tipo de oscilação.
De qualquer forma, acho que o real ainda vai continuar valorizado frente ao dólar, haja vista que ainda continua a entrar no pais uma enxurrada de dólar, a reboque da alta taxa de juros praticada pelo governo brasileiro. Entendo que a queda de um, dois ou três pontos percentuais não serão suficiente para afugentar o especulador estrangeiro, principalmente enquanto os juros reais americanos permanecerem próximos ao zero.
Modéstias à parte previ que o dólar voltaria a cair,  assim que a massa especulador fosse realizar seus lucros face a valorização do dólar nos últimos dias. Aqueles que estava há muito tempo amargando prejuízo com o dólar debaixo do colchão correriam a tentar buscar de volta parte do prejuízo.
Também previ que os brasileiros não deixariam de viajar face a uma desvalorização do real equivalente a 15% ou 20% pois a diferença nas trocas é muito maior, e ainda nos favorece.
Também profetizei, ao final do ano passado, que este ano seria de muitas tormentas na área financeira, o que efetivamente vem acontecendo, embora a maquiagem feita pelo governo até aqui com algum sucesso.

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