segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SAUDADE

SAUDADE - AUGUSTO DOS ANJOS - LIVRO EU-  22.05.1901 - Paraíba

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noute quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.

E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,

Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

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