sábado, 4 de junho de 2011

AGONIZANDO EM PRAÇA PÚBLICA

A Rede Globo de Televisão apresentou ontem no tradicional Jornal Nacional uma entrevista gravada do ministro da Casa Civil, o médico Palocci. Nela, o petista apresentou sua versão dos fatos denunciados pelo Jornal A Folha de São Paulo. As denúncias dizem que ele teria multiplicado por vinte seu patrimônio, exatamente no período entre a eleição da presidente Dilma e a posse.
Ele repetiu os argumentos que teria prestado serviços de consultoria para empresas, que os quais teria encerrado o contrato exatamente nos referidos meses, motivo do acumulo de recebimentos exatamente neste período.
Não revelou quem são as empresas, muito menos que vantagens sua assessoria teria obtido para que as entidades o tivessem remunerado tão bem. Disse que não queria expor as empresas, pois estaria ferindo o sigilo negocial, protegido por cláusulas contratuais próprias.
As explicações foram muito fracas, não tendo convencido ninguém, pelo menos é o que se pode ler nos jornais de hoje. Exceto o jornal O Sul, sempre pródigo em manchetes pró governo, que apresentou as explicações como se fossem convincentes, todos os demais entenderam que foram insuficientes. Na verdade, nem O Sul elogiou a entrevista, tendo se limitado a apresentá-la, incluindo o texto inteiro entre aspas.
Lembrei de uma capa da Revista Veja, onde aparecia o Cazuza admitindo a AIDS, num gesto de alta coragem para a época, e no interior da revista uma longa entrevista, donde se inferia que ele agonizava em praça pública, num verdadeiro sacrifício que contribuiu para que a doença fosse encarada de maneira diferente dali em diante.

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