sábado, 8 de março de 2008

O PRIMEIRO SEXO

O mundo comemora o dia da mulher.
Festas protestos, discursos inflamados, passeatas, reuniões e assembléias destacam a importância da mulher em nova sociedade. Protestos contra os remanescentes discriminatórios tais como diferença de nível salarial, abusos sexuais, agressões e até mutilações como em África.
Entendo que a mulher já conquistou o seu espaço na sociedade, e o vem consolidando nos últimos anos.
Em muitos aspectos, já superou o homem em conquistas profissionais, tomando conta de algumas carreiras que antes eram exclusivas dos homens. Cito como exemplo a magistratura, que até a pouco era privilégio masculino, sem que houvesse qualquer justificativa para esta discriminação, mas ela era tida como normal.
A história registra que a opressão da mulher sempre foi grande. Principalmente de setores que nos causam profunda estranheza, tais como a própria igreja. A exclusividade do sacerdócio para os homens é um exemplo disso.
Filósofos católicos, ou seja, gente muito inteligente tinha como normal a discriminação da mulher, a julgando um ser inferior.
O movimento a favor da mulher inicia realmente na Revolução Francesa, e atinge o seu auge na segunda metade dos anos 60, com os movimentos feministas.
Todo movimento reivindicatório tem que ser radical no início para marcar presença. Foi exatamente o caso dos movimentos feministas que saíram na rua rasgando soutiens.
É muito difícil explicar a esta geração dos nossos filhos que até pouco tempo as mulheres não tinham direito ao voto. Que a desenvolvida Itália permitiu o voto para as mulheres somente em 1945. Dá para acreditar?
Você crê que até a década de 60 a mulher não podia receber uma procuração sem a autorização do marido?
Poucas décadas atrás a mulher não podia trabalhar sem o consentimento do marido?
Que a mulher era proibida de jogar futebol no Brasil faz pouco mais de vinte anos?
Que a mulher que sentasse sozinha num bar de noite para tomar um chope era considerada uma prostituta?
Que a mulher desquitada (instituto que antecedeu a separação judicial) era considerada de má índole, sendo sempre considerada culpada pela separação?
Que as mulheres não podiam fazer parte das forças armadas?
Pois tudo isso acontecia por aqui faz pouco tempo.
Na verdade, a mulher mais modernamente não busca mais a igualdade, pois se não chegou a tudo, não tardará a chegar, quer sim marcar as diferenças, sem privilégios ou desvantagens a favor ou contra ninguém.
Homens e mulheres são seres com características diferentes, devendo ser cada um respeitado dentro desta realidade.
Para a igualdade não é necessário que mulher vá trabalhar no porto de estivadora carregando sacos de arroz de 60 kg, nem é necessário que o homem tenha a habilidade e sensibilidade da mulher.
Entendo (provocação) que em a mulher, buscando a igualdade com o homem, sairá perdendo, pois é muito melhor sob a maioria dos pontos de vista.
Com este espírito, saúdo todas as mulheres nas pessoas de Zenoir minha mãe; Lúcia minha primeira esposa (que nos deixou precocemente); minha filha Gabriela, exemplo de persistência, de luta na busca dos seus objetivos, uma fonte permanente de orgulho para mim; Lourdes, minha esposa, grande companheira, um enorme coração e sensibilidade apuradíssima, realmente uma pessoa para uma vida, ou além dela. Nestas mulheres que habitam o meu coração (pedindo escusas às demais, incluindo parentes, amigas, colegas e conhecidas), homenageio a todas as mulheres.

Um comentário:

virginia disse...

José Osnir, belo texto. As mulheres da tua vida merecem sempre ser homenageadas. Um abraço, Virginia

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