quinta-feira, 22 de abril de 2010

POR QUE NÃO A BRASÍLIA?

Nós tínhamos chegado fazia sete anos de São Gabriel, a bordo de uma Maria Fumaça, depois de quase vinte e quatro horas de viagens, com direito a baldeação em Cacequi e Santa Maria. Morávamos numa casinha alugada na Rua Alexandrino de Alencar, bairro da Azenha, entre a Rua Botafogo e a José de Alencar.
Estava na moda tudo que falasse da chamada Novacap, desde os desenhos da arquitetura de Niemayer, passando pelo urbanismo de Lúcio Costa, a grife de JK.
Sim, o ano era 1960, a capital seria inaugurada, o que efetivamente ocorreu, sendo que recebemos a notícia pelo rádio, pois naquele tempo não tínhamos televisão, muito menos havia transmissão via satélite. Tivemos acesso às fotos através dos jornais e da Revista O Cruzeiro – que a publicação da moda. Como íamos muito ao cinema, vimos depois nos jornais que antecediam as fitas (é isto mesmo chamávamos os filmes de fitas), a inauguração, conhecendo os principais edifícios que compunham o chamado Plano Piloto.
Nunca tive muita curiosidade de conhecer Brasília, pois não tenho qualquer prazer em ver obras novas, gosto é de velharia mesmo. Vim a conhecer a capital do país, em 26.09.2001, quando eu e Lourdes fomos à posse do Dr. Luiz Carlos Lopes Madeira no Tribunal Superior Eleitoral. Lá na cerimônia estiveram presentes o Presidente da Corte, na época, o Min. Nelson Jobim, e ainda outros Ministros, incluindo Marco Aurélio Melo, Sepúlveda Pertence e outros.
A cidade é interessante, o traçado viário é exemplar. Achei os prédios do congresso não tão grandes quanto parecem ser nas fotos e filmes. O acabamento dos prédios é péssimo.
Fizemos um “tour” inicial pela cidade, e depois fomos a alguns prédios que tínhamos interesse especial como Palácio do Planalto, que não entramos, pois estava em reforma (outra), Palácio Itamarati, o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Congresso Nacional, o Monumento à JK, o Teatro Nacional, a Catedral e tantos outros.
Estivemos duas outras vezes por lá, mas só de passagem vindo de Salvador e Fortaleza.
Não comemoro o aniversário de Brasília, por entender que foi um erro a mudança da capital do Rio para lá. Acho que não acrescentou nada, causou uma grande despesa que este país não poderia ter feito, e escondeu lá no planalto central, ou seja, levou para longe dos olhares atentos de uma capital culta como a velhacap.
Não gosto da arquitetura de Oscar Niemayer, pois entendo que os seus prédios são repetitivos, e de baixa funcionalidade, aliás, as críticas que muitos fazem, e às quais simplesmente me associo, é verdade sem muito conhecimento técnico em matéria de arquitetura e engenharia, mas fundado no meu senso estético e de vivência.
Posso ser acusado de estar discriminando Brasília por causa dos políticos de má qualidade que graçam por lá, me defendo dizendo: não deixa de ser verdade.
Salta aos olhos que  os moradores de Brasília, especialmente o corpo funcional, e principalmente os políticos vivem fora da realidade. Ganham salários e proventos fora da realidade, vivem fora da casinha. Grande parte dos políticos, simplesmente dá uma passada lá entre a terça e a quinta e voltam correndo para os seus estados de origem.
Para encerrar uma  engraçada: como o corretor ortográfico do computador não conhece a palavra “velhacap” que usei acima para indicar o Rio, em contraposição a “novacap” para indicar Brasília, o programa sugeriu trocar por “velhaca” . Acho que o computador tem razão.

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