Quem não tem razão tenta se impor pela força.
No Brasil, este tipo de ação é conhecida como carteiraço.
Carteiraço constitui se identificar de tal sorte a constranger a pessoa que recebe a informação.
"Você sabe com quem está falando?"
Lembrei de meu amigo Danilo, falecido há alguns anos: um advogado no meio de uma discussão sobre a possibilidade de lavratura de uma procuração, viu que seus argumentos jurídicos não convenciam o experiente funcionário do cartório, e lascou: pois eu sou ADVOGADO!
Danilo que perdia o amigo, mas não perdia a piada lascou:
- Bem, feito se tivesse estudado, poderia ser médico, engenheiro, arquiteto ou dentista...
Outra vez, chegou um conhecido jornalista e advogado da praça, cuja humildade nunca passou perto dele, e disse: Danilo, põe aí um papel na máquina (antigas IBM sem corretivo) que vou ditar uma minuta p´rá ti.
Recebeu a resposta: - negativo, o senhor vai ao seu escritório, e dita para a sua secretária a minuta, e só depois mande para mim que eu lavro.
O figurão nunca mais voltou.
A verdade é que na maioria das vezes o tal carteiraço é dado contra pessoas humildes que dependem dos seus singelos trabalhos para a sobrevivência. Nunca vi alguém dar carteiraço em pessoa de seu nível social. Por que? É óbvio trata-se de mero episódio, onde a covardia é parte importante.
O prevalecimento quase sempre dá certo, pois a pessoa que recebe o carteiraço, na maioria das vezes, fica constrangida, e cede às exigências mais absurdas que possam ser.
Há, no entanto, pessoas inteligentes que se impõe pela própria figura, com educação, polimento e urbanidade conseguem dominar o ambiente, e atrair a simpatia do interlocutor que assim também constrangido, mas positivamente, acaba por consentir nas reivindicações dela. Este último tipo é cada vez mais raro. A regra hoje é a da grossura.
Tenho ficado surpreendido com a falta de educação dos velhos de hoje. Enfunados pelos ventos das preferências que lhe são concedidas, viram o fio e passam a agir deseducamente nos mais diversos ambientes. Chegam nas repartições exigindo preferência, independentemente dos atendentes estarem atendendos outras pessoas. O fazem em voz alta, como se procurassem constrangir, e até quem sabe incriminar o funcíonário que tarda em lhe dar atenção.
Nem tanto o mar; nem tanto a terra. Se tem preferência, esta não deve tolher o direito dos outros. Se a outra pessoa já está sendo atendida, não é justo que o trabalho seja interrompido para dar preferência ao idoso. Não se conquistem direitos à força.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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