O ilustre magistrado que soltou o assassino dos seis jovens disse que procedeu corretamente em cumprimento da lei, e que voltaria a fazer a mesma coisa. Disse, ainda, que não poderia adivinhar que ele voltaria a delinquir. O que a sociedade pode fazer para evitar que realmente ele, nas mesmas circunstâncias, assim proceda? Respondo: nada.
Todas as decisões judiciais são passíveis de correção pela instância superior. Acontece que a soltura é imediata, e seus efeitos, se maléficos, podem acontecer logo na saída do presídio, enquanto o recurso demora face à lentidão de nossa justiça.
É verdade que o juiz pode ter convicção pessoal, e não levar em conta o laudo, mas não é recomendável. As doenças mentais somente são percebidas pelos técnicos, e, não raro, nem por eles. Assim, decidir contra a prova técnica é uma atitude temerária, que pode levar a desgraças como a que ocorreu.
Não poderia deixar de contar a hipótese levantada pelo genial escritor e jornalista Juremir Machado da Silva, hoje pela manhã no programa do Rogério Mendelski. Disse ele que o assassino dos menores, poderia, em gesto nobre, ter se matado para proteger a sociedade da hipótese que outro juiz ou mesmo mandasse soltá-lo.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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