É muito comum que as pessoas declarem solenemente que algum acontecimento de sua era é o “do século”. Isso acontece muito no futebol. Pelé foi eleito o atleta do século. Acontece que o século XX não tinha terminado. E se surgisse alguém que fosse melhor que o Edson Arantes do Nascimento? Hoje, se sabe que realmente ele foi o atleta do século, pelo menos em futebol.
No esporte local, onde os aproveitadores são em maior número, assim que num determinado momento, quando o Grêmio estava muito mal das pernas, teve um Grenal que decidia uma fase intermediária de um torneio, e os cronistas colorados resolveram eleger aquele como o Grenal do século, pois o clube do coração deles tinha 90% de ganhar, e realmente ganhou. Assim deram eles de presente um título de ganhador do Grenal do século.
Agora, estamos iniciando um novo século, pois estamos somente no 11º ano dele, e o mesmo número ordinal do milênio, e já tem gente nominando o casamento dos príncipes ingleses de o casamento do século. Ora, somente poderemos dizer que foi o casamento do século quando ele terminar. E, se surgirem novos casamentos que sejam melhores do que este?
Na verdade é tudo babação. Querem eleger os acontecimento de sua preferência, por variadas razões, e ficam inventando estes eventos do século.
Se eu disser que João Paulo II foi o Papa do século, tenho grandes chances de estar correto, pois posso compará-lo com todos os outros do século XX.
No outro campo, posso dizer que Hitler foi o algoz do século XX. É bem provável que eu tenha razão.
Posso dizer que Khadafi é o algoz do século XXI? Claro que não, temos 89 anos pela frente, e vai aparecer maluco de tudo quanto é jeito para competir com o líder líbio.
Somente posso contar a história quando estiver fora dela. História do dia não é história é notícia.
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