sábado, 18 de julho de 2009

COMPREENDER

“Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.”

Nesses versos, Fernando Pessoa demonstra já conhecer o problema de ser entendido.
A gente sempre acha que é um incompreendido. Que, embora tudo façamos certo, as demais pessoas não nos entendem.
Somos pessoas boas, mas os outros não nos vêem assim. Por quê?
Dificilmente procuramos em nós mesmos, o que achamos estar no mundo.
O que nos leva a ficar longe da possibilidade de o erro ser nosso?
Assumir nossos próprios equívocos nos tornam menos homens, menos dignos?
Por certo não, mas qual o motivo de nossa resistência?
Se o muro caiu por desídia de alguém. Qual a solução? Reerguê-lo.
Para a reconstrução é importante saber quem motivou a caída da obra de arte?
É claro que não.
Se o erro é de terceiro: que bom que estou longe dele.
Se o erro é do próximo: ainda bem que não fui eu.
Se o erro é meu: fui induzido por outro a erro, não terá sido você?
Este problema refoge ao âmbito dos consultórios psicanalíticos ou dos psiquiatras.
Não se trata de erro de comportamento: as pessoas acham mesmo que as coisas funcionam assim.
Lembra um pouco a Sentinela dos Pampas, o popular quero-quero, o qual canta longe de seu ninho para disfarçá-lo do predador.

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