quarta-feira, 7 de outubro de 2009

FURAM A FILA ATÉ NA HORA DA MORTE

Li, outro dia, que a gente não precisa se preocupar com a morte, pois se estamos presentes ela não está; se ela está não estamos nós. Em resumo: nós e a morte nunca poderemos estar presentes no mesmo instante, logo, por que se preocupar com este encontro que nunca ocorrerá?
Li no jornal que morreu mais um dos meus antigos conhecidos. Hesitei se deveria ir. Acabei não indo, embora ele merecesse.
Faz pouco tempo que decidi somente ir ao enterro daqueles que, eventualmente,iriam no meu. Uma questão de reciprocidade.
Também soube hoje que morreu, há mais ou menos um mês, um advogado, de minhas relações, com apenas 54 anos de idade. Lembrei da música: me poupe do vexame de morrer tão moço.
O ruim de avançar na idade e que nossas referências começam a desaparecer, e vamos ficando cada vez mais sós.
Nesta coisa de morte, não existe respeito a lugar na fila. Tem gente que resolve furar e vai caindo fora, num desrepeito flagrante à ordem natural.

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