sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ECOCONOMIA

Roberto de Oliveira Campos (1917-2001), ou abreviadamente como era conhecido Roberto Campos era economista, diplomata e político. Foi, em meu modesto entendimento, o maior economista que tivemos no Brasil, mesmo considerando outros de grande envergadura como Bulhões, Simonsen e até o “Gordinho Sinistro” o Deputado Delfim Neto.
Era um homem de grande conhecimento e grande frasista. É dele esta sobre os socialistas: “Quem não é socialista aos 20 anos não tem coração, e quem assim permanece aos 40 anos não tem inspiração.”
Pois embora um amigo insista em me acusar de ter sido comunista quando jovem, o que não é verdade, sempre fui um liberal.
É verdade que nunca fui adepto do “Laissez-faire, laissez-passer” (deixe fazer, deixe passar), o hino do liberalismo exagerado, nem sou da turma que quer ressuscitar Keynes, o qual acusava os empresários de exagerar nos lucros em detrimento dos empregos, daí reivindicar uma maior participação do estado na economia.
Faço parte de uma minoria que entende o livre mercado como regra geral, não excluindo a responsabilidade do Estado com o problema social, e que este deva intervir toda a vez que houver necessidade.
Os comunistas e socialistas estão eufóricos, pois entendem que esta crise que estamos atravessando decorre das políticas liberais, no que costumam chamar de Neoliberalismo. Pretendem que a crise enterre a chamada Escola de Chicago que foi liberada por Milton Friedmann, e cujos economistas empilharam uma dúzia de prêmios Nobel.
Na verdade, em economia tudo é cíclico. Quando se entra numa crise, já se está saindo dela. E, quando ela termina, já se encontra em formação a próxima. Somente quem não entende do assunto para estranhar. O que se pede é que ela seja a mais curta possível. Imaginar que ela não existirá consiste em sonho inalcançável.
Por outro lado, o Brasil costuma esculhambar tudo que ciência humana, por isto também o faz com a economia. Vejam o exemplo: quando um país está com problema, o que você faz? A primeira coisa é se livrar das relações que tem com ele, ou seja, a principal delas a moeda. Em suma, não se compra dinheiro de país em dificuldade. O que é a moeda senão um título emitido pelo país? Pois com a crise americana, todo o mundo se livrou dos dólares, indo para outras moedas, ou até nem indo. Por isso, o dólar baixou em todos os mercados. Menos no Brasil. Aqui correram para o dólar. É claro que a posição não vai se sustentar, ali adiante vai ter que se desfazer deles, com enorme prejuízo, pois, não há qualquer motivo para a supervalorização de quase 50% nos últimos meses.
Em qualquer lugar do mundo, existe a lei da oferta e da procura. O que é esta lei? Bem, quando existe muita oferta o preço cai, quando existe muita procura o preço sobe. É fácil de entender, e plenamente justificável.
No Brasil, graça aos nossos queridos comerciante, a coisa é diferente. Quando os nossos empresários estão vendendo bastante, eles ficam contentes e aumentam o preço, afinal de contas a procura está grande, o que seguindo a lei da oferta e da procura é plenamente válido. Ao contrário, quando não estão vendendo nada, ou quase nada, também aumentam o preço que é para compensar a falta de vendas, ou seja, na contramão da lei da oferta e da procura.
Quando o dólar aumenta eles aumentam os preços, pois os insumos são em dólar, argumentam. Quando o dólar desce, eles ficam inertes, se fazem de mortos e mantêm os preços no alto. Quando o dólar volta a subir, eles não consideram que já tinham subido e majoram novamente.
Se uma mercadoria leva 10% de determinado insumo, em qualquer lugar do mundo se este insumo subir 10%, a mercadoria final subirá somente 1%. No Brasil, sobe 10%, como se toda a mercadoria tivesse custado mais 10%, quando na verdade 10% de 10% são tão-somente um por cento.
O governo também aplica no povo brasileiro, em matéria de economia. Vejam o exemplo: o governo desindexou a economia, de tal sorte que a inflação passada não afete a inflação futura. Certo? Sim, mas só para a iniciativa privada, pois o governo aumenta os impostos e preços públicos sempre levando em conta a inflação passada, e não raro colocando um “plus”.
A economia MADE IN BRAZIL constitui uma ciência à parte e inexplicável.

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