sexta-feira, 19 de março de 2010

SÍSIFO

Estava, como sói acontecer, relendo clássicos, quando encontrei uma tradução do genial Charles Baudeleire. Para quem não é chegado na poesia clássica, trata-se de um escritor francês, tido como maldito, o qual inspirou gente nossa como o não menos gênio Augusto dos Anjos, e o seu clássico EU.

Dizia Baudeleire: “ Fardo tão grave, para alçar-te, O ardor de Sísifo não sobra. Por mais que nos lancemos à obra. A arte é longa e o Tempo é breve.”

Sísifo é sujeito que, segundo a mitologia teve como castigo eterno carregar enorme bloco de pedra até os altos de uma montanha. Quando chegava na metade da jornada, a pedra se despencava, e ele tinha que repetir a árdua tarefa.

Pois, hoje, como brasileiro sinto-me como um Sísifo. Carrego, juntamente com restante dos contribuintes, o fardo de pesada carga tributária.  Quando pensamos que a voracidade  do governo serenou, vem novo pacote fiscal a nos atazanar a vida.

Nem Baudeleire; nem Augusto dos Anjos teriam imaginação para descrever o que fazem com os cidadãos brasileiros nossos políticos.

Não me importo de pagar altos impostos, desde que exista contraprestação, mas ela não se apresenta, ou é quase zero. Sustentar as mordomias estatais, as generosidades sem causa do nosso líder, o verdadeiro saco sem fundo da burocracia, fariam desistir o persistente Sísifo.

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