domingo, 7 de março de 2010

TROTE

O trote na universidade deve ter sua origem nas antigas cerimônias de iniciação das sociedades secretas. Consiste em submeter os iniciados ao ridículo. Tentam mostrar aos calouros que não são nada, e que eles - os veteranos -têm um poder divino sobre aquelas criaturas neófitas.
Eu sempre detestei este tipo de coisa, pois acho que são atitudes sem qualquer propósito, confrontando a civilização que representa a idéia do universal (daí universidade) com atitudes fora de qualquer ética.
Entrei para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1975, onde encontrei um grupo de veteranos do segundo ano da Faculdade de Direito que nos passaram um trote muito simples que foi um deles se fingir de professor e nos amendrontar como se fosse um tirano. Foi só.
No ano seguinte, quando eu já era considerado veterano não participei de qualquer ato deste tipo perante os calouros. E, confesso que nem lembro se houve por parte de nossa turma - que se formou em 1979- alguma ação desta ordem. Acho que nada foi feito.
O reflexo do aumento da violência social, repercutiu direto nos trotes. Há pouco tempo um aluno morreu numa festa promovida para este tipo de atividade. Neste último fim de semana, a rede Globo apresentou filmes mostrando atos de selvageria completa contra alunos novos, incluíndo aplicação de ácido, cusparadas, socos e pontapés.
Acho que entraram na área criminal, e devem sair dali levando as consequências, ou seja, inquérito, processo penal, pena e cumprimento. Na área civil, indenização às vítimas. Na área administrativa expulsão da universidade. É o mínimo que se espera.

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