quarta-feira, 18 de maio de 2011

A IGNORÂNCIA COMO PADRÃO

O MEC resolveu distribuir um livro que trata os erros de português como aceitáveis na linguagem falada.
Trata-se de uma grande confusão.
Os nossos  professores de português  falavam sempre que na linguagem falada se exige menos perfeição em comparação com a  linguagem escrita. Tal afirmação não significa que estamos autorizados a ofender a gramática ao falar. Dela se infere, tão somente, que a exigência de correção gramatical é menos cobrada, e que os deslizes -  eventuais -  podem ser tolerados.
A exigibilidade aumenta quanto mais instruída é a pessoa. Podemos  tolerar que um operário da construção civil diga “nós fumos”, não podemos admitir que o nosso médico nos diga  “tu vai” ser operado.
A língua não pode transformar-se  a partir de erros, mas sim através de aperfeiçoamentos e simplificações, jamais através de atalhos preguiçosos.
Tudo isso nasce de um ranço ideológico. A exigência de uma linguagem culta é tida como coisa da elite ou das “zelites”, como dizia certo presidente da Bolívia.
A sociedade jamais pode ser equiparada por baixo. Devemos sim é tentar trazer todas as pessoas para uma educação de qualidade, e não aceitar a ignorância como padrão. 

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