O MEC resolveu distribuir um livro que trata os erros de português como aceitáveis na linguagem falada.
Trata-se de uma grande confusão.
Os nossos professores de português falavam sempre que na linguagem falada se exige menos perfeição em comparação com a linguagem escrita. Tal afirmação não significa que estamos autorizados a ofender a gramática ao falar. Dela se infere, tão somente, que a exigência de correção gramatical é menos cobrada, e que os deslizes - eventuais - podem ser tolerados.
A exigibilidade aumenta quanto mais instruída é a pessoa. Podemos tolerar que um operário da construção civil diga “nós fumos”, não podemos admitir que o nosso médico nos diga “tu vai” ser operado.
A língua não pode transformar-se a partir de erros, mas sim através de aperfeiçoamentos e simplificações, jamais através de atalhos preguiçosos.
Tudo isso nasce de um ranço ideológico. A exigência de uma linguagem culta é tida como coisa da elite ou das “zelites”, como dizia certo presidente da Bolívia.
A sociedade jamais pode ser equiparada por baixo. Devemos sim é tentar trazer todas as pessoas para uma educação de qualidade, e não aceitar a ignorância como padrão.
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