sexta-feira, 26 de setembro de 2008

NE ME QUITTE PAS


Arthur da Távola uma das pessoas que mais entendia (e melhor sentia) a música costumava dizer – e quantas vezes assisti seu a programa – que quem gosta e escuta música tem vida interior, e mais: quem tem vida interior jamais padecerá de solidão. Que perda o Brasil teve com o passamento do grande Arthur da Távola um dos poucos políticos decentes deste nosso pobre país.
Pois hoje, estávamos eu e Lourdes mexendo na Internet, cada um no seu micro (agora que temos separação de bens informáticos), quando ela fez tocar uma mensagem que tinha uma música que gosto muito, cujo em nome francês é NE ME QUITTE PAS, o que numa tradução literal seria não me deixes.
Em seguida, fui direto ao YOU TUBE, localizando ali um clipe com a imortal Maysa cantando NE ME QUITTE PAS. É comovedora a interpretação da interprete, a música é maravilhosa, e a letra, bem esta eu não tinha ainda lido a tradução, o que acabei fazendo e, não digo, surpreendido, pois as qualidades da música e da interpretação da Maysa já apontavam nesta direção.
Versos como “Não me deixes. Oferecerei-te pérolas de chuva, vinda de países, onde nunca chove. Escavarei a terra até depois da morte para cobrir teu corpo com ouro, com luzes. Criarei um país, onde o amor será rei; onde o amor será lei. E, você a rainha.
Segue, logo adiante, a letra: “Quantas vezes não se reacendeu o fogo do antigo vulcão. Que julgávamos velho? Até há quem fale de terras queimadas a produzir mais trigo; que a melhor primavera é quando a tarde cai, vê como o vermelho e o negro se casam. Para que o céu se inflame.
Encerra em versos, onde o poeta estava com mania de grandeza: “Para te ouvir cantar e rir. Deixa-me ser a sombra da tua sombra: a , sombra da tua mão; a sombra do teu cão. Não me deixes, ou Ne Me Quitte Pas.
Você terá pouca chance de ouvir outra pessoa cantar NE ME QUITTE PAS, pois era a canção que mais identificava a famosa cantora francesa Edith Piaf, lembrada muitos anos no teatro pela filha da legenda Procópio Ferreira, a também maravilhosa Bibi Ferreira, pois poucas cantoras ousaram cantá-la dada a evidente comparação. Pois ela, a Maysa (antes Mattarazzo), teve a coragem e saiu-se num desempenho inigualável.
Para quem não conhece Edith Piaf ou sua história recomendo o filme Piaf, dirigido por Olivier Dahan, com a memorável interpretação de Marion Cotilard no papel da cantora. A história é inesquecível e, sobretudo, comovente.
Por aqui para fechar, digo que se não fosse a presença de Elis Regina na história da música brasileira Maysa seria a minha escolhida como a melhor cantora de todos os tempos. Infelizmente ambas mortas precocemente. Zizi Possi, que não tem a penetração que Elis teve no meu entendimento é a nossa melhor cantora viva.

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