No curso médio, tínhamos que ler alguns livros. E, um deles eu lembro bem chama-se Quadrante 2. Era um livro de crônicas. A nossa professora mandou cada grupo de aula escolher uma crônica para apresentar aos demais.
O nosso grupo escolheu a crônica chamada O Cético. Se querem saber a forma que escolhemos para apresentar, vou decepcioná-los, pois escolhemos a mais preguiçosa: o jogral. O jogral, para quem não sabe, é uma forma de ler um texto onde as pessoas se revezam nas leituras. Um lê uma frase, o outro lê outra, e quando se quer salientar alguma coisa dois ou mais participante lêem em uníssono. O jogral que ficou mais famoso foi o do coral dos bigodudos na televisão Record, se não me engano.
A crônica começava dizendo que naquele tempo ele não sabia o que era cético, mas Edmundo era cético. Pois, o tal Edmundo era o exagero do cético, fazia tudo quanto é bobagem, e, não raro até se dava mal. Disseram para ele que mergulhando de cabeça numa pipa d’água ele poderia morrer afogado, pois o distinto fez mesmo, e, lógico, quase morreu.
O cético mais conhecido de todos os tempos foi Tomé. Conta a Bíblia que ao ressuscitar Cristo teria aparecido aos apóstolos, e que todos acreditavam que realmente era Jesus que tinha vindo dos mortos para falar com eles. Tomé não acreditou tendo Cristo de fazer com que ele colocasse a mão em sua chaga para conferir a real situação.
Existem pessoas, entretanto, que são exatamente o contrário do cético. Luis Fernando Veríssimo consagrou a figura da chamada Velhinha de Taubaté. A dita senhora acreditava em tudo o que o governo dizia. Mais tarde em tendo o LFV assumido de vez o PT, e, por via de conseqüência o governo do Lula Lá, fazendo com que sua fé inabalável no petismo levasse os seus leitores a imaginar que ele estava se confundindo com a figura de seu personagem, ele resolveu matar a velhinha, o que efetivamente o fez. Assim, ele ficou livre para bater palmas para o desgoverno petista, sem que fosse acusado de ser a nova Velinha de Taubaté.
Eu sou cético em algumas coisas. Não são muitas, mas são importantes. Por exemplo: não acredito em promessa de político; não acredito em isenção de cronista esportivo; não acredito em empresário bonzinho; não acredito em comunismo; não acredito em magia; não acredito em E.T.; não acredito em vendedor falando espanhol; não acredito em mercadoria barata demais; não acredito em presente de estranho; não acredito em oferta sem contrapartida; não acredito em almoço grátis; não acredito na sinceridade do MST; entre outras de menor interesse. Também sou cético quando à possibilidade de um dia poder afastar todas estas minhas posições céticas.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
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