Durante os governos militares a esquerda brasileira os acusava de prender e torturar seus militantes, no que chamava de cárceres da ditadura. Assim sendo, os Presidentes como o Médici, por exemplo, eram responsáveis pelos atos de seus subordinados, sendo considerados pelos vermelhos como assassinos. Segundo este pensamento, o Chefe Supremo das Forças Armadas, que era (e é) o Presidente da República encarnava o único responsável pelos atos dos torturadores, algo como responsabilidade objetiva. Não adiantava nada sair na defesa dos Generais, pois os esquerdistas, principalmente os jornalistas não queriam saber de desculpas, pois já tinham condenado os Presidentes militares como responsáveis pelas torturas aos presos políticos.
Agora, uma agência do governo chamada ABIN – Agência Brasileira de Inteligência - sucessora do extinto SNI- Serviço Nacional de Informações, através de seus agentes (autorizados ou não) resolveu colocar escuta nos telefones dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, especialmente do seu Presidente. São os populares grampos. Ficam lá eles escutando horas e horas as conversas dos Ministros do Supremo com os seus amigos, companheiros e pessoas interessadas nos processos que tramitam pelo STF. A ação é completamente ilegal, incompatível com o mais elementar conceito de Estado de Direito.
Nos EUA, algo semelhante foi responsável pela queda de Richard Nixon, cuja participação no episódio conhecido como Watergate não ficou comprovada, mas sim patente que ele tinha conhecimento, e principalmente que mentiu ao povo que nada sabia.Em suma, o que derrubou Nixon foi a mentira.
Neste episódio da ABIN, diferentemente do que se dizia dos governos militares não se faz qualquer ligação entre a Presidência da República, que é o principal, senão único cliente da Agência de Informações, e o que aconteceu nos episódios dos grampos.
Que diferença há entre Médici desconhecer que alguns malfeitores torturavam presos políticos no interior das cadeias pelo país, e Lula afirmar desconhecer a ação da ABIN, haja vista que não teria dado ordens para a espionagem dos membros de outro poder da República? Respondo: nenhuma. Nos dois episódios, não há qualquer prova de que Médici sabia das torturas, e também de que Lula tinha conhecimento prévio das escutas telefônicas dos membros do Supremo.
A diferença está na cor dos olhos de quem vê - se avermelhados só vêem a culpa dos militares, se verdes somente vêem a culpa de Lula Lá.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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