segunda-feira, 16 de março de 2009

O BOM E O MAU

A gente acha que o mundo tem milhões, trilhões e “quaquilhões” como diria onomatopaicamente (neologismo osniriano) o Tio Patinhas, célebre pato milionário de Walter Disney, de coisas diferentes. Isto não é verdade, pois Deus criou ou o acaso (Lei de Darwin- evolução) determinou a existência de somente dois elementos um em oposição ao outro. Por exemplo: o branco e o preto, o sim e o não, o bom e o mal, etc...
A partir daí são todas as coisas, pessoas, objetos, ações, acontecimentos naturais ou artificiais.
Os chineses, sempre eles, descobriram isso há milhares de anos. São deles os conceitos de yin e yang, um representado pelo escuro e outro pelo claro, ambos como elementos complementares, e toda uma filosofia de vida nasceu aí.
Na aurora de nossas vidas, estamos convencidos que somos bonzinhos, pois tudo o que fizemos ou deixamos de fazer é correto. O adolescente, então, é o protótipo de certinho. O dono da razão, de tal sorte que os veteranos e experientes pais os apelidam de “os aborrecentes”.
Quando o nosso inverno chega, reexaminamos tudo e verificamos que não fomos tão bonzinhos assim. Não é por outro motivo que a igreja vive cheia de velhos. A verdade é que, como o desenlace se aproxima, e a religião ensina que haverá uma severa prestação de contas, ninguém quer pagar para ver.
Não me preocupo com os extremos. Parênteses: aliás, não me preocupo com os extremos em todos os campos do pensamento e da atividade humana. Passo uma regua e fico com os intermediários.
Nessa linha, o que me preocupa é o pensamento médio.
A natureza não sabe o que é justo e o que é injusto. Ela aplica suas leis aleatoriamente atingindo quem estiver pela frente. Felizmente, pelo menos por enquanto, o homem não é assim. E, por que não o é? Pela simples razão da existência da ética, da moral e, por que não dizer, da religião e do estado? A ética e a moral se impõem pela pressão psicológica, a religião pela promessa e o estado pela coerção e repressão.
Se tal não fosse (e é), o mundo estaria no caos. Você pode achar que quase está, mas eu respondo que na falta desses elementos regradores estaríamos muito pior.
Estas idéias de que somos bonzinhos, ao contrário dos outros que são os maus, sobrevivem, não raro, em pessoas de mais avançada idade, e é típica dos governantes. Todo prefeito, governador ou presidente acha que não carece haver sua substituição, pois é tão bonzinho para o povo.
O engraçado nesse campo é que há um dia na vida do individuo, e, não falo dia como um fenômeno físico, mas como uma passagem da existência, em que ele percebe que não é o bonzinho fabricado por seu ego, mas o verdadeiro diabinho comandado pelo id, a despeito das reprimendas passadas pelo superego, somente para repassar as lições de Sigmund Freud.
É claro que tive este momento, e, por falar nisso acho que ainda não passou. A cada momento vou descobrindo a partir das dicas que me deram meus afetos e amigos quanto é má minha pessoa. Não que eu deseje o mal de alguém, mas o quanto deixo de agir em socorro daqueles que tanto precisam de mim.
Busco fazer alguma coisa em proveito dos outros, mas respeito o princípio bíblico de que não se deve rezar de pé nas sinagogas, muito menos deve a sua mão esquerda saber o que bondosamente faz a direita, ou vice-versa (perdão, mas não lembro qual a mão é a boazinha e qual é a que não deve saber), mas mesmo assim sou devedor neste balanço da bondade.
Diante de todas as situações da vida, você enfrenta o momento de dizer sim ou não. Abre ou fecha. Liga ou desliga. Vai ou fica.
O sujeito que inventou o computador se deu conta disso, e criou esta máquina genial. O fez deixando de lado o sistema de números decimais para adotar o sistema binário. Por que o fez? Por razões de mecânica. O sistema binário é representado por uma lâmpada acesso ou apagada, ou ainda deixar ou não deixar passar a corrente? Ora, isso pode ser comandado por elementos automáticos comandados por eletricidade. O velho e bom sim ou não comanda todos os computadores desde o enorme e valvulado ENIAC até os modernos processadores que cabem na palma da mão.
O problema maior é quando as pessoas pensam que estamos dizendo SIM, quando na verdade estamos dizendo NÃO. A língua portuguesa ajuda muito neste ponto. Por exemplo, quando queremos dizer SIM, dissemos em português: - POIS NÃO! Contrário senso, dizer POIS SIM significa dizer NÃO. Explique isso para um americano.

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