segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DILMA, ESSA MENINA.

Li no Estadão que Lula chama Dilma de "essa menina". Ele pode até ter intimidade com ela, e em lugar privado lhe chamar do que bem entender, o problema é chamar presidente em público de "menina".
Há alguns anos, lá num cartório de Porto Alegre, um advogado ao argumentar a favor de seu cliente chamou o Tabelião titular de "meu filho". O bacharel era, no mínimo uns vinte anos mais velho que o tabelião.
O tabelião prontamente se levantou e se dirigiu a um quadro que estava na parede. Era a fotografia de seu falecido pai. Disse ao advogado: o senhor não é meu pai, o meu pai é este aqui.
O velho advogado tentou se desculpar de tudo quando foi jeito, mas não adiantou o diálogo foi encerrado ali.
Durante algum tempo, achei que era injustiça do tabelião, e que o advogado o tinha chamado tão somente por uma forma carinhosa. Hoje, no entanto, já com alguns anos a entulhar minhas bagagens, sei que quem tinha razão era o tabelião.
O tratamento tem que forçadamente obedecer as regras do local. O tratamento familiar, como é o de meu filho é próprio da intimidade.
Sei que chego a exagerar, mas quando o filho trabalha com o pai, não deve chamá-lo de pai, mas pelo seu nome ou por sua titulação; do outro lado, também o pai não deve chamar o seu subordinado de filho.
Chamar alguém que ocupa o mais alto posto da república de "essa menina", é uma forma de tentar manter uma hierarquia superior, que diante da nova realidade é falsa.

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