Sempre ouvi falar em Paulo Autran, mas nunca o tinha visto no teatro (que era o seu chão), mas sim na televisão. Sabemos que a telinha camufla muitos falsos bons atores, que na verdade não passam de canastrões incorrigíveis.
A telenovela também apresenta um defeito muito sério que é a repetição de personagens pelos atores. Um determinado ator sempre faz o papel de caipira, outro faz o papel de vilão, uma faz sempre o papel de bêbada, outra faz o papel de galinha etc...
Um dia descobri que estava passando uma peça tendo como ator principal o Paulo Autran, e ainda melhor: no meu teatro favorito que é o São Pedro. Não poderia deixar de aproveitar a oportunidade. Pensei comigo: - vou ver Paulo Autran, antes que ele resolva ir embora.
A peça chamava-se (ou chama-se) VISITANDO MR GREEN.
Era para ser uma comédia. É verdade que nos fez rir, mas no fundo contava a história da solidão de velho judeu, Mr. Green, interpretado pelo Paulo Autran.
O nome do coadjuvante foi encoberto evidentemente pelo de Autran, daí não me lembrar do nome, mas o "secundus" também era muito bom, e ouso dizer que roubou a cena.
Não se aprece! A interpretação de Paulo Autran foi genial, fez jus a toda sua fama de excelente ator.
O personagem secundário foi condenado pela Justiça a prestar serviços comunitários, exatamente designado para cuidar de um velho judeu. Acontece que Paulo Autran- Mr. Green – não queria ser ajudado.
A peça marcou tanto que não consigo imaginar outro ator para interpretar Mr. Green, assim como não adianta trocar de 007 que para mim ele continua sendo eternamente: Sean Connery.
O teatro brasileiro – já tão pobre – enfraqueceu com a saída de cena de Paulo Autran. Azar nosso.
José Osnir
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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