"Havia muito tempo que estava doente; mas nem os horrores da vida do presídio nem os trabalhos, nem o rancho, nem a cabeça rapada, nem as roupas miseráveis conseguiram abatê-lo. Oh, que lhe importavam a ele todos esses tormentos e mortificações! Pelo contrário, o trabalho proporcionava-lhe até uma alegria. Esgotado pelo trabalho
físico, conseguia, pelo menos, algumas horas de sono tranqüilo. E que significava para ele a comida... aquelas simples sopas de couves com batatas: Sucedera-lhe muitas
vezes nem isso ter, na sua vida anterior, quando era estudante. Os seus agasalhos eram adequados ao seu gênero de vida. Mal sentia as cadeias. Teria de envergonhar-se por ter a cabeça rapara e usar casaco de duas cores? Perante quem? Perante Sônia? Sônia temia, e, diante dela, não tinha por que envergonhar-se."
Texto de Crime e Castigo de Fiódor M. Dostoiévski.
Entro eu:
Não é de graça que Dostoiévski é considerado o maior escritor de todos os tempos.
É dele o texto que fala da comparação entre uma vida reclusa, mas onde tem comida para saciar a fome e agasalho para o frio, e a vida anterior quando passou muita
dificuldade, inobstante a liberdade que gozava.
Uma lição de vida: é Dostoiévski.
José Osnir
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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