quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

DEO JUVANTE *

A fé consiste em acreditar em determinada situação, sem que haja necessidade de prová-la. Está normalmente ligada à idéia de religião. Esta, por sua vez, seria a idéia de que tudo provém de uma fonte única, um ser superior, infinito, que não tem início, nem fim. Um ente “a priori” criador de tudo que existe. As religiões não variam sobre esta temática, e sim apenas quanto aos seus dogmas, ou seja, seus princípios norteadores. Algo como: todos com a mesma lei, mas com regulamentos diferentes.
Todas as religiões têm um Deus único, ou diversos, aos quais julgam que devem obediência cega. Servilidade e reverências ilimitadas.
Não foram poucos que se insurgiram quanto a isto, especialmente no que têm elas de mais frágil, incluindo as divergências internas, como foram as reformas de Lutero, Calvino e Zwiglio; e os detratores mais ferozes como Friedrich Wilhelm Nietzsche (Assim falou Zaratrusta) e Giovanno Boccaccio ( Decamerão).
Em oposição, estão os ateus, os agnósticos e os indiferentes. Os ateus simplesmente não acreditam na existência de Deus; os agnósticos exigem provas racionais da existência dele; e os indiferentes simplesmente não se interessam pelo assunto.
Dizem eles que não existe até hoje qualquer prova concreta, paupável, racional ou lógica sobre a existência deste ser superior.
Charles Robert Darwin (1809-1882) trouxe um grande amparo a estas teorias, especialmente a sua teoria da Origem das Espécies ou Teoria da Evolução.
Nelas, o homem seria o resultado da evolução de outras espécies inferiores em sua cadeia de vida, destruíndo a teoria das religiões que dizem ter sido o homem obra direta de Deus, com fundamento especial nos textos bíblicos, incluindo a história de ADÃO e EVA.
Fazendo um contraponto, posso dizer, no entanto, com todo o respeito científico as idéias de Darwin, a teoria científica da evolução é de muito mais difícil explicação e/ou defesa do que a teoria religiosa.
As religiões dizem simplesmente: Deus tudo criou, incluindo o próprio homem à sua imagem e semelhança. Provar que é verdade realmente é difícil.
Por outro lado, imaginar que um ser unicelular, num determinado momento a quartilhões de anos resolveu se transfomar em bicelular, depois multicelular, depois inventou de começar a formar tecidos mais complexos, decidiu fazer órgão e tecidos, resolveu, por acaso, e, por mera coincidência, dar a cada um deles uma função diferente. Resolveu criar regras de funcionamento, onde a saída de um destes órgãos o corpo fosse imediatamente atribuíndo a outros órgãos estas mesmas funções, num enredo sem fim de distribuição equilibrada de destinos, de tal sorte a formar um ente altamente complexo. O corpo humano é construído de forma tão genial que constitui na verdade um maravilhoso engenho, sendo que esta máquina escancara não existir qualquer pessoa ou entidade que tenha condições de arquitetar tal quebra-cabeças, assim imaginar que tudo é acaso da natureza, sem qualquer interferência também é muito difícil de engolir.
Assim, devemos respeitar ambas as partes em suas convicções. E, fazendo uma profunda reflexão imaginar que um dia possamos provar que, em verdade, as duas partes têm razão, mas estão em dimensões diferentes. Afastados por causas que não deixam unir o que vem do coração com o que vem da razão.

* Deo juvante = Com ajuda de Deus.

José Osnir

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