sábado, 21 de novembro de 2009

VERÍSSIMO, NO ORIGINAL

Sou um dos maiores fãs de Érico Veríssimo. O que se chamava de Contador de Histórias. Ele entendia que escritor era outra coisa. Ele sabia o que estava falando, pois lidou a vida inteira com literatura, traduzindo os maiores escritores de todos os tempos para a Editora Globo.
Tenho todos os seus livros, alguns até em duplicata. É verdade que não li toda a obra, especialmente os livros mais antigos, que ainda espero ler.
Além de ser escritor era uma figura encantadora, cativava os seus interlocutores, não por outro motivo, quando de sua morte o poeta Drummond lhe homenageou nos seguintes termos:

A falta de Érico Veríssimo

Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.
Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarineta

Ele tinha um humor fino.
Quando lhe perguntavam por que não se candidatava à Academia Brasileira de Letras, respondia: - Por que me candidatar, se sou quase uma vaga?
Quanto a homenagens dizia: - Os passarinhos dão o tratamento adequado às estátuas...

Por estas e outras razões, tenho um conjunto de fotos de Érico junto à mesa de trabalho de meu escritório, numa simples homenagem ao nosso maior escritor.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

QUEM É ESTE ESCORPIÃO?

Minha foto
PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, Brazil
EU E MINHAS CIRCUNSTÂNCIAS