ADVOCATUS

As minhas lidas com o direito sempre se restringiram ao tabelionato de notas e magistério. Nunca advoguei, mas acompanhei durante anos o exercício desta nobre profissão, às vezes tão desprestigiada, e, não raro desmoralizada.

Estava a pouco relendo um livro de Eduardo Couture, onde ele esmiuçava os chamados mandamentos do advogado.
Couture falava da necessidade do estudo, do pensar, do trabalho, da luta, da lealdade, da tolerância, da paciência, da fé, do esquecimento e, sobretudo do amor à profissão.
O bom advogado somente pega causas em que ele acredita que o seu cliente tem razão.
O bom advogado vibra mais com a vitória do seu cliente do que com os honorários faturados.
O bom advogado se nega a entrar com algum pleito que não tenha possibilidade de êxito.
O bom advogado não se utiliza de meios – mesmo legais – para obstruir o andamento dos processos.
O bom advogado faz todos os esforços para que o processo tenha andamento normal, e que ao final seja distribuída a justiça.
O bom advogado respeita o trabalho de seu colega.
O bom advogado busca a justiça e não a vitória a qualquer preço.
Ainda, segundo Couture, “Sê leal para como teu cliente, a quem não deves abandonar a não ser que percebas que é indigno de teu patrocínio. Leal para com o adversário, ainda quando ele seja desleal contigo. Leal para com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que tu lhe dizes; e que, mesmo quanto ao direito, às vezes tem de confiar no que tu lhe invocas.”