quinta-feira, 8 de julho de 2010

UM BREVE ENSAIO SOBRE LIDERANÇA

O local era a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O ano certamente entre 1975 e 1979. Um colega, com um pouco mais de idade que a média dos alunos daquela aula, subiu os degraus onde normalmente ficava o professor, num nível acima dos alunos, e disse que estava ali para falar de liderança, pois tinha feito um curso sobre o assunto. Eu, e a maioria dos meus colegas, achamos que aquilo era uma chateação. Ele ficou ali longos minutos a discorrer sobre o tema. Não lembro sequer uma palavra do que ele disse. Lembrei hoje desta passagem de minha vida acadêmica, e fiquei a pensar o quanto era importante o assunto que aquele colega nos trazia, mas que naquele momento não nos tocava.

O líder é o chefe, o que comanda as ações; o que determina a atuação  e as idéias do grupo. A liderança, em decorrência, seria o trabalho do líder, a forma de atuação dele sobre os comandados.

Creio que existe a liderança imposta de cima para baixo, e a liderança espontânea, ou seja, aquela que brota da admiração que têm os subordinados com o seu líder. Este tipo de líder é conhecido não pela dedicação de quem comanda, mas como também pela confiança dos que lhe estão acima.

É de Lao Tzu o seguinte pensamento: “O sábio perfeito eleva-se acima do povo porque é humilde. É o primeiro a querer servir e, dessa forma, é o verdadeiro líder. Muito embora se encontre acima do povo, ninguém sente seu peso. Ele domina, mas todos o amam.” Ele disse isso há mais ou menos 2500 anos.

O bom líder, sobretudo, é um bom ouvinte. O bom líder mais escuta do que fala. Ele se esforça para criar uma atmosfera favorável a diferentes opiniões, as quais são sempre bem-vindas. Delas, ele tira conclusões e toma decisões.

O líder deve saber exatamente quais são suas metas e as do grupo. Fundado nos objetivos traçados deve incutir confiança aos seus comandados, os fazendo compreender o quanto é importante o comprometimento deles com o grupo, obtém assim maior rendimento do que a mera vigilância, o controle e a sanção.

Ele entende a necessidade das pessoas. Procura conhecer a capacidade de cada uma delas. Com esse conhecimento as colocará em condições de maior desempenho, em favorecimento ao grupo.

O líder deve ser legitimado a partir de sua própria história de vida e de formação. O conhecimento dos subordinados deste “curriculum vitae” lhe atribuirá respeito.

O bom líder é motivador. Não por frágeis frases de efeito jogadas ao vento, mas por atitudes próprias do líder. O general prestigiado vai no meio da tropa, jamais na sua retaguarda.

Quem lidera sabe que não pode fazer tudo sozinho, daí a necessidade premente de delegar. O bom administrador não é aquele que tenta fazer o trabalho do subordinado, mas aquele que sabe colocar o subordinado exatamente no lugar certo.

O bom líder não teme as críticas, pelo contrário vai ao encontro delas. Ele busca nas opiniões contrárias subsídios para melhorar o seu desempenho. Já dizia Walter Doyle Staples: “Um líder eficaz não teme realizar reuniões regulares com sua equipe e perguntar: “Como estou me saindo como chefe de vocês?”.

José Osnir Vieira Vaz  -  07.07.2010 - Porto Alegre -RS

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