PAPAI NOEL, MUI AMIGO

Todos os natais a gente se reunia numa das casas dos filhos do seu Zezé e da dona Zoi. Era feito um rodízio entre as residencias  incluindo a deles e as dos filhos.
Nós tínhamos uma fantasia de Papai Noel, e cujo papel sempre era representado pelo meu pai – Zezé. Aconteceu que as crianças começaram a ficar espertas, e flagrar o nosso Papai Noel : hi, olha ali o sapato do vô Zezé.
Foi ai que eu pensei: - Este ano vou enganar a gurizada e colocar um Papai Noel que não seja da família. Eu tinha um vizinho que também era meu colega de trabalho, e o convidei para as 20h00min do dia 24 colocar a fantasia do Velhinho e ir lá em casa para distribuir os presentes à piazada.
Na véspera de Natal, todo mundo já estava lá em casa, resolvi que estava na hora e fui lá buscar o meu colega Papai Noel. Chegando ao apartamento dele, ele estava realmente pronto. Tinha tomado todas, ou seja, ingerido todas as cervejas que alguém pode tomar. Como eu não tinha preparado um plano “B”, tivemos o primeiro Natal com um Papai Noel completamente bêbado.
A gurizada adorou aquele Papai Noel, completamente irresponsável, dizendo tudo quanto era tipo de tolice, e a turminha achando que era tudo representação armada. Foi dos melhores Natais que passamos.
Hoje, lembrando disso, no dia do amigo, lembro aquele Papai Noel, que a par deste episódio que contei, era uma bela figura humana, e que faz alguns anos nos deixou, com saudades.