Qualquer pessoa medianamente inteligente sabe que no ano próximo anoteremos problemas em nossa economia. Após oito anos de calmaria que coincidiram, para a sorte do Lula, com o seu governo. O mundo passou por raras turbulências que não chegaram a nos afetar.
A economia, como tudo na vida, é formada por círculos. Em economia eles variam muito, mas a maioria se dá de dez em dez anos.
Passamos por uma face onde o capital internacional foi abundante e barato para entrar nos próximos e imediatos tempos de falta de recursos nos mercados globais. A tendência, então, é que os capitais volátis que invadiram o Brasil a partir da alta taxa de juros que temos aplicado nos últimos anos, se escafedam do país. Se eles forem embora aos poucos temos uma chance de ir nos almodando aos novos tempos, se sairem de uma vez estamos falidos.
Imagine: você tem uma empresa, mas não tem capital próprio para desenvolver as suas atividades (capital de giro), e você vive, então, de dinheiro que lhe são emprestados por bancos com os quais obviamente você mantém relações negociais. De uma hora para outro, no entanto, estes bancos resolvem cortar suas linhas de crédito. Você não tem como honrar seus compromissos, não consegue pagar os insumos que adquiriu, não consegue encomendar novos, logo não tem contratos novos, logo estará falido.
O pior que o grande causador deste problema já estará fora do governo. Se o eleito for Serra dirá: não disse que não poderiam mudar o que está certo? Se for Dilma, dirá ela se esforçou, mas tenho que administrar pessoalmente para as coisas darem certo. É como o dono do Cassino que ganha sempre, mesmo que alguém eventualmente tenha dado sorte.
O nosso país é formado por uma maioria de pessoas que não tem a mínima noção destas coisas. Tende a acreditar somente naquilo que está na sua frente. Principalmente a turma que ganha sem trabalhar.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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