José Osnir Vieira Vaz
“Amor de mis entrañas, viva muerte,
En vano espero tu palabra escrita
Y penso, com la flor que se marchita,
Que si vivo sin mí quiero perderte.”
F.G. Lorca
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei que amo a vida. Escreverei sobre as pessoas que amei e que amo. Escreverei sobre os sonhos que sonhei. Escreverei sobre as flores que vi. Escreverei sobre as paisagens que contemplei. Escreverei sobre a criança sorrindo. Escreverei sobre o rosto do velho que espelha uma vida.
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei sobre os livros que li, e os que deixei de ler. Escreverei sobre as músicas que tanto gostei. Escreverei sobre os lindos quadros que vi. Escreverei sobre as belas esculturas que admirei. Escreverei sobre os palhaços que me fizeram rir. Escreverei sobre os atores dramáticos que me fizeram chorar.
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei sobre os cães que me foram fiéis. Escreverei sobre os bichanos que me fizeram rir. Escreverei sobre os pássaros que vi desenharem no céu. Escreverei sobre os cavalos correndo no pampa.
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei sobre o verde do mar e o azul do céu. Escreverei sobre o verde das campinas. Escreverei sobre as areias das praias. Escreverei sobre as florestas. Escreverei sobre as montanhas da serra. Escreverei sobre a neve encimando as cordilheiras.
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei sobre a solidão. Escreverei sobre a multidão. Escreverei sobre os amigos e sobre os desafetos. Escreverei sobre a presença e sobre a ausência. Escreverei sobre o tudo e o nada. Escreverei sobre o agora e o infinito. Escreverei sobre o ontem, o hoje e depois.
Se um dia eu aprender a escrever, escreverei sobre o frio e o calor. Escreverei sobre as quatro estações. Escreverei sobre a chuva e o sol. Escreverei sobre a lua e o sol, mas escreverei principalmente às estrelas.
Mas, se um dia eu não puder mais escrever, que os meus escritos continuem a dizer por mim.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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