terça-feira, 9 de junho de 2009

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS? NÃO, DOS POETAS TRISTES!

Não existem palhaços tristes, e não me venha com velhas lendas que todos eles são tristes lá no fundo, que isso não passa de novela de quinta categoria. Palhaço que não é alegre não tem futuro na profissão. O palhaço é um brincalhão espontâneo.
Assim como não existem palhaços tristes, também não existem poetas alegres. Poeta já é uma tristeza por definição. A poesia normalmente é um lamento, um choro, uma saudade...
Poeta rindo é tão estranho quanto uma casinha de sapé de vidraça. Um tango com letra hilária é carta fora do baralho. Poesia sem tom dramático soa como brincadeira.
Tá bem, sei que exagero, mas pelo menos os meus poetas preferidos são tristes.
Queres mais triste que Augusto dos Anjos ou Pablo Neruda?
Leia de Pablo Neruda “ Posso Escrever os Versos Mais Tristes Esta Noite”.
Se, ao final dos versos não estiveres com o coração apertado, acho melhor ir assistir ao BBB ou Silvio Santos, você não nasceu para a poesia.
Acompanhe o genial Augusto dos Anjos em A Minha Estrela.
A MINHA ESTRELA
Eu disse - Vai-te, estrela do Passado!
Esconde-te no Azul da Imensidade,
Lá onde nunca chegue esta saudade,
- A sombra deste afeto estiolado.

Disse, e a estrela foi p'ra o Céu subindo,
Minh'alma que de longe a acompanhava,
Viu o adeus que ela do Céu enviava,
E quando ela no Azul foi se sumindo

Surgia a Aurora - a mágica princesa!
E eu vi o Sol do Céu iluminando
A Catedral da Grande Natureza.

Mas a noute chegou, triste, com ela
Negras sombras também foram chegando,
E eu nunca mais vi a minha estrela!

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