quinta-feira, 6 de maio de 2010

ERASMO TINHA UMA MÁQUINA DO TEMPO. SÓ PODE.

Erasmo de Roterdã, provavelmente no século XVI, escreveu uma obra genial chamada Elogio da Loucura. É uma sátira. Mas está cada vez mais atual.
Vejam a seguinte passagem: “Os governantes se cercam mais dos loucos e dos bobos do que dos sábios austeros que costumam entreter as pessoas por ostentação. Essa preferência se explica facilmente e nada tem de surpreendente, porquanto os sábios, em geral, só sabem levar tristeza aos príncipes. Cheios de seu saber, não se furtam em ofender com verdades esses delicados ouvidos. Os bobos, ao contrário, proporcionam aos príncipes o que estes procuram em toda a parte e a qualquer preço: o divertimento, o sorriso, a gargalhada, o prazer.” Continua Erasmo, mais adiante: “Parece-me que se deve lamentar profundamente a sorte dos príncipes que, em sua felicidade, são privados da verdade e obrigados a escutar os aduladores e não amigos.”
Será que Erasmo tinha uma máquina do tempo? Será que ele não andou por aqui? Será que é pura coincidência o que disse Erasmo?
Esses bajuladores estão o tempo todo a dizer nos ouvidos dos Príncipes que eles são os maiorais, que o governo deles é uma maravilha, que nunca na história deste país se viu alguma coisa igual. Que antes dele, havia o caos, que agora o maná cai do céu a forrar a mesa dos pobres, tudo por obra dele: o Príncipe.

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